Militares e jornalistas nigerianos durante uma visita pela cidade de Bama, palc do ataque de alegados membros da Boko Haram, 7 Maio, 2013
Autoridades afirmam tratar-se de um ataque em grande envergadura da Boko Haram cujos membros envergando uniformes do exército governamental atacaram a cidade de Bama.
O exército nigeriano anunciou que cerca de duzentos homens armados, suspeitos de pertencerem a seita radical Boko Haram, atacaram Terça-feira uma cidade do norte do país, tendo morto 55 pessoas.
É o mais recente ataque a seguir a onda de violência no nordeste do país no mês passado e acusações de que as forças de seguranças nigerianas responderam as provocações cometendo abusos contra civis.
A força militar conjunta nigeriana informou que um autocarro repleto de homens armados atacou a cidade de Bama na Terça-feira. Responsáveis disseram que dois soldados, catorze guardas prisionais e 22 polícias foram mortos durante o ataque. Três crianças e uma mulher queimadas vivas fazem também parte das vitimas civis.
O porta-voz da força militar conjunta negeriana, o Tenente Coronel Sagir Musa disse que durante o ataque os militantes confinaram os guardas num compartimento sem janelas e os balearam até a morte.
“Todos os agentes em serviço aquela hora do ataque foram mortos. Eles tentaram fugir. Esconderam-se num local, mas os aliados dos atacantes que estavam detidos denunciaram-nos, e eles foram mortos.”
O Tenente Coronel Sagior Musa adiantou que 105 detidos evadiram-se da prisão.
O oficial militar conduziu na Terça-feira os jornalistas numa visita guiada a cidade de Bama, onde disse que os atacantes incendiaram o tribunal, um centro de saúde, um posto e quartel da polícia e o secretariado do governo local.
Musa adiantou ainda que foram recolhidos restos mortais de dez dos atacantes. Segundo o oficial nigeriano, a maioria dos radicais trajava uniformes militares, desfarçados em elementos de segurança.
Este último ataque no nordeste da Nigéria acontece numa altura que o exército se vê em dificuldades de se livrar de acusações de que num ataque das forças governamentais na cidade de Baga a 16 de Abril, foram destruidas duas mil residencias, depois que a Boko Haram atacou uma patrulha militar, matou um soldado governamental.
Responsáveis locais disseram que a violencia em Baga provocou a morte de mais de 200 pessoas. Os militares por sua vez avançaram 36 como o número de mortos mortos e a destruição de apenas 30 residencias. O governo nigeriano prometeu uma investigação cabal do incidente.
O porta-voz das forças conjuntas em Bama adiantou não ser a primeira vez que essaa cidade é atacada, e que os radicais afirmam tratar-se de uma camuflagem militar.
“Olha para o que aconteceu em Baga, olha como as pessoas nos condenaram e olha pela como estamos a perder nossos homens e vidas.”
A Boko Haram até ao momento não reivindicou a responsabilidade do ataque de ontem em Bama. Mas os ataques as prisões para libertar os seus membros detidos tornaram-se numa das tácticas do grupo de insurrectos desde o seu surgimento em 2009.
Até ao momento os actos de violencia de militantes radicais islamicos já provocaram a morte de 3600 pessoas, isso de acordo com a Human Rights Watch.
Ariel Castro, o principal suspeito do sequestro de três jovens em Cleveland durante quase uma década e proprietário da casa onde foram encontradas na segunda-feira, enfrentará quatro acusações por sequestro e três por estupro, informou nesta quarta-feira o promotor assistente de Cleveland, Victor Pérez.
Em entrevista coletiva, Pérez explicou que dois dos irmãos de Ariel, Pedro e Onil, que também se encontram detidos, não enfrentam acusações por enquanto.
"Não temos nenhuma evidência que nos leve a crer que eles estavam envolvidos ou tinham conhecimento disto", assegurou o chefe de Polícia de Cleveland, Ed Tomba, que acompanhava Pérez.
Tomba indicou que as três meninas não saíram da propriedade de Castro durante os quase dez anos de cativeiro e "apenas em duas ocasiões" chegaram até a garagem da residência, mas estavam "disfarçadas".
Além disso, explicou que as jovens tinham sido retidas em quartos separados, mas, devido ao prolongado tempo de reclusão, estiveram em contato em várias ocasiões.
