domingo, 22 de outubro de 2023

GUINÉ-BISSAU: Guineenses em Portugal criticam visita de Embaló e apoio português

© Lusa

POR LUSA   22/10/23 

Estudantes e trabalhadores guineenses redigiram um manifesto contra a visita do Presidente da Guiné-Bissau a Portugal, entre segunda e quarta-feira, acusando o chefe de Estado e o Governo portugueses de "higienizar" a imagem de Umaro Sissoco Embaló.

Numa missiva dirigida ao Presidente da República, ao presidente da Assembleia da República e ao primeiro-ministro portugueses, o movimento Firkidja di Púbis, que congrega ativistas, estudantes e trabalhadores guineenses em Portugal, manifesta a sua "profunda indignação perante o apoio que o Estado português tem prestado a Umaro Sissoco Embaló".

Os subscritores definem Sissoco como um "Presidente autoritário e líder de uma ditadura à procura de renascer, após o povo soberano da Guiné-Bissau ter decretado o início do seu fim com a fulminante derrota, nas últimas eleições legislativas, dos partidos políticos que o acompanham no seu projeto de eliminação das liberdades democráticas, uma conquista inalienável do povo guineense".

"Durante três anos e meio, o nosso povo foi obrigado a viver num ambiente de perseguições políticas, através de instrumentalização de instituições de justiça, fundamentais para qualquer Estado que se quer de direito e democrático", com "raptos e espancamentos de cidadãos que ousam contrariar as sistemáticas violações dos direitos e liberdades cívicos fundamentais, nomeadamente as liberdades de expressão, de imprensa, sindical, de manifestação e de reunião", escrevem.

Nesse período, prossegue o documento, registaram-se "assaltos à mão armada à sede de um partido político, a um órgão de comunicação social e a casas de comentadores políticos e dirigentes partidários que não se alinham com a ditadura de um Presidente que se tem apresentado publicamente como sendo único chefe na Guiné-Bissau".

E durante esse tempo de "cerceamento das liberdades" na Guiné-Bissau, "o Estado português, através do seu Presidente da República e do seu primeiro-ministro, participou ativamente na higienização do Presidente guineense autoritário, Umaro Sissoco Embaló, a quem tanto o Presidente da República [português], Marcelo Rebelo de Sousa, como o primeiro-ministro [português], António Costa, ajudaram a retratar-se perante o mundo com as suas deslocações a Bissau em 2021 e 2022, respetivamente".

Os subscritores do manifesto criticam o facto de Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa terem recebido Sissoco em Portugal, sem que o Supremo Tribunal de Justiça da Guiné-Bissau se pronunciasse legalmente sobre o desfecho da segunda volta das eleições presidenciais em 2020.

"Hoje, perante as tentativas denunciadas de Umaro Sissoco Embaló em forçar uma crise política que lhe dê possibilidades de dissolver a Assembleia Nacional Popular e, desta forma, destituir o Governo eleito pelo povo da Guiné-Bissau, após apenas dois meses em funções, o mesmo Presidente da República é recebido pelos titulares dos mais altos cargos do Estado português", prossegue a missiva.

Os autores afirmam que "os trabalhadores, estudantes e o povo guineense estão atentos e repudiam" a "cumplicidade" do Presidente da República e primeiro-ministro portugueses "com o líder de um projeto político absolutista e antidemocrático, na concretização da sua agenda populista, que intitula de ´diplomacia agressiva`, visando unicamente distrair os guineenses e os parceiros internacionais do nosso Estado dos seus intentos de inviabilização de um quadro governativo estável e democrático".

No passado dia 10 de outubro, o Presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, anunciou que vai realizar uma visita de Estado a Portugal, entre segunda e quarta-feira.



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Egito. "Difícil" que cimeira gere cessar-fogo durante "fase de vingança"

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POR LUSA   22/10/23 

 A 'Cimeira da Paz do Cairo', sábado na capital egípcia, "dificilmente" resultará num cessar-fogo entre Hamas e Israel, mas prosseguem intensas movimentações diplomáticas no Médio Oriente, segundo analistas ouvidos pela agência Lusa.

Nações Unidas, União Europeia, Reino Unido, Alemanha, Jordânia, Qatar, Rússia, China e Emirados Árabes Unidos, reuniram-se no sábado no Cairo para discutir a entrada de ajuda humanitária na faixa de Gaza, um possível cessar-fogo entre o Hamas e Israel e ainda o futuro da "solução de dois Estados". 

Mohanad Hage Ali, vice-director de pesquisas no Malcom H. Kerr Carnegie Middle East Center, um centro de pesquisas baseado em Beirute, não considera que um cessar-fogo possa acontecer "nos próximos tempos".

"O que está a acontecer agora é uma guerra que Israel lançou para destruir o Hamas. Portanto, mesmo que o Hamas decida atenuar a situação, os Israelitas vão continuar a tentar atingir os seus objetivos", diz à Lusa Hage Ali.

"Não acredito [num cessar-fogo], não nesta fase. Isto é uma fase de vingança", diz.

Poucos minutos após o início da reunião, a passagem de Rafah, entre o Egito e a Faixa de Gaza, foi aberta e os 20 camiões das Nações Unidas com ajuda humanitária começaram a entrar no território palestiniano para grande alívio dos palestinianos.

No entanto a expectativa que a reunião possa produzir avanços para um cessar-fogo é baixa, especialmente por causa da notável ausência da reunião de oficiais norte-americanos, os principais aliados de Israel.

Durante a cimeira no Cairo, o primeiro-ministro grego Kyriakos Mitsotaki disse que "a intervenção militar não pode substituir uma solução política viável", um apelo que foi repetido por outros líderes europeus como a primeira-ministra italiana e o Presidente de Chipre.

Entre os participantes da reunião de sábado, o presidente Egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, recebeu o ministro dos negócios estrangeiros da Turquia, Hakan Fidan. Tanto o Egipo como a Turquia apoiam a causa palestiniana e têm sido mediadores entre o Hamas e Israel por várias vezes ao longo dos anos.

