segunda-feira, 24 de junho de 2024

China tem plano para conquistar Taiwan sem precisar de invadir. Mas há dois riscos: guerra com EUA e crise mundial

Taiwan (fonte Getty)
Cnnportugal.iol.pt, 24/06/2024

A ideia passa por criar uma zona cinzenta, uma espécie de área de "quarentena" em torno da ilha e fazê-la capitular pela escassez de recursos e economicamente. Ainda se lembra dos impactos da crise dos semicondutores - peças presentes em todos os aparelhos eletrónicos? Taiwan é um dos principais exportadores destes componentes à escala global

As forças armadas chinesas podem estar a preparar-se para isolar Taiwan, paralisar a sua economia e fazer com que a ilha democrática sucumba à vontade do Partido Comunista de Pequim, no poder, tudo isto sem nunca disparar um tiro, o alerta vem de um importante grupo de reflexão norte-americano.

Os receios de que o Partido Comunista possa cumprir a sua promessa de um dia assumir o controlo de Taiwan, pela força se necessário, têm sido intensificados nos últimos anos pelas ações cada vez mais bélicas do líder chinês Xi Jinping em relação à ilha auto-governada.

Sendo que a recusa da China em condenar a invasão da Ucrânia pela Rússia só veio aumentar esses receios.

Num tal cenário, os analistas e estrategas militares há muito que se concentram nas duas principais opções disponíveis para a China - uma invasão em grande escala ou um bloqueio militar.

Mas um grupo de reflexão de Washington, o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), alerta para a existência de uma terceira via, que tornará muito mais difícil aos Estados Unidos e a outras democracias com ideias semelhantes contrariar: esta quarentena.

Recorrendo a táticas de "zona cinzenta" - ações que se situam um pouco abaixo do que podem ser consideradas atos de guerra - a Guarda Costeira da China, a sua chamada milícia marítima e várias agências policiais e de segurança marítima poderiam iniciar uma quarentena total ou parcial de Taiwan, possivelmente cortando o acesso aos seus portos e impedindo que fornecimentos vitais, como a energia, cheguem aos 23 milhões de habitantes da ilha, segundo um relatório recentemente publicado pelo CSIS (Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais).

Um navio de guerra chinês navega nas águas perto da ilhota de Pengjia, no norte de Taiwan, nesta imagem de divulgação divulgada a 23 de maio de 2024. (Guarda Costeira de Taiwan/Handout/Reuters)
Os ramos naval, aéreo e terrestre do Exército Popular de Libertação (PLA, sigla em inglês), a maior força militar do mundo, poderão desempenhar apenas papéis auxiliares e de apoio, escrevem os autores Bonny Lin, Brian Hart, Matthew Funaiole, Samantha Lu e Truly Tinsley.

"A China tem aumentado significativamente a pressão sobre Taiwan nos últimos anos, alimentando o receio de que as tensões possam explodir num conflito total. Tem sido dada muita atenção à ameaça de uma invasão, mas Pequim tem outras opções para além da invasão, como coagir, punir ou anexar Taiwan", refere o relatório.

Gráfico: Henrik Pettersson, CNN
Na cimeira de Defesa do Diálogo de Shangri-La, realizada em Singapura no início deste mês, o Ministro da Defesa chinês, Almirante Dong Jun, avisou que aqueles que apoiam quaisquer movimentos a favor da independência de Taiwan "acabarão por se autodestruir".

"Tomaremos medidas resolutas para travar a independência de Taiwan e garantir que tal plano nunca seja bem sucedido", disse Dong, falando através de um tradutor, enquanto criticava as "forças externas interferentes" por venderem armas e terem "contatos oficiais ilegais" com Taiwan.

A escalada das táticas chinesas na zona cinzenta foi claramente demonstrada nos últimos dias, quando navios da Guarda Costeira da China entraram em confronto com barcos da Marinha das Filipinas no Mar do Sul da China.

Vídeos mostraram as tropas de Pequim a ameaçar os filipinos com um machado e outras armas brancas, e Manila afirmou que um dos seus soldados perdeu um polegar numa colisão provocada pela China.