No entanto, Tomba não quis confirmar se as jovens tinham ficado grávidas e abortado em consequência dos estupros e espancamentos de Ariel, como declararam meios de comunicação de Cleveland.
Previamente, as autoridades revelaram que tinham encontrado correntes e cordas e indicaram que "há confirmação" que as mulheres estavam presas para evitar que escapassem.
Amanda Berry, de 27 anos e que teve uma filha durante o cativeiro; Gina DeJesus, de 23 anos; e Michelle Knight, de 32 anos, passaram entre 11 e 9 anos sequestradas na casa de Ariel Castro.
Amanda e Gina voltaram hoje para casa com suas famílias, enquanto Michelle voltou ao hospital para ser tratada aparentemente pelos problemas mentais que já sofria antes de seu sequestro e que teriam se agravado pelas duras condições nas quais vivia.
Georgina DeJesus Amanda Berry e Michelle Knight
Três jovens que estavam desaparecidas há anos nos Estados Unidos foram encontradas com vida na segunda-feira em uma casa em Cleveland, onde eram mantidas em cativeiro, informou a polícia de Ohio, que prendeu três pessoas suspeitas em relação ao caso. Uma criança de 6 anos também foi resgatada da casa, e é filha de um dos sequestradores, informou a polícia.
A descoberta atraiu centenas de pessoas a uma rua residencial normalmente tranquila. Elas celebravam o fato das mulheres, que muitos temiam que estivessem mortas, terem sido encontradas vivas.
Os detalhes do trauma que as três sofreram ainda não foram revelados. A polícia informou que prendeu três homens hispânicos com idade por volta de 50 anos relacionados ao caso, mas não divulgou detalhes. Uma entrevista coletiva será concedida nesta terça-feira.
O pesadelo terminou quando Amanda Berry - sequestrada há 10 anos, quando tinha 16 - colocou os braços em um buraco na porta principal e pediu ajuda.
Um vizinho viu Amanda Berry gritando e tentando sair da casa.
"Escutei gritos (...) e vi esta garota tentando fugir como uma louca da casa", disse Charles Ramsey à rede de televisão ABC.
"Fui até a entrada e ela disse: me ajude a sair, estou aqui há muito tempo".
Ramsey contou que tentou abrir a porta e como não conseguiu, teve que derrubá-la, antes que a mulher saísse se arrastando e "levando consigo uma criança pequena".
Berry correu até uma casa vizinha para chamar a polícia, implorando que viessem o mais rápido possível, "antes que ele volte".
"Sou Amanda Berry. Fui sequestrada. Estive desaparecida durante 10 anos. Estou livre, estou aqui agora", disse a jovem ao número de emergência 911.
Amanda Berry revelou que ela e outras duas jovens eram mantidas em cativeiro por Ariel Castro.
Quando a polícia chegou, ela contou sobre as outras duas mulheres na casa: Gina DeJesus e Michelle Knight
"As três mulheres, Amanda Berry, Gina DeJesus e Michelle Knight, parecem estar em bom estado de saúde", informa um comunicado da polícia de Cleveland.
Berry desapareceu em abril de 2003, quando tinha 16 anos, após sair do trabalho, informou o FBI. A mãe da jovem, Louwanna Miller, morreu de ataque cardíaco em março de 2006, segundo a imprensa.
DeJesus tinha apenas 14 anos em 2004 quando desapareceu após deixar a escola.
Knight desapareceu aos 21 anos, no dia 23 de agosto de 2002, depois de visitar uma prima, segundo o jornal Cleveland Plain Dealer.
Charliez Czorb, vizinha do suposto sequestrador, se disse surpresa com o tempo que as três jovens passaram no cativeiro sem que ninguém percebesse.
"Estavam no nosso quintal. Estas meninas estavam presas em nosso quintal".
Ariel Castro foi descrito pelos vizinhos como um amigável motorista de ônibus e músico. Também afirmaram que geralmente deixavam as filhas brincar com seus netos.
Gerald Maloney, um médico que atendeu as três mulheres, afirmou que elas estão bem, mas continuam sendo examinadas.
"Este não é o final que normalmente escutamos neste tipo de história e estamos muito felizes por elas", disse o médico aos jornalistas.
O prefeito de Cleveland, Frank Jackson, ficou "agradecido pelo fato de estas três jovens estarem com vida".
"Temos muitas perguntas sem resposta sobre este caso e a investigação continua", afirmou Jackson em um comunicado.