terça-feira, 25 de agosto de 2020

PAIGC pede intervenção de Comunidade Internacional para “evitar mais casos de agressões contra seus dirigentes”

Bissau, 25 Ago 20 (ANG) - O Partido Africano da Independência de Guiné e Cabo-Verde (PAIGC) pediu esta terça-feira a intervenção de Comunidade Internacional para se “evitar mais casos de agressões e violações” dos direitos dos cidadãos guineenses, e em particular dos dirigentes e apoiantes do partido.

A apelo foi feito pelo porta-voz do colectivo de três advogados do PAIGC Suleimane Cassamá numa comunicação à imprensa face a sucessivos casos de agressões, espancamentos e violações dos direitos dos seus dirigentes e seus apoiantes.

“A Guiné-Bissau é um Estado de Direito democrático, no qual deve imperar as regras da Constituição e demais leis da República. Por isso, é necessário a intervenção da Comunidade Internacional para evitar com que o pior aconteça no país”, disse  Suleimane Cassama.

O porta-voz sublinhou que, actuamente, o país se encontra numa situação de terror, de aumento de casos de corrupção, ameaça à liberdade de imprensa e de expressão,  violação das regras e normas da democracia, entre outras.

Suleimane Cassamá afirmou que actualmente o país se depara com  situações de torturas  físicas e psicológicas praticadas pelo  poder e que isso, terá  consequências graves no futuro, caso não foi travado, “porque o regime será totalitário”.

“É necessário que a Comunidade Internacional avalia a actual situação de forma clara, porque os actuais governantes não estão no poder por vias legais e  não estão a dirigir o país na base das leis, situação essa que poderá ser uma catástrofe para a Guiné-Bissau”, referiu.

Por outro lado, concernente a notificação de Aristides Gomes por parte da Ministério Público, aquele advogado disse que o antigo primeiro-ministro não pode comparecer para ser ouvido, uma vez que nada relacionado ao  crime consta na notificação que recebeu e que também não tem  garantias de segurança .

“Neste momento, só os dirigentes do PAIGC e seus apoiantes estão a ser perseguidos, isso não faz parte da Justiça. Porque, se por acaso é realmente um trabalho baseado nas leis devem também perseguir os que estão no poder”, disse Cassamá.

Afirmou  que Aristides Gomes não tem medo da Justiça, e que quer simplesmente a garantia de  sua segurança para que possa enfrentar a mesma.

O antigo primeiro-ministro se encontra abrigado nas instalações da UNIOGBIS em Bissau, temendo pela sua integridade física.

Na semana passada, o procurador-geral da República, Fernando Gomes, sem indicar quem lhe movera um processo crime, disse que Aristides Gomes é indiciado de vários crimes. 

ANG/AALS/ÂC//SG

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