domingo, 2 de junho de 2024

Amílcar Cabral, líder das independências guineense e cabo-verdiana, preocupava-se em ter democratas autênticos, "coisa que não existe mais", referiu o ex-combatente João Pereira Silva, ao recordar a figura histórica no ano do seu centenário.

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Por Lusa  02/06/24 
 "Não existe mais". Cabral preocupava-se em ter democratas autênticos
Amílcar Cabral, líder das independências guineense e cabo-verdiana, preocupava-se em ter democratas autênticos, "coisa que não existe mais", referiu o ex-combatente João Pereira Silva, ao recordar a figura histórica no ano do seu centenário.

Aos 79 anos, o também ex-governante cabo-verdiano, natural na ilha da Boa Vista, onde hoje reside, considerou que o ponto mais importante ao discutir os modelos de democracia de Cabral é que ele se preocupava em definir "as qualidades de um democrata".

Referia que "democracia é não mentir ao povo, é ser honesto, é trabalhar incansavelmente" pela população, ou seja, "ele referia-se às características de um democrata autêntico, coisa que atualmente não existe", descreveu.

Mesmo nas democracias de estilo ocidental, hoje, "trabalha-se para não sair dos cargos" e, "em muitos casos, os cargos servem para enriquecer e não para resolver os problemas do povo", disse, ao estabelecer o contraste com o perfil de democrata alinhado com o povo, definido por Cabral.

João Pereira Silva viveu pouco mais de um ano em Conacri, entre 1970 e 1972, onde era professor na escola-piloto do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).

Era mais novo que a geração de Cabral, mas partilhou alguns momentos com o dirigente, o suficiente para recordar preocupações que carregava.

Num outro momento juntos, "falando sobre o regime soviético", Amílcar Cabral "teve essa saída: se depois do fim da luta tivesse a certeza de que o imperialismo nos deixasse seguir um caminho sem interferências, ele preferiria a social-democracia sueca".

"Isso não está escrito. Lembro-me perfeitamente, nunca me esqueci dessa frase dele, porque está associada a um filme", contou.

O comentário surgiu depois de ambos assistirem à projeção de uma longa-metragem soviética sobre o confronto com a Alemanha nazi, na Segunda Guerra Mundial, e que retratava o papel do "general de Estaline", Gueorgui Júkov.

"Ele não tinha soluções acabadas", mas procurava-as.

A União Soviética (URSS) e a Suécia tinham em comum o apoio à luta anticolonial em África e a proximidade a Amílcar Cabral, que recebia armas e apoio à formação militar da URSS e ajuda não-militar escandinava.

Numa altura em que o mundo seguia uma lógica de guerra fria entre dois blocos, a figura histórica procurava afirmar a autodeterminação africana de forma independente, tendo o cuidado de promover a causa e os valores do PAIGC junto de ambos os blocos.

Noutro momento, numa reunião com estudantes nos Estados Unidos, Amílcar defendeu que "era perigoso [um país] depender só de um partido. Tinha de se arranjar forma de garantir que o povo tomasse conta, de facto, do poder".

Mas as independências acabariam por viver os primeiros anos sob regimes de partido único, o PAIGC, tanto em Cabo Verde (até 1992) como na Guiné-Bissau (1993).

Em Conacri, João Pereira Silva recorda-se de Amílcar num encontro de orientação vocacional, num final de ano letivo da escola-piloto, ao ajudar a encaminhar os finalistas para ensino especializado - entre os alunos do ex-combatente, um acabou por ser arquiteto, outro cineasta.

"Preocupava-se muito com o que fazer depois [da luta pela independência], com a preparação do futuro, por isso dava atenção especial à educação das crianças no interior, dos quadros na luta armada, mas também em formar engenheiros, médicos e até músicos", recordou

"Acho que sabia da consideração que tinham por ele, por exemplo, os novos presidentes das repúblicas que surgiam" com as independências africanas, "mas não se vangloriava com isso", contou João Pereira Silva.

Vestia fato e gravata "só para ir à Europa, a algumas conferências. Lá, em Conacri, ele vestia camisas, algumas já muito usadas", mas sem ensombrar a aura cativante de Cabral, "um conquistador de pessoas, gentil com quem lidava", recordou.

Amílcar Cabral viajava com frequência para o exterior, mas quando estava em Conacri, era presença assídua na escola-piloto.

"Todos os dias, cedo, visitava os alunos", e, numa dessas manhãs, reparou que o professor João Pereira Silva tinha perdido o relógio de pulso.

"Na visita seguinte apareceu com uma caixinha na mão e tinha um relógio lá dentro. Era uma pessoa generosa e que observava os detalhes".

"Violento? Não", diz o ex-combatente, por entre gargalhadas, reiterando que a opção pela luta armada foi "o último recurso, face à obstinação do poder colonial [português] em não discutir a transformação política" das colónias.

No seu entender, foi devido ao caráter não violento que Cabral "foi assassinado nas circunstâncias em que foi", a 20 de janeiro de 1973, em Conacri.

"Um homem que tinha feito um discurso de fim de ano, descrevendo planos das forças coloniais para acabar com a luta [pela independência], inclusive liquidando-o", circulava, ainda assim, sem escolta.

Nesse dia, João Pereira Silva já estava longe, a completar instrução militar na União Soviética.

Formado em agronomia, como o líder histórico, o ex-combatente cabo-verdiano viria depois a desempenhar as funções de ministro de Desenvolvimento Rural e Pescas de Cabo Verde (1977 até 1991) e durante os últimos seis meses da primeira República foi ministro de Administração Interna, em acumulação.

Amílcar Cabral celebraria 100 anos a 12 de setembro de 2024, decorrendo atividades em diferentes países para assinalar a efeméride.

Em Cabo Verde, várias comemorações estão associadas à Fundação Amílcar Cabral e incluem um colóquio internacional sobre o líder histórico, a realizar em setembro, como ponto alto do programa.

