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Notícias ao Minuto 24/10/22
As autoridades de Kyiv voltaram a apontar para a origem alegadamente iraniana dos drones, que Teerão recusa.
O governo ucraniano voltou a responsabilizar o Irão pelos drones usados pelos russos no ataque a infraestruturas civis e energéticas, mas garantiu, esta segunda-feira, que uma grande maioria dos ataques estão a ser anulados pela defesa do país.
Em entrevista ao jornal ucraniano Ukrainska Pravda, o chefe da inteligência militar da Ucrânia, Kyrylo Budanov, deu conta de que os russos usaram, até ao dia 22 de outubro, 330 drones Shaheds (de origem iraniana), 222 dos quais foram abatidos.
"Outros drones, de uma forma ou de outra, atingiram os seus alvos - embora nem sempre o que era destinado a si, às vezes acertaram em alvos mais próximos, mas 30% dos drones atingiram os seus alvos", explicou.
"No geral, a defesa antiaérea está a lidar com estas ameaças, 70% dos drones foram abatidos", acrescentou, Kyrylo Budanov, avisando ainda que "o terror Shahed pode durar por mais tempo".
Budanov também contou que, segundo o que o governo ucraniano conseguiu apurar, a Rússia está constantemente a encomendar novos drones ao regime de Teerão. Kyiv diz que os russos encomendaram cerca de 1.700 drones de vários tipos, que ainda estão na fase de fabrico.
Cerca de 300 drones encomendados já foram utilizados, e a segunda encomenda de mais 300 está neste momento a ser mobilizada na Ucrânia.
Esta segunda-feira, o Irão voltou a negar as acusações feitas pela Ucrânia e, recentemente, pelos Estados Unidos, de que está a enviar pessoa militar e drones para a Crimeia, para lutar do lado ucraniano. "Condenamos veementemente estas alegações", afirmou esta segunda-feira o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Nasser Kanani, apontando o dedo às autoridades norte-americanos por visarem "desviar a atenção pública do papel destrutivo [dos Estados Unidos] na guerra na Ucrânia".
As acusações do uso de drones iranianos pela Ucrânia começaram a surgir na semana passada, quando os russos atacaram Kyiv com estas naves não tripuladas e mataram pelo menos cinco pessoas na destruição de um edifício residencial.
Desde então, os drones têm sido utilizados pela Rússia para atacar as infraestruturas cruciais ao fornecimento de eletricidade, o que levou o governo ucraniano a pedir à população para procurar limitar o uso de eletricidade até ao inverno.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos dá conta de que já morreram mais de 6.300 pessoas na guerra, mas adverte que o número deverá ser muito superior, devido às dificuldades em contabilizar as baixas civis em zonas tomadas ou sitiadas pelos russos.
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