Seis milhões de crianças continuam a morrer no mundo todos os anos de causas que são evitáveis, segundo dados da UNICEF a propósito do Dia Universal da Criança, que hoje se assinala.
Apesar dos progressos alcançados nas últimas décadas, a UNICEF recorda que as crianças dos agregados familiares mais pobres têm duas vezes mais probabilidade de morrer antes dos cinco anos do que as crianças dos meios mais ricos.
São quase 385 milhões as crianças a viver em situação de pobreza extrema e mais de 250 milhões de crianças em idade escolar não estão a frequentar a escola ou a aprender.
Há ainda perto de 50 milhões de menores que foram obrigados a abandonar as suas casas e estão atualmente desenraizadas.
"Os direitos das crianças encurraladas em zonas sob cerco - nomeadamente na Síria, no Iraque, no norte da Nigéria -- estão ainda mais ameaçados, pois as suas escolas, hospitais e casas têm sido alvo de ataques. A nível global, perto de 250 milhões de crianças vivem em países afetados por conflitos", refere a UNICEF num comunicado em que assinala o Dia Universal da Criança.
A diretora executiva da UNICEF Portugal sublinha que os conflitos, as crises e a pobreza extrema estão "a colocar a vida e o futuro de milhões de crianças em risco".
"É absolutamente necessário pôr fim a estas violações, investindo mais para chegarmos às crianças mais vulneráveis, ou pagaremos o preço de um crescimento mais lento, de maiores desigualdades e menor estabilidade", refere Madalena Marçal Grilo.
Em Portugal, a UNICEF reconhece os progressos alcançados desde a década de 1990, com especial destaque para a redução da mortalidade infantil.
Mas outros problemas agravaram-se ou persistem nos últimos anos, como a pobreza infantil, que afeta perto de um quatro das crianças em Portugal.
"São [problemas altamente preocupantes] e que exigem políticas e medidas concretas. A pobreza e as privações na infância, na esmagadora maioria dos casos, condicionam não apenas o presente das crianças mas também o seu futuro e o futuro da sociedade", refere a UNICEF Portugal.
POR LUSA
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