Leia Também: Amílcar Cabral era temido pela PIDE que o perseguiu desde estudante 


Coreia do Norte envia 600 balões com lixo para Coreia do Sul

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Por Lusa  02/06/24 

Seul, 02 jun 2024 (Lusa) - A Coreia do Norte enviou para o outro lado da fronteira cerca de 600 balões com lixo, incluindo beatas de cigarros e plásticos, declarou hoje o exército sul-coreano.

"A Coreia do Norte voltou a lançar balões cheios de lixo em direção à Coreia do Sul", declarou o Estado-Maior das Forças Armadas em comunicado.

"Foram identificados cerca de 600 balões, com 20 a 50 balões por hora a deslocarem-se no ar", acrescentou.

As autoridades sul-coreanas ameaçaram na sexta-feira adotar medidas contra a Coreia do Norte, caso o país vizinho continue com as "provocações irracionais", como o envio destes balões com lixo.

"Estamos a levar isto muito a sério, não vamos tolerar esse tipo de ações", garantiu em comunicado o o Ministério da Reunificação sul-coreano.

Na quarta-feira, os meios de comunicação social tinham revelado o lançamento pela Coreia do Norte de balões cheios de lixo, papel higiénico e fezes de animais para o vizinho do Sul.

Desde que a Guerra da Coreia (1950-1953) terminou num armistício e não num tratado de paz, o Norte e o Sul permanecem tecnicamente em guerra e estão separados por uma fronteira fortemente fortificada, incluindo a zona desmilitarizada.

Ativistas sul-coreanos lançam por vezes balões que contêm folhetos de propaganda contra o poder norte-coreano e dinheiro destinado às pessoas que vivem a norte da fronteira.

Estes lançamentos há muito que despertam irritação em Pyongyang, possivelmente por temer que um influxo de informação externa, numa sociedade fortemente controlada, possa representar uma ameaça para aqueles que estão no poder.

Leia Também: "Provocações irracionais". Seul ameaça Pyongyang com medidas dolorosas 


China vai agir "com determinação" para impedir independência de Taiwan

© Ore Huiying/Bloomberg via Getty Images
Por Lusa  02/06/24 
A China vai "agir sempre com determinação e força" para impedir a independência de Taiwan, afirmou hoje em Singapura o ministro da Defesa chinês, Dong Jun.

"O Exército de Libertação Popular da China sempre foi uma força indestrutível e poderosa na defesa da unificação da pátria e vai agir sempre com determinação e força para travar a independência de Taiwan e garantir que esta nunca tenha sucesso", disse Dong Jun no fórum de segurança Diálogo de Shangri-La, que termina hoje em Singapura.

Dong Jun advertiu ainda que os "separatistas taiwaneses" e as "forças estrangeiras" que tentarem separar Taiwan da China vão acabar "por se autodestruir".

"O que fazem é promover a independência de Taiwan numa tentativa de conter a China. São ações maliciosas que estão a empurrar Taiwan para uma situação de perigo", afirmou Dong num discurso.

"Estamos empenhados na reunificação pacífica, mas a situação está a ser constantemente prejudicada por separatistas e forças estrangeiras", acrescentou.

A China considera Taiwan uma província rebelde e não exclui o uso da força para a recuperar se a ilha declarar a independência.

Taiwan é a ilha para onde o exército nacionalista chinês se retirou depois de ter sido derrotado pelas tropas comunistas na guerra civil, em 1949.

Desde então, é governada de forma autónoma.

Os Estados Unidos são o maior aliado de Taiwan e comprometeram-se a ajudar a ilha em caso de invasão pela China.

Dong disse ainda em Singapura que "alguns países" estão a espalhar "falsas narrativas" no mar do Sul da China e a instalar ilegalmente mísseis na região, numa referência às Filipinas e aos Estados Unidos, de acordo com a agência de notícias EFE.

O Presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr., advertiu no sábado a China de que considerará como um ato de guerra a morte intencional de qualquer filipino nas disputas com Pequim no mar do Sul da China.

"Se um cidadão filipino morrer num ato intencional, isso seria muito próximo do que definimos como um ato de guerra e, por conseguinte, responderíamos em conformidade", afirmou Marcos Jr. durante uma entrevista em Singapura.

A questão dos conflitos nesta área marítima é um dos temas em destaque no fórum.

Marcos Jr. advertiu que a resposta reforçada poderia implicar a ativação do Tratado de Defesa Mútua assinado entre as Filipinas e os Estados Unidos, embora tenha sublinhado que pretende manter a paz na região.

O líder filipino acrescentou que a estabilidade regional "necessita que a China e os Estados Unidos giram a sua rivalidade de forma responsável".

Dada a posição no mar do Sul da China e a proximidade de Taiwan, o apoio das Filipinas seria importante para os Estados Unidos em caso de conflito na região.

No ano passado, Manila alargou um acordo de 2014 que permitia o acesso dos militares norte-americanos a quatro bases adicionais, elevando o número total para nove.

Duas das bases situam-se no extremo norte do arquipélago filipino, a menos de 450 quilómetros de Taiwan, segundo a agência de notícias France-Presse.

O acordo que autoriza as forças norte-americanas a passar e a armazenar equipamento nas Filipinas irritou a China, que acusou Washington de utilizar o país como "um peão para criar problemas no Mar do Sul da China".

Manila e Pequim têm uma longa história de incidentes marítimos, que se agravaram nos últimos anos.


Identificados novos genes do cancro da mama em mulheres de origem africana

 SIC Notícias  02/06/2024
Estudo norte-americano identificou genes do cancro da mama em mulheres de origem africana, que podem ajudar a prever o risco de contraírem a doença.

Um novo estudo, publicado no identificou doze genes do cancro da mama em mulheres de origem africana, que podem ajudar a prever o risco de contraírem a doença. Para além disto, os genes identificados evidenciam ainda potenciais diferenças de risco em relação às mulheres de origem europeia.

As investigações que existem sobre o tema centram-se principalmente nas mulheres europeias, mas neste estudo publicado em maio na revista Nature Genetics participaram apenas mulheres com ascendência africana.

