Cipriano Cassama presidente da assembleia Nacional popular
quinta-feira, 4 de novembro de 2021
Carne alternativa tem de ser melhor do que a real, diz Impossible Foods
© Shutterstock
Notícias ao Minuto 04/11/21
A empresa criada por Patrick Brown já lançou quatro tipos diferentes de carne alternativa.
Quem se dirigiu à Altice Arena, ao início da tarde, neste último dia de Web Summit teve a oportunidade de ouvir uma conferência com o inventor, fundador e CEO da Impossible Foods, Patrick Brown.
O cientista marcou presença na Web Summit para explicar o percurso da empresa e o objetivo da tecnologia de substituir carne de animais nos pratos que comemos. Além da sustentabilidade e do facto de reduzir a indústria agropecuária ter um impacto real no combate às alterações climáticas, Brown notou que há outros factores na criação dos produtos da Impossible Foods.
“Os nossos produtos têm de ser mais baratos, mais sustentáveis e mais deliciosos. E ser mais delicioso é a parte mais importante, porque as outros pouco importam para os clientes comuns, porque o nosso objetivo é criar produtos que são melhores do que os que queremos substituir”, afirmou Brown.
Quanto aos concorrentes no segmento de ‘carnes alternativas’, o líder da Impossible Foods realçou que só tem boas intenções e deseja que tenham futuro. “Não desejamos nada de mau aos nossos concorrentes, pelo contrário, queremos que todos sejam bem-sucedidos neste mercado”, afirmou o cientista.
Brown explicou ainda que, desde a criação da Impossible Foods, foi lançada ‘carne alternativa’ sob forma de bife de ‘vaca’, salsichas, bife de ‘porco’ e, mais recentemente, nuggets de galinha. Em todos os casos, mas com especial atenção no porco e nuggets, Brown explicou que foi importante conduzir testes às cegas com consumidores comuns e que, nestes casos, conseguiram criar produtos mais deliciosos que os que estavam a substituir.
Justiça/Eleições: agendadas para hoje no STJ não se realizaram por “divergências” entre Comissão Eleitoral e o vice-presidente da instituição
Bissau, 04 Nov 21 (ANG) – A eleição para a escolha do novo Presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), agendada para hoje, dia 04 de novembro, não se concretizou devido as “divergências” entre a Comissão Eleitoral e o vice presidente daquela instância máxima da justiça do país.
Os membros da comissão eleitoral, propostos pelo Conselho Superior da Magistratura Judicial estão de costas voltadas com o presidente interino do Supremo Tribunal de Justiça, que por inerência também preside ao Conselho Superior da Magistratura Judicial.
Com a morte repentina, no passado mês de Agosto, do juiz Saído Baldé, que tinha sido eleito presidente do Supremo Tribunal em Maio, o seu vice, o juiz Lima André, assumiu as rédeas do Supremo Tribunal.
Lima André tem estado numa acesa polémica com três elementos da comissão eleitoral que não aceitaram a candidatura do juiz Conselheiro José Pedro Sambú, actual presidente da Comissão Nacional de Eleições, que pretende candidatar-se à presidência do Supremo Tribunal de Justiça.
Os membros da comissão eleitoral alegam que Pedro Sambú não reúne as condições para ser candidato. Lima André tem entendimento contrário.
As divergências subiram de tom e o Conselho Superior da Magistratura ordenou a suspensão dos trabalhos da comissão eleitoral, até uma nova deliberação.
O referido orgão também levantou processos disciplinares aos três juízes que iriam presidir à eleição marcada para hoje, dia 4 de novembro de 2021.
Os juízes suspensos não acataram a ordem e haviam declarado que iriam realizar eleições, o que não aconteceu.
Sabe-se que alguns membros do Conselho Superior da Magistratura Judicial tentaram realizar na quarta-feira, 3 de Novembro, uma reunião na sede do Supremo Tribunal, mas foram impedidos de entrar pela polícia.
Madem-G15 Movimento para Alternância Democrática - NOTA DE IMPRENSA
Primeira Sessão Ordinária da Décima Legislatura 2021-2022.
2°parte - Primeira Sessão Ordinária da Décima Legislatura 2021-2022.👇
Inicia hoje a Primeira Sessão Ordinária do Ano Legislativo 2021/2022
OPERAÇÃO RED – 06 GUINEENSES DETIDOS POR TRAFICO DE COCAINA E RAPTO.
Foram hoje 03-11-2021 apresentados ao Ministério Público junto a Vara Crime do Tribunal Regional de Bissau os seis suspeitos detidos no âmbito da operação RED desencadeada pela Unidade Nacional de Combate a Droga (UNCD), todos de nacionalidade guineense.
Os seis homens são indiciados pelos crimes de Tráfico de Cocaina, Associação Criminosa, Branqueamento de Capitais e Rapto.
Novas detenções poderão ocorrer nas próximas horas.
Foram apreendidos armas, 5 placas de cocaina, dinheiro, telefones e vários documentos de importância capital para o inquérito em curso.
20 militares da Brigada da Ação Fiscal, da Guarda Nacional, terminaram com êxito o curso sobre o controlo aduaneiro.
A formação decorreu na República do Senegal e teve a duração de dois anos.
