domingo, 19 de março de 2023

Polónia admite intervenção na guerra "se a Ucrânia não conseguir defender a sua independência"

Edifício parcialmente destruído por artilharia russa na em Saltivka, na região de Kharkiv. 23 fevereiro 2023. Foto: Ihor Tkachov//AFP via Getty Images
António Guimarães  cnnportugal.iol.pt  19/03/23

País é um dos 30 Estados-membros da NATO

O embaixador da Polónia em França afirmou este sábado que o país poderá entrar na guerra da Ucrânia, caso Kiev não consiga defender a sua independência. Numa entrevista ao canal francês LCI, Jan Emeryk Rosciszewski admitiu esse cenário, dizendo mesmo que Varsóvia "não terá outra escolha".

"Se a Ucrânia não conseguir defender a sua independência, nós não temos outra escolha senão sermos forçados a entrar na guerra", disse.

Declarações que sugerem um endurecimento da posição da Polónia, que tem grande parte da sua fronteira com a Rússia, e que desde o início da guerra tem sido um dos países que mais apoia a Ucrânia.

A Polónia é um dos 30 Estados-membros da NATO, pelo que o seu envolvimento numa guerra com a Rússia poderia culminar num conflito alargado. Recorde-se que a Aliança Atlântica tem um caráter defensivo, atuando com base no artigo número 5, que define que um ataque a um dos membros é considerado como um ataque a todos os outros.

Isso significa que a NATO não seria obrigada a uma intervenção na guerra caso a Polónia avançasse para o conflito. Caso diferente será se a Polónia for alvo de um ataque no seu solo, cenário esse que deveria levar a um envolvimento efetivo da Aliança Atlântica.

De resto, em novembro de 2022 um míssil caiu mesmo na cidade de Przewodów, território polaco a poucos quilómetros da Ucrânia. Na sequência do caso duas pessoas morreram, mas a NATO decidiu prontamente não entender o caso como um ataque russo deliberado. 

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