Com base em estudos de Prevenção do Cancro da American Cancer Society, foram incluídas nesta investigação mais de 40.000 mulheres dos Estados Unidos, África e Barbados, 18.034 com cancro da mama.

O cancro da mama é atualmente o tipo de cancro mais comum nos EUA, responsável por mais de 240.000 casos diagnosticados todos os anos. As mulheres negras norte-americanas apresentam taxas mais elevadas de cancro da mama antes dos 50 anos, apresentam também uma maior incidência de cancros da mama mais difíceis de tratar e uma taxa de mortalidade por cancro da mama 42% superior à das mulheres europeias.

Fatores de risco genéticos “podem diferir entre mulheres de origem africana e europeia”

Os investigadores da Nature Genetics indicam que fatores de risco genéticos “podem diferir entre mulheres de origem africana e europeia”. Esta conclusão baseia-se nas novas mutações identificadas que não tinham sido associadas à doença ou então não eram consideradas como tão relacionadas com o cancro em estudos feitos com mulheres europeias.

Um exemplo disso é que as novas conclusões indicam que alguns dos genes conhecidos por aumentarem o risco de cancro da mama em mulheres brancas não foram associados à doença neste estudo.

De acordo com a Reuters, os resultados demonstraram estimativas sobre o risco de cancro da mama em mulheres de origem africana com base em mutações nos genes de predisposição, excluindo os genes do cancro da mama já reconhecidos BRCA1 e BRCA2.

Classificação de risco da doença para as mulheres negras

Os investigadores desenvolveram então uma classificação do risco de cancro da mama para as mulheres negras, que se revelou significativamente mais precisa do que as ferramentas atualmente disponíveis.

A pontuação de risco revelou que seis dos doze genes identificados no estudo foram associados a um elevado risco de contrair o cancro da mama triplo-negativo, a forma mais agressiva da doença. As mulheres de origem africana têm um risco três vezes maior de contrair esta variante da doença do que as mulheres com ascendência europeia.

Para além disto, os investigadores concluíram ainda que as mulheres negras, que são portadoras dos seis genes, têm 4,2 vezes mais probabilidades de serem diagnosticadas com cancro da mama triplo-negativo quando comparadas com as que não tinham nenhuma ou apenas uma das variantes.

Num estudo de acompanhamento, a prevalência de mutações patogénicas em três genes, BRCA2, CHEK2 e PALB2, foi mais elevada nas mulheres negras.

"Estudo fornece provas para promover a equidade em matéria de saúde"

    “Este estudo fornece provas para promover a equidade em matéria de saúde, no aconselhamento e nos testes genéticos para ajudar a determinar o risco de desenvolver cancro da mama”, afirmou Lauren Teras, diretora científica e líder da investigação sobre o cancro da mama.

A American Cancer Society aconselha a que se realizem testes genéticos em todas as pacientes, independentemente da raça, porque mutações genéticas anteriormente identificadas como fatores de risco de cancro da mama em mulheres brancas estão também fortemente ligadas ao risco de doença nas mulheres africanas.

No entanto, esta sociedade americana relembra que as mulheres negras norte-americanas têm menos probabilidades do que as mulheres brancas de fazer o teste devido a diferenças existentes nas recomendações dos médicos e diferenças no acesso aos cuidados de saúde.

sábado, 1 de junho de 2024

Hezbollah atinge base militar no norte de Israel

© FADEL SENNA/AFP via Getty Images
Por Lusa  01/06/24
O grupo xiita libanês Hezbollah abateu hoje um 'drone' israelita no sul do Líbano e disparou foguetes contra no norte de Israel, atingindo uma base militar e, alegadamente, posições de artilharia.

Em comunicado, o Hezbollah indicou ter abatido um 'drone' Hermes 900 Kochav, tendo Telavive confirmado a destruição do aparelho, capaz de disparar até quatro mísseis antitanque guiados e um dos mais sofisticados operados pela Força Aérea israelita.

O exército israelita indicou que um míssil terra-ar foi disparado contra o 'drone' que operava em espaço aéreo do Líbano, acrescentando que foi atingido e caiu em território libanês.

"O incidente está a ser investigado. A Força Aérea continuará a operar nos céus do Líbano para cumprir com as missões das Forças Armadas de Israel", disse um porta-voz militar israelita na rede social Telegram.

O Hezbollah não concretizou o lugar onde o 'drone' foi derrubado, mas os meios de comunicação libaneses indicam que terá sido no leste da cidade de Tiro.

Em resposta a ataques israelitas entre sexta-feira e hoje no sul do Líbano, o Hezbollah adiantou ter também atacado uma base do exército israelita na cidade fronteiriça de Kiryat Shmona com foguetes Burkan "provocando um incêndio e destruindo parte dela".

Sem dar detalhes, o exército israelita confirmou que um foguete atingiu a base militar de Kiryat Shmona.

A comunicação social israelita noticiou o ataque contra a base e divulgou imagens mostrando danos significativos nas infraestruturas, sem dar conta de vítimas.

O Hezbollah anunciou também hoje o lançamento de vários projéteis contra canhões de artilharia israelitas em Jirbet Maar, em território israelita, perto da aldeia libanesa fronteiriça de Bustan.

Apoiado militarmente pelo Irão, o Hezbollah intensificou os ataques contra Israel na sequência da ofensiva israelita na Faixa de Gaza contra o Hamas, iniciada no dia seguinte ao ataque do movimento islamita em território israelita.

Com a pressão militar de Israel sobre a cidade de Rafah, no sul de Gaza, a troca de fogo ao longo da fronteira entre o Líbano e Israel intensificou-se nas últimas semanas.

Na última madrugada, um ataque israelita no sul do Líbano perto da vila de Khirbet Selm deixou duas pessoas feridas e já esta tarde 'drones' israelitas visaram uma aldeia perto da cidade de Nabatiyeh, de acordo com a comunicação social local, citada pela agência AP.