Guiné-Bissau: "Salve-se quem puder e escapa quem está no poder"
Viagens do Presidente Umaro Sissoco Embaló continuam a gerar críticas
Autoria Braima Darame DW.PT 04.11.2021
No início do novo ano legislativo na Guiné-Bissau, ativista critica "usurpação de competências" por parte do Presidente, que ameaçou dissolver o Parlamento se a sua proposta de revisão constitucional não for discutida.
A partir de hoje tudo pode acontecer no cenário político da Guiné-Bissau, com o início do novo ano legislativo da Assembleia Nacional Popular (ANP), segundo observadores atentos à longa crise que se vive no país. O Parlamento deverá debater e votar a proposta de revisão constitucional apresentada pela Comissão da Assembleia, criada para o efeito.
O chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló, por várias vezes, ameaçou dissolver o Parlamento se os deputados não discutirem a sua proposta da revisão constitucional, que não consta na agenda da sessão que começa hoje e termina em dezembro. Uma fonte da DW avança que o Presidente já terá convocado o Conselho de Estado, o seu órgão consultivo, para o dia 17 de novembro, para saber se dissolve ou não o Parlamento.
Parlamentares e partidos consideram que a matéria da revisão constitucional é da exclusiva competência da ANP e não da Presidência da República. Também vários deputados dos partidos que formam a coligação governamental ameaçam publicamente não aprovar o Orçamento Geral do Estado do seu próprio Governo, porque dizem que o Presidente do país quer implementar um regime presidencialismo e ser o único chefe na Guiné-Bissau. A não aprovação do Orçamento significaria queda do Governo de Nuno Nabiam.
O país confronta-se com onda de greves já mais vista nos últimos anos, com a função pública paralisada há já onze meses, com greves nos hospitais e nas escolas públicas. A tensão social aumenta a cada dia que passa, com recorrentes denúncias de violência contra os críticos do atual regime.Sede da ANP em Bissau
Em entrevista à DW África, o ativista Sumaila Jaló, que já organizou manifestações de rua contra vários governos, critica a posição dos partidos políticos perante o que chama de "usurpação de competências" por parte do chefe de Estado.
DW África: Acredita que a mobilização dos partidos parlamentares poderia travar as investidas do Presidente da República?
Sumaila Jaló (SJ): A própria mobilização contra as pretensões do Presidente da República em alterar a Constituição da República é sobretudo em defesa dos seus interesses particulares e não propriamente em defesa dos interesses do povo, porque sabem que qualquer alteração da Constituição da República vai ter consequências na vida do povo em geral, mas também terá consequências no futuro de todos estes partidos e da forma pouco decente de fazer política a que estão habituados. Porque o poder está concentrado na figura do Presidente da República e ninguém sabe depois de Umaro Sissoco Embaló o que vai ser da Guiné-Bissau, se é que haverá com brevidade o que poderíamos chamar de depois de Umaro Sissoco Embaló.
DW África: Mas disse que vive-se na Guiné-Bissau o regime do salve-se quem puder e os únicos a conseguir sobreviver são os que estão na governação. Porquê?
SJ: Não podia ser mais assertivo, com o que tem acontecido com a paralisação total da função pública há dez meses, com as portas das escolas trancadas há dois anos e com os hospitais encerrados, porque o Governo assiste a tudo isto e não consegue criar condições para responder às reivindicações legítimas dos trabalhadores da Guiné-Bissau e particularmente dos trabalhadores das áreas de saúde e educação. Mas não se interessam também porque os governantes e os seus familiares podem viajar para o exterior do país quando quiserem para tratar da sua saúde, assim como os seus familiares que não estudam em escolas públicas do país.
DW África: E o Presidente guineense é acusado de esbanjar o dinheiro do erário público em viagens para tirar fotografias com líderes mundiais. Mas Umaro Sissoco Embaló diz que com estas deslocações conseguiu mudar a imagem do país. Concorda com as suas afirmações?
SJ: Não é verdade, porque qualquer imagem do nosso país dependerá muito da sobrevivência do povo, das condições de sobrevivência do povo e essas condições são deploráveis neste momento. Não há piores condições que viver num país em que não temos hospitais para nos curar e não temos escolas onde aprender, para conhecer melhor o contexto onde vivemos para a sua transformação. Portanto, são viagens populistas e que lamentavelmente são realizadas por um Presidente da República e apoiadas por um governo que tem um líder em silêncio absoluto, como se não fosse o principal responsável pela governação do país.
DW África: Mas perante esta tensão social e uma crise sem fim à vista, como vê o discurso do Presidente da República que é acusado de ameaçar tudo e todos?
SJ: O discurso de Umaro Sissoco Embaló é um discurso absolutamente autoritário e um discurso baseado em prepotência. É o próprio Umaro Sissoco Embaló que se intitula único chefe do país. O próprio Umaro Sissoco Embaló, como todos sabemos, ordenou ao Governo para cessar todas as negociações com os sindicatos a reivindicar as suas legítimas demandas ao governo, demandas que têm a ver com os seus direitos de salários, de melhores condições de vida, como todos nós sabemos a partir de informações públicas. E é o próprio Presidente da República que também chantageia a classe trabalhadora com ameaças de congelar o seu salário e o governo vai nessa cantiga.