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JORNAL ODEMOCRATA 20/08/2022
O líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, apelou aos militantes e dirigentes para se unirem e serrarem as fileiras para combater os “Bolons Contés” dentro do partido.
“O nome de Bolom Conté passou a ser, hoje, um símbolo que para muitos é sinal da democracia e pluralidade. Isso não tem nada a ver com a democracia, porque combater o seu próprio partido é oportunismo e traição. Demonstra que a pessoa pertence à quinta coluna. Temos que nos unir e combater todos os Bolons Contés dentro do PAIGC”, disse.
Simões Pereira lançou este desafio na abertura da reunião do Comité Central, realizada este sábado, 20 de agosto de 2022, após a retirada de forças de segurança que ocuparam ontem a sede para cumprir uma solicitação do juiz do Tribunal de Relação.
A direção superior dos libertadores convocou na sexta-feira a reunião do Comité Central para analisar a situação política vigente, mas forças de segurança invadiram a sede e impediram o acesso, fato que levou o partido a cancelar a reunião.
Na sua comunicação aos membros do Comité Central, Simões Pereira sublinhou que o está a impedir a realização do décimo congresso não tem nada a ver com a justiça ou direito, mas “tem a ver com aquilo que chamam de ordens superiores que têm capacidade de mandar juízes condenar o PAIGC e polícias para bloquear o partido, se necessário agredir os seus dirigentes”.
“Devíamos estar completamente concentrados em adotar decisões (para os problemas) que preocupam o povo, que quero ver refletida na deliberação do congresso. Já não existem dúvidas que o poder instituído está determinado em combater o PAIGC e está fazê-lo suprimindo direitos fundamentais do povo guineense, nomeadamente as nossas liberdades civis e o nosso direito político”, referiu, afirmando que o poder está a lutar contra o partido com a cumplicidade de alguns elementos dentro do PAIGC.
“Se elementos que estão lá fora têm a capacidade de demonstrar que nos odeiam, temos que fazê-los perceber que estamos prontos para odiá-los muito mais daquilo que são capazes. Se estão interessados em combater-nos, que saibam que estaremos mais mobilizados para todas as batalhas que querem que travemos todos os dias”, assegurou.
O líder dos libertadores exortou os militares guineenses para compreenderem que têm a missão de defender o território nacional, não aplaudir o processo de ”invasão silenciosa” de forças estrangeiras ao território da Guiné-Bissau, porque “não é isso que os tornou heróis da luta de libertação nacional”.
Simões Pereira convidou os candidatos à liderança do partido para disputarem o partido dentro do partido, tendo questionado a ausência das pessoas que querem disputar a presidência do partido na reunião do Comité Central.
Afirmou que o PAIGC está a fazer uma luta para o povo guineense, para que haja, a liberdade e a justiça.
Por: Assana Sambú
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