quinta-feira, 10 de outubro de 2024

Israel diz que cada casa no sul do Líbano "é uma base terrorista"... O porta-voz das Forças Armadas israelitas, Daniel Hagari, atravessou a fronteira com o Líbano e gravou um vídeo em que percorre o interior de uma casa destruída e revela material militar alegadamente do Hezbollah.

© IBRAHIM AMRO/AFP via Getty Images    Por Lusa   10/10/24   

"Toda a casa é uma base terrorista. Quero que vejam com os vossos próprios olhos o que encontrámos aqui", disse Hagari, num vídeo de pouco menos de quatro minutos em que entra numa casa destruída pelos ataques israelitas e na qual foi mostrando granadas de mão, espingardas de assalto, espingardas e equipamento militar alegadamente pertencente ao grupo xiita Hezbollah.

Segundo Hagari, o Hezbollah fez destas cidades do sul do Líbano um armazém à disposição dos seus milicianos na guerra contra Israel e para o "grande ataque 'Conquistar a Galileia'", um alegado plano do grupo islamita libanês, ao estilo dos ataques do Hamas a 07 de outubro do ano passado.

"Esta é uma cidade libanesa, uma cidade xiita construída pelo Hezbollah. Cada casa tem armas prontas para o ataque contra Israel. Agora vamos de casa em casa apreender todas estas armas, desmantelando as capacidades do Hezbollah para o seu plano 'Conquistar a Galileia'", disse Hagari.

O porta-voz militar explicou que a incursão terrestre "seletiva e limitada" que começou na semana passada contra o sul do Líbano tem precisamente o objetivo de desmantelar todas as capacidades do Hezbollah.

"Estamos aqui para nos proteger da ameaça que o Hezbollah construiu durante anos. Esta área deve ser limpa. A resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU impede que estas armas estejam aqui. Estamos a garantir - impondo-nos nesta área - que o terreno está limpo e podemos dizer aos nossos cidadãos na fronteira, que sofrem há quase um ano (...) que podem regressar às suas casas", comentou o porta-voz, no vídeo divulgado.

As tensões entre Israel e o Hezbollah eclodiram há um ano, quando o grupo islamita libanês começou a lançar mísseis contra o norte do território israelita em sinal de apoio à causa palestiniana.

O Exército israelita intensificou a sua ofensiva contra o Hezbollah em meados de setembro, com bombardeamentos no sul do Líbano e na capital, Beirute, nos quais foi morta grande parte da liderança da milícia xiita, incluindo o seu líder, Hasan Nasrallah .

Há pouco mais de uma semana, Israel iniciou também uma incursão terrestre no sul do Líbano.


Leia Também: "As forças do exército estavam a operar na região de Naqoura, junto a uma base da FINUL. Os soldados ordenaram então às forças da ONU presentes na zona que permanecessem em zonas protegidas, após o que os soldados abriram fogo", declararam as Forças de Defesa de Israel (FDI), num comunicado divulgado na rede social X. 


Leia Também: O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) francês afirmou hoje que França "aguarda explicações" de Israel, depois de disparos israelitas terem ferido dois capacetes azuis da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (FINUL).


Quatro perguntas e respostas da invasão terrestre de Israel no Líbano... A invasão terrestre israelita no Líbano entrou na segunda semana, com o grupo libanês Hezbollah a disparar centenas de foguetes para Israel, sem que se vislumbre um fim para a escalada do conflito.

© Amir Levy/Getty Images    Por Lusa    10/10/24 

Mais de 1.400 pessoas foram mortas no Líbano, a maioria em ataques aéreos, e mais de um milhão foram deslocadas desde que os combates se intensificaram em meados de setembro.

Pelo menos 15 soldados israelitas e dois civis foram mortos desde o início da operação terrestre e mais de 60.000 pessoas foram deslocadas de cidades ao longo da fronteira durante mais de um ano.

O Hezbollah começou a disparar foguetes contra Israel em 08 de outubro de 2023, um dia depois de o grupo extremista palestiniano Hamas ter atacado o sul de Israel, o que desencadeou a guerra em Gaza.

Desde então, Israel e o Hezbollah têm trocado tiros quase diariamente, tendo-se aproximado de uma guerra total em várias ocasiões, mas recuando até este mês.

Principais informações sobre a atual incursão terrestre israelita no sul do Líbano, reunidas pela agência norte-americana AP:

Qual é o objetivo da invasão terrestre dos militares israelitas?

Os militares israelitas iniciaram o que designaram por "ataques terrestres limitados, localizados e direcionados" no sul do Líbano em 01 de outubro.

No mesmo dia, afirmaram que tinham levado a cabo dezenas de operações transfronteiriças secretas para destruir as infraestruturas do Hezbollah durante 2013.

O objetivo, segundo Israel, é permitir o regresso a casa dos residentes do norte do país que foram deslocados devido à troca de tiros com o Hezbollah.

Um oficial militar, que falou com a AP na condição de não ser identificado, disse que milhares de tropas israelitas estavam a operar ao longo da fronteira de cerca de 100 quilómetros de comprimento.

Tentam remover as plataformas de lançamento usadas pelo Hezbollah para disparar granadas propulsionadas por foguetes e mísseis antitanque para as cidades israelitas, bem como infraestruturas que permitiriam uma invasão de Israel ao estilo de 07 de outubro.

Segundo o mesmo militar, as tropas não se aventuraram até agora no interior do Líbano e conduziram operações a distâncias de algumas centenas de metros até dois a três quilómetros em território libanês.

Os militares israelitas partilharam vídeos do que dizem ser túneis escavados na rocha utilizados pelo Hezbollah para armazenar armas e organizar ataques.

Um dos túneis subterrâneos estendia-se do Líbano até ao território israelita, segundo os militares.

O objetivo não é destruir o Hezbollah, e o exército está ciente de que isso não eliminará a ameaça de foguetes e mísseis de longo alcance, disse o militar.

Elijah Magnier, um analista militar e antiterrorista baseado em Bruxelas, disse que as forças israelitas ainda não tomaram nenhuma posição no terreno.

"Precisam de entrar, assediar, testar e sair", afirmou.

Para manter posições terrestres, segundo Magnier, Israel precisaria que os tanques entrassem e tomassem terrenos críticos com vista para o território.

Para isso, seria necessário limpar cerca de 10 quilómetros da presença do Hezbollah, o que ainda está longe de acontecer, acrescentou.

Não é claro quanto tempo durará a operação ou quanto tempo Israel manterá uma presença nessas cidades.

A anterior invasão israelita do Líbano, em 1982, inicialmente destinada a afastar os militantes palestinianos, transformou-se numa ocupação de 18 anos.

Qual é a estratégia do Hezbollah?

Os responsáveis do Hezbollah, incluindo o líder assassinado Hassan Nasrallah, admitiram que as forças armadas israelitas têm uma força aérea e informações superiores. Mas o grupo xiita está em vantagem em confrontos diretos no território libanês.