Em quase oito meses de violência, já morreram cerca de 450 pessoas no Líbano, a maioria combatentes e mais de 80 civis, segundo uma contagem da AFP. Vinte socorristas, entre os quais dez membros do Comité de Saúde Islâmico, encontram-se entre os mortos.

Do lado israelita, pelo menos 14 soldados e 11 civis já morreram, segundo as autoridades.

Quatro pessoas, incluindo uma equipa de salvamento, foram mortas na sexta-feira por ataques israelitas no sul do Líbano, segundo o Hezbollah e uma organização afiliada.

Na rede social X, o coordenador humanitário da ONU para o Líbano, Imran Riza, lamentou o sucedido, dizendo estar "profundamente perturbado por saber que uma ambulância foi alvo de um ataque" e recordando que "vinte profissionais de saúde foram mortos desde 08 de outubro".

Em resposta, o Hezbollah reivindicou o ataque com "dezenas" de foguetes 'Katyusha' a três localidades do norte de Israel: os colonatos de Gaaton, Ein Yaakov, e Yehiam.

No âmbito da violência desencadeada em outubro passado, Israel atacou diversos centros de saúde e da Proteção Civil do Líbano, na sua maioria pertencentes a organizações humanitárias com ligações a formações armadas envolvidas nos confrontos.

A ação mais grave deste género ocorreu em março passado, quando sete paramédicos foram mortos pelos israelitas num centro da Associação Libanesa de Socorro em Habariyeh (sul), um ataque que a Human Rights Watch (HRW) pediu para ser investigado como potencial "crime de guerra".

Em meio à turbulência global, os cidadãos se unem pela paz: 11ª Caminhada Anual pela Paz em 50 países

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No meio dos conflitos que irrompem em todo o mundo, ameaçando a segurança e a coexistência global, a esperança de paz está surgindo dos cidadãos. Em maio de 2024, cidadãos de todos os continentes participaram na 11ª Comemoração Anual da Declaração da Paz Mundial e da Caminhada pela Paz da HWPL, organizada por uma ONG afiliada à ONU Cultura Celestial, Paz Mundial, Restauração da Luz (HWPL). 

Este evento visa promover e partilhar uma cultura global de paz sob o tema “Comunicação intercultural para a Cidadania Global de Reconciliação e Tolerância”.

O evento começou em 25 de maio no Portão da Paz no Parque Olímpico de Seul, patrocinado pelo Ministério de Assuntos de Patriotas e Veteranos da Coreia. Em cerca de 50 países, as Caminhadas pela Paz são complementadas por diversas atividades de construção da paz. Este evento global inclue caminhadas pela paz marcantes que refletem as características únicas de cada país, juntamente com as apresentações pela paz, exibições de vídeos, exposições de fotos, desenhos de cartazes, atividades esportivas, bazares e oportunidades de voluntariado. Cerimónias de plantação de árvores e iniciativas de “abraços livres” enfatizam ainda mais o espírito de unidade e bem-estar ambiental.

Foi realizada uma exposição ao ar livre sobre a história da guerra e dos conflitos, descrevendo o impacto que a guerra teve na humanidade. Os visitantes podem vivenciar como era ser um refugiado na Coreia na década de 1950 e participar de outros estandes de experiências.

Este evento anual comemora a proclamação da Declaração da Paz Mundial em 2013 no Portão da Paz no Parque Olímpico de Seul, onde 30.000 jovens de todo o mundo defendem a paz. Esta declaração descreve o papel dos indivíduos de todas as esferas da vida na consecução da paz e apela a um esforço global unido.

Na 10ª comemoração anual do ano passado, o Presidente Lee Man-hee disse: "Desde que nos comprometemos a trabalhar juntos pela paz mundial há 10 anos, viajei ao redor do mundo apelando à paz. Gritei que a paz deveria ser ensinada em casa e na escola e que todos devem se tornar mensageiros da paz." Ele também enfatizou: “Todos deveriam ser unidos sob o título de paz e trabalhar juntos para criar um mundo bom e torná-lo um legado para as gerações futuras. Isto é o que precisamos fazer nesta época em que vivemos”.

A HWPL emitiu recentemente uma declaração sobre o conflito Israel-Irão e destacou o impacto devastador sobre os cidadãos. “Organizações em todo o mundo, em aliança com a HWPL como solidariedade para a paz, instam o Irão e Israel a porem fim imediatamente aos actos de agressão e a avançarem para conversações para inaugurar a paz”, disse o comunicado.

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Korea_May25_A Korean War veteran addressed the importance of achieving peace to the audience
Korea_May25_A participant joined in writing a peace message in support of and in hopes for peace in Ukraine
Korea_May25_A participant wrote a peace letter in support of the DPCW
Korea_May25_The Peace Gate of Seoul Olympic Park, where the Declaration of World Peace was declared
Korea_May25_Young people signed up to become members of HWPL to act for peace

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Korea_May25_HWPL’s 11th Annual Commemoration of the Declaration of World Peace and Peace Walk

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Heavenly Culture, World Peace, Restoration of Light (HWPL)

ANC perde maioria absoluta na África do Sul

© Lusa
Por Lusa  01/06/24
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Congresso Nacional Africano, no poder desde o fim do 'apartheid', perdeu a maioria absoluta pela primeira vez em 30 anos de governação na África do Sul, nas eleições de quarta-feira, embora continue a ser o partido mais votado.

Com 99,35% dos círculos eleitorais declarados, correspondente a 15.812.177 votos auditados e divulgados às 15:09 locais (14:09 de Lisboa), o antigo movimento de libertação de Nelson Mandela vai permanecer no poder, mas perdeu a maioria absoluta com 40,24% (6.363.596 votos) nas eleições realizadas quarta-feira, indicou a Comissão Eleitoral Independente (IEC).

Em 2019, o partido liderado por Cyril Ramaphosa, que é também Presidente da República da economia mais desenvolvida no continente, obteve 57,5% dos votos, elegendo 230 deputados para o parlamento bicameral de 490 lugares.

A confirmarem-se os resultados, o Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês) terá de encontrar partidos à esquerda ou no centro-direita que queiram formar uma coligação para governar o país nos próximos cinco anos.

