terça-feira, 2 de novembro de 2021

Presidente da República discursa na cimeira mundial sobre ambiente COP26


Senhor Boris Johnson, Primeiro Ministro do Reino Unido
Senhora Nicola Sturgeon, Primeira Ministra da Escócia 
Chefes de Estado e de Governo,
Senhor Alok Sharma, Presidente da COP26;
Senhora Patrícia Espinosa, Secretária Executiva da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas;
Senhor Philip Braat, Lord Provost da Cidade de Glasgow.
Minhas Senhoras e Meus Senhores
Minhas Senhoras e Meus Senhores,

A recuperação económica pós COVID-19 deve ser socialmente justa, ambientalmente sustentável, resiliente e neutra em termos de clima para atingir as metas ambiciosas do Acordo de Paris sobre o novo regime climático e da Agenda 2030 das Nações Unidas.

Desde Paris, na COP21 em 2015, Muitas coisas já mudaram, exegindo mais responsabilidades e compromissos sérios de todos para juntos enfrentarmos  e nos adaptar resilientemente a essas  realidades climáticas e socio-economicos de uma forma sustentetável.  

Com os novos desafios globais a necessidade de  aumentarmos as nossas ambições em termos de mitigação de Gases com Efeito de Estufa e promover os dois outros Pilarares nomeadamente Finanças e Adaptação se tornam ainda mais urgentes.

Assim, os países desenvolvidos e as economias desenvolvidas devem liderar este processo, estabelecendo metas claras e ambiciosas para atingir emissões líquidas zero ou seja a neutralidade carbónica, até 2050.

Minhas Senhoras e Meus Senhores,

Gostaria de aproveitar esta  importante ocasião em que mais uma vez nos reunimos para repensar o futuro do nosso planeta e da nossa própria existência, para enaltecer que o meu país, Guiné-Bissau, um país altamente ameaçado pela Subída do Nível do Mar, Erosão Costeira entre outros riscos ligados as alterações climáticas, e com enúmeras vulnerabilidades extremas por ser um país Africano, um País Menos Avancado  e um Pequeno Estado Insular em Desenvolvimento e que participa apenas, de forma insignificante, nas emissões globais de Gases com Efeito de Estufa, na sua Contribuição Nacional Determinada atualizada, está bem patente o seu compromisso com uma meta quantificada de redução de emissões que cobre os principais setores, ou sejam, a Agricultura, Florestas, Uso dos Solos (AFOLU), Energia e Resíduos.

A isso acresce uma outra meta ambiciosa de redução das emissões de Gases com Efeito de Estufa, ou seja, de  menos 30% até 2030 em comparação com o cenário de referência.

Ainda nesta senda de combate às alterações climáticas se afigura importante referir um objectivo incondicional, com ecursos próprios do país, visando a redução das emissões em  menos 10% até 2030 face ao cenário de referência.

Minhas Senhoras e Meus Senhores,

A crise da Pandemia do COVID-19 não deve inviabilizar a agenda de financiamento do clima, e para África o Fundo Verde confiável para adaptação assim como a promoção dos 3 pilares (Ambição, Adaptação e Finanaças) se torna ainda mais importante.   É necessária uma resposta multilateral mais gradual e em grande escala para enfrentar a crise climática, tendo o alinhamento do fluxo financeiro no centro das nossas atenções. 

Devemos chegar a um acordo sobre a aplicação do Artigo 6º do Acordo de Paris e sobre uma arquitetura financeira, de busca de financiamento climático de longo prazo.,sem esquecer de que para melhor implementação do Mandato da COP para agricultura, deve-se relembrar da forte ligação da agricultura e finanças para adaptação. 

Para tal, devemos sair de Glasgow comprometidos de manter continuo engajamento financeiro, principalmente por parte dos maiores emisores, para que cada um possa fazer a sua parte a fim de garantirmos um planeta mais saudável para as gerações vindoras. 
   
Para terminar, reafirmo solenemente o engajamento da Guiné-Bissau no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas e na implementação dos objetivos fixados no Acordo de Paris sobre o novo regime climático, como passo essencial na luta contra as alterações climáticas, de aumentar ambições e acções progressivamente a nível nacional, sub-nacional e colectiva, nas futuras Contribuições Nacional Determinadas.

Muito obrigado e bem-haja.


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Ao discursar na Conferência do Clima, Presidente da Guiné-Bissau disse que “a crise da pandemia Covid-19 não deve inviabilizar a agenda do financiamento do clima"

GLASGOW — O Presidente da Guiné-Bissau assumiu o compromisso do seu país em reduzir as emissões de gás carbono, mas pediu a ajuda internacional para minorar os impactos das mudanças climáticas.

Ao intervir nesta terça-feira, 2, na Conferência do Clima COP26 que decorre em Glasgow, Umaro Sissoco Embaló afirmou que o crise económica decorrente da pandemia da Covid-19 não pode parar o investimento na defesa do ambiente e pediu compromissos.

Embora tenha destacado que a Guiné-Bissau tenha uma participação insignificante no aquecimento global, ele garantiu o compromisso do Governo em reduzir em 30% as emissões de gases de efeito estufa até 2030, mas pediu o apoio internacional para tal.

"É um objectivo incondicional, com recursos próprios do país, a redução das emissões em pelo menos 10% até 2030", disse Embaló, quem pediu a ajuda internacional para que o Governo possa atingir os 20 por cento remanescentes.

Na sua intervenção, o Chefe de Estado guineense afirmou que “a crise da pandemia Covid-19 não deve inviabilizar a agenda do financiamento do clima" e defendeu “uma resposta multilateral mais gradual e em grande escala para enfrentar a crise climática".

Umaro Sissoco Embaló desafiou os seus homólogos e outros líderes mundiais a a se comprometerem “em manter o contínuo engajamento financeiro, principalmente por parte dos maiores emissores, para que cada um possa fazer a sua parte a fim de garantirmos um planeta mais saudável para as gerações vindouras".

O Presidente guineense foi o primeiro Chefe de Estado a intervir hoje na sessão plenária e são esperadas também as intervenções do Presidente angolano, João Lourenço, e dos primeiros-ministros de Moçambique, Carlos Agostinho do Rosário, e de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva.

VOA

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