As forças do Hezbollah dispõem de melhor equipamento e treino do que as do Hamas, contra o qual Israel luta há mais de um ano em Gaza, e adquiriram experiência em guerras na Síria e no Iraque.

O terreno do Líbano é também mais acidentado e difícil do que o do enclave palestiniano, que é maioritariamente plano e arenoso.

A estratégia do Hezbollah, liderada pelas forças de elite Radwan, tem consistido em atrair e emboscar as tropas israelitas que se aproximam, detonar engenhos explosivos ou disparar foguetes contra o inimigo.

O Hezbollah também dispara artilharia e foguetes contra as cidades fronteiriças israelitas.

Apesar de o Hezbollah ter perdido muitos comandantes de topo nas últimas semanas, os militantes continuaram a disparar foguetes contra Israel, incluindo fortes barragens contra a cidade de Haifa.

O ex-general do exército libanês Hassan Jouni disse que Israel ainda está a fazer reconhecimento antes do ataque principal, mas que já sofreu pesadas perdas nas operações mais pequenas.

Jouni referiu que o Hezbollah cavou muitos túneis no sul do país e está bem equipado com esconderijos de armas e munições.

"A terra trabalha sempre a favor de quem a possui", afirmou.

Como é que o conflito atual se compara com a guerra de 2006?

A última vez que Israel e o Hezbollah entraram em guerra foi em 2006, num conflito de 34 dias que terminou com a Resolução 1701 das Nações Unidas.

A ideia era empurrar o Hezbollah mais para norte e manter a região fronteiriça exclusivamente sob o controlo do exército libanês e das forças de manutenção da paz da ONU.

Os dirigentes israelitas afirmam que querem que o Líbano aplique a resolução. O Hezbollah afirma que Israel não cumpriu a sua parte do tratado e que deixará de disparar foguetes quando houver um cessar-fogo em Gaza.

A campanha aérea de Israel no sul do Líbano e em Beirute, nas últimas semanas, é semelhante à de 2006, embora, desta vez, a existência de melhores informações tenha permitido a Israel matar vários dos principais dirigentes do Hezbollah.

Israel matou Hassan Nasrallah, em setembro, lançando mais de 80 bombas num complexo de apartamentos construído sobre um complexo subterrâneo, em rápida sucessão.

Na guerra de 2006, Israel enviou tropas terrestres para o Líbano após 10 dias de ataques aéreos, retirando-as cerca de quatro semanas depois.

As tropas tentaram chegar ao rio Litani, cerca de 30 quilómetros a norte da fronteira, mas sofreram pesadas perdas antes de um cessar-fogo ter posto fim à operação e à guerra.

 Poderá haver uma solução diplomática?

O líder interino do Hezbollah, Naim Qassem, deu a entender na terça-feira que o grupo está aberto a um cessar-fogo.

Yoel Guzansky, investigador do Instituto de Estudos de Segurança Nacional em Telavive, acredita que as tropas israelitas permanecerão no sul do Líbano até haver uma solução diplomática internacionalmente imposta que seja mais forte do que a atual força de manutenção da paz da ONU.

Se as tropas israelitas se retirarem, o risco é acontecer o mesmo que em 2006, quando o Hezbollah simplesmente se rearmou e retomou as operações.

O ex-primeiro-ministro Ehud Olmert, que era o líder de Israel em 2006, disse que essa guerra serviu como uma lição de que a diplomacia imediata, em vez da força militar, é a única maneira de manter a fronteira tranquila.

"Porque não tentar fazer um acordo agora em vez de lutar durante meio ano?", questionou numa entrevista à AP.

"Perde-se quantos soldados, mata-se quantas pessoas inocentes? E depois, no final, vamos fazer um acordo que podia ter sido feito antecipadamente", acrescentou.


A Amnistia Internacional (AI) instou hoje o Quénia, o Zimbabué e a Gâmbia a eliminarem a pena de morte, depois destes países já terem, segundo esta ONG, tomado medidas legislativas para atingir esse objetivo.

© ShutterStock     Por Lusa   10/10/24 

Amnistia pede fim da pena de morte no Quénia, Zimbabué e Gâmbia

A Amnistia Internacional (AI) instou hoje o Quénia, o Zimbabué e a Gâmbia a eliminarem a pena de morte, depois destes países já terem, segundo esta ONG, tomado medidas legislativas para atingir esse objetivo.

"Enquanto a região da África subsaariana registou um aumento tanto nas execuções como nas sentenças de morte registadas em 2023, a Gâmbia, o Quénia e o Zimbabué têm a oportunidade de inverter esta tendência na região", disse o conselheiro jurídico da AI, Oluwatosin Popoola, num comunicado divulgado hoje, Dia Mundial contra a Pena de Morte.

No caso do Quénia, a última execução conhecida foi registada em 1987 e 606 execuções foram comutadas em 2023, enquanto quatro projetos de lei para abolir a pena de morte estão atualmente pendentes no parlamento, de acordo com a AI.

No Zimbabué, a última sentença de pena de morte foi executada em 2005 e o presidente do país, Emmerson Mnangagwa, que assumiu o cargo em 2017, deixou clara a sua oposição à punição.

"O próprio presidente do Zimbabué foi condenado à morte por "terrorismo" quando era jovem, devido ao seu envolvimento na luta pela libertação do Zimbabué", disse Popoola sobre Mnangagwa, que não foi executado por ter menos de 21 anos.

Um projeto de lei para abolir a pena capital no Zimbabué foi publicado em dezembro de 2023 e aprovado pelo Governo do Zimbabué em fevereiro deste ano, mas ainda não foi aprovado pelo Parlamento.

As últimas pessoas a serem executadas na Gâmbia foram nove soldados em 2012 por fuzilamento, embora o Presidente gambiano Adama Barrow, em funções desde janeiro de 2017, tenha tomado medidas para eliminar a pena de morte.

"O país estabeleceu uma moratória oficial sobre as execuções, aderiu a um tratado internacional para a abolição da pena de morte e comuta regularmente as sentenças de morte", observou a organização de direitos humanos.

O progresso destes países na regulamentação de leis para abolir a pena capital, segundo a AI, contrasta com um aumento de 66% nas sentenças de morte na África subsaariana entre 2022 e 2023.

Até à data, 24 países da África subsaariana aboliram a pena de morte para todos os crimes, segundo a ONG.

"A pena de morte não tem um efeito dissuasor único e viola o direito à vida proclamado na Declaração Universal dos Direitos Humanos", concluiu Popoola.


Moçambique: A Sala da Paz, grupo de organizações de observadores eleitorais, alertou hoje para "casos significativos" de ilícitos nas eleições de quarta-feira em Moçambique que colocam em causa a credibilidade do processo, mas pediu que os concorrentes aceitem os resultados.