O nível de violência foi muito superior aos anteriores confrontos perto de Second Thomas Shoal, onde as Filipinas mantêm um posto avançado num navio de guerra encalhado em águas reivindicadas por Pequim e Manila.

Da mesma forma, a intimidação militar e económica de Pequim sobre Taiwan, uma economia de mercado livre altamente desenvolvida, tornou-se muito mais pronunciada durante o governo de Xi.

O Partido Comunista da China, no poder, reivindica a ilha como sua, apesar de nunca a ter controlado, e prometeu "reunificá-la", pela força, se necessário.

Mas o relatório do CSIS diz que Pequim tem opções fortes que poderiam não só manter o PLA fora da luta, mas também colocar a democracia da ilha ou os seus apoiantes, como os Estados Unidos, no papel de iniciadores de um conflito militar para preservar a autonomia de Taiwan.

O relatório refere que a Guarda Costeira da China - tal como a maioria das guardas costeiras em todo o mundo - é considerada uma agência de aplicação da lei. Isto significa que pode parar e regular a navegação à volta da ilha no que se designa por quarentena, o que difere em larga escala de um bloqueio.

"Uma quarentena (é) uma operação de aplicação da lei para controlar o tráfego marítimo ou aéreo dentro de uma área específica, enquanto um bloqueio é sobretudo de natureza militar", diz o relatório.

O direito internacional considera o bloqueio um ato de guerra, segundo os especialistas.

"Uma quarentena conduzida pela guarda costeira da China não é uma declaração de guerra contra Taiwan", diz o relatório, e colocaria os EUA numa posição difícil, advertem os seus autores.

Washington é legalmente obrigado - ao abrigo da Lei das Relações com Taiwan - a fornecer à ilha os meios para se defender e fornece-lhe armamento defensivo.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, foi mais longe do que a obrigação legal, afirmando repetidamente que utilizaria tropas americanas para proteger Taiwan, um aviso que parece desviar-se da anterior posição de Washington de "ambiguidade estratégica" e que os responsáveis da Casa Branca voltaram atrás.

Mas se os navios ou aviões militares americanos interviessem no que a China diz ser uma operação de aplicação da lei, os EUA poderiam ser vistos como iniciando hostilidades militares.

Segundo o relatório, a Guarda Costeira da China conta com 150 navios oceânicos e 400 navios mais pequenos, tal como a Marinha do PLA, a maior força do mundo em termos de dimensão da frota. Pequim tem centenas de outros navios na sua Agência de Segurança Marítima e na milícia marítima, barcos de pesca integrados nos serviços militares e policiais da China.

A guarda costeira de Taiwan, com apenas dez navios de alto mar e cerca de 160 navios mais pequenos, não tem capacidade para fazer recuar uma ação de quarentena, diz o relatório.

Os autores do CSIS observam que as ações de quarentena tomadas por Pequim podem ser extremamente limitadas e, ainda assim, ter o efeito de estrangular economicamente Taiwan. Poucos operadores quereriam enfrentar a possibilidade de verem os seus bens apreendidos pelas autoridades chinesas e poderiam voluntariamente deixar de prestar serviços à ilha.

"A demonstração da vontade chinesa de efetuar buscas e apreender apenas um punhado de navios comerciais poderia ter um impacto dissuador desproporcionado e desencorajar transgressões semelhantes", afirma o relatório.

As ações limitadas de busca e/ou apreensão têm um efeito nos voos para Taiwan, uma vez que a quarentena pode ser facilmente alargada ao ar, afirma o relatório.

De acordo com o documento, bastaria que um pequeno número de voos fosse avisado por aviões chineses para que o tráfego aéreo fosse sufocado.

A China faz regularmente voos com aviões militares à volta da ilha, por vezes dezenas num dia. Nas 24 horas que terminaram às 6:00 de dia 21 de junho, 36 aviões militares chineses atravessaram a zona de identificação da defesa aérea de Taiwan, segundo o Ministério da Defesa de Taiwan.

