domingo, 19 de abril de 2020

COVID-19 - Autoridades de Cabo Verde alertam para mau uso da linha de apoio

O Diretor Nacional de saúde de Cabo Verde, Artur Correia, disse hoje que boa parte das pessoas têm usado a Linha Verde de apoio à pandemia do coronavírus para outros fins, como queixas policiais ou avisos de desacatos nas ruas.


"Infelizmente, estamos a constatar que uma boa parte das pessoas não está a usar bem essa linha. Em vez de ser uma Linha Verde covid-19, está sendo uma linha para queixas policias, para desacatos diversos nas ruas", notou Artur Correia, na habitual conferência de imprensa diária, na cidade da Praia, para fazer o ponto de situação da doença no país.

A Linha Verde (800 11 12) para covid-19 foi implementada pelas autoridades de saúde de Cabo Verde, em parceria com a Proteção Civil e a empresa de telecomunicações CV Telecom, tendo sido alargado ao apoio psicológico às pessoas em quarentena e à população em geral.

Na conferência de imprensa, o Diretor Nacional de Saúde apelou às pessoas para usarem essa linha gratuita apenas para questões que dizem respeito à covid-19, doença provocada pela pandemia do novo coronavírus.

"Porque se a utilizarmos para outras questões estaremos a desviar a sua função e também a tirar a vez a uma pessoa que pode precisar de facto de um contacto de um profissional de saúde, para orientações, para encaminhamento", apelou o responsável de saúde.

No encontro diário com a imprensa, Artur Correia reafirmou as informações avançadas de manhã sobre novos três casos positivos na cidade da Praia, indicando que dois deles foram importados da ilha da Boa Vista, de pessoas que estavam em quarentena obrigatória há 14 dias.

O terceiro caso confirmado hoje refere-se a um paciente que foi encaminhado ao Laboratório de Virologia através do serviço de urgência do Hospital Agostinho Neto, ainda segundo o diretor nacional de Saúde, garantido que os pacientes estão todos bem.

O diretor apelou ainda aos praienses que tiveram contacto com casos positivos para não se dirigirem aos serviços de saúde, mas sim que entrem em contacto através da linha verde, onde serão acompanhados, para evitar risco de contaminação de outros pessoas no trajeto e no hospital.

Ainda na cidade da Praia, o porta-voz do Governo disse que existem 37 amostras pendentes, tendo já sido conhecido o resultado de 21, tendo esses três dado positivo e 18 foram negativos.

Os três novos casos elevaram para 9 na capital de Cabo Verde, onde Artur Correia anunciou no sábado que está a enfrentar a primeira situação de transmissão comunitária de covid-19.

E hoje salientou que as autoridades de saúde estão a "fazer tudo" para conter o alastramento da doença na capital cabo-verdiana, através do diagnóstico precoce de casos confirmados, para depois avançar para uma "corrida rápida" para identificar contactantes e também serem submetidos a testes.

"O objetivo é fazer o cerco à circulação do vírus", salientou o médico, que aproveitou para, mais uma vez, apelar às pessoas para ficarem em casa.

Com os três novos casos na Praia, elevou-se o total para 61 no arquipélago, desde 19 de março, altura que foi diagnosticado o primeiro.

Os outros casos são distribuídos pelas ilhas da Boa Vista (51) e São Vicente (1). Destes, um é já considerado recuperado e outro, o primeiro caso confirmado no arquipélago, um turista inglês de 62 anos, acabou por morrer.

O país iniciou no sábado um segundo período de estado de emergência, mantendo na generalidade as restrições de movimentos e de encerramento de empresas, bem como a obrigação geral de confinamento, em vigor desde 29 de março, mas diferenciado por ilhas.

Segundo determinação do Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, a prorrogação do estado de emergência é válida até às 24:00 de 02 de maio nas ilhas com casos de covid-19 diagnosticados e até às 24:00 do dia 26 de abril nas restantes.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 160 mil mortos e infetou mais de 2,3 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 518 mil doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

noticiasaominuto.com

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CANADÁ - Cuidadores abandonaram lar e deixaram idosos à fome. Morreram 31 pessoas


Autoridades canadianas deparam-se com uma "residência fantasma", onde os funcionários decidiram simplesmente ir embora com receio de contrair o vírus SARS-CoV-2.


O Canadá está em choque após a descoberta de uma situação desastrosa num lar de idosos localizado perto de Montreal (Quebec).

Em apenas algumas semanas, 31 residentes morreram nesta residência destinada a pessoas da terceira idade, infetados com a Covid-19.

Os restantes, abandonados pelos cuidadores que tinham receio de contrair o vírus SARS-CoV 2, não foram nem alimentados, nem receberam qualquer outro tipo de ajuda, revelou o Montreal Gazette.

Este estabelecimento privado, a residência Herron à Dorval, tornou-se em poucos dias o símbolo doloroso da hecatombe que atingiu as residências para idosos no país. As autoridades quando chegaram ao local referiam-se a uma "residência fantasma". Tal como em muitos países europeus, também mais de metade das mortes por Covid-19 sucederam em lares.


"Terrível", assim apelidou o primeiro-ministro do Quebec, François Legault, apontando para uma "negligência grave" e já tendo ordenada várias investigações, inclusive da polícia criminal.

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