Braima Camará, líder do grupo dos 15 deputados dissidentes do PAIGC, sete dos quais alvos da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) disse hoje à Lusa que oficialmente desconhece o castigo e que se encontra tranquilo.
Na primeira reação às sanções, que entre outras proíbe as viagens para o estrangeiro aos sancionados, Braima Camará, afirmou que é guineense que se encontra no seu país onde defende "com orgulho" os valores nos quais acredita.
"Se o facto de haver manifestações das nossas vontades, através das nossas convicções ideológicas e políticas, se isso constituir algum problema, estamos disponíveis para enfrentar tudo e todos e quaisquer problemas, porque estamos tranquilos", destacou Camará, político e presidente da Câmara do Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços (CCIAS).
Braima Camará integra uma lista de sete deputados dissidentes do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), alvos de sanções da CEDEAO, juntamente com outras 11 pessoas entre dirigentes políticos e judiciais guineenses.
Da lista consta ainda o nome de Herson Vaz, filho do Presidente guineense, José Mário Vaz.
Além de proibição de viagens ao estrangeiro, os sancionados terão as contas bancárias congeladas, bem com todos os seus bens financeiros. As medidas também afetam os familiares dos visados.
O também coordenador do grupo conhecido pelos 15, diz-se tranquilo.
"Quem não deve não teme", observou Camará, igualmente conselheiro principal de José Mário Vaz, realçando, contudo, que tudo o que se sabe sobre o assunto é o que tem acompanhado através dos órgãos de comunicação social.
"O meu primeiro comentário é de absoluta tranquilidade. Sou deputado da nação, sou um político, sou dirigente político neste país", frisou Braima Camará, sublinhando, porém, que na democracia o contraditório é permitido.
Reforçou que o grupo que lidera não "deve nada a ninguém" e que mais não faz do que manifestar a convicção perante os problemas do país, conforme as leis da República, destacou.
"Nós não estamos a praticar quaisquer atos subversivos ao Estado de direito democrático", declarou Braima Camará, à margem de um encontro com o antigo Presidente do Mali, Diouncunda Traoré, que se encontra em visita a Bissau.
dn.pt/lusa
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