sábado, 1 de junho de 2024

Hezbollah atinge base militar no norte de Israel

© FADEL SENNA/AFP via Getty Images
Por Lusa  01/06/24
O grupo xiita libanês Hezbollah abateu hoje um 'drone' israelita no sul do Líbano e disparou foguetes contra no norte de Israel, atingindo uma base militar e, alegadamente, posições de artilharia.

Em comunicado, o Hezbollah indicou ter abatido um 'drone' Hermes 900 Kochav, tendo Telavive confirmado a destruição do aparelho, capaz de disparar até quatro mísseis antitanque guiados e um dos mais sofisticados operados pela Força Aérea israelita.

O exército israelita indicou que um míssil terra-ar foi disparado contra o 'drone' que operava em espaço aéreo do Líbano, acrescentando que foi atingido e caiu em território libanês.

"O incidente está a ser investigado. A Força Aérea continuará a operar nos céus do Líbano para cumprir com as missões das Forças Armadas de Israel", disse um porta-voz militar israelita na rede social Telegram.

O Hezbollah não concretizou o lugar onde o 'drone' foi derrubado, mas os meios de comunicação libaneses indicam que terá sido no leste da cidade de Tiro.

Em resposta a ataques israelitas entre sexta-feira e hoje no sul do Líbano, o Hezbollah adiantou ter também atacado uma base do exército israelita na cidade fronteiriça de Kiryat Shmona com foguetes Burkan "provocando um incêndio e destruindo parte dela".

Sem dar detalhes, o exército israelita confirmou que um foguete atingiu a base militar de Kiryat Shmona.

A comunicação social israelita noticiou o ataque contra a base e divulgou imagens mostrando danos significativos nas infraestruturas, sem dar conta de vítimas.

O Hezbollah anunciou também hoje o lançamento de vários projéteis contra canhões de artilharia israelitas em Jirbet Maar, em território israelita, perto da aldeia libanesa fronteiriça de Bustan.

Apoiado militarmente pelo Irão, o Hezbollah intensificou os ataques contra Israel na sequência da ofensiva israelita na Faixa de Gaza contra o Hamas, iniciada no dia seguinte ao ataque do movimento islamita em território israelita.

Com a pressão militar de Israel sobre a cidade de Rafah, no sul de Gaza, a troca de fogo ao longo da fronteira entre o Líbano e Israel intensificou-se nas últimas semanas.

Na última madrugada, um ataque israelita no sul do Líbano perto da vila de Khirbet Selm deixou duas pessoas feridas e já esta tarde 'drones' israelitas visaram uma aldeia perto da cidade de Nabatiyeh, de acordo com a comunicação social local, citada pela agência AP.

Em quase oito meses de violência, já morreram cerca de 450 pessoas no Líbano, a maioria combatentes e mais de 80 civis, segundo uma contagem da AFP. Vinte socorristas, entre os quais dez membros do Comité de Saúde Islâmico, encontram-se entre os mortos.

Do lado israelita, pelo menos 14 soldados e 11 civis já morreram, segundo as autoridades.

Quatro pessoas, incluindo uma equipa de salvamento, foram mortas na sexta-feira por ataques israelitas no sul do Líbano, segundo o Hezbollah e uma organização afiliada.

Na rede social X, o coordenador humanitário da ONU para o Líbano, Imran Riza, lamentou o sucedido, dizendo estar "profundamente perturbado por saber que uma ambulância foi alvo de um ataque" e recordando que "vinte profissionais de saúde foram mortos desde 08 de outubro".

Em resposta, o Hezbollah reivindicou o ataque com "dezenas" de foguetes 'Katyusha' a três localidades do norte de Israel: os colonatos de Gaaton, Ein Yaakov, e Yehiam.

No âmbito da violência desencadeada em outubro passado, Israel atacou diversos centros de saúde e da Proteção Civil do Líbano, na sua maioria pertencentes a organizações humanitárias com ligações a formações armadas envolvidas nos confrontos.

A ação mais grave deste género ocorreu em março passado, quando sete paramédicos foram mortos pelos israelitas num centro da Associação Libanesa de Socorro em Habariyeh (sul), um ataque que a Human Rights Watch (HRW) pediu para ser investigado como potencial "crime de guerra".

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