© Lusa     Por Lusa    10/10/24 

 Moçambique. Observadores denunciam "significativos ilícitos" em eleições

A Sala da Paz, grupo de organizações de observadores eleitorais, alertou hoje para "casos significativos" de ilícitos nas eleições de quarta-feira em Moçambique que colocam em causa a credibilidade do processo, mas pediu que os concorrentes aceitem os resultados.

"A Sala da Paz considera que a fase de contagem e apuramento dos resultados ao nível das mesas de votação decorreu de forma pacífica e ordeira. No entanto, registaram-se igualmente casos significativos de ilícitos e irregularidades eleitorais que podem sustentar questionamento sobre a credibilidade do processo", refere o organismo, num informe do processo de contagem e apuramento parcial dos resultados, enviado hoje à comunicação social.

 O informe dos observadores da Sala da Paz reporta incidências registadas a partir das 20:00 de quarta-feira e até às primeiras horas de hoje, tendo sido visitadas 3.549 mesas em todas as províncias moçambicanas.

Os observadores eleitorais apontaram cortes sistemáticos de energia elétrica, exatamente no período de contagem de votos, indisponibilidade de material (lanternas, giz e quadros), reforço da segurança policial, detidos com boletins de voto preenchidos e a demora e não fixação de editais em algumas assembleias de voto como alguns problemas verificados na eleição de quarta-feira e que se tem verificado também em escrutínios anteriores.

"Regista-se um momento tenso na vila de Moatize, [em Tete, no centro de Moçambique], onde populares montaram barricadas, alegadamente para contestar os resultados do apuramento parcial. A Polícia está no terreno e lançou gás lacrimogéneo para atenuar a agitação. No entanto, o ambiente continuava tenso até as 10:40 de hoje", lê-se ainda no documento.

Apesar dos ilícitos e irregularidades verificadas, a Sala da Paz pediu que os concorrentes às eleições gerais aceitem os resultados e que os moçambicanos aguardem "tranquilamente" a sua divulgação, adotando uma postura de "serenidade e não-violência".

"Apelamos a todos os concorrentes eleitorais a respeitarem o processo democrático, reconhecendo que as eleições são uma expressão da vontade do povo. É essencial aceitar os resultados como uma manifestação da escolha dos eleitores", refere-se no informe.

A Sala da Paz garantiu que vai continuar a monitorizar o processo até à validação dos resultados pelo Conselho Constitucional, pedindo, também, que os órgãos de proteção exerçam as suas funções com "isenção e integridade", obedecendo os parâmetros legais.

As eleições gerais de quarta-feira incluíram as sétimas presidenciais - às quais já não concorreu o atual chefe de Estado, Filipe Nyusi, que atingiu o limite constitucional de dois mandatos - em simultâneo com as sétimas legislativas e quartas para assembleias e governadores provinciais.

Concorrem nesta eleição à Presidência da República Lutero Simango, apoiado pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM, terceira força parlamentar), Daniel Chapo, com o apoio da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder desde 1975), Venâncio Mondlane, apoiado pelo partido extraparlamentar Podemos, e Ossufo Momade, com o apoio da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo, maior partido da oposição).

A publicação dos resultados da eleição presidencial pela Comissão Nacional de Eleições, caso não haja segunda volta, demora até 15 dias, antes de seguirem para validação do Conselho Constitucional, que não tem prazos para proclamar os resultados oficiais após analisar eventuais recursos.

A votação incluiu legislativas (250 deputados) e para assembleias provinciais e respetivos governadores de província, neste caso com 794 mandatos a distribuir. A CNE aprovou listas de 35 partidos políticos candidatas à Assembleia da República e 14 partidos políticos e grupos de cidadãos eleitores às assembleias provinciais.


Migrações: Os ministros do Interior francês e alemã defenderam hoje uma revisão da legislação sobre deportação de migrantes, considerando que a lei atual é ineficaz e admitindo a criação de centros de transferência para fora da União Europeia.

© IAN LANGSDON/AFP via Getty Images   Por Lusa   10/10/24  

 França e Alemanha querem endurecer política europeia de deportações

Os ministros do Interior francês e alemã defenderam hoje uma revisão da legislação sobre deportação de migrantes, considerando que a lei atual é ineficaz e admitindo a criação de centros de transferência para fora da União Europeia.

A França "não descarta qualquer solução 'a priori'", sublinhou o ministro francês do Interior, Bruno Retailleau, à chegada ao Luxemburgo, onde os ministros europeus irão discutir hoje uma controversa proposta apresentada pela Hungria e pela Itália para criação de centros de transferência de migrantes fora da União Europeia (UE).

"Devem ser discutidas todas as soluções inovadoras", afirmou o recém-nomeado ministro francês, sublinhando a "necessidade de rever a 'diretiva regresso' de 2008", legislação europeia que harmoniza as regras relativas às deportações.

O ministro francês considerou que este texto torna "quase impossível" ordenar o regresso dos migrantes e assinalou a existência de "uma convergência" sobre o assunto no seio da UE.

Também a ministra alemã do Interior, Nancy Feaser, considerou que é necessária uma revisão da política de regressos, já que a legislação atual, que está em vigor há seis anos, "não funcionou" e defendeu que assinar acordos com países terceiros para que o regresso dos migrantes "é eficaz".

A "política de regressos" vai ser hoje um dos temas de um almoço de trabalho entre os ministros do Interior dos 27, que inclui um debate sobre uma proposta apresentada pela Hungria e pela Itália para criação de mais centros de transferência.

Estes "centros" em debate inspiram-se no polémico acordo celebrado entre o Governo da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, líder do partido pós-fascista Fratelli d'Italia, com a Albânia, onde dois centros recebem migrantes detidos nas costas italianas.

A proposta recorda ainda o plano recentemente abandonado pelo Reino Unido para expulsar para o Ruanda os migrantes que chegavam ilegalmente ao país europeu.

Embora, segundo fontes diplomáticas citadas pela agência de notícias francesa AFP, seja pouco provável que a proposta seja aprovada, a sua discussão ilustra o endurecimento do tom sobre a migração na Europa, num contexto de uma vaga da extrema-direita.

"Há uma manifestação política" na Europa, "porque há uma enorme pressão dos partidos de extrema-direita. No entanto, não estamos na crise migratória de 2015", avaliou a analista Sophie Pornschlegel, do 'think tank' Europe Jacques Delors.

No início da semana, a Hungria, do nacionalista Viktor Orbán, pediu a Bruxelas uma isenção das regras da UE em matéria de asilo, seguindo os passos dos Países Baixos.

Na Alemanha, depois da emoção suscitada pelos ataques islamistas e face aos sucessos eleitorais da AfD (extrema-direita), o Governo do social-democrata Olaf Scholz restabeleceu os controlos em todas as suas fronteiras por um período de seis meses.

Violando o princípio da "livre circulação", a decisão não é proibida pelas regras de Schengen, mas constitui um embaraço para a Comissão Europeia, que sublinha que tais medidas devem manter-se "excecionais e proporcionais", sendo que a suspensão dessa liberdade só foi aprovada de forma abrangente durante a pandemia de Covid-19.

