JORNAL ODEMOCRATA 23/05/2022
Um grupo de doze médicos das Forças Armadas da Guiné-Bissau está a receber uma capacitação nas áreas de socorro em combate, suporte básico de vida e emergência pré-hospitalar, da parte de médicos especialistas portugueses. A formação tem uma duração prevista de 21 dias, findo os quais os formandos assumirão a capacitação de técnicos de saúde militar das diferentes unidades militares nacionais.
A cerimónia de abertura da formação decorreu esta segunda-feira, 23 de maio de 2022, na unidade do exército (Ex-QG), onde decorrerá a formação e contou com a presença de altos oficiais do exército guineense.
O chefe da divisão de Saúde Militar, Quinhin Na N’Toté, disse na sua intervenção que a formação vai servir os militares quando estiverem em combate, por isso os médicos estão a ser treinados para terem o conhecimento básico de como devem agir para evacuar os feridos a partir da linha de frente.
Assegurou que a formação irá abranger todos os militares, para estarem munidos de conhecimentos básicos de primeiros socorros. Acrescentou que o grupo de 12 militares em formação como formadores terá a capacidade de passar os conhecimentos adquiridos aos militares guineenses.
N’Toté disse que a formação vai capacitar os militares para quando houver uma catástrofe natural, “porque as suas ações não estão apenas restritas aos militares, mas também aos civis”. Revelou neste particular que mais de 80% das pessoas que procuram os serviços de saúde nas esferas militares são civis.
“O Ministério da Defesa tem elaborado uma política da defesa nacional com Portugal em várias áreas das forças armadas, mas neste momento estamos a assistir a área de saúde. Veio uma delegação de seis técnicos militares de saúde português para dar formação em saúde operacional, já tinha passado uma delegação antes desta, tudo isso é um pacote político que está a ser gerido com Portugal” contou.
O capitão-de-mar-e-guerra realçou a importância da formação em saúde operacional para os militares, tendo frisado que os técnicos de saúde militar são formados na Escola Nacional de Saúde, Faculdade de Medicina e nas diferentes universidades do país, porque as Forças Armadas não têm uma escola de saúde.
O chefe da delegação de Portugal, José Pedro da Rocha Resende, explicou que a formação tem um programa de três semanas e que, segundo a sua explicação, começou com o curso de formação de socorro e emergência em combate.
Anunciou que no dia 27 de maio vão iniciar uma formação específica no hospital militar principal com os seguintes temas: primeiros socorros gerais e primeiros socorros em combate.
“Na segunda fase, poderemos voltar a Guiné-Bissau para no fundo monitorizar e manter o suporte ou apoio para a equipa que está a ser formada agora” contou, para de seguida revelar que a deslocação de um grupo de militares guineenses à Portugal para frequentar alguns cursos e acompanhar a organização dos mesmos, porque “a ideia é a capacitação dos formadores guineenses no território da Guiné-Bissau, mas também o mesmo pode ser ministrado em contexto on-line e novas tecnologias”.
Por: Djamila da Silva
Foto: D.S