© Reuters
Por LUSA 23/06/22
O presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, denunciou na quarta-feira à noite a recente onda de ataques "politicamente motivados" a igrejas que provocaram dezenas de mortos no país mais populoso da África.
No início de junho, homens armados com explosivos massacraram 40 paroquianos numa igreja em Owo, no sudoeste, uma ocorrência rara numa região geralmente poupada da violência e que chocou a Nigéria.
O mais recente episódio do género ocorreu desta vez no noroeste, no passado fim de semana, quando 36 pessoas foram levadas à força das suas aldeias e duas igrejas no estado de Kaduna foram atacadas, com três mortos, disseram as autoridades.
"É óbvio que gente sem escrúpulos procura mergulhar o país na tensão religiosa", disse o Presidente Buhari num comunicado.
Os ataques mais recentes não foram reivindicados, mas para o chefe de Estado, foram orquestrados para fins "políticos" por "inimigos" que desejam destruir a unidade do país.
"Não o vamos permitir. A nação não será perturbada e dividida por esses atos criminosos obviamente planeados e politicamente motivados", enfatizou.
Buhari termina o seu mandato presidencial em 2023 e a segurança deverá ser uma questão central nas eleições presidenciais marcadas para fevereiro de 2023.
Sob ataque de críticos, principalmente pela sua incapacidade de acabar com a insegurança quase generalizada no país, Buhari prometeu encontrar os culpados e responsabilizá-los judicialmente.
"Os autores (desses ataques) são homens armados cobardes, fracos e maus que matam mulheres e crianças indefesas a sangue frio nos seus locais de culto", acrescentou.
O Governo disse suspeitar que o grupo extremista Estado Islâmico na África Ocidental (Iswap, na sigla em inglês) esteja por trás do massacre da igreja de Owo.
O Iswap opera no nordeste, a mais de mil quilómetros do sudoeste, onde uma insurgência fundamentalista islâmica está em curso há 13 anos, com um saldo de 40.000 mortos e 2,2 milhões de deslocados.
A Nigéria também enfrenta outros desafios de segurança, incluindo sequestros em massa de crianças em idade escolar, confrontos entre agricultores e pastores e distúrbios separatistas que desgastam as forças de segurança.
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