Técnicos informáticos do Movimento para a Alternancia Democrítica – Grupo 15 (MADEM- G 15) e do Partido da Renovação Social (PRS) pediram esta quinta-feira, 29 de novembro 2018 a instalação de novo servidor para guardar os dados do recenseamento eleitoral no Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral (GTAPE) que segundo os mesmos, será gerido por um técnico nacional e não por uma empresa estrangeira, cujo nome não especificaram.
Os técnicos João Frederico de Barros e Djulde Camará falavam durante uma conferência de imprensa promovida pelo conjunto dos partidos políticos (PRS, MADEM-G 15, UPG e Grupo de 18 partidos) para denunciar aquilo que consideram de irregularidade na gestão do processo eleitoral, em particular do servidor do banco de dados que, de acordo com os mesmos, está a ser gerido por uma empresa privada nigeriana a partir daquele país anglófono da África Ocidental, que igualmente forneceu ao país os kits para o recenseamento eleitoral.
João Frederico de Barros, técnico informático do MADEM-G 15, explicou na sua comunicação que constataram ao longo deste tempo no GTAPE muitas irregularidades bem como a falta de transparência no concernente à informações sobre o tratamentos de dados.
“O servidor oferecido pelo governo timorense tem a capacidade de três Terabytes [3 072 Gigabytes, permite guardar milhões de dados no computador]. A primeira irregularidade registada foi que resolveu-se fazer funcionar o servidor sem o conhecimento de alguns técnicos do GTAPE, muito menos se dignaram comunicar aos técnicos observadores dos partidos políticos em gesto de transparência. O servidor está ligado à internet através do qual é controlado por uma empresa privada nigeriana que igualmente tem a password (palavra-chave) do equipamento”, contou.
Assegurou que não conhecem a pessoa que detém a tal empresa nigeriana, mas a empresa trabalha em colaboração com um técnico informático do GTAPE que é com quem se comunica diretamente. Frisou que a grande preocupação é que a empresa sozinha entre no servidor e faz todo o tipo de mudanças, sem ser observado por nenhum representante dos partidos políticos.
O técnico informático do PRS junto ao GTAPE, Djulde Camará, disse por sua vez que os partidos pediram a auditoria dos computadores, mas antes de avançarem para o trabalho de auditá-los, o técnico informático do GTAPE decidiu apagar todos os dados e ainda por cima formatou os computadores antes que os mesmos tivessem sido vistos pelos técnicos dos partidos políticos.
Camará questiona a razão que levou a empresa nigeriana a pedir às autoridades a aquisição de outro servidor com a capacidade de oito Terabytes, se o servidor oferecido pelo governo timorense tem a capacidade de arrecadar todos os dados do recenseamento eleitoral em curso, incluindo os dados do recenseamento das eleições de 2014. Advertiu que o processo está a ser gerido sem nenhuma transparência e que no seu entender é muito perigoso, pelo que apela à instalação de novo servidor que passará a arrecadar os dados sob a observação de técnicos representantes dos partidos políticos.
Por: Assana Sambú
Foto: Marcelo Na Ritche
OdemocrataGB
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