Os ministros francês e alemã também convergiram num pedido para antecipar a entrada em vigor do Pacto europeu sobre Migrações e Asilo, assinado em maio e previsto para começar a funcionar a meio de 2026.

O pedido de antecipação já tinha sido defendido na quarta-feira pela Espanha.

O primeiro-ministro espanhol, que enfrenta uma pressão crescente devido ao aumento de chegadas de migrantes irregulares às Canárias, defendeu que a entrada em vigor do pacto europeu seja antecipada para o verão de 2025.

Nancy Feaser esteve, hoje de manhã, num encontro bilateral com o seu homólogo espanhol, para concertar posições e garantiu que "a prioridade" do seu país é que a União Europeia aplique o novo pacto "o mais rapidamente possível".

Segundo o instituto europeu de estatísticas (Eurostat), 484.160 nacionais de países terceiros foram obrigados a abandonar a UE no ano passado e 91.465 (18,9%) foram efetivamente repatriados.

A questão das migrações será discutida de forma mais ampla numa cimeira a realizar entre 17 e 18 de outubro, em Bruxelas, onde os chefes de Estado e de Governo deverão abordar, nomeadamente, o reforço dos controlos nas fronteiras externas da UE e a aceleração dos regressos.


Secretaria de Estado da Juventude da Guiné-Bissau: Conferência Nacional da Meninas...

LEMA: REPENSAR A JUVENTUDE E A GUINÉ-BISSAU ALÉM DAS FRONTEIRAS PARTIDÁRIAS


quarta-feira, 9 de outubro de 2024

Regiões/Governador de Oio considera construção da ponte sobre Rio Farim fundamental para desenvolvimento local

Bissau 09 Out 24 (ANG) – O Governador da região de Oio, norte do país, considerou hoje  fundamental para o desenvolvimento da Região,a construção da ponte  sobre o rio Farim.

Braima Camará demonstrou essa  preocupação numa entrevista exclusiva a ANG, na qual  afirmou que a região de Oio enfrenta dificuldades em vários domínios, mas que a maior preocupação tem a ver com a falta de uma jangada para o porto de Farim, cujas atividades de travessia do rio, asseguradas por pequenas embarcações, cessam a partir das 20 horas.

.“Isso complica a situação, por exemplo, em casos da evacuação dos doentes para Mansoa ou Bissau durante a noite, temos que recorrer a Guarda Nacional para diligências de pirogas a remo para levar o doente para outra margem do rio”, disse.

Camará lançou um apelo ao ministro das Obras Públicas no sentido de resolver o problema da ponte sobre o rio Farim.

Segundo este responsável, as fortes chuvas deste ano estragaram o arroz plantado nas bolanhas e prevê-se que a população da região de Oio, na maioria das tabancas, passe forme.

Por isso, o governante regional  pediu ao Ministério da Agricultura para encetar diligências  junto dos seus parceiros no sentido de apoiar os agricultores que neste momento se encontram sem espaço de manobra devido aos prejuízos sofridos.

O governador da região de Oio pede ao ministro do Interior  para reforçar as forças de segurança sobretudo policias nas diferentes esquadras da região, bem como infraestruturas e meios de transportes para que possam combater o crime organizado.

Braima Camará lamentou a falta de técnicos de laboratório e de médicos bem como técnicos farmacêuticos no Hospital Regional de Oio, situado em Mansoa.

Disse que está a deparar-se ainda com falta de ambulância e de oxigênio, cujas as botijas são  são enviadas para Bissau para reabastecimentos.

Este responsável apelou ao ministro da Saúde a fazer o possível para equipar o Bloco Operatório do Hospital de Farim e lamentou a corte das estradas que ligam Farim-Cuntima, Bissorã-Burufa entre outras, devido as fortes chuvas, e lamentou a falta da água potável  e da energia elétrica naquela zona sobretudo nos setores de Mansoa, Mansabá, Nhacra e na própria sede regional, em Farim.

O governador de Oio lamentou ainda a retirada do projeto de saúde denominado “Programa Integrado para Redução da Mortalidade Materna Infantil (PIME)”, que ajudava grávidas e crianças de 0 a 5 anos de idade e adultos de 70 a 80 anos, que eram isentas de pagamento de consultas , análises e  ecografia.

Falando do sector educativo, Braima Camará lamentou a falta de professores nas tabancas com grande número de população, casos de Guedadje, Cambantam, Djirbam e Bircama, e pediu a recuperação do  Internato de Morês e aproveitou a oportunidade para apelar ao chefe de Estado a incluir a região de Oio no seu projeto de infraestruturar o país, para  minimizando o sofrimento do povo .

Falando na reabilitação da estrada que liga Farim à Dungal, na linha fronteiriça com a República do Senegal cujas as obras de reabilitação foram lançadas no ano passado pelo Chefe de Estado Umaro Sissoco Embalo, o governador de Oio disse que os materiais para a execução da obra já se encontram no local mas que devido as chuvas, os trabalhos só vão recomeçar na época seca.

ANG/MSC/ÂC//SG

Secretário de Estado da Juventude, fez balanço de um mês de Governação e anunciar a conferência Nacional de Juventude que será realizada nos dias 29, 30 e 31 deste mês em curso


Radio TV Bantaba 

Lisa Marie Presley manteve o cadáver do filho em casa durante dois meses. "Foi uma forma de poder continuar a ser mãe dele"

Lisa Marie Presley e Benjamin Keough em 2015. (MJT/AdMedia/MediaPunch/IPX/AP)

Cnnportugal.iol.pt, 

No livro de memórias, a única filha de Elvis Presley explica que o quarto onde guardava o corpo tinha de ser mantido a 12 graus

Lisa Marie Presley ficou devastada quando o seu único filho, Benjamin Keough, morreu aos 27 anos em 2020. Sabe-se agora o quanto sofreu.

Em “From Here to the Great Unknown”, um novo livro de memórias da falecida Presley, terminado pela filha, Riley Keough, a dupla escreveu que Presley manteve o corpo do filho “em casa em vez de o deixar na morgue”.

“Disseram-nos que, se pudéssemos tratar do corpo, podíamos tê-lo em casa, por isso lá ficou durante algum tempo em gelo seco”, escreveu Keough, que usou gravações da mãe a partilhar as suas memórias para terminar o livro. “Era muito importante para a minha mãe ter tempo suficiente para se despedir dele, da mesma forma que tinha feito com o pai. Eu também ia e sentava-me lá com ele.”

Presley, a única filha do lendário Elvis Presley, tinha nove anos quando este morreu na sequência de um aparente ataque cardíaco aos 42 anos, em 1977. Lisa morreu em janeiro de 2023 devido a complicações de uma cirurgia para perda de peso, aos 54 anos.

