Um grupo de partidos políticos da Guiné-Bissau pediu hoje a demissão da ministra da Administração Territorial, alegando irregularidades no processo de recenseamento eleitoral em curso no país.
"O primeiro-ministro deve imediatamente levar ao Presidente da República a proposta de demissão da Ministra da Administração Territorial, como responsável pelo processo de recenseamento eleitoral", afirmou Sola N'Quilin, dirigente do Partido de Renovação Social (PRS, segunda maior força política guineense) e antigo ministro da Administração Territorial.
Além da ministra, Sola N'Quilin pediu também a demissão do diretor técnico do Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral (GTAPE).
Sola N'Quilin falava em conferência de imprensa, que decorreu numa unidade hoteleira de Bissau, dada pelo PRS, pelo Movimento para a Alternância Democrática (MADEM-G15), um grupo de 18 partidos, e pela UPG (União Patriótica Guineense) para denunciar alegadas irregularidades no recenseamento eleitoral.
"Pedimos ao Presidente da República para assumir a sua responsabilidade neste processo, porque ele é que nomeou o Governo. O Presidente da República disse que este Governo é que vai realizar eleições e responsabilizamo-lo para que sejam eleições livres. Tem de assumir as suas responsabilidades sob pena de vir a ter eleições com fraude", afirmou o dirigente do PRS.
O dirigente do PRS, partido que faz parte do Governo em funções na Guiné-Bissau, afirmou que se até terça-feira o Presidente da República e o primeiro-ministro "não tomarem medidas para acabar com isto" vão todos sentar-se na Presidência.
"Queremos que o Ministério Público acione os mecanismos para apanhar os infratores que querem trazer guerra e que os meta na prisão. Queremos chamar a atenção da CEDEAO (Comunidade Económica dos Países da África Ocidental) que este povo é soberano e não é possível manipularem eleições na Guiné-Bissau", afirmou Sola N'Quilin, recebendo os aplausos das dezenas de pessoas que assistiram à conferência de imprensa.
O dirigente do PRS afirmou que na Guiné-Bissau sempre foram feita eleições transparentes, justas e livres e avisou que não vão aceitar que sejam impostas eleições "através do recenseamento fraudulento".
As legislativas na Guiné-Bissau estavam marcadas para 18 de novembro, mas dificuldades técnicas e financeiras levaram a atrasos no início do recenseamento, que acabou por ter de ser prolongado para além da data prevista para a realização das eleições.
A forma como o recenseamento está a decorrer tem estado a ser contestado por vários partidos políticos e pela sociedade civil.
O Presidente guineense, José Mário Vaz, anunciou já que só marcará a nova data das legislativas após o recenseamento estar completo.
O Governo guineense tem apelado a todos os cidadãos eleitores para fazerem o seu recenseamento para participarem nas eleições.
DN.PT
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