Charlotte ALVES World Food Programme 31 de janeiro de 2023
BISSAU – O Governo da Guiné-Bissau e o Programa Alimentar Mundial (PAM) das Nações Unidas lançaram um novo Plano Estratégico Nacional de cinco anos (2023-2027) para alcançar a segurança alimentar e melhorar a nutrição.
O novo Plano Estratégico do PAM centra-se em ajudar as comunidades rurais a construir resiliência face às alterações climáticas e a reforçar os meios de subsistência, ao mesmo tempo que apoia o esforço do governo para estabelecer as bases de um sistema de proteção social que seja inclusivo, sensível à nutrição, e que responda aos choques climáticos.
De acordo com o Índice de Países da Iniciativa Global de Adaptação de Notre Dame de 2022, a Guiné-Bissau é o terceiro país do mundo mais vulnerável às alterações climáticas. Os choques climáticos têm um impacto negativo nas redes que produzem, transformam e entregam alimentos aos consumidores.
"O Governo da Guiné-Bissau fez progressos louváveis para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável", disse João Manja, Representante do PAM na Guiné-Bissau. "O PAM está empenhado em continuar a apoiar os esforços do Governo e a formar parcerias para ajudar os Guineenses vulneráveis a terem acesso a alimentos nutritivos, a tornarem-se mais resilientes aos choques climáticos, e a combater a pobreza e a fome".
Em colaboração com o Governo da Guiné-Bissau, o PAM irá implementar um conjunto de atividades integradas para ajudar a reduzir a desnutrição, aumentar o acesso à educação, e a alimentos seguros e nutritivos. O PAM trabalhará também com organizações não governamentais nacionais e comunidades locais para apoiar e comprar feijões e tubérculos a pequenos agricultores para alimentar crianças em idade escolar, estimulando a produção agrícola local.
“Cabe-nos, enquanto Secretaria de Estado da Cooperação Internacional, uma estrutura que está dentro do Ministério dos Negócios Estrangeiros, trabalhar no seguimento deste importante programa que foi assinado para que os resultados almejados sejam sentidos pela população”, disse Udé Fati, Secretária de Estado da Cooperação Internacional.
De acordo com a mais recente análise de segurança alimentar do Quadro Harmonizado, estima-se que 108.000 pessoas não conseguiram satisfazer as suas necessidades alimentares e nutricionais básicas no quarto trimestre de 2022, representando um aumento de 1,7 porcento em relação ao mesmo período em 2021. Prevê-se que este número aumente para 117.000 pessoas que sofrem de fome entre junho e agosto de 2023, a menos que sejam tomadas medidas urgentes para enfrentar os principais motores da segurança alimentar.
"Acreditamos que este programa é o impulso para que juntos, a Guiné-Bissau, o PAM e os seus parceiros, possamos criar as condições para que a população sinta menos os efeitos das problemáticas que têm ameaçado a nossa população e também o mundo", acrescentou Udé Fati.
O novo plano estratégico está alinhado com o Plano Nacional de Desenvolvimento (2020-2023) e a Estratégia Nacional para o Desenvolvimento, Emprego e Promoção Industrial 2020-2024 também conhecida como "Hora Tchiga". O plano do PAM é também coerente com o Quadro de Cooperação para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas para a Guiné-Bissau 2023-2027.
O Plano Estratégico Nacional para a Guiné-Bissau foi aprovado em novembro de 2022 pelo Conselho Executivo do PAM em Roma, Itália, e entrou em vigor em janeiro de 2023. Foi desenvolvido em consulta com o governo e outros parceiros.