Nas suas memórias, explica que a sua casa tinha “um quarto separado da casa”, onde mantinha o filho, a quem chamava “Ben Ben”, depois de ele ter morrido.

“Não existe nenhuma lei no estado da Califórnia que obrigue a enterrar alguém imediatamente. Encontrei uma dona de uma agência funerária muito compreensiva”, explica Presley no livro. “Disse-lhe que ter o meu filho em casa depois de ter morrido era incrivelmente útil porque eu podia ir falar e passar tempo com ele. Ela respondeu-me 'bem, vou trazer o Ben Ben para vossa casa, podem tê-lo lá'.”

No livro explicou ainda que o quarto onde guardava o corpo tinha de ser mantido a 12 graus. “Senti-me afortunada por haver uma forma de poder continuar a ser mãe dele, de o adiar um pouco mais para que eu pudesse ficar bem com a ideia de o pôr a descansar”, descreve.

Tanto Presley como o seu filho estão agora enterrados em Graceland, onde também está o pai, Elvis Presley.

"Forte estrutura". Coreia do Norte vai cortar acessos à Coreia do Sul... Como resposta às manobras do exército sul-coreano, a Coreia do Norte vai fechar estradas e caminhos de acesso ao país vizinho, através da construção de uma "forte estrutura de defesa".

© Getty Images  Por Notícias ao Minuto   09/10/24 

Todas as estradas e linhas ferroviárias que permitem o acesso à Coreia do Sul vão ser fechadas, a partir desta quarta-feira, assim como serão reforçadas as áreas fronteiriças entre as duas Coreias. Um relatório, divulgado por uma agência de notícias coreana, diz que o Exército Maior da Coreia do Norte vai separar completamente ambos os territórios. 

Segundo a mesma agência, a Coreia do Norte afirma que o país vizinho é o seu principal inimigo e que esta é uma medida tomada devido aos exercícios militares sul-coreanos feitos junto à fronteira. Os Estados Unidos também não ficaram de fora, com o relatório a dizer que há visitas de responsáveis estratégicos norte-americanos à região. 

O anúncio de corte de estradas e linhas ferroviárias surge numa altura de escalada de tensão entre os dois lados do paralelo 38, tendo a Coreia do Norte enviado balões de lixo para o Sul e, ainda, anunciado, pela primeira vez, uma instalação de enriquecimento de urânio.

Os chefes de Estado da Coreia do Sul disseram que ainda não detetaram qualquer construção.  


A maioria dos taiwaneses diz-se disposta a lutar em caso de invasão da ilha pelo Exército chinês, embora considere esse cenário improvável a curto prazo, segundo uma sondagem publicada hoje por um instituto local, na véspera do Dia Nacional.

© Johannes Neudecker/picture alliance via Getty Images   Por Lusa  09/10/24 

 Maioria dos taiwaneses diz-se pronta a lutar em caso de invasão da China

A maioria dos taiwaneses diz-se disposta a lutar em caso de invasão da ilha pelo Exército chinês, embora considere esse cenário improvável a curto prazo, segundo uma sondagem publicada hoje por um instituto local, na véspera do Dia Nacional.

Cerca de 68% das 1.214 pessoas inquiridas afirmaram estar "muito dispostas ou razoavelmente dispostas" a lutar para defender a ilha em caso de invasão, de acordo com a sondagem realizada pelo Instituto de Investigação sobre Defesa e Segurança Nacional (INDSR).

Cerca de 64% dos inquiridos consideram que o desejo de Pequim de assumir o controlo da ilha representa "uma ameaça séria", embora 61% afirmem que não acreditam que possa haver um ataque nos próximos cinco anos.

A sondagem, realizada em setembro, foi publicada pelo INDSR - uma organização que se descreve como "independente" e "apartidária" - na véspera do Dia Nacional de Taiwan.

A China considera o atual líder do território, William Lai, um "separatista perigoso", devido ao seu apego à soberania de Taiwan.

Pequim intensificou a sua pressão militar e política sobre Taipé nos últimos anos, não excluindo a possibilidade do uso da força para assumir controlo sobre a ilha.

Pequim acusou hoje Lai de alimentar "hostilidades", depois do líder ter afirmado num discurso no sábado que era "impossível" que a China fosse a "pátria" de Taiwan.

Lai "reciclou mais uma vez o sofisma da 'independência de Taiwan'", criticou Zhu Fenglian, porta-voz do Gabinete de Assuntos de Taiwan, um organismo governamental chinês.

No ano passado, William Burns, diretor da CIA, a principal agência norte-americana de serviços secretos, anteviu que o Presidente chinês, Xi Jinping, planeava uma invasão de Taiwan até 2027.

O diretor do INDSR, Lee Wen-chung, recordou que esta data coincidiria com o início do eventual quarto mandato de Xi à frente do país, não excluindo a possibilidade de Pequim tomar "medidas bastante duras" neste contexto.

Apenas cerca de 40% dos inquiridos acreditam que os Estados Unidos, o principal aliado de Taiwan, enviariam a sua Marinha para travar um bloqueio à ilha.

Washington tem mantido historicamente uma política de "ambiguidade estratégica" relativamente a uma possível intervenção militar norte-americana se Taiwan fosse atacada pela China.

Nos últimos dias, as ruas de Taipé e de várias cidades da ilha encheram-se de bandeiras para celebrar o Dia Nacional da República da China, uma data que comemora o início da Revolução Xinhai, a 10 de outubro de 1911, que terminou com o derrube da última dinastia imperial e a criação de uma república.

Depois da vitória das tropas comunistas na guerra civil chinesa (1927-1949), Mao Zedong proclamou a criação da República Popular da China em 01 de outubro de 1949, o que levou o governo da República da China, então liderado pelo nacionalista Chiang Kai-shek, a retirar-se definitivamente para Taiwan em dezembro do mesmo ano.

Desde então, Taiwan tem sido governada autonomamente, embora o seu estatuto internacional tenha sido consideravelmente reduzido nos últimos anos devido à pressão diplomática de Pequim, que reivindica a soberania sobre a ilha.

JPI // SCA

Lusa/Fim

terça-feira, 8 de outubro de 2024

General Umaro Sissoco Embalo está a fazer o resgate do orgulho nacional.

Gaio Martins Batista Gomes

A Guiné-Bissau tem conquistado um respeito cada vez maior no cenário internacional, e grande parte dessa mudança se deve à firmeza e à determinação do Presidente da República, General Umaro Sissoco Embaló. Ontem foi mais um dia de orgulho, mais uma vez, o Presidente demonstrou a sua postura inabalável ao lidar com a ingerência do secretário executivo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), Zacarias da Costa, numa atitude que merece todo o nosso orgulho e reconhecimento.

É notório, que, com as eleições a se aproximarem, alguns atores internacionais têm ensaiado interferir nos assuntos internos da Guiné-Bissau. 

Contudo, o que muitos ainda não entenderam é que a Guiné-Bissau de hoje não é a mesma de outrora. E quem tenta tratar a Guiné-Bissau como como faziam antigamente, vai se dar mal.

