terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

Presidente da Republica fala à imprensa, após troca de tiros no palácio do Governo

Presidente Sissoco: “FORÇAS REPUBLICANAS CONTROLARAM A SITUAÇÃO E ESTACARAM O EIXO DO MAL”

O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, afirmou no início da noite desta terça-feira, 01 de fevereiro de 2022, que as forças republicanas conseguiram “controlar a situação e estancar o eixo do mal”, acrescentando que as pessoas se levantaram hoje para fazer um “atentado contra a democracia”.

“Estávamos lá com o primeiro-ministro e todos os outros membros do governo e ouvimos tiros de armas pesadas, tiros de artilharia pesada e metralhadoras. O tiroteio durou cinco horas de tempo para resgatar o Comandante Supremo. Digo à população para manter-se serena. As nossas forças republicanas conseguiram estancar o eixo do mal ou as pessoas que fizeram o atentado contra a democracia”, disse o Presidente da República, que estava ladeado do primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam, do vice-primeiro-ministro, Soares Sambú, e da ministra da Justiça e dos Direitos Humanos, Teresa Alexandrina da Silva e alguns membros do seu gabinete.

O chefe de Estado falava à nação depois de sofrer um atentado por parte de homens armados que invadiram o Palácio do Governo e o fizeram-no refém juntamente com o primeiro-ministro e alguns membros do governo. 

Embaló presidia uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros esta terça-feira, quando foram surpreendidos por homens armados, à paisana, que tomaram de assalto o edifício do Palácio do Governo.

“Poder é uma coisa que se procura nas urnas. A Guiné-Bissau está de luto e há pessoas que perderam a vida hoje no Palácio do Governo, só por causa da ambição de duas ou três pessoas que entenderam que este país não tem direito de viver na paz” assegurou, para de seguida afirmar que custa-lhe acreditar que o país podia chegar a esse ponto ou se um guineense podia perpetrar um ato da violência do gênero.

Embaló elogiou a pronta intervenção das forças da defesa e segurança e pediu à comunidade internacional para continuar a apoiar a Guiné-Bissau.

“Não sao só os militares que estão metidos nisso. Essa situação toda deve-se também à nossa luta contra o narcotráfico. Muitas pessoas envolvidas neste ato, estão sob investigação de narcotráfico”, contou, acrescentando que tinha a noção do preço que podia pagar pelo combate a esse flagelo.

Questionado sobre o número de mortos registados no ataque, respondeu que há vítimas mortais decorridas do ataque, mas diz que não sabe precisar o número, porque “o Presidente estava entre fogo e ferro durante cinco horas de tempo, mas há muitos mortos de um e do outro” disse. 

Interrogado ainda se há alguns membros do governo entre feridos, disse que os feridos são apenas os elementos das forças de defesa e segurança.

Sobre o líder da tentativa de golpe, assegurou que ainda não se identificou nenhuma cara, mas afirmou que foi um ataque muito bem organizado e concertado. Frisou que não quer avançar nomes de responsáveis da tentativa de golpe de Estado para não prejudicar a investigação em curso, tendo garantido que a situação está controlada.

Relativamente ao número de detidos, explicou que há detidos, mas não avançou mais pormenores.

Por: Assana Sambú

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