O DEMOCRATA 02/04/2022
Os trabalhadores da Empresa da Eletricidade e Águas da Guiné-Bissau (EAGB) projetam uma greve de três dias, a partir da próxima quarta-feira, 6 de abril de 2022. O comité sindical de base declarou, entre outros pontos, que a paralisação se deve a salários em atraso e exige a regularização da inscrição dos trabalhadores na segurança social.
A informação foi transmitida à imprensa esta sexta-feira, 01 de abril, pelo presidente do Comité Sindical de Base dos Funcionários da EAGB, Mário Banca, precisando que a paralisação será acompanhada de uma marcha pacífica em frente à sede principal da empresa, em Bissau.
“A greve terá a duração de três dias, quarta, quinta e sexta-feira. Este é o décimo sétimo mês de salários em atraso”.
Outra exigência do sindicato tem a ver com o clima de “puxa puxa” entre o executivo e o consórcio de empresas portuguesas que gere a EAGB. Segundo Mário Banca, essas duas empresas não se entendem, tendo assinalado que “a situação está a afetar o funcionamento da empresa estatal”.
Segundo explicação do sindicalista, neste momento existe um número considerável de funcionários da empresa com os salários em atraso que estão doentes e outros prestes a entrar para reforma.
“Não podemos continuar a assistir os nossos colegas a morrerem e outros internados nos hospitais sem assistência e ficarmos pávidos sem fazer nada, por isso vamos paralisar a empresa”, sublinhou.
Questionado se a paralisação vai afetar o fornecimento da energia elétrica e água em Bissau, o líder sindical limitou-se a dizer que a decisão será tomada na reunião da assembleia-geral do sindicato nos próximos dias.
Segundo explicação de Banca, em duas ocasiões o Comité Sindical de Base dos Funcionários da EAGB tentou decretar greves, mas acabou por suspendê-las, a última das quais foi no passado dia 22 de março último.
De acordo com os dados fornecidos pelo sindicato, a empresa arrecada 1.4 milhões de francos CFA por mês. Cerca de 200 milhões de francos CFA são alocados para despesas de salários, sem contar com a despesa do pagamento do navio que produz a energia elétrica para a capital Bissau.
Integram o consórcio as empresas portuguesas EDP, Água de Portugal e LCBS, ao abrigo de um contrato de três anos financiado pelo Banco Mundial no valor de 3,9 milhões de euros.
Nos termos do contrato de gestão, o consórcio disponibilizou 18 técnicos, entre peritos e especialistas qualificados para materialização do projeto, que visa melhorar a gestão da EAGB, dada como tecnicamente falida.
Por: Alison Cabral
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