Sob a liderança do General Umaro Sissoco Embaló, o nosso país conquistou um novo patamar de respeito e dignidade no cenário global. A intransigência do Presidente frente a qualquer tentativa de intromissão externa não é apenas uma defesa dos interesses nacionais, mas uma demonstração clara de que a Guiné-Bissau de hoje, exige ser tratada com consideração e igualdade por todos os Estados.

Essa postura firme e corajosa do Presidente Embaló tem fortalecido a autoestima nacional e elevado o perfil da Guiné-Bissau no panorama internacional. 

Ontem foi uma mensagem clara para os que no futuro pensam bisbilhotar nos assuntos internos da Guiné-Bissau, que, apesar dos desafios de estabilidade e desenvolvimento, mantemos a nossa soberania inabalável e sua integridade protegida.

Esse comportamento desperta em mim um profundo sentimento de nacionalismo, um valor que precisamos urgentemente cultivar em nossa sociedade para substituir a doutrinação de amor ao partido. 

O nacionalismo é a chave para elevar o nosso país acima de divisões partidárias e interesses obscuros. 

Precisamos refletir profundamente sobre o papel de todos aqueles que, em nome de interesses partidários ou outros propósitos sombrios, não medem esforços para destruir a imagem da Guiné-Bissau no cenário internacional.

Mais do que nunca, é necessário educar os guineenses a serem nacionalistas, a erguerem a cabeça com orgulho perante qualquer outro Estado. Devemos cultivar o amor pela pátria e não pelos partidos. É preciso entender que só com uma nação forte, unida e respeitada poderemos superar os desafios que enfrentamos. 

Presidência da República da Guiné-Bissau,  obrigado por obrigar que respeitem a Guiné-Bissau 🇬🇼. 

/ Gaio Martins Batista Gomes /

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, garantiu hoje que Israel "eliminou" Hashem Safi al-Din, suposto substituto de Hassan Nasrallah na liderança do movimento xiita libanês Hezbollah, nas mais recentes campanhas de bombardeamento no Líbano.

© Lusa    Por Lusa   08/10/24 

Netanyahu afirma que Israel "eliminou" suposto novo líder do Hezbollah

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, garantiu hoje que Israel "eliminou" Hashem Safi al-Din, suposto substituto de Hassan Nasrallah na liderança do movimento xiita libanês Hezbollah, nas mais recentes campanhas de bombardeamento no Líbano.

"Danificámos as capacidades do Hezbollah. Eliminámos milhares de terroristas, incluindo o próprio Nasrallah, o sucessor de Nasrallah e o sucessor do sucessor de Nasrallah", declarou Netanyahu, num comunicado.

A confirmação de Netanyahu surge após vários dias de incógnitas sobre se um bombardeamento israelita em Beirute na passada sexta-feira conseguiu matar Safi al-Din ou não.

O ministro da Defesa, Yoav Gallant, disse hoje que o alegado sucessor -- a organização nunca confirmou que ocupava esse cargo -- "provavelmente também foi eliminado".

Nasrallah, que liderou o grupo pró-Irão durante mais de 30 anos, foi morto num bombardeamento israelita no sul de Beirute no final de setembro e, menos de uma semana depois, Israel atacou novamente a mesma área para alegadamente acabar com o seu possível sucessor .

Numa declaração em que apelou diretamente aos libaneses para "libertarem o país do Hezbollah", Netanyahu ameaçou a população libanesa com "uma longa guerra que trará destruição e sofrimento semelhantes ao que se vê em Gaza".

"Têm a oportunidade de salvar o Líbano antes que caia no abismo", disse, garantindo que se o país se libertar do movimento pró-Irão, a guerra, que fez até agora mais de 2.100 mortos do lado libanês, poderá terminar.

O líder hebreu defendeu que é o Irão, e não Israel, que ocupa o Líbano enviando armas para o Hezbollah para servir os seus interesses.

Israel abandonou o sul do Líbano em 2000, após uma ocupação de 18 anos -- as tropas chegaram ao sul de Beirute -- e que desde 1983 se situa na faixa sul do rio Awali.

Por seu lado, o secretário-geral adjunto do Hezbollah, Naim Qassem, prometeu hoje que Israel "não atingirá os seus objetivos" e será "derrotado" no sul do Líbano.

"O inimigo acredita que vai vencer. A única solução é a resistência, a firmeza e o nosso povo unir-se à nossa volta", disse o número dois do grupo, num discurso que assinalou um ano desde o início do fogo cruzado entre o Hezbollah e Israel.

Qassem disse que o Hezbollah anunciará um substituto para Hasan Nasrallah "a seu tempo".

"Iremos anunciá-lo oportunamente. As circunstâncias são difíceis e complexas devido à guerra", afirmou.

O grupo anunciou ainda que atacou mais de 4.200 "alvos inimigos" tanto em Israel como no sul do Líbano, em 3.194 operações militares.

O número de mortos nos ataques israelitas num ano contra o Líbano ultrapassou os 2.100, a maioria nas últimas duas semanas da intensa campanha de bombardeamentos contra o país, indicaram hoje fontes oficiais.

Nas últimas 24 horas registaram-se 36 mortos e 150 feridos, o que eleva o número total desde o início do ataque para 2.119 mortos e 10.019 feridos, segundo um comunicado da Presidência do Conselho de Ministros do país mediterrânico.

O Exército israelita anunciou hoje a mobilização da 146. ª divisão blindada em território libanês para realizar "atividades operacionais limitadas, localizadas e específicas" no sul do Líbano, segundo um comunicado militar, elevando para quatro o número de divisões na área.

Segundo o jornal The Times of Israel, o número total de soldados destacados no Líbano pode agora ultrapassar os 15.000, com estas quatro divisões, numa operação que Israel continua a apelidar de "limitada", apesar de já ter ordenado a evacuação de mais de 130 cidades.


Leia Também: O Exército israelita anunciou esta terça-feira ter desmantelado, durante as suas operações no sul do Líbano, um túnel do movimento xiita libanês Hezbollah que percorria território israelita, embora não tivesse ainda saída.


Planeta Terra: O agravamento dos sinais vitais da terra indica uma nova fase "crítica e imprevisível" da crise climática, que precisa de uma ação decisiva e rápida, concluíram cientistas de um consórcio internacional liderado pela Universidade de Oregon (EUA).

© Lusa   Por Lusa   08/10/24 16

Sinais vitais da Terra entram em nova fase "crítica e imprevisível"

O agravamento dos sinais vitais da terra indica uma nova fase "crítica e imprevisível" da crise climática, que precisa de uma ação decisiva e rápida, concluíram cientistas de um consórcio internacional liderado pela Universidade de Oregon (EUA).

"Estamos à beira de um desastre climático irreversível", afirmaram os investigadores num relatório anual sobre o estado do clima, publicado hoje na BioScience.