Na Turquia, onde vivem vários membros do Hamas, as autoridades têm estado em negociações com o movimento islamita palestiniano para a libertação de reféns. Mohanad Hage Ali considera estas negociações um "primeiro passo", mas diz que o trabalho dos mediadores ainda é "muito difícil".

Também tem crescido a pressão sobre os países do Golfo, nomeadamente o Qatar, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos. Estes países estão estrategicamente posicionados: por um lado são históricos apoiantes da causa palestiniana, por outro são parceiros económicos dos Estados Unidos e, como os maiores produtores de petróleo do mundo, têm um poder de influência a nível global.

O Emir do Qatar, Sheikh Tamim bin Hamad al-Thani, foi um dos participantes da cimeira, para além do Presidente da Palestina, dos Emirados Árabes Unidos, o primeiro-ministro Iraquiano e ainda o Rei da Jordânia e o príncipe herdeiro do Kuwait.

O Qatar financia há vários anos o governo do Hamas e é onde vivem vários líderes do partido que controla Gaza. No entanto estes países árabes têm pouca influência sobre o Hamas e pouco poder de dissuasão neste conflito, defende Mohanad Hage Ali.

"O Hamas tem aliados mais pequenos, mais fracos, e podemos ver este balanço de poderes no número de mortes no terreno - que é muito maior em Gaza", diz à Lusa Hage Ali.

O analista diz que apesar do Qatar financiar o Hamas e de alojar parte da sua liderança, este apoio é "calibrado com os Estados Unidos e Israel" - dado que Doha tem relações fortes com Washington: as forças norte-americanas têm neste país a maior base militar na região.

Contudo, os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita encontram-se numa situação diferente. Os Emirados Árabes Unidos, com o Bahrain e Marrocos, têm até desde 2020 um acordo económico com Israel, os chamados "acordos de Abraão", que foram mediados pelos Estados Unidos. Era sabido que a Arábia Saudita também se preparava para se juntar aos acordos, apesar de alguma resistência das populações muçulmanas da região, que veem esta normalização de relações com Israel como uma traição ao povo palestiniano. No entanto, a 20 de setembro deste ano o príncipe herdeiro Saudita reconheceu que um acordo estava "todos os dias mais perto".

Após o ataque do Hamas a 07 de outubro, tanto os Emirados como os sauditas mostraram o seu apoio aos palestinianos e apesar de não haver uma declaração formal, os acordos económicos com Israel consideram-se "congelados".

No entanto, os dois países - sobretudo a Arábia Saudita - continuam numa posição estrategicamente mais próxima de Israel e podem ter alguma influência no futuro do conflito, defende Kristian Coates Ulrichsen, investigador para o Médio Oriente no Baker Institute, um centro de pesquisas norte-americano.

"Por detrás do apoio público à Palestina, há provas que os Sauditas estão a tentar liderar esforços diplomáticos para prevenir que a guerra entre Israel e o Hamas degenere num confronto mais largo que possa sugar o Líbano, Irão e outros", diz Ulrichsen.

O especialista em países do Golfo diz que a Arábia Saudita pode ter uma "maior vantagem" no plano geopolítico porque "Israel e os Estados Unidos não vão querer que o conflito atual descarrile completamente" o processo de negociações de acordos económicos com Riade.

"Portanto pausar o processo faz sentido estrategicamente para a Arábia Saudita, por causa da demonstração de raiva no mundo islâmico sobre o que está a acontecer em Gaza - e dá à liderança saudita uma oportunidade para controlar a próxima fase daquilo que permanece um acontecimento extremamente delicado", diz o analista.

Apesar da Arábia Saudita não ter marcado presença na cimeira de sábado, o seu papel nos esforços diplomáticos tem sido ativo: o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman falou ao telefone com o Presidente iraniano Ebrahim Raisi - a primeira ligação entre os dois países desde que as relações entre Teerão e Riade foram restabelecidas em março após vários anos.

Poucos dias depois bin Salman também recebeu o secretário de Estado norte-americano Antony Blinken.

Desde o início do conflito, o Irão anunciou o seu apoio incondicional ao Hamas, grupo que financia com milhões de euros anualmente. Teerão tem ainda atiçado o grupo xiita libanês Hezbollah contra Israel, através do lançamento de dezenas de mísseis que já provocaram mortes entre os israelitas e lançaram ondas de preocupação pelo mundo inteiro de que o Líbano possa ser sugado para o conflito.

Rapidamente, os Estados Unidos cancelaram um acordo prévio com o Irão, que visava o descongelar e dar acesso a quase 6 mil milhões de euros de fundos iranianos "presos" num banco do Qatar, como parte de um acordo para a troca de prisioneiros norte-americanos.

Esta semana, o embaixador iraniano no Líbano disse que a "entrada de outros nesta guerra" e a "abertura de uma nova frente" depende das ações de Israel, nomeadamente de uma operação terrestre israelita dentro da faixa de Gaza.

Teerão ameaça atacar não só do Líbano, de onde têm chovido mísseis há vários dias, mas também da Síria, de onde já foram lançados 'rockets' para dentro de Israel, e ainda do Iraque, onde bases norte-americanas foram atacadas por 'drones', e também do Iémen, de onde foram lançados 'drones' em direção a Israel na sexta-feira.

"Eles podem lançar uns foguetes aqui e ali, mas isto são atores muito pequenos", diz à Lusa Mohanad Hage Ali. "Não são de todo o tipo de atores que vão fazer a diferença".

"No terreno, estamos a falar de Israel que tem tecnologia de ponta e uma força maciça e um grande número de aliados, contra um grupo muito fraco a viver nas áreas mais empobrecidas do mundo e sem aliados", diz o analista.

A 07 de outubro, membros do Hamas mataram mais de 1.400 israelitas. Em retaliação, as forças israelitas lançaram uma ofensiva aérea contra a Faixa de Gaza e mataram 4,385 palestinianos na Faixa de Gaza, segundo números do Hamas.

Os ataques israelitas a civis e organizações humanitárias e o bloqueio da Faixa de Gaza geraram críticas da comunidade internacional.  

