O Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15) e o Partido da Renovação Social (PRS) pediram hoje uma comissão de inquérito à morte de um cidadão guineense durante uma manifestação em outubro de 2019, na capital da Guiné-Bissau.
"Os grupos parlamentares do Madem-G15 e do PRS requerem ao presidente da Assembleia Nacional Popular" para "deferir o presente pedido para a criação de uma comissão parlamentar de inquérito no sentido de identificar, descobrir os autores, materiais e morais, dos crimes perpetrados e as circunstâncias em que eles ocorreram", referem os dois partidos numa carta enviada ao presidente do parlamento.
Em outubro, o Madem-G15, o PRS e a Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau organizaram um protesto em Bissau para reclamar da forma como estavam a ser organizadas as eleições presidenciais e o trabalho do Governo liderado por Aristides Gomes.
O protesto, que reuniu milhares de manifestantes e estava proibido pelo Ministério Público, foi disperso pela polícia guineense com gás lacrimogéneo. Um manifestante apareceu morto.
O Ministério do Interior anunciou a abertura de um inquérito que seria conduzido por entidades independentes especializadas, mas, na ocasião, afirmou que a morte do homem não teria ocorrido devido à atuação das forças policiais.
Na carta hoje enviada ao presidente do parlamento, Cipriano Cassamá, o Madem-G15 e o PRS denunciam que as forças de segurança espancaram dois manifestantes "com maior gravidade" e um outro que acabou por morrer.
"Não se compreende o silêncio ensurdecedor e a omissão sobre este acontecimento contra graves violações dos direitos fundamentais", salientam os partidos.
O pedido de inquérito parlamentar surge um dia depois de o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) ter solicitado a criação de uma comissão de inquérito parlamentar ao ataque ao deputado guineense Marciano Indi.
In LUSA
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