Segundo os resultados provisórios a esta hora, o Aliança Democrática (DA), principal partido da oposição na África do Sul, é o segundo mais votado com 27,71% dos votos (3.432.906), registando uma subida relativamente às últimas eleições, quando obteve 20.77%, elegendo 84 lugares no parlamento.

Em terceiro lugar está o uMkhonto weSizwe (Partido MK), o novo partido do antigo Presidente Jacob Zuma (2009-2018), fundado em setembro, com 14,65% (2.316.611 votos).

O partido de extrema-esquerda Combatentes da Liberdade Económica (EFF), de Julius Malema, antigo líder da Juventude do ANC Governante, está com 9,47% (1.497.593) dos votos escrutinados a nível nacional.

Segundo os dados da IEC, a afluência às urnas foi de 58,59%.

Os resultados declarados incluem os votos no estrangeiro, indicou a Comissão Eleitoral sul-africana à Lusa.

Com 27,6 milhões de eleitores registados, um total de 52 partidos concorreram às eleições nacionais de um novo parlamento de duas câmaras - a Assembleia Nacional (400 lugares) e o Conselho Nacional de Províncias (90 lugares) -, assim como às assembleias provinciais e regionais das nove províncias do país, em três boletins de voto.

Para as eleições de quarta-feira estavam registados 27.732.749 eleitores, que puderam votar em 23.392 assembleias de voto.

Os resultados finais devem ser anunciados no domingo, segundo a comissão eleitoral sul-africana.

Netanyahu insiste que cessar-fogo em Gaza só será possível após "destruição do Hamas"

ABIR SULTAN/AP
SIC Notícias  01/06/2025

O Presidente norte-americano informou na sexta-feira que Israel propôs um novo acordo de cessar-fogo em Gaza. Joe Biden instou o Hamas a aceitar a proposta, afirmando que é a melhor forma de pôr fim ao conflito.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, insistiu este sábado que não haverá um cessar-fogo permanente em Gaza enquanto o Hamas não foi destruído.

As declarações surgem após o Presidente norte-americano, Joe Biden, ter anunciado na sexta-feira a nova proposta de acordo de Israel para um cessar-fogo em Gaza.

  • "As condições de Israel para acabar com a guerra não mudaram: a destruição do Hamas e das suas capacidades militares, a libertação de todos os reféns e a garantia de que Gaza não será uma ameaça para Israel", disse Netanyahu.

O primeiro-ministro garantiu que Israel vai continuar a insistir que estas condições sejam cumpridas antes que um cessar-fogo permanente seja estabelecido: “A ideia de que Israel concordará com um cessar-fogo permanente antes que estas condições sejam cumpridas está condenada ao fracasso”.

Israel propõe novo acordo de cessar-fogo em Gaza com três fases

A nova proposta é composta por três fases, sendo a primeira um cessar-fogo de seis semanas. Durante este tempo, o exército israelita abandonará a Faixa de Gaza e o Hamas libertará os reféns em troca de prisioneiros palestinianos.

A nível de ajuda humanitária, a proposta prevê 600 camiões a entrar em Gaza todos os dias.

Na segunda fase, Israel e o Hamas devem negociar os termos de um acordo permanente para acabar com as hostilidades. O cessar-fogo continuará em vigor enquanto as negociações estiverem em curso.

A terceira e última fase é um plano de reconstrução da Faixa de Gaza.

Num comunicado divulgado no mesmo diz, o Hamas disse considerar positiva a proposta de Israel e acrescentou que está disposto a lidar "de forma construtiva" com qualquer plano que inclua um "cessar-fogo definitivo, a retirada das forças israelitas da Faixa de Gaza, a reconstrução de Gaza e a troca de prisioneiros".

O presidente Ibrahim Traore de Burkina Faso 🇧🇫 segue criando políticas de valorização dos trabalhadores em seu país. Ele ajustou o valor do salário mínimo em quase 50% desde que chegou ao poder. Ele também diminuiu o salário de políticos e ministros em 30%.

 @Afroliterato

'Gostas mais da mãe ou do pai?'. Cuidado: Pode não gostar da resposta

© Shutterstock
Por  Notícias ao Minuto  01/06/24

Este sábado, 1 de junho, celebra-se o Dia Mundial da Criança. Com isso em mente, falámos com a psicóloga Catarina Lucas, diretora do Centro Catarina Lucas, sobre uma das perguntas que mais melindra os miúdos.

Sim, alguns pais têm ciúmes da relação do outro progenitor com os filhos. "É muito comum", diz ao Lifestyle ao Minuto a psicóloga Catarina Lucas, diretora do Centro Catarina Lucas. Porém, será que esta disputa pelo amor das crianças é saudável? E é mesmo preciso escolher?

"É importante que os pais percebam que cada um deles tem um papel distinto na vida dos seus filhos e que a relação não é, nem precisa ser igual entre os dois pais e as crianças", afirma.

Gostas mais da mãe ou do pai? Esta pergunta é assim tão inofensiva como alguns pais julgam?

Não é, de todo. Aliás, é uma pergunta que nunca deve ser colocada a uma criança, porque só vai estar a colocá-lo numa tarefa difícil e ingrata de ter que escolher entre a mãe e o pai. A criança precisa, gosta e admira ambos os pais. Por isso, não deve ser obrigada a escolher entre um ou outro, nem ser colocada numa posição em que receia magoar um dos pais através da sua resposta. Além de ser uma questão com pouco sentido, obrigada a criança a estar numa zona de desconforto e de gestão emocional difícil.

© Catarina Lucas
Pode melindrar a criança?
Pode deixá-la numa zona de elevado desconforto e até de medo.

Medo?
Medo de magoar um dos pais, ao ter que optar e medo de perder o amor e afeto do progenitor preterido.

É muito comum ocorrer algum tipo de ciúme face à relação que a criança tem com o outro progenitor

Gostamos dos dois pais da mesma forma?
Os sentimentos pelos pais não são estanques. Estão relacionados com a fase em que a criança se encontra e a proximidade que naquele momento a criança tem com cada um dos pais.

