A Polícia Judiciária guineense (PJ) deteve um cidadão de nacionalidade nigeriana considerado o cabecilha de uma rede de burla, no âmbito da: “Operação fortuna falsa”. O burlão foi flagrado com dinheiro de investidores nacionais estimado em cerca de 80 milhões de Francos CFA, que tinha escondido numa pasta no quarto onde dormia.
Vicente Obong Aniedi entrou na Guiné-Bissau no mês de fevereiro do ano em curso, mas iniciou a sua atividade de jogo (apostas) em dinheiro, através de uma empresa denominada “CHAVE DO SUCESSO SARL” no dia 18 de março. As pessoas apostavam ou investiam um valor mínimo de 20 mil Francos CFA e dizia que ganhariam uma margem de cem (100%) por cento sobre o valor investido.
A empresa está sedeada na Avenida Caetano Semedo, estrada de Bôr (Zona de Caracol). De acordo com as autoridades policiais, carece de documentos legais que a permitam exercer aquela atividade.
A detenção do chefe da quadrilha e o consequente desmantelamento da rede, que burlou em mais de um bilião de Francos de CFA cidadãos guineenses e estrangeiros que residem no país, foi anunciada pela diretora nacional da Polícia Judiciária, Teresa da Silva, durante uma conferência de imprensa realizada esta terça-feira, 19 de maio de 2020. A diretora Nacional da Polícia Judiciária avançou que o processo já foi entregue ao Ministério Público.
A responsável da corporação policial de investigação criminal explicou à imprensa que o detido enganava as pessoas (investidores) com promessas de lucros avultados num curto período de tempo.
“Um dos exemplos que podemos referir é que dizia que se se depositasse 100 mil FCFA, em uma semana poder-se-ia ter um lucro em dobro do valor depositado. No fundo, é uma burla bem montada e conseguiu enganar centenas de pessoas” assegurou, para de seguida avançar que o proprietário da Empresa “CHAVE DE SUCESSO SARL” confessou, durante o interrogatório, que a sua atividade “é mais um esquema de burla” à semelhança de vários outros que passaram no país e que vitimaram muitos e incautos guineenses.
Teresa da Silva advertiu os cidadãos, por isso, a não se deixarem enganar com iniciativas do género, tendo frisado que o cidadão nigeriano foi detido com um valor em dinheiro estimado em quase 80 milhões de Francos CFA e que esse montante estava guardado no quarto onde morava. Acrescentou que a empresa em causa não tinha efetuado nenhuma movimentação bancária e que não tem nenhum franco depositado nos bancos comerciais do país.
Domingos Monteiro, diretor nacional adjunto da PJ, explicou na sua comunicação que existem empresas do género a operar num dos países da sub-região e que usam o mesmo método de burla como o da rede desmantelada na Guiné-Bissau.
“Atualmente, a empresa conta com uma bolsa de investidores enorme. Até o dia 11 do mês em curso tinha cerca de 350 investidores que depositaram no total um valor de quase 80 milhões de francos CFA. Há pessoas que investiram dez milhões e outras 14 milhões de francos CFA, esperando ganhar exorbitantes lucros”, contou para de seguida enfatizar que as transações não são feitas por via bancária.
Informou que o proprietário da empresa arrendou um quarto, onde tem apenas um colchão e que a sede da empresa é arrendada apenas para quatro meses. Segundo Domingos Monteiro Correia, “são sinais evidentes do esquema e da intenção de fugir mais tarde”.
Entretanto, O Democrata apurou que vários investidores depositaram dezenas de milhões de Francos com a expetativa de ganhar mais lucros. Uma fonte da PJ avançou ao nosso semanário que um funcionário de uma empresa privada depositou o dinheiro da empresa no valor 50 milhões de Francos CFA, com o intuito de ganhar um lucro de cem por cento no período de uma semana.
Por: Assana Sambú
Foto: A.S
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