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Por LUSA 17/03/22
A junta militar no poder no Mali ordenou esta noite a suspensão da emissão da RFI e da France 24 no Mali, acusando as emissoras francesas de "falsas acusações" de exações cometidas pelo exército maliano, segundo um comunicado.
O Governo do Mali "rejeita categoricamente estas falsas acusações contra as valentes Fama" (Forças Armadas do Mali) e "inicia um procedimento (...) para suspender a difusão da RFI (Radio France Internationale) (...) e da France 24 até nova ordem", refere-se numa declaração enviada à agência France-Presse, assinada pelo porta-voz do Governo maliano, coronel Abdoulaye Maiga.
Os dois meios de comunicação social continuavam a transmitir esta manhã, observou a AFP.
A suspensão de dois grandes meios de comunicação social estrangeiros não tem precedentes recentes no Mali. A RFI e a France 24, que cobrem as notícias africanas, têm fortes audiências no Mali.
O Governo militar do Mali sustenta que as "falsas alegações" foram relatadas numa reportagem emitida em 14 e 15 de março, na qual a RFI deu a palavra a alegadas vítimas de abusos, alegadamente cometidos pelo exército do Mali e pelo Grupo Wagner, uma empresa privada russa de mercenários a operar no Mali.
A junta "rejeita categoricamente estas alegações contra as valentes Fama", diz a declaração assinada por Maiga, que "proíbe todas as estações nacionais de rádio e de televisão, bem como os sites de notícias e jornais malianos, de retransmitirem e/ou publicarem programas e artigos de imprensa da RFI e da France 24.
Abdoulaye Maiga compara, por outro lado, "as ações" da RFI e da France 24 às "práticas e ao papel infame da rádio 'Mille Collines' no passado recente", que encorajaram o genocídio no Ruanda em 1994.
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