Entretanto, uma quarentena, em vez de um bloqueio, não exigiria que a China fechasse ou restringisse o acesso ao Estreito de Taiwan, refere o relatório do CSIS. Isto significa que Washington e os seus aliados poderiam perder uma das suas maiores reivindicações para intervir ao abrigo do direito internacional, preservando a liberdade de navegação numa via navegável internacional.

"Se a quarentena for apresentada como uma operação de aplicação da lei, a China pode facilmente anunciar o fim da operação e alegar que os seus objetivos foram atingidos", diz o relatório.

Guindastes de pórtico no porto de Taichung, em Taichung, Taiwan, na quinta-feira, 23 de maio de 2024. (An Rong Xu/Bloomberg/Getty Images)

Para manter as coisas ainda mais discretas, a China pode nem sequer precisar de usar a palavra "quarentena" para iniciar uma operação de isolamento de Taiwan, dizem os autores.

Ao afirmar que Taiwan é território chinês, Pequim poderia exigir a apresentação de declarações aduaneiras antes de os navios poderem fazer escala em Taiwan. Para os que não cumprirem, estes mecanismos de aplicação da lei poderão ter um efeito inibidor em toda a navegação.

"Os navios chineses responsáveis pela aplicação da lei serão autorizados a abordar os navios, a efetuar inspeções no local, a interrogar o pessoal e a tomar outras medidas contra os navios não conformes", refere o relatório.

Esta ideia permite que a China tenha um âmbito de atuação limitado. Por exemplo, poderia visar apenas o porto mais movimentado da ilha, Kaohsiung, responsável por 57% das importações marítimas de Taiwan e pela maior parte das suas importações de energia, de acordo com o estudo.

Plausível, mas ainda assim repleto de riscos para a China

Os analistas externos que analisaram o relatório do CSIS e falaram com a CNN consideraram-no plausível. Mas, também têm dúvidas importantes sobre o desenrolar da situação.

Alguns referiram que os aspetos económicos não jogam necessariamente a favor de Pequim.

"A manutenção da quarentena será dispendiosa e demorada", disse Carl Schuster, antigo diretor de operações do Centro Conjunto de Informações do Comando do Pacífico dos EUA.

"Taipé não vai desistir em menos de 60 dias", afirma Schuster. "Poderá Pequim suportar o esforço e a possível reação internacional durante tanto tempo?"

Os esforços para perturbar o status quo no Estreito de Taiwan podem prejudicar ainda mais o comércio externo de Pequim, alertam os especialistas.

Alessio Patalano, professor de guerra e estratégia no King's College, em Londres, salienta ainda os desafios que o Partido Comunista Chinês já enfrenta, com uma economia que ainda luta para recuperar do isolamento provocado pela Covid-19, que fez cair as taxas de crescimento, e novas restrições comerciais, como os direitos aduaneiros sobre as exportações de veículos elétricos.

Taiwan é uma economia industrializada proeminente, um nó crucial nas cadeias de abastecimento globais e um fabricante da grande maioria dos semicondutores mais avançados do mundo. Uma quarentena na ilha teria repercussões económicas não só a nível interno, mas também a nível mundial.

Embora a maior parte das nações reconheça diplomaticamente que Pequim detém o poder sobre Taiwan, a ilha tem vindo a estabelecer relações não oficiais cada vez mais fortes com as principais democracias ocidentais, tendo aprofundado esses laços nos últimos anos, à medida que as ameaças de Pequim se foram agravando.

Taiwan e a China estão também profundamente interligadas do ponto de vista económico. No ano passado, 35% das exportações da ilha destinaram-se à China continental, na sua maioria circuitos integrados, células solares e componentes eletrónicos, de acordo com o Ministério dos Assuntos Económicos de Taiwan.

As importações da China continental representaram 20% do total das importações da ilha no mesmo ano. Entre 1991 e 2022, as empresas taiwanesas investiram um total de 203 mil milhões de dólares no continente, de acordo com as estatísticas do governo de Taiwan, criando milhões de postos de trabalho na China.