É normal gostar-se mais da mãe do que do pai ou vice versa?

As crianças não gostam dos pais da mesma forma, porque as relações não são iguais e os pais não desempenham o mesmo papel nem se relacionam da mesma forma com a criança. No entanto, gostar de forma diferente não significa gostar mais ou menos.

Considera razoável os pais terem ciúmes da relação do outro progenitor com os filhos?
É muito comum ocorrer algum tipo de ciúme face à relação que a criança tem com o outro progenitor, mas é importante que os pais percebam que cada um deles tem um papel distinto na vida dos seus filhos e que a relação não é, nem precisa ser igual entre os dois pais e as crianças. Os pais não precisam nem são iguais, mas sim complementares, com papéis e 'inputs' diferentes na vida dos filhos.

Não devem existir sem medo ou competição pelo afeto dos filhos. Isso pode ser percecionado e usado pela criança para obter ganhos secundários

Essa 'disputa' é saudável?
Depende. Por vezes, ultrapassa o limite do saudável, gerando-se tensão e competição, que acaba muitas vezes por passar para a criança. Criança essa que acaba por ter de se posicionar ou ser usada como troféu. Cada um dos progenitores tem um papel diferente na vida do seu filho. Quando somos adultos e pensamos nos nossos pais, pensamos de forma distinta sobre as suas características, as brincadeiras com um e com outro, as expressões...

No fundo, não há nada a temer...
Os pais devem estar tranquilos na relação com os filhos. Não devem existir sem medo ou competição pelo afeto dos filhos. Isso pode ser percecionado e usado pela criança para obter ganhos secundários.

A Rússia disparou mais de uma centena de mísseis e 'drones' contra infraestruturas essenciais e centrais elétricas na Ucrânia desde sexta-feira à noite, anunciou hoje a força aérea ucraniana.

© OLEKSANDR GIMANOV/AFP via Getty Images
Por Lusa  01/06/24 
 Rússia lança novos ataques noturnos contra alvos energéticos na Ucrânia
A Rússia disparou mais de uma centena de mísseis e 'drones' contra infraestruturas essenciais e centrais elétricas na Ucrânia desde sexta-feira à noite, anunciou hoje a força aérea ucraniana.


Os ataques provocaram uma dezena de feridos civis, incluindo crianças, disseram as autoridades locais.

As forças ucranianas intercetaram 35 mísseis de vários tipos e 46 'drones' "Shahed", de fabrico iraniano, que foram lançados contra alvos no sul, centro e oeste do país, disse o comandante da força aérea, Mikola Oleschuk.

Os russos lançaram 53 mísseis, incluindo 35 mísseis de cruzeiro X-101 e X-555, da região russa de Saratov, e quatro mísseis balísticos Iskander-M e um míssil de cruzeiro Iskander-K da Crimeia.

Foram ainda disparados dez mísseis de cruzeiro Kalibr do Mar Negro e três mísseis guiados por ar X-59 e X-69 da zona ocupada pelas forças russas na região de Zaporijia, precisou a força aérea ucraniana.

"Os terroristas russos são implacáveis nos seus esforços para destruir o setor dos combustíveis e da energia do país", afirmou Oleschuk, citado pela agência espanhola EFE.

"O principal objetivo da Rússia é normalizar o terror", denunciou o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, nas redes sociais, referindo-se aos ataques noturnos.

Zelensky disse que os aliados sabem que a Ucrânia precisa de "mais 'Patriots' e outros sistemas modernos de defesa aérea", de caças F-16 e que os soldados sejam dotados de todas as capacidades militares necessárias.

O Ministério da Energia afirmou que os alvos incluíam infraestruturas do sistema energético nas regiões de Zaporijia (sul), Dnipropetrovsk, Kirovohrad (centro), Donetsk (leste) e Ivano-Frankivsk (oeste).

Em mais de dois anos de guerra, as forças russas intensificaram os ataques aéreos contra as infraestruturas energéticas ucranianas, provocando cortes e restrições de energia, bem como danos significativos.

Durante o ataque noturno de hoje, foram atingidas duas centrais térmicas, informou o operador ucraniano DTEK, sem especificar a localização.

"Esta foi mais uma noite extremamente difícil para o setor da energia na Ucrânia", disse a empresa, citada pela agência francesa AFP.

"O inimigo atingiu duas das nossas centrais térmicas. O equipamento ficou seriamente danificado", acrescentou a empresa, o maior investidor privado no setor na Ucrânia.

Este é o sexto grande ataque às centrais térmicas da DTEK desde meados de março, ainda segundo a empresa.

As informações divulgadas pelas duas partes sobre o curso da guerra iniciada com a invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022 não podem ser verificadas de imediato de forma independente.

A Rússia tem em curso uma nova ofensiva contra a Ucrânia desde 10 de maio, depois de uma contraofensiva ucraniana lançada no verão passado ter tido pouco sucesso.

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O presidente do Parlamento guineense, Domingos Simões Pereira, manifestou hoje, em entrevista à Lusa, a sua disponibilidade para concorrer às próximas eleições presidenciais e exige que se respeitem os prazos constitucionais para a sua realização.

© Lusa
Por Lusa  01/06/24
 Simões Pereira disponível para concorrer às presidenciais na Guiné-Bissau
O presidente do Parlamento guineense, Domingos Simões Pereira, manifestou hoje, em entrevista à Lusa, a sua disponibilidade para concorrer às próximas eleições presidenciais e exige que se respeitem os prazos constitucionais para a sua realização.


"Eu nunca fugi de reconhecer que, por tudo aquilo que tem sido o nosso percurso e o meu, particularmente, considero-me bem posicionado para continuar a merecer a confiança dos meus camaradas e se for designado lá estarei e como sempre disponível a dar o meu melhor nesse sentido", afirmou Simões Pereira.

