A petição “Nenhuma mulher portuguesa com cancro do ovário deixada para trás” será entregue esta segunda-feira no Parlamento pelo Movimento Cancro do Ovário e outros Cancros Ginecológicos, que desta forma assinala o Dia Mundial do Cancro do Ovário.
Mais de 11.000 pessoas assinaram a petição que defende a igualdade no acesso ao tratamento do cancro do ovário a todas as mulheres e que será entregue esta segunda-feira na Assembleia da República.
Até às 12:00 deste domingo a petição tinha sido assinada por 11.210 pessoas.
O cancro do ovário é o sétimo tipo de cancro mais comum entre as mulheres, com cerca de 314 mil novos casos por ano, e é a 5.ª causa de morte por doença oncológica entre as mulheres, sendo o cancro ginecológico com maior taxa de mortalidade.
De acordo com evidência clínica, 85% das mulheres com cancro do ovário vão ter uma recaída/recidiva após a cirurgia e a quimioterapia com platina, sendo que a maioria acabará por falecer nos cinco anos seguintes (30%).
“No caso deste cancro, o acesso a um tratamento de manutenção em primeira linha pode significar mais anos de vida e melhor qualidade de vida”, refere o texto da petição.
Não existe um registo nacional de cancro do ovário, mas, segundo o Movimento Cancro do Ovário e outros Cancros Ginecológicos (MOG), estima-se que cerca de 560 novos casos foram diagnosticados em 2020.
A associação lembra que já existe opção de tratamento de manutenção em primeira linha em Portugal, mas que é apenas para doentes com mutação genética (sBRCA ou Gbrca).
“Essa decisão não é democrática, nem compreensível. As doentes sem mutação, além de serem a maior parte dos casos de cancro do ovário (mais de 75%), são as que apresentam maiores necessidades médicas, devido ao pior prognóstico”, refere o texto da petição.
Citada no comunicado divulgado pelo MOG, a presidente da organização sublinha que “quem tem capacidade financeira pode ter acesso a este tratamento nos hospitais privados, mas as mulheres e famílias que não têm meios monetários para fazer esse investimento, acabam por não ter acesso”.
“Não podemos permitir que estas mulheres sejam deixadas para trás. Há mulheres a morrer e famílias a perder mães, irmãs e filhas por existirem lacunas no acesso a uma terapêutica que está disponível para todas as doentes noutros países da Europa”, reforça Cláudia Fraga, também ela sobrevivente de cancro do ovário.
O MOG é uma associação sem fins lucrativos, criada formalmente a 18 de dezembro de 2019, dedicada às mulheres que sofrem de cancro do ovário ou de outros cancros ginecológicos.
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