Além disso, as quarentenas podem levar as populações a unir-se ao governo, em vez de se revoltarem contra ele, diz Sidharth Kaushal, investigador sénior do Royal United Services Institute em Londres.

"As provas históricas mostram que mesmo os bloqueios severos têm um valor coercivo limitado, e uma quarentena limitada pode resultar num efeito de união em torno da bandeira", afirma.

Uma quarentena poderia também levar o governo de Taiwan a declarar a independência, algo que Pequim tem repetidamente afirmado que provavelmente provocaria um conflito armado, alerta Kaushal.

"Isto deixaria o Partido Comunista com a opção de uma escalada ou de um grande revés", afirma.

Patalano diz que, para a China, a paciência é a chave para realizar o seu objetivo de "reunificação".

A escalada, e certamente a invasão, não é "eficiente em termos de custos", diz ele. A guerra custa não só vidas mas também riqueza nacional.

Baiseck Cassama fez uma transmissão ao vivo.


 Baiseck Cassama 

O Secretariado Nacional da APU - PDGB reage à alegada retirada de segurança ao líder do partido, Nuno Nabiam.


 Rádio Capital Fm
    24.06.2024

Comissão de Gestão Transitória do PRS em conferência de imprensa sobre o PRS face aos últimos desenvolvimentos políticos do país.

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Radio Voz Do Povo

O grupo islamita palestiniano Hamas, que governa de facto a Faixa de Gaza, acusou o presidente da Autoridade Nacional Palestiniana (ANP), Mahmud Abbas, de ter impedido uma reunião de reconciliação que deveria decorrer hoje na China.

© Lusa
Por Lusa  24/06/24 
Hamas acusa Abbas de ter impedido reunião de reconciliação na China
O grupo islamita palestiniano Hamas, que governa de facto a Faixa de Gaza, acusou o presidente da Autoridade Nacional Palestiniana (ANP), Mahmud Abbas, de ter impedido uma reunião de reconciliação que deveria decorrer hoje na China.


"O movimento Hamas respondeu de forma muito positiva e com grande responsabilidade aos esforços da China para alcançar a unidade nacional palestiniana, mas, recentemente, o Presidente Mahmud Abbas recusou-se a participar na reunião alargada das fações prevista para hoje, o que levou ao respetivo cancelamento", disse um dos líderes do grupo, Hussam Badran, num comunicado.

Badran sublinhou que Abbas não apresentou qualquer razão para cancelar a participação na reunião, que foi acordada após um encontro bilateral em Pequim, em abril, e encorajada por funcionários chineses, que defendem a criação de um Estado palestiniano como solução para o conflito com Israel.

A agência noticiosa oficial palestiniana Wafa informou que a Fatah (o partido de Abbas), que governa partes da Cisjordânia ocupada, está empenhada no diálogo e "está a trabalhar para completar todos os preparativos para proporcionar o clima adequado para o sucesso da mediação chinesa".

As duas fações palestinianas estão em desacordo desde 2007, altura em que o Hamas expulsou as forças da Fatah da Faixa de Gaza, dissolveu o executivo conjunto e tomou o poder pela força, depois de ter vencido as eleições legislativas um ano antes.

Vários mediadores, entre os quais o Egito, Arábia Saudita, Qatar e Rússia, tentaram intervir para pôr fim à divisão que se arrasta desde então.

Uma das tentativas mais recentes foi em 2017, quando a Fatah e o Hamas anunciaram, com o Egito como mediador, um acordo segundo o qual a Autoridade Palestiniana retomaria o controlo de Gaza e seriam convocadas eleições legislativas e presidenciais, adiadas "sine die".

Em março passado, Abbas procedeu a uma mudança no governo da ANP, no âmbito dos esforços para o reformar com um executivo tecnocrático que pudesse assumir o controlo da Faixa de Gaza uma vez terminada a guerra em curso entre Israel e o Hamas, desencadeada por um ataque sem precedentes do grupo islamita em solo israelita em outubro de 2023, que originou uma grave crise humanitária e mais de 37 mil mortos no pequeno enclave.