O também líder do PAIGC, encontra-se em Lisboa para participar hoje no lançamento do livro "Guiné-Bissau - Pelas Flores de Quitafine: Um diálogo sobre perspetivas de democracia", de que é autor juntamente com a jornalista norte-americana Ricci Shryock, correspondente do The New York Times em Dacar.

O líder do PAIGC, partido que lidera a coligação PAI -- Terra Ranka, remete para o Comité Central do partido a decisão da escolha do candidato presidencial e recorda que as restantes formações que integram a coligação "serão ouvidas e terão direito a dar a sua opinião".

Domingos Simões Pereira contesta a leitura que está a ser feita em Bissau e salienta que o mandato do atual Presidente, Umaro Sissoco Embaló, termina em fevereiro de 2025, pelo que sobram apenas oito meses para organizar a próxima eleição presidencial.

"Eu compreendo que há toda uma preocupação do atual regime de distrair as pessoas invocando outras questões, chamando à colação e ao debate outras questões que não fazem qualquer tipo de sentido. Por exemplo falar-se de eleições legislativas, quando nós tivemos eleições legislativas em junho de 2023", destaca.

"Como é que se pretende que com a organização de novas eleições legislativas se vai resolver um problema que tem sido realmente uma absoluta incapacidade do atual Presidente viver num quadro de democracia? É triste o que está a acontecer", frisa.

Domingos Simões Pereira manifesta-se determinado em prosseguir a luta contra o que considera ser a deriva antidemocrática do Presidnete Sissoco Embalí.

"Há que continuar a luta, mas isso não dispensa a necessidade da realização de eleições. Nós estamos a pouco mais de oito meses do fim do mandato do atual Presidente. O mandato que começou a 27 de fevereiro de 2020, e que, de acordo com a Constituição, até ao dia 27 de fevereiro de 2025 devemos conhecer o novo Presidente, o que significa que alguns meses antes deve haver novas eleições", reitera.

Simões Pereira retomou ainda as críticas que a coligação PAI-Terra Ranka fez na quinta-feira ao constitucionalista português Jorge Bacelar Gouveia, que no passado dia 27 defendeu numa conferência internacional, em Bissau, a realização de eleições gerais em 2025.

À margem da conferência e em declarações à Lusa, Bacelar Gouveia questionou por que razão não entrou nenhuma queixa nos tribunais guineenses a contestar a dissolução do parlamento por Umaro Sissoco Embaló.

Em 04 de dezembro passado, também em declarações à Lusa, Jorge Bacelar Gouveia classificou a decisão do Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, de dissolver o parlamento da Guiné-Bissau como "inconstitucional, inválida e sem força jurídica".

"Eu julgo que a decisão do Presidente da República [da Guiné-Bissau] não é correta. É uma decisão inconstitucional, porque viola o artigo 94.º da Constituição. O artigo diz que o parlamento não pode ser dissolvido no período de um ano após a sua eleição", disse então à agência Lusa Bacelar Gouveia.

Hoje, na entrevista à Lusa, Simões Pereira lamentou que sejam feitas afirmações sem que se tenha em conta o seu efeito na Guiné-Bissau.

"É lamentável que as pessoas talvez não deem conta da importância que podem ter nestas latitudes", vincou.

"Na Guiné-Bissau, aquilo que é dito por um constitucionalista, e um constitucionalista tido por arrumado, acaba por ter sempre implicações muito fortes e é muito importante que houvesse um pouco mais de cautela. Portanto não há aqui dúvida nenhuma, não só em termos legais, como na interpretação política que todos nós fazemos. Houve eleições em dezembro de 2019, houve posse em fevereiro de 2020. Como é que se pode pretender agora falar em eleições em novembro de 2025? Com que base legal, em que tipo de raciocínio é que se chegou lá", questionou.

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UM DE JUNHO DE 2024 DIA DAS CRIANÇAS NA GUINÉ-BISSAU?

Aqueles que nasceram, aprenderam a lutar pela liberdade e o fizeram toda a vida, não podem se compactuar com o que está a acontecer na Guiné-Bissau, neste momento.
Às crianças e aos povos da Guiné-Bissau, desejo a realização do sonho de Amílcar Cabral.
Às "Flores e razão principal da luta" que a geração de Amílcar Cabral travou, apelo à perseverança e esperança num futuro bem melhor, para o qual todos devemos lutar até a exaustão.
Feito em Bissau, no dia 01 de junho de 2024.
Por: Ariceni Abdulai Jibrilo Baldé.
(Djibril Baldé)

sexta-feira, 31 de maio de 2024

A NATO conclui hoje o seu maior exercício militar em décadas, no qual participaram mais de 90 mil soldados, acima de 50 navios e de 80 aeronaves, e ainda cerca de 1.100 veículos dos 32 estados-membros da organização.

© Lusa
Por Lusa  31/05/24
NATO termina maior exercício militar em décadas com 90 mil soldados
A NATO conclui hoje o seu maior exercício militar em décadas, no qual participaram mais de 90 mil soldados, acima de 50 navios e de 80 aeronaves, e ainda cerca de 1.100 veículos dos 32 estados-membros da organização.


O exercício de quatro meses, denominado Steadfast Defender 2024, foi o primeiro exercício em grande escala da NATO a pôr em prática os novos planos de defesa regional adotados no ano passado na cimeira de líderes em Vilnius, afirmou a Aliança Atlântica em comunicado.

A NATO indicou que o exercício teve como objetivo promover a preparação em todas as áreas e níveis de comando, desde o estratégico ao operacional e tático.

"Concebido para treinar e demonstrar a capacidade da Aliança para reforçar a Europa continental através do movimento transatlântico de forças da América do Norte e do Reino Unido, o 'Steadfast Defender' consistiu em vários exercícios liderados pela NATO e a nível nacional que reuniram as tropas aliadas numa impressionante demonstração de unidade e interoperabilidade", disse a organização transatlântica.

O comandante da Aliança para a Europa, o general norte-americano Christopher G. Cavoli, afirmou que as atividades militares realizadas durante o exercício demonstraram que a NATO "é capaz e está preparada para cumprir a missão central de defesa coletiva".