De acordo com os peritos, grande parte da estrutura da vida na Terra está em perigo.

Apesar dos avisos e das consequências que foi possível prever no último meio século, as emissões de combustíveis fósseis aumentaram para "um recorde histórico", referiram no documento.

Os cientistas sublinharam que os três dias mais quentes ocorreram em julho deste ano e que as atuais políticas estão a conduzir a Terra a um pico de aquecimento de aproximadamente 2,7 graus Celsius até 2100.

"Tragicamente, estamos a falhar em evitar impactos sérios (...) Trouxemos o planeta a condições climáticas nunca testemunhadas por nós ou pelos nossos antepassados", alertaram.

A equipa, dirigida por William Ripple, da Oregon State University, identifica as áreas em que são necessárias mudanças: energia, poluentes, natureza, alimentação e economia.

No ano passado, verificaram-se temperaturas recorde também no mar, assim como o verão extra tropical mais quente do Hemisfério Norte, em 2000 anos.

"As emissões de dióxido de carbono causadas pelo homem e outros gases com efeito de estufa são os principais impulsionadores das mudanças climáticas. Em 2022, a combustão global de combustíveis fósseis e os processos industriais foram responsáveis por cerca de 90% dessas emissões", sustentaram.

Segundo Ripple, uma grande parte da própria estrutura da vida no planeta está em perigo: "Já estamos no meio de uma convulsão climática abrupta, que põe em risco a vida na Terra de uma forma nunca vista pelos humanos".

Em 35 sinais vitais monitorizados anualmente pela equipa, 25 estão em níveis recorde.

No relatório são registados alguns "desastres climáticos", como os incêndios florestais no Chile, que este ano mataram pelo menos 131 pessoas e destruíram mais de 14.000 casas, ou as chuvas intensas em África que causaram inundações severas, nas quais morreram centenas de pessoas. Mais de 700.000 pessoas foram atingidas por este fenómeno.

Enquanto isto, muitas regiões da Ásia viveram "ondas de calor devastadoras".

Só em Myanmar (antiga Birmânia) morreram 1.500 pessoas por insolação. Na Índia, as temperaturas atingiram os 50 graus em algumas áreas e as doenças relacionadas com o calor causaram 60 mortes.

A população humana está a aumentar a um ritmo de 200.000 pessoas por dia, e o número de animais ruminantes -- mamíferos com cascos, como bovinos, ovinos e caprinos, que produzem gases com efeito de estufa e cuja criação exige muita energia -- aumenta cerca de 170.000 por dia.


Leia Também: Auroras boreais voltaram a 'dançar' nos céus da Europa 

Deputados da oposição libanesa pediram esta terça-feira ao partido-milícia xiita Hezbollah que "regresse ao Estado" e cumpra as resoluções internacionais e o Acordo de Taife assinado em 1989, que pôs fim à guerra civil no Líbano.

© Reuters   Por Lusa   08/10/24 

 Oposição libanesa pede a Hezbollah que cumpra acordo

Deputados da oposição libanesa pediram esta terça-feira ao partido-milícia xiita Hezbollah que "regresse ao Estado" e cumpra as resoluções internacionais e o Acordo de Taife assinado em 1989, que pôs fim à guerra civil no Líbano.

Numa carta dirigida ao movimento libanês pró-iraniano, as deputadas Najat Aoun Saliba, do partido Taqaddom, reformista, e Paula Yacubian, do Kuluna Watani (Todos pela Pátria), e os deputados Melhem Jalaf, também do Taqaddom, e Yassine Yassine, do Sahlouna wal Jabal, movimento independente, lembram que foi através desse acordo que se reorientou a reforma política no país e se estabeleceu relações com a Síria.

"Ninguém pode proteger o Líbano exceto os homens e mulheres libaneses unidos, através da cooperação e da solidariedade", disseram os quatro deputados, que condenaram os bombardeamentos perpetrados por Israel contra diversas áreas do Líbano.

"Destruíram a nossa terra e representam um crime inaceitável. É necessário, nestas circunstâncias, ter um Estado que possa proteger os seus cidadãos e um Presidente que assuma a responsabilidade de parar a guerra", afirma-se no documento.

Os deputados instaram o presidente do Parlamento, Nabih Berri, a realizar sessões plenárias para que os partidos possam eleger um chefe de Estado "capaz de salvar o país". 

"O Líbano está sem Presidente há dois anos e a última sessão sobre o assunto ocorreu há mais de um ano", lembraram.

Na carta, os quatro deputados aproveitaram para se dirigir à comunidade árabe do país e garantiram que o Líbano "não ficará isolado". 

"Continuaremos a trabalhar para conseguir a criação de um Estado palestiniano seguindo o caminho da cimeira da Liga Árabe de 2002, que abordou o conflito israelo-palestiniano", acrescentaram.

"Pedimos à comunidade internacional que pare o massacre e evite que Israel cometa genocídio no Líbano, como fez em Gaza", afirmaram os deputados, exigindo ainda ao povo libanês que procure justiça junto dos seus líderes políticos, "que nada fizeram para evitar a guerra".

A última vez que o Parlamento libanês tentou eleger um chefe de Estado foi a 14 de junho de 2023, naquela que foi a 12.ª vez, depois de mais um "braço de ferro" entre o poderoso Hezbollah e os seus opositores, abrindo um vazio de poder desde então.

Em pleno colapso económico, o Líbano está, na prática, desde dezembro de 2022 sem Presidente sendo liderado por um governo demissionário com poderes reduzidos. 

O Parlamento libanês, inativo há mais de um ano, tem 128 deputados e nenhum dos campos políticos tem uma maioria clara.

O Acordo de Taife é a designação comum para um documento de nome oficial Carta Nacional de Reconciliação, aprovado a 22 de outubro de 1989, e ratificado pelo parlamento libanês a 05 de novembro de 1989 na cidade de Taife, Arábia Saudita, cujo objetivo foi acabar com a guerra civil no Líbano, que se desenrolava desde 1975.


Leia Também: Israel admite que possível novo líder do Hezbollah terá sido "eliminado" 

Frente Social/Greve de três dias no setor da saúde está a ter efeitos negativos nos utentes do HNSM

Bissau 08 Out 24 (ANG) – A greve  de três dias decretada pela Frente Social,  que engloba sindicatos do sector de  saúde e  educação, está a ter impacto negativo na vida dos utentes e das pessoas que procuram serviços do Hospital Nacional Simão Mendes.

Foi o que apurou hoje o repórter da ANG durante uma ronda efectuada ao maior centro hospitalar do país,  no  segundo dia da greve que termina quarta-feira(9).

A ANG constatou que serviços estão a funcionar à “meio gaz” uma vez que o atendimento é reservado  a doentes considerados graves, e os que não necessitam de cuidados urgentes são encaminhados para o Hospital Militar ou para difrentes clínicas privadas do país.