Esta reforma estrutural era uma das principais exigências dos Estados Unidos para que a Autoridade Palestiniana pudesse governar a Faixa de Gaza, embora não conste dos planos do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que recusa tal cenário.


Partido para Justiça Reconciliação e Trabalho- Plataforma das Forças Democráticas, exorta o Presidente da República a marcação data de eleições legislativas até final deste ano 2024


 Radio TV Bantaba

Pelo menos 24 pessoas morreram em dez dias na cidade de Abidjan após o início da intensa estação das chuvas na Costa do Marfim, anunciou o Gabinete Nacional de Proteção Civil (ONPC) num comunicado consultado hoje pela AFP.

© SIA KAMBOU/AFP via Getty Images
Por Lusa  24/06/24 

 Pelo menos 24 mortes em 10 dias devido a chuvas fortes na Costa do Marfim
Pelo menos 24 pessoas morreram em dez dias na cidade de Abidjan após o início da intensa estação das chuvas na Costa do Marfim, anunciou o Gabinete Nacional de Proteção Civil (ONPC) num comunicado consultado hoje pela AFP.

Depois das "chuvas torrenciais (que ocorreram) de quinta-feira, 13 de junho, a sábado, 22 de junho, no Distrito Autónomo de Abidjan", o ONPC referiu "24 mortos", inundações de estradas e casas e o risco de desmoronamento de edifícios, avançou a agência de notícias France-Presse (AFP).

Os bombeiros já tinham anunciado que oito pessoas tinham morrido entre quinta-feira, 13 de junho, e sábado, 15 de junho, na sequência de chuvas muito fortes.

Durante vários dias dessa semana, a capital económica da Costa do Marfim foi atingida por uma pluviosidade quatro vezes superior à normal, o que provocou subidas espetaculares do nível das águas, deslizamentos de terras e desmoronamentos de casas.

Em 24 horas, caíram 214 milímetros (mm) de chuva na comuna de Yopougon e 205 mm em Cocody, segundo a agência meteorológica marfinense Sodexam, o que representa um quarto da precipitação prevista para o conjunto dos três meses da estação das chuvas (maio-junho-julho). Um milímetro equivale ao volume de um litro de água de chuva.

A Sodexam acrescentou que o limiar "normal" era de 50 mm em 24 horas.

As chuvas torrenciais seguidas de inundações devastadoras são uma ocorrência regular na maior cidade da Costa do Marfim, onde vivem cerca de seis dos quase trinta milhões de habitantes do país.

As construções precárias em zonas pobres e propensas a inundações são em número significativo nesta metrópole em constante crescimento, apesar de o Governo ter lançado este ano uma vasta política de saneamento, destruindo muitos aglomerados informais.

No ano passado, pelo menos 30 pessoas morreram em incidentes relacionados com as fortes chuvas.

Coreia do Norte retomou lançamento de balões com lixo sobre Coreia do Sul

© Lusa
Por Lusa  24/06/24 
A Coreia do Norte retomou hoje o lançamento de balões provavelmente transportando lixo para a Coreia do Sul, segundo as Forças Armadas sul-coreanas, na mais recente iniciativa ao estilo da Guerra Fria na península coreana.

Os lançamentos foram efetuados alguns dias depois de o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o Presidente russo, Vladimir Putin, terem assinado um importante acordo de defesa que, segundo os observadores, poderá encorajar Kim a dirigir mais provocações à Coreia do Sul.

Segundo um comunicado do Estado-Maior das Forças Armadas sul-coreanas, os balões norte-coreanos estão a deslocar-se para sul, e os militares estão a monitorizar de perto as movimentações norte-coreanas, porque se previam ventos de norte ou noroeste, favoráveis ao lançamento de balões.

No comunicado, pede-se aos cidadãos sul-coreanos que não toquem nos balões norte-coreanos e que denunciem a sua localização às autoridades militares e policiais. As Forças Armadas não disseram como reagiriam a novos lançamentos de balões.

