A Resolução do Comité Central não diz, mas devia dizer, que o Guião para as Conferências onde constam os sinais do regime que dizemos estar a combater na Guiné Bissau, não foi aprovado por unanimidade... eu votei vencido!
No Comité Central fiz rasgados elogios às partes positivas e severas críticas às partes negativas do Guião. Por exemplo, elogiei a redacção inteligente sobre o equilíbrio do género e critiquei o retrocesso democrático - proibição de listas para concorrer contra a lista da direcção e a eliminação do voto secreto.
A verdade que não se consegue desmentir. PELA PRIMEIRA VEZ foram proibidas listas alternativas. Ou seja, desta vez, SÓ A DIRECÇÂO PODE APRESENTAR LISTAS, ninguém pode apresentar listas para concorrer contra a lista da direcção! Como se não bastasse, a lista que a direccção apresentar tem que ser votada braço no ar (o voto livre e secreto foi proibido).
Na prática a “eleição democrática” das estruturas de base e dos delegados ao IX Congresso Ordinário vai ser assim: Quem está contra a lista apresentada pela direcção que levante a mão...
Algumas questões para reflexão conjunta:
1- Se não houve alteração dos Estatutos como e porquê que se havia de alterar a forma de eleição?
2- Se a actual direcção do PAIGC foi eleita com listas que concorreram contra a anterior direcção (com voto livre e secreto), porquê que hoje a direcção proíbe que sejam apresentadas listas para concorrer contra a sua lista e proíbe o voto secreto?
3- É legítimo à direcção PAIGC alterar as regras do jogo a dois meses do Congresso?
4- Os que manifestam estas preocupações democráticas são contra o Partido ou são contra prática anti-democráticas no Partido? É legítimo serem perseguidos e afastados?
5- Isso é democrático?
Para alguns é democrático para outros não é democrático. Como em democracia todas as opiniões são válidas e como somos todos democratas, vamos gritar bem alto, abaixo a ditadura!
# No bai... Militantes i ka lixo!
“ O. Lopes
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