As autoridades senegalesas decidiram adiar a reabertura das escolas, suspensas desde março devido à covid-19, a poucas horas do anunciado regresso às aulas para centenas de milhares de estudantes, previsto para hoje.
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O recomeço foi adiado para "uma data posterior", anunciou o Ministério da Educação numa declaração emitida a meio da noite, sem especificar uma nova data.
Na origem deste adiamento está a identificação de professores infetados em Casamança (sul, junto à fronteira com a Guiné-Bissau), adiantou este ministério.
O recomeço das aulas está previsto para os alunos que vão ter exames.
Muitos professores, pais e alunos tinham manifestado a sua preocupação com as condições em que se aproximava o reinício do ensino e com os riscos para a saúde que este representava neste país.
Criticaram ainda os recursos postos à disposição das escolas e a impossibilidade de aplicar medidas preventivas.
As escolas católicas de Dakar tinham anunciado na segunda-feira que iriam reabrir, mas sem os alunos. Alegaram que "não estavam preparadas para receber estudantes" e recusaram-se a "pôr em perigo a vida dos estudantes, do pessoal e das suas famílias".
Os católicos constituem cerca de 5% da população, na sua esmagadora maioria muçulmana.
O Senegal declarou oficialmente mais de 3.700 casos de contaminação e 43 mortes. Neste país, a pandemia é relativamente contida, como na maioria dos países africanos, mas a preocupação continua a ser a capacidade do sistema de saúde para resistir a um contágio generalizado.
Por outro lado, existe uma pressão crescente para aliviar as restrições devido ao seu grave impacto na economia de um país onde, segundo o Banco Mundial, cerca de 40% da população está abaixo do limiar de pobreza e onde muitos vivem diariamente em atividades informais.
Em África, há 4.344 mortos confirmados em mais de 152 mil infetados em 54 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 373 mil mortos e infetou mais de 6,2 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Cerca de 2,6 milhões de doentes foram considerados curados.
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