O exercício ocorreu em duas partes. A primeira centrou-se no domínio marítimo e envolveu vários quartéis-generais que ensaiaram o desdobramento estratégico de forças da América do Norte para a Europa continental.

A segunda parte foi uma demonstração das capacidades militares nacionais, multinacionais e da NATO em toda a Europa continental.

Leia Também: O ex-presidente da Rússia e vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, alertou, esta sexta-feira, que o Kremlin não estava a fazer "intimidação ou 'bluff' nuclear" quando abordou a possibilidade de utilizar armas nucleares táticas contra a Ucrânia e alertou que o conflito entre Moscovo e o Ocidente pode escalar para uma guerra. 


ONU exige inquérito "independente" aos assassinatos no Burkina Faso

© Lusa
Por Lusa  31/05/24 
O Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos manifestou hoje estar "gravemente preocupado" com o aumento dos assassinatos de civis no Burkina Faso e exigiu uma "investigação independente e transparente" sobre alegações de violações dos direitos humanos.

"Estou profundamente perturbado com o facto de as forças de segurança e de defesa e os seus auxiliares, os Voluntários para a Defesa da Pátria [milícias pró-governamentais], terem alegadamente cometido assassínios arbitrários, incluindo execuções sumárias", escreveu Volker Türk num comunicado, reconhecendo, porém, que os grupos armados são responsáveis pela "grande maioria" dos incidentes.

Volker Türk abordou estas questões diretamente com o capitão Ibrahim Traoré, chefe do regime militar do Burkina Faso, durante uma visita ao país africano em março.

"Compreendo perfeitamente as ameaças complexas à segurança que o Burkina Faso enfrenta. A resposta a estas ameaças só será bem-sucedida se o direito internacional for plenamente respeitado em todo o lado", insistiu Türk.

"Reitero, pois, o meu apelo às autoridades do Burkina Faso para que tomem todas as medidas possíveis para garantir a proteção dos civis", acrescentou.

O Burkina Faso, palco de violência recorrente de grupos extremistas islâmicos, que resultou em milhares de mortes durante quase dez anos, assistiu a dois golpes militares em 2022.

Em janeiro de 2022, um golpe de Estado levou ao poder o tenente-coronel Paul Henri Sandaogo Damiba, que foi derrubado em setembro do mesmo ano pelo atual chefe da junta militar, capitão Ibrahim Traoré.

Na semana passada, o Burkina Faso adotou uma carta que permite que o regime militar liderado por Traoré se mantenha no poder durante mais cinco anos.

Forum da Juventude do PRS Pro-congresso em conferência de imprensa

 Radio Voz Do Povo

A Brigada Médica Cubana na Guiné-Bissau celebrou a 16ª Jornada Científica, evento que marca as comemorações do 40º aniversário da constituição da Unidade Central de Colaboração Médica.

O evento, iniciado no dia 27 de maio, contou com a presença do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, convidado para presidir a cerimônia de encerramento. 

 Presidência da República da Guiné-Bissau

Cerimónia de XVIIª Jornada Científica da Brigada Médica Cubana na Guiné Bissau

Presidência da República da Guiné-Bissau

Pedido de Demissão: O Secretário de Estado da Ordem Pública, José Carlos Macedo Monteiro, entregou esta sexta-feira (31/05) ao Chefe de Estado a sua carta de pedido de demissão.

O secretário de Estado da Ordem Pública da Guiné-Bissau, José Carlos Macedo Monteiro, apresentou hoje o pedido de demissão ao Presidente da República, anunciou o próprio. 👇 

Fonte: Radio Voz Do Povo

Morreu um dos militares detidos no "caso 1 de Fevereiro" na Guiné-Bissau

© Lusa
Por Lusa  31/05/24
Um dos militares detidos no que ficou conhecido como o "caso 1 de Fevereiro" na Guiné-Bissau, Papa Fanhe, morreu hoje no hospital militar da capital guineense, disseram à Lusa fontes judiciais e militares.

Papa Fanhe, de 37 anos, "morreu na última madrugada" no Hospital Militar Central de Bissau, onde se encontrava em tratamento médico e para onde foi transferido das celas da Base Aera de Bissalanca.

O antigo guarda-costas do ex-primeiro-ministro guineense, Aristides Gomes, era um dos detidos da tentativa de golpe de Estado de fevereiro de 2022 e a morte ocorre na véspera do julgamento do caso, marcado para terça-feira.

O militar era capitão-de-fragata e foi um dos cerca de 50 detidos há mais de dois anos, entre civis e militares, acusados de tentativa de golpe de Estado no dia 01 de fevereiro de 2022.

Fonte familiar disse à Lusa que o militar tinha sido autorizado pelo Ministério Público, civil, a sair da prisão "por não existirem provas contra si".

A fonte observou que a ordem "nunca foi respeitada" e nos últimos dias a saúde do Papa Fanhe piorou e foi transferido para o hospital, onde morreu na madrugada de hoje.

No dia 1 de fevereiro de 2022, homens armados atacaram o palácio do Governo onde decorria a reunião do Conselho de Ministros.

O encontro era dirigido pelo Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló.

Da ação morreram 11 pessoas, na sua maioria elementos do corpo de segurança dos governantes.

O Presidente guineense e o Estado-Maior General das Forças Armadas disseram tratar-se de uma tentativa de golpe de Estado.

O julgamento de alguns dos acusados, concretamente 25 detidos está marcado para terça-feira e será feito pelo Tribunal Militar da Guiné-Bissau.

Entre os arguidos, que vão sentar-se no banco dos réus, estará o ex-chefe da Armada guineense, o vice-almirante, José Américo Bubo Na Tchuto, apontado pelo poder político como sendo o líder da intentona.

Fonte da justiça militar explicou à Lusa que dos 25 pronunciados para irem a julgamento, alguns "ainda continuam a monte".

Segundo a fonte, só deverão comparecer na sala do julgamento, na Base Aérea de Bissalanca, 12 pessoas "entre civis e militares", às 10:00 horas (11:00 em Lisboa).

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