A partir do final de maio, Pyongyang lançou uma série de balões com estrume, pontas de cigarro, trapos, pilhas gastas e vinil sobre várias zonas da Coreia do Sul. Não foram encontrados materiais altamente perigosos.

A Coreia do Norte afirmou que a sua campanha de balões foi uma ação de retaliação contra ativistas sul-coreanos que lançaram panfletos políticos críticos da sua liderança para o seu lado da fronteira.

A influente irmã de Kim, Kim Yo-jong, afirmou na sexta-feira que a Coreia do Norte retomaria a sua campanha de balões como retaliação contra a nova ação de lançamento de panfletos de grupos civis sul-coreanos.

Um grupo sul-coreano afirmou ter enviado na quinta-feira à noite para o outro lado da fronteira 20 balões com 300.000 panfletos de propaganda, 5.000 'pens' USB com canções 'pop' sul-coreanas e séries de televisão e notas de um dólar norte-americano.

"Quando fazemos uma coisa que fomos claramente avisados para não fazer, é natural que tenhamos de confrontar-nos com algo que era evitável", afirmou Kim Yo-jong.

Em reação à anterior campanha de balões da Coreia do Norte, as Forças Armadas sul-coreanas voltaram a instalar a 09 de junho altifalantes gigantescos ao longo da fronteira, pela primeira vez em seis anos, e retomaram as emissões de propaganda contra o regime norte-coreano.

As emissões incluíram alegadamente músicas famosas dos BTS, a banda sensação da K-pop ('pop' sul-coreana), como "Butter" e "Dynamite", previsões meteorológicas e notícias sobre a Samsung, a maior empresa sul-coreana, bem como críticas ao programa de mísseis de Pyongyang e à sua proibição de vídeos estrangeiros.

A Coreia do Norte considera as grandes emissões informativas sul-coreanas e as campanhas civis de distribuição de panfletos graves provocações, uma vez que proíbe o acesso a notícias estrangeiras à maioria dos seus 26 milhões de habitantes.

Segundo Seul, Pyongyang reagiu a anteriores emissões sul-coreanas com altifalantes e a ações civis de lançamento de balões abrindo fogo sobre o outro lado da fronteira, o que levou a Coreia do Sul a ripostar.

Hoje de manhã, a Coreia do Sul, os Estados Unidos e o Japão emitiram um comunicado conjunto condenando veementemente a cada vez maior cooperação militar entre a Rússia e a Coreia do Norte.

De acordo com o comunicado, as interações entre Pyongyang e Moscovo constituem uma "grave preocupação" para os esforços de promoção da paz na Península da Coreia, para o regime mundial de não-proliferação e para o apoio ao povo ucraniano, confrontado desde fevereiro de 2022 com uma invasão da Rússia.

Numa reunião em Pyongyang na passada quarta-feira, Kim Jong-un e Putin alcançaram um acordo nos termos do qual cada um dos respetivos países fornecerá ajuda ao outro, em caso de ataque, e se compromete a reforçar outras formas de cooperação.

Segundo os observadores, o acordo representa a mais forte relação entre os dois países desde o fim da Guerra Fria. Os Estados Unidos e os seus aliados creem que a Coreia do Norte tem fornecido à Rússia armas convencionais, muito necessárias para a sua guerra na Ucrânia, em troca de ajuda militar e económica.

O comunicado de Seul, Washington e Tóquio indica que os três países reiteram a intenção de reforçar a cooperação diplomática e de segurança para enfrentar as ameaças norte-coreanas e evitar uma escalada da situação, acrescentando que os compromissos dos Estados Unidos com a defesa da Coreia do Sul e do Japão "permanecem blindados".

No sábado passado, um porta-aviões norte-americano de propulsão nuclear chegou à Coreia do Sul para um exercício militar tripartido Seul-Washington-Tóquio, cujo início está agendado para este mês.

A Coreia do Norte já chamou a essas manobras militares conjuntas dos Estados Unidos um ensaio de invasão e respondeu realizando novos testes de mísseis, argumentando que a hostilidade de Washington a obrigou a desenvolver armas nucleares em legítima