Os protestos pro-palestinianos em todo o mundo, e especificamente as críticas ao ataque a um hospital em Gaza, de que Israel e Hamas se acusam mutuamente, criaram alguma pressão nas forças israelitas.

"Mas o ataque do Hamas aos civis Israelitas basicamente levou a Europa e os Estados Unidos a mostrar a sua aceitação de um alto número de mortes de civis no lado palestiniano. Portanto, não há uma pressão real contra Israel de momento", diz o analista Mohanad Hage Ali.

"Eu suponho que quanto mais mortes de palestinianos, mais pressão, mais protestos que poderão levar a alguma mudança, mas não vejo isso a acontecer nos próximos tempos", diz.



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Ministro da Educação defende criação de um nível do ensino mais competitivo para igualar com os países sub-região.

 
Radio TV Bantaba

Lancamento de livro de DSP _ CUMUS em Farim

 Radio Voz Do Povo 

Ataques israelitas desativam os dois principais aeroportos sírios

© AFP via Getty Images

 POR LUSA   22/10/23 

Os ataques israelitas aos dois principais aeroportos da Síria, em Damasco e Alepo, causaram um morto e levaram à desativação das infraestruturas aeroportuárias, informou a imprensa estatal, que cita uma fonte militar.

"Por volta das 05h25 (03h25 hora de Lisboa), o inimigo israelita efetuou um ataque aéreo contra os aeroportos internacionais de Damasco e Alepo, causando a morte de um funcionário do aeroporto de Damasco e ferindo outro", disse a fonte militar, citada pela agência oficial síria Sana.

"Os danos materiais causados nas pistas dos aeroportos colocaram-nos fora de serviço", disse a mesma fonte.

O grupo islamita do Hamas lançou a 7 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns.

Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

O terminal de Rafah, no sul de Gaza e a única passagem para o Egito, vai permitir que a ajuda humanitária chegue ao território palestiniano.

O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.



Leia Também: O exército israelita afirmou hoje que matou "terroristas" que se abrigavam numa passagem subterrânea da mesquita de Al-Ansar, em Jenin, na Cisjordânia ocupada.

"Hezbollah está a agredir e a arrastar Líbano para a guerra", diz Israel

© Getty Images

POR LUSA    22/10/23 

O exército israelita acusou hoje o Hezbollah de procurar uma escalada militar na zona fronteiriça, correndo o risco de arrastar o Líbano para uma guerra, após novas trocas de tiros entre Israel e o grupo xiita.

"O Hezbollah está a agredir e a arrastar o Líbano para uma guerra da qual não ganhará nada, mas na qual se arrisca a perder muito", advertiu o porta-voz do exército israelita, Jonathan Cornicus, na rede social X (antigo Twitter).

Na sexta-feira, o Hezbollah afirmara que Israel vai pagar um preço alto sempre que iniciar uma ofensiva terrestre na Faixa de Gaza e avançou que já tem militares na fronteira, disse o vice-líder, Naim Kassem.

"Estamos a tentar enfraquecer o inimigo israelita e fazê-los saber que estamos prontos", acrescentou.

Já autoridades do Hamas disseram que se Israel iniciar uma ofensiva terrestre em Gaza, o Hezbollah se juntará aos combates.

Há preocupações de que o Hezbollah, apoiado pelo Irão, que possui um arsenal de armas composto por dezenas de milhares de foguetes e mísseis, bem como diferentes tipos de drones, possa tentar abrir uma nova frente na guerra Israel-Hamas com um ataque em grande escala no norte de Israel.

O grupo islamita do Hamas lançou em 07 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns.

Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

O terminal de Rafah, no sul de Gaza e a única passagem para o Egito, vai permitir que a ajuda humanitária chegue ao território palestiniano.

O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.



Leia Também: Hezbollah diz ter militares na fronteira e que Israel "pagará preço alto"


sábado, 21 de outubro de 2023

PR Umaro Sissoco Embalo acompanhado com PM Geraldo Martins visitam a escola de instrução millitar_CUMÉRE


 Radio Voz Do Povo 

MINISTÉRIO PÚBLICO COLOCA NA PRISÃO DOIS POLÍCIAS ENVOLVIDOS NA TORTURA DE UM CIDADÂO QUE FALECEU NO HOSPITAL

O Ministério Público ordenou a prisão de dois agentes da polícia da Sétima Esquadra de Bissau, que alegadamente espancaram um cidadão guineense de 19 anos, que acabou por falecer no hospital.

Conforme uma nota desta instituição judicial a que Notabanca teve acesso, o ato consubstancia-se nos “crimes dos atos contra a liberdade humana e de homicídio preterintencional, respetivamente, artigos 103º, nº 1, a) e 116, todos do Código Penal guineense.”

Em consequência, o Ministério Público anuncia que abriu o competente processo-crime contra os referidos agentes supostamente envolvidos no ato para possível responsabilidade criminal dos mesmos.

Os dois agentes policiais, um era chefe de operação e o outro auxiliar da referida esquadra da policial cita no Bairro de Plack -2, na capital guineense.

Confira o comunicado:👇

Notabanca; 21.10.2023    

JURISTAS CONSIDERAM ILEGAL A SUSPENSÃO DO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Por: Notabanca; 21.10.2023

Na Guiné-Bissau, numa decisão insólita, o Conselho Superior da Magistratura Judicial (CSMJ) suspendeu o presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), José Pedro Sambú, por alegada obstrução à justiça no Tribunal Regional de Bissau.

Entretanto, juristas dizem que a decisão do CSMJ, que Sambú preside, está ferida de legalidade.

Cestifanio Domingos Sanca considera que a deliberação do CSMJ não tem base legal.

"Até porque o Conselho Superior da Magistratura Judicial fala-se do quorum de deliberação. Tem que ter, no mínimo, oito elementos do Conselho da Magistratura Judicial. Ora, não me parece que houve quorum. Se não houver quorum, toda a deliberação do Conselho Superior da Magistratura [Judicial] é inexistente", sustenta aquele jurista.

