© MIKHAIL METZEL/POOL/AFP via Getty Images)
POR LUSA 25/10/23
A câmara alta do parlamento russo aprovou hoje a rescisão do Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares, faltando apenas a aprovação final do presidente para a Rússia abandonar o acordo ratificado em 2000.
A votação foi feita na sequência do anúncio avançado por Vladimir Putin no início deste mês, quando afirmou que Moscovo poderia revogar a sua decisão de ratificar o acordo para espelhar a posição assumida pelos EUA, que assinaram mas não ratificaram a proibição dos testes nucleares.
Assinado em 24 de setembro de 1996, o tratado -- conhecido como CTBT - é um dos últimos acordos internacionais sobre armamento que a Rússia ainda considera vinculativo.
Em conjunto, a Rússia e os Estados Unidos têm 90% de todas as ogivas nucleares do mundo.
O CTBT proíbe todas as explosões nucleares em qualquer parte do mundo, mas o tratado nunca foi totalmente implementado, já que não foi ratificado nem pelos EUA, nem pela China, Índia, Paquistão, Coreia do Norte, Israel, Irão ou Egito.
A decisão russa tem causado preocupações aos países ocidentais, que receiam que Moscovo possa retomar os testes nucleares para tentar desencorajar o Ocidente de continuar a dar apoio militar à Ucrânia.
O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Ryabkov, garantiu, no início deste mês, que Moscovo continuará a respeitar a proibição e só retomará os testes nucleares se Washington o fizer primeiro.
Ryabkov adiantou hoje que o seu ministério recebeu propostas dos EUA para retomar um diálogo sobre estabilidade estratégica e questões de controlo de armas, considerando, no entanto, que isso é impossível no atual ambiente político.
"Não estamos preparados para isso porque o regresso a um diálogo sobre estabilidade estratégica... tal como foi conduzido no passado é impossível até que os EUA revejam o seu curso político profundamente hostil em relação à Rússia", disse Ryabkov, citado pelas agências de notícias russas.
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