Segundo apurou o repórter da ANG junto  de uma fonte no serviço da Pediatria do Hospital Nacional Simão Mendes(HNSM), neste período de greve, serviços  onde devia estar dois médicos e duas enfermeiras estão a funcionar com um médico e uma enfermeira.

De acordo com a fonte, a ida em grosso número de técnicos de saúde  à República da Venezuela para especialização  já tinha enfraquecido a capacidade de atendimento aos pacientes e com essa paralização a situação complicou-se mais,sobretudo para os mais carenciados.

Para Idrissa Djaló, cidadão da Guiné-Conacri residente em Bissau, que levou a sua mulher grávida para consulta, já é o momento de os governantes africanos “deixarem de maltratar” o seu povo e começarem a governar seriamente.

Djaló diz que apesar de a sua mulher não estar a necessitar de cuidados maiores, sente muita pena dos doentes que estão a abondonar o hospital por causa da greve. “Peço as autoridades e os sindicatos que encontrem  uma solução”, disse.

Aua Sambú, residente em Mansoa, norte a Guiné-Bissau, que trouxe o seu sobrinho que está com tosse, já há mais de uma semana, estava visilvemente irritada quando soube que o caso do seu sobrinho não era considerado grave e que por isso não podia ser atendido.

O paciente William Barreto que está internado nos serviços da Ortopedia, lamentou as constantes paralizações no sector da saúde, o que, segundo ele, mostra um claro desinteresse dos governantes no que tem a ver com a saúde, porque podem ir ao estrangeiro receber tratamento médico

Este jovem com uma perna amputada disse que está a receber assistência médica mas com muito atraso, devido a greve.

Honório Mendes é da opinião de que só uma revolução comum entre os guineenses, elegendo prioridades como boa saúde, educação, estradas, poder de compra, entendimento na classe política , pode mudar a situação do país.

Mendes lamentou as  mortes evitáveis que ocorrem nos hospitais, por falta de condições de trabalho para identificar e tratar patologias  e pede entendimento entre o Govero e a Frente Social , para facilitar a vidas dos mais pobres , que recorrem ao Simão Mendes. ANG/MSC/ÂC//SG

Cerimónia oficial da entrega formal do Plano Nacional de Transporte e Logística da Guiné Bissau

Com Ministério Das Obras Publicas, Habitação e Urbanismo

BANCO MUNDIAL ENTREGA PLANO NACIONAL DE TRANSPORTES E LOGÍSTICA AO GOVERNO DA GUINÉ-BISSAU

Esta terça-feira, o Banco Mundial procedeu à entrega formal do Plano Nacional de Transportes e Logística ao Governo da Guiné-Bissau. Este documento estratégico abrange os sectores de transporte rodoviário, aéreo e fluvio-marítimo, com o objectivo de estabelecer as condições necessárias para impulsionar os principais pilares da economia guineense, como a agricultura, a pesca e o turismo.

O plano visa igualmente proporcionar uma linha orientadora para o Governo e os parceiros internacionais, facilitando o desenvolvimento das infra-estruturas do sector dos transportes e áreas afins, de modo a maximizar o impacto dos investimentos no país.

A cerimónia de entrega foi presidida pelo Primeiro-Ministro, Rui Duarte de Barros, e contou com a presença do Ministro das Obras Públicas, José Carlos Esteves, Ministro dos Transportes, Telecomunicações e Economia Digital, Marciano Silva Barbeiro, e do Ministro da Economia, Soares Sambú.

Segundo o Ministro das Obras Públicas, Habitação e Urbanismo, José Carlos Esteves, o plano será formalmente adoptado pelo Governo da Guiné-Bissau sob a forma de decreto-lei, e prevê um horizonte de implementação de 15 anos.

Também após a cerimónia de entrega formal, o Ministro das Obras Públicas, Habitação e Urbanismo, Eng• José Carlos Esteves, falou sobre a relevância do Plano Nacional de Transportes e Logística para o país. ☝

O Primeiro-ministro Rui Duarte Barros presidiu esta terça-feira (08.10) a cerimónia de entrega formal do plano Nacional de Transporte e Logística da Guiné Bissau  @Radio Voz Do Povo

@Emmanuel Ejehi Jr.



Caso insólito / Contuboel: CIDADÃO AGRIDE TÉCNICOS DE SAÚDE COM ARMA DE FOGO

Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos Camará / Iaia Quadé   Radiosolmansi.net
Os técnicos de saúde em Contuboel, região de Bafatá, leste do país, abandonaram por completo os seus postos de trabalho, porque um cidadão nacional, de cerca de 30 anos de idade, invadiu as instalações do centro e depois disparou armas de fogo nas proximidades do centro.

A situação aconteceu, segundo testemunhos, por volta das 01:30 desta terça-feira (08 de outubro), quando o cidadãos em causa arrombou a porta, agrediu fisicamente os técnicos que estavam em serviço, num momento em que crianças recém-nascidas internadas e suas mães estavam internadas.

Segundo as mesmas fontes, o cidadão em causa “filho do administrador do setor de Contuboel” teria chegado com violência procurando uma das parteiras e depois de adentrar tentou tirá-la à força, mas como não conseguia tentou puxá-la e diante dos casos os outros técnicos, inclusive o responsável do centro, tentaram controlar a situação.

Neste momento, os doentes foram obrigados a voltar para casa e durante o incidente que ocorreu durante uma hora as grávidas, as mães e as suas crianças recém-nascidas tiveram que salvar-se e “isso colocou as suas vidas em risco”.

O responsável na área sanitária de Contuboel, Salifo Incaté, que falava em entrevista à Rádio Sol Mansi (RSM), disse que foi agredido fisicamente pelo cidadão em causa, filho do administrador do setor de Contuboel, que estava na posse de arma de fogo.

“Nesta manhã todos os funcionários do centro sentaram em suas casas e o centro está parado. Até esta manhã estavam internados três doentes graves com paludismo e os familiares estavam a diligenciar para que pudessem ser tratados em outros centros”, explica Salifo Incaté que durante o conforto teve ferimentos graves na garganta.

Segundo o técnico de saúde depois do ocorrido, o cidadão em causa foi procurar uma arma e depois disparou tiros nas proximidades do centro e de seguida foi para a minha casa me ameaçando assassinar.

Os técnicos ameaçam que voltarão ao trabalho só depois que a situação seja normalizada, porque “os doentes, gestantes, mães com as suas crianças recém-nascidas tiveram que sair aos gritos”.

“Hoje ninguém tem a coragem de voltar o centro”, lamenta.

Segundo autoridades policiais, o agressor neste momento está detido nas celas da Polícia da Ordem Pública da região de Bafatá.

A RSM tentou falar com o diretor regional de saúde, mas ainda não conseguimos porque fontes avançaram que ele estava numa reunião com as autoridades policiais sobre este mesmo caso.

Outras fontes relataram que o agressor durante o ato contra os técnicos de saúde estava bêbado e fora do controle e só horas depois conseguiu ser preso.