Sanca argumenta ainda que devia ser o presidente do STJ e, por inerência de funções presidente do CSMJ José Pedro Sambu, a convocar o órgão de deliberação.

O que não foi o caso, segundo ele.

"Neste caso, pelo que eu sei, o presidente do Supremo Tribunal de Justiça está no país. E, se ele está no país, não estando sob impedimento, o vice-presidente do Supremo Tribunal de Justiça não pode e nem tem poderes para convocar o Conselho Superior da Magistratura Judicial", concluiu.

O também jurista e analista político Luís Peti também sustenta a tese de que Sambu não está impedido para que o vice-presidente convoque a reunião do CSMJ.

"A segunda questão tem a ver com o quorum nesta reunião ao ponto de tomar estas decisões. Portanto, estas duas questões levam-nos a concluir que não há nenhuma reunião saída da reunião do Conselho Superior da Magistratura Judicial, ou melhor, é nula e inexistente", diz Peti.

O presidente do STJ é acusado pelo CSMJ de obstrução à justiça no Tribunal Regional de Bissau.

Antigo presidente da Comissão Nacional de Eleições, José Pedro Sambú chegou ao STJ, a 10 de dezembro de 2021, através de uma controversa eleição, que foi boicotada por alguns juízes conselheiros.

A Voz da América tentou, mas não conseguiu ainda qualquer reação do presidente do STJ.


Leia Também: PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIÇA SUSPENSO DE FUNÇÕES

Israel avisa que não permitirá que ajuda chegue ao norte de Gaza

© Mostafa Alkharouf/Anadolu via Getty Images

POR LUSA    21/10/23 

O exército israelita advertiu hoje que impedirá que a ajuda humanitária que chega a Gaza vá para o norte do território, onde foi dada ordem de saída aos residentes devido aos bombardeamentos, informou o diário Yedioth Aharonoth.

Citado pela agência Europa Press, o jornal israelita refere que o porta-voz do exército, Daniel Hagari, disse hoje em conferência de imprensa que toda a ajuda humanitária ficará no sul de Gaza e que não será permitida a entrega de combustível que possa ser utilizado pelo grupo islamita Hamas para disparar foguetes contra território israelita.

O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) confirmou hoje que 20 camiões com comida, água e medicamentos entraram na Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, através da passagem de Rafah.

Segundo o OCHA, cerca de 1,4 milhões de pessoas estão deslocadas internamente devido aos bombardeamentos israelitas na parte norte do território.

A partir do lado egípcio de Rafah, voluntários disseram à agência EFE que não entraram ambulâncias nem camiões com combustível.

A passagem de Rafah, na fronteira com o Egito, é a única saída para o exterior da Faixa de Gaza, já que as restantes passagens fronteiriças são com Israel.

Esta fronteira estava encerrada desde o início dos bombardeamentos israelitas ao território, como represália pelo ataque do Hamas a Israel no passado dia 07 de outubro.

O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.


Leia Também:  O presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, garantiu hoje que os palestinianos nunca abandonarão o seu território e resistirão "até ao fim" aos ataques de Israel.


Leia Também: Guterres pede cessar-fogo e apela a "entrega contínua de ajuda" a Gaza

Francisco Pereira Coutinho: "O Hamas é uma organização terrorista que tem de ser eliminada"

 Francisco Pereira Coutinho, especialista em Direito Internacional, defende que o Hamas deve ser "eliminado", assinalando que esta é a quinta guerra que Israel trava com o Hamas, sendo que as anteriores acabaram com um cessar-fogo.

O Hamas é uma organização terrorista que tem de ser eliminada

ONU confirma que 20 camiões com ajuda humanitária entraram em Gaza

© Getty Images

POR LUSA    21/10/23 

O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) confirmou hoje que 20 camiões com comida, água e medicamentos entraram na Faixa de Gaza, controlada pelo grupo islamita Hamas, através da passagem de Rafah.

O vice-diretor do gabinete do OCHA nos territórios palestiniano, Andrea De Domenico, indicou à agência EFE que a Cruz Vermelha egípcia lidera a operação de entrada da assistência no enclave palestiniano.

O responsável admitiu que esta ajuda não vai ser suficiente para os palestinianos que se encontram em Gaza, onde vivem 2,3 milhões de pessoas, das quais 1,4 milhões, segundo a agência da ONU, estão deslocados internamente devido aos bombardeamentos israelitas na parte norte do território.

De Domenico indicou que há negociações entre as partes envolvidas para que a entrega de ajuda seja "sustentável" ao longo do tempo.

Da parte egípcia de Rafah, voluntários disseram à EFE que não entraram ambulâncias nem camiões com combustível.

A passagem de Rafah, na fronteira com o Egito, é a única saída para o exterior da Faixa de Gaza, já as restantes passagens fronteiriças são com Israel.

Esta fronteira estava encerrada desde o início dos bombardeamentos israelitas ao território, como represália pelo ataque do Hamas a Israel no passado dia 07 de outubro, que fez 1.400 mortos e mais de 200 reféns, que foram levados para Gaza.



Leia Também: "Início de um esforço". ONU saúda abertura de passagem de Rafah

CHINA: Cerveja Tsingtao investiga vídeo de funcionário a urinar nas matérias-primas

Tsingtao (Associated Press)

Agência Lusa,  21/10/23 

Vídeo do momento circulou nas redes sociais chinesas, registando dezenas de milhões de visualizações na popular plataforma Weibo

A fábrica de cerveja chinesa Tsingtao anunciou que abriu uma investigação depois de um vídeo que mostra um trabalhador da fábrica a urinar nas matérias-primas se ter tornado viral esta semana.

As imagens, publicadas 'online' na quinta-feira, mostram alegadamente um trabalhador do armazém da Tsingtao Brewery Co, um dos maiores fabricantes de cerveja da China, a subir para um grande contentor e a aliviar-se no seu conteúdo.

O vídeo circulou nas redes sociais chinesas, registando dezenas de milhões de visualizações na popular plataforma Weibo.

A Tsingtao disse na sexta-feira que contactou a polícia sobre o incidente e que estava a decorrer uma investigação.

