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POR LUSA 07/05/23
Cerca de 23.000 pessoas fugiram da violência étnica que abalou o nordeste da Índia e fez, pelo menos, 54 mortos, disse hoje o exército, sublinhando, no entanto, a ausência de "grandes incidentes" durante esta noite.
A agitação eclodiu no estado de Manipur, onde uma marcha de protesto organizada por um grupo tribal na quarta-feira se transformou em confrontos, nos quais automóveis e casas foram incendiados.
O exército mobilizou milhares de soldados neste estado fronteiriço com a Birmânia e deu ordem para "atirar à vista" em "casos extremos".
Toques de recolher foram impostos e a internet foi cortada.
Nenhum incidente grave foi relatado durante a noite de sábado para domingo e o toque de recolher foi suspenso no distrito de Churachandpur, uma das principais áreas de tensão, disse o exército em comunicado.
O exército explicou também que intensificou significativamente os seus esforços de vigilância aérea nas últimas 24 horas.
"Um total de 23.000 civis foram resgatados até agora e transferidos para as nossas bases ou guarnições militares", avançou.
As autoridades não divulgaram o número oficial, mas as morgues de hospitais em Imphal, capital do estado, e Churachandpur disseram ter recebido um total de 54 corpos, segundo a imprensa local.
Vários grupos tribais estão insatisfeitos com a perspetiva de ver a comunidade Meitei, maioritária no estado, reconhecida como "tribo classificada", uma designação que lhes daria acesso a uma cota de empregos públicos e vagas no Estado.
O nordeste da Índia tem visto décadas de turbulência entre grupos étnicos e separatistas que procuram maior autonomia e até secessão.
Pelo menos 50.000 pessoas foram mortas em Manipur desde a década de 1950. OS conflitos diminuíram ao longo dos anos, com muitos grupos a fazer acordos com Nova Deli para obter mais poder.
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