"A nossa empresa atribui grande importância ao vídeo", afirmou o fabricante de cerveja num comunicado.

"Comunicámos o incidente à polícia o mais rapidamente possível e os órgãos de segurança pública estão envolvidos na investigação", acrescentou. "Atualmente, o lote de malte em questão foi totalmente selado. A empresa continua a reforçar os seus procedimentos de gestão e a garantir a qualidade dos seus produtos, acrescentou".

A Tsingtao, o segundo maior fabricante de cerveja da China, é uma das marcas de bebidas mais conhecidas do país e pode ser encontrada na maioria dos bares e restaurantes da Ásia.

Nos últimos anos, a empresa cotada em Hong Kong procurou capitalizar a mudança de gostos dos jovens bebedores chineses, diversificando para cervejas artesanais e outros produtos.

A Guiné-Bissau assume presidência rotativa da Câmara Consular Regional da União Monetária Oeste Africana (UEMOA) em 2024.

Por: Rádio Capital Fm  20.10.2023

sexta-feira, 20 de outubro de 2023

Exército de Israel reivindica morte de responsável operacional do Hamas

© Lusa

POR LUSA   20/10/23 

O Exército israelita anunciou hoje que matou um alto responsável operacional do movimento islamita palestiniano Hamas, especializado no desenvolvimento de armamento de alta tecnologia.

Em comunicado, o Exército identificou o membro do Hamas como Mahmud Sabih, um engenheiro que liderava o departamento de desenvolvimento de projetos do movimento islamita que controla a Faixa de Gaza, responsável pelos ataques contra o sul de Israel em 07 de outubro.

Este departamento destina-se a aumentar as capacidades armamentistas do Hamas, e segundo o Exército israelita "trocava conhecimentos com organizações terroristas em todo o Médio Oriente".

O comunicado também assinala que Mahmud Sabih atuava para facilitar a transferência de informação ao Hamas na produção de armas e veículos aéreos não tripulados.

O Hamas desencadeou no passado dia 07 de outubro um ataque surpresa em larga escala no sul de Israel, que provocou 1.400 mortos, sobretudo civis, segundo os dados das autoridades israelitas.

Israel reagiu ao ataque de declarando guerra ao Hamas, impondo um bloqueio total à entrada de ajuda humanitária e iniciando intensos bombardeamentos na Faixa de Gaza que segundo as autoridades palestinianas já provocaram mais de 4.000 mortos, na maioria civis.



Leia Também: Governo de Israel assume que não quer controlo de longo prazo em Gaza

Governo de Israel assume que não quer controlo de longo prazo em Gaza

© Lusa

POR LUSA   20/10/23 

Israel assumiu hoje que não quer assumir o controlo de longo prazo da Faixa de Gaza, após a aguardada ofensiva terrestre para erradicar os militantes do Hamas que governam o território.

Num discurso perante o Parlamento sobre a estratégia a longo prazo de Israel para Gaza, o ministro da Defesa, Yoav Gallant, apresentou um plano em três fases que parece sugerir que não pretende reocupar o território que deixou em 2005.

O ministro começou por dizer que os ataques aéreos e as manobras israelitas -- numa suposta referência a um ataque terrestre -- teriam como objetivo erradicar o Hamas, acrescentando que numa fase posterior acontecerá uma luta de menor intensidade para derrotar os focos de resistência restantes.

Finalmente, numa terceira fase, um novo "regime de segurança" será criado em Gaza juntamente com "a remoção da responsabilidade de Israel" sobre o território, disse Gallant.

O ministro da Defesa não esclareceu quem Israel espera que governe a Faixa de Gaza se o Hamas for derrubado.

Israel ocupou Gaza de 1967 a 2005, quando destruiu colonatos e retirou soldados.

Dois anos depois, o Hamas assumiu o controlo e, ainda hoje, alguns israelitas culpam a retirada de Gaza pela violência esporádica que persiste na zona desde essa altura.

O ataque do Hamas a 07 de outubro contra Israel fez mais de 1.400 mortos, na maioria civis, e a retaliação israelita fez cerca de 4.000 mortos em Gaza, também sobretudo civis, de acordo com o mais recente balanço das autoridades locais.

No 14.º dia de guerra entre Israel e o Hamas, que prossegue apesar de uma intensa atividade diplomática, o Exército israelita continuou hoje a bombardear a Faixa de Gaza.

Segundo o Exército israelita, cerca de 1.500 combatentes do Hamas foram mortos na contraofensiva que permitiu a Israel recuperar o controlo das zonas atacadas a 07 de outubro pelo movimento islamita.

O número de reféns do Hamas mantidos em cativeiro em Gaza foi na quinta-feira revisto em alta, para 203 pessoas, e o Exército israelita indicou hoje que "a maioria está viva".


Sua Experiência Presidente da República recebe os emigrantes guineense retornados da Líbia.



 Presidência da República da Guiné-Bissau 

GOVERNO PROMETE ENCONTRAR ALTERNATIVA PARA SITUAÇÃO ELÉCTRICA ATÉ AO INÍCIO DO PRÓXIMO ANO

Por: Braima Sigá  radiosolmansi.net

O Chefe do Executivo, Geraldo Martins anunciou, hoje, que o governo está a trabalhar afincadamente para encontrar até ao final do ano, alternativas para a situação da energia eléctrica na capital Bissau.

Segundo o Chefe do Governo, Gerando Martins falava aos jornalistas após a entrega da Proposta do Governo e do Orçamento-Geral do Estado de 2023, o qual considera como única forma de não depender apenas da energia fornecida pela empresa turca,” Karpower”.

“Todos nós agora passamos a ter consciência que dependemos de uma única empresa para termos a luz em Bissau e portanto no dia em que esta empresa decidir por alguma razão deixar de fornecer a eletricidade vamos ficar sem luz, mas o mais importante é que estamos a trabalhar afincadamente para podermos ter as alternativas e eu posso aqui dizer que provavelmente até ao final do ano ou início do próximo ano vamos ter a alternativa para não ficarmos completamente dependente desta situação”, reconhece.

O chefe do governo afirma que “a alternativa não vai depender da energia fornecida no âmbito do projecto OMVG, mas também da central elétrica de Bôr que está a ser construída e, o governo vai evidenciar o esforço no sentido da sua aceleração”.

Entre terça e quarta-feira desta semana, a capital Bissau foi confrontada com um “apagão” da energia elétrica fornecida pela empresa turca, a partir de um barco flutuante que se encontra ao largo do Rio Geba, em Bissau.

Em causa, segundo o governo está o pagamento de 10 milhões de dólares como parte de uma dívida contraída pelo governo cessante com esta empresa turca.

Ontem, e à margem da plenária do Conselho de Ministros, o titular da pasta da Energia e Indústria, Issufo Baldé, deixou claro que a situação está apenas temporariamente resolvida, porque o contrato é muito difícil de cumprir.

O atual contrato prevê, da parte do governo, o pagamento de três milhões de dólares mensalmente à empresa fornecedora da energia para a capital Bissau e os seus subúrbios.


Emigração Ilegal - Grupo de 15 jovens guineenses regressam hoje ao país

Bissau, 20 out 23 (ANG) - Um grupo de 15 jovens guineenses, que se encontrava no Niger, regressou esta sexta-feira ao país, e foram recebidos  no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira pela Secretária de Estado das Comunidades, Mária Luísa Embaló.

Em declarações  à imprensa, após ter recebido o grupo,  a Secretária de Estado das Comunidades qualificou de  tristes as circunstâncias da  morte de um dos elementos do grupo, por alegada falta de assistência médica.

Maria Embaló avançou  que antes de serem reintegrados no seio familiar vão ser submetidos a um conjunto de exames médicos para se saber dos seus estados clínicos.

Segundo a Secretária de Estado das Comunidades, os 15 puderam regressar ao país graças aos mecanismos acionados pelo o Executivo, após ouvir o grito de socorro e o desejo  do grupo de regressar à casa.

“A emigração irregular é muito complicada, por isso encorajo-vos a procurarem  emprego no país ou  elaborarem  projetos e submetê-los ao governo ou aos parceiros de desenvolvimento para obter financiamento”, disse  a Secretaria de Estado das Comunidades.

Quanto aos dois jovens que ficaram no Niger, a Secretaria de Estado disse que o Governo vai trabalhar  para que possam  regressar  ao país caso desejassem, e garante que o Executivo fará  as mesmas diligências para que os mais de 100 guineenses que se encontram na Líbia pudessem igualmente voltar ao país. Um grupo de mais de 30 regressaram recentemente da Líbia.

Em nome do grupo dos que vieram do Níger, Abdu Queita,   disse que alguns foram apanhados  na Argélia e outros  na Tunísia antes de serem agrupados na zona fronteiriça dos dois países numa prisão durante  dois meses e vinte quatro dias.

A partir daí, segundo Queita , tiveram um longo percurso até chegar a Niamey, capital do Niger, passando por dificuldades de vária ordem e momentos assustadores.

“Só quando chegamos a Niamey é que conseguimos  entrar em contacto com o Embaixador  da Guiné-Bissau no Níger para nos ajudar a regressar ao país. Passamos por muitas dificuldades... desde insuficiência da comida à  más condições dos locais onde dormíamos”, disse.

Abdu Queita agradece à todos os que intervieram para que possam regressar ao país, particularmente ao Governo,  embaixador no Níger e aos órgãos  de comunicação social, pela divulgação das suas mensagens.

Instado a confirmar  se sofreram alguma tortura ao longo do percurso ou nas prisões, Abdu Queita disse que não, mas diz que alguns perderam seus  documentos, tais como passaporte e Bilhete de identidade.

Abdu Queita aconselha à todos os jovens guineenses para não aceitarem  optar-se pela emigração ilegal, por ser muito difícil e perigosa .

“Tem riscos de perda de vida e de detenção pelas autoridades estrangeiras de países de trânsito”, disse Queita. 

ANG/ LPG//SG

Diretora da escola Happy Times Sarl fala a imprensa tudo sobre o bloqueio da sua escola.

 Radio Voz Do Povo 

PR Umaro Sissoco Embalo reza com Imames Centrais da Capital_Bissau no Palácio da República.

 Radio Voz Do Povo 

A Rússia pediu hoje aos seus cidadãos que evitem viagens para Israel, para os territórios palestinianos e para os países vizinhos Líbano e Jordânia, indicando que a situação na região do Médio Oriente está "agravar-se".

© iStock

POR LUSA    20/10/23 

 Moscovo desaconselha viagens para o Médio Oriente

A Rússia pediu hoje aos seus cidadãos que evitem viagens para Israel, para os territórios palestinianos e para os países vizinhos Líbano e Jordânia, indicando que a situação na região do Médio Oriente está "agravar-se".

"Neste contexto, recomendamos vivamente aos cidadãos da Federação Russa que se abstenham de viajar na região, em particular em Israel, Líbano, Jordânia e nos territórios palestinianos", declarou o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo em comunicado.

A mesma nota informativa acrescenta que o ministério está a trabalhar "em estreita colaboração com as autoridades egípcias e israelitas" para que os russos presentes na Faixa de Gaza possam sair do território.

Existe ainda uma importante comunidade russa em Israel e, segundo o ministério, mais de 6.000 pessoas partiram de Telavive para a Rússia desde 09 de outubro.

O embaixador da Rússia em Israel, Anatoli Viktorov, indicou hoje ao jornal Izvestia que Moscovo está em contacto com representantes do grupo islamita palestiniano Hamas para "fazer sair os reféns do local onde se encontram".

De acordo com o último balanço fornecido na quinta-feira por Moscovo, 19 cidadãos russos foram mortos em Israel desde a ofensiva do movimento islamita palestiniano Hamas do passado dia 07 de outubro. Outros sete cidadãos russos estão dados como desaparecidos. Dois russos permanecem reféns na Faixa de Gaza.

O Presidente russo, Vladimir Putin, tem manifestado nos últimos dias preocupação face à possibilidade do conflito entre Israel e o Hamas degenerar numa "guerra regional", considerando que a crise resulta do "falhanço" da política dos Estados Unidos no Médio Oriente.



Leia Também: EUA pedem aos seus cidadãos para abandonarem o Líbano "logo que possível"

RÚSSIA: Kremlin considera inaceitável que Biden compare Putin ao Hamas

© Gavriil Grigorov / Getty Images

POR LUSA    20/10/23 

O Kremlin repudiou hoje a forma como o Presidente norte-americano, Joe Biden, comparou o líder russo, Vladimir Putin, ao grupo islâmico Hamas, considerando-a inaceitável.

Na quinta-feira, Biden avisou que se o grupo islamita Hamas e Putin não pagarem pela dor que causaram em Israel e na Ucrânia, haverá mais "caos" e mais "morte" no mundo.

Para o líder norte-americano, "o Hamas e Putin representam ameaças diferentes, mas partilham algo em comum: ambos querem aniquilar completamente as democracias vizinhas".

Biden afirmou que o sentido da existência do Hamas - considerado um grupo terrorista pelos Estados Unidos, mas não pela Rússia - é aniquilar Israel, enquanto Putin nega à Ucrânia o direito de existir como um Estado independente.

"Não consideramos este tom aceitável em relação à Federação Russa e ao seu Presidente", disse o porta-voz presidencial russo, Dmitri Peskov, para quem a retórica de Biden não é própria de um político responsável.

Relativamente às declarações de Washington sobre a necessidade de conter a Rússia, o porta-voz do Kremlin garantiu que essas tentativas foram e serão infrutíferas.

Dmitri Peskov também negou que a Rússia esteja a perseguir deliberadamente cidadãos dos EUA, na sequência da detenção de uma jornalista russo-americana da Radio Free Europa/Radio Liberty (RFE/RL).

"Na Rússia não há nenhuma campanha que persiga os cidadãos americanos", garantiu Peskov, embora tenha reconhecido que "há cidadãos norte-americanos que violam as leis e contra os quais são tomadas medidas legais".

A jornalista russo-americana Alsu Kurmasheva foi detida na quarta-feira em Kazan, capital da república russa do Tartaristão, por não se registar como "agente estrangeiro", segundo a RFE/RL, meio de comunicação para o qual trabalha.

O crime de que é acusada a jornalista, membro da Redação do serviço Tatar-Bashkir desta estação com sede em Praga, é punível na Rússia com uma pena até cinco anos de prisão.

A detenção de Kurmasheva não é a primeira este ano na Rússia de jornalistas com cidadania norte-americana.

Em 30 de março, o Serviço Federal de Segurança da Rússia anunciou a prisão do repórter do Wall Street Journal, Evan Gershkovich, sob a acusação de espionagem.


Primeiro Ministro entrega proposta de programa e de orçamento geral do Estado a ANP


© Radio TV Bantaba

Como funciona o "Iron Dome", o principal sistema de defesa de Israel?

Israel conta com a "Escudo de Ferro" para proteger os seus cidadãos dos foguetes apontados ao seu território.

Este "escudo" é um dos mais importantes armamentos israelitas, para abater os foguetes do adversário.

© VOA Português 

Farmacêuticas lançam parceria multimilionária para combater cancro

© REUTERS/Kim Kyung-Hoon

POR LUSA    20/10/23 

A gigante farmacêutica norte-americana Merck e a japonesa Daiichi Sankyo anunciaram hoje uma parceria multimilionária para o desenvolvimento e comercialização fora do Japão de três tratamentos experimentais contra o cancro.

A parceria diz respeito a três tratamentos desenvolvidos pela Daiichi Sankyo denominados conjugados anticorpos-fármaco (ADC, na sigla em inglês), terapias direcionadas para atingir as células cancerígenas com maior precisão, reduzindo assim os efeitos secundários.

Inicialmente, a Merck deverá pagar quatro mil milhões de dólares (3,8 mil milhões de euros) à Daiichi Sankyo e poderá depois fazer pagamentos adicionais com base no cumprimento de metas de vendas futuras, num montante total que poderá atingir os 22 mil milhões de dólares (20,8 mil milhões de euros), de acordo com um comunicado de imprensa conjunto.

"Uma colaboração com a Merck" permitirá disponibilizar estes tratamentos "a mais pacientes e da forma mais rápida possível", declarou o diretor-geral da Daiichi Sankyo, Sunao Manabe, citado no comunicado de imprensa.

"O trabalho pioneiro dos cientistas da Daiichi Sankyo destacou o potencial considerável dos ADCs para fornecer novas opções significativas a pacientes com cancro. Esperamos expandir esta colaboração para fornecer a próxima geração de medicamentos anticancerígenos de precisão", disse o líder da Merck, Robert Davis, também citado no comunicado.

O valor das ações da Daiichi Sankyo subiu quase 18% na Bolsa de Valores de Tóquio após o anúncio e registou um aumento de 12,9% por volta do meio-dia (05:00 em Lisboa).

O grupo japonês já tinha lançado uma parceria com a britânica AstraZeneca para o desenvolvimento do biomedicamento Enhertu, contra o cancro da mama, bem como para desenvolver outro tratamento para o cancro da mama e do pulmão.


Exército ucraniano afirma ter matado 1.380 soldados russos em 24 horas

© Reuters

POR LUSA   20/10/23 

As Forças Armadas ucranianas disseram hoje ter matado 1.380 soldados russos em combates nas últimas 24 horas e que mais de 292 mil militares russos morreram desde o início da invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022.

O Estado-Maior do Exército ucraniano adiantou, numa publicação na rede social Facebook, que desde o início do conflito foram destruídos 5.047 tanques de guerra, 7.012 sistemas de artilharia, 548 sistemas de defesa aérea, 320 aeronaves, 324 helicópteros, 5.326 'drones', 1.535 mísseis de cruzeiro, 20 barcos e um submarino, bem como 9.370 veículos e tanques de combustível.

"Os dados estão a ser atualizados. Estamos a acertar o ocupante. Vamos vencer juntos. A nossa força está na verdade", declarou o Estado-Maior do Exército ucraniano, juntamente com os dados sobre as baixas russas, muito acima dos reconhecidos até ao momento pelas autoridades russas.


ISRAEL: "Hamas planeou isto durante anos. Planearam isto em conjunto com o Irão"

© Lusa

POR LUSA   20/10/23 

O presidente do Congresso Judaico Europeu (CJE) acusou hoje o Irão de planear com o Hamas o ataque de 07 de outubro contra Israel, aproveitando as vulnerabilidades de um Governo a braços com crises internas.

Numa entrevista à agência Lusa em Lisboa, onde presidiu a uma reunião do Comité Executivo do CJE, que termina hoje, Ariel Muzicant responsabilizou o Irão pelo conflito, uma vez que está por detrás dos diferentes movimentos e organizações que considerou serem "terroristas" e "todos iguais", como o grupo Estado Islâmico (EI), Irmandade Muçulmana, Hezbollah, Jihad Islâmica e Hamas.

"Não há dúvida de que a crise em Israel foi a base para este acontecimento. As perturbações internas, os combates, as manifestações, o facto de existirem tantos problemas na Cisjordânia foram das principais razões que levaram o Hamas a fazer o que fez. Por outro lado, atribuir a culpa apenas a esse facto seria completamente errado. O Hamas planeou isto durante anos, não é algo que tenham feito na semana passada. Planearam isto em conjunto com o Irão desde 2021", afirmou.

Garantindo que o exército israelita tem capacidade para "erradicar" o Hamas, e, se tal for necessário, também o Hezbollah, Jihad Islâmica e Estado Islâmico, Muzicant admitiu, contudo, não ter uma explicação para o falhanço dos serviços secretos israelitas na previsão do ataque do grupo islamita a Israel,

"Eles não sabem. Como é que eu posso saber? Não sou um especialista em segurança de Israel. Com todo o respeito. Não sei", respondeu, quando questionado pela Lusa, sublinhando, porém, que as autoridades israelitas estão numa "luta contra o mal", contra "organizações bárbaras e não contra os palestinianos".

"E enquanto existirem tais organizações, não teremos paz, nem em Israel, nem em qualquer outro lugar. Temos o EI, temos o Hamas, temos o Hezbollah, e é tudo o mesmo tipo de organização bárbara que quer trazer de volta o Califado e quer exterminar todos os que se lhe opõem. E, já agora, querem também trazê-lo de volta a Espanha e a Portugal", sustentou.

"Uma vez que esta era uma terra muçulmana, um dos seus planos é trazer de volta o Califado a Espanha e Portugal. Basta ler o que eles estão a escrever e a dizer. Eles querem levar o Califado e a Sharia e todas as suas ideias a todo o mundo. E, definitivamente, o que querem é a completa aniquilação de Israel e do povo judeu. Não é difícil de entender. Lê-se o que dizem, o que os seus líderes têm escrito e dito. Vejam o que a Irmandade Muçulmana está a dizer, o que a Al-Qaida estava a dizer, o que o EI estava a dizer, o que o Hamas está a dizer. É tudo a mesma merda", afirmou, assumindo não se importar com o adjetivo utilizado.

Para Muzicant, que defende a solução de dois Estados independentes, mas não a qualquer custo, a solução para o problema passa pela eliminação do Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, para que os palestinianos, "todos eles próprios vítimas" deste movimento considerado terrorista por União Europeia e Estados Unidos, possam ser livres.

"Toda a Palestina, e especialmente a Faixa de Gaza, foi vítima do Hamas. Não têm vivido uma vida normal desde que o Hamas tomou o poder em 2006. Têm estado sob o cerco do Hamas e não de Israel. A fronteira só aconteceu quando o Hamas começou a aterrorizar os civis israelitas com foguetes. Entre a saída de Gaza e a tomada de poder pelo Hamas, houve um período em que a Faixa de Gaza estava aberta, em que não havia bloqueio. As pessoas gostam de se esquecer disso. Foi depois de o Hamas ter iniciado o terrorismo que Israel bloqueou a Faixa de Gaza", argumentou.

Instado pela Lusa sobre o facto de Israel continuar a construir colonatos nos territórios ocupados na Cisjordânia, Muzicant lembrou que, nos acordos de paz de Oslo, em 1993, o então líder da Organização de Libertação da Palestina (OLP), Yasser Arafat, concordou que as fronteiras entre os dois territórios seriam definidas em negociações.

"Concordaram em sentar-se, negociar as fronteiras definitivas e encontrar uma solução para a existência de dois Estados. E o que Arafat fez foi, no dia seguinte, começar a bombardear autocarros, a matar civis, a intifada, etc. Podem culpar o colonato, mas, no fim de contas, enquanto não houver uma liderança na Autoridade Palestiniana que queira a paz e aceite que existe um Estado judeu e um Estado palestiniano, não haverá paz", sustentou.

"Defendo a ideia de que os judeus e os palestinianos podem viver em qualquer lugar, mas não pode haver um Estado palestiniano sem judeus e com dois milhões e meio de palestinianos a regressar a Israel. Era isso que Arafat queria e é isso que [o Presidente da Autoridade Palestiniana] Mahmoud Abbas está a querer, e essa não é a solução de dois Estados. Isso é a destruição de Israel", defendeu Muzicant.

"Se querem destruir o Estado de Israel através da chamada solução de dois Estados, em que dois milhões e meio de palestinianos regressam a Israel, isso é a destruição do Estado de Israel e do Estado judaico por outros meios, e isso não vai acontecer. Um Estado palestiniano não pode ser unificado, não pode ser sem judeus", acrescentou.


"A Rússia e o Hamas são semelhantes. A sua essência é a mesma", garante von der Leyen

A presidente da Comissão Europeia compara as ações do Hamas à Rússia, no que toca aos ataques deliberados contra civis, que diz constituir uma "forma bárbara de combate".

Em Washington, Ursula von der Leyen reforça o apoio a Israel e esclarece que enviar ajuda humanitária para a Faixa de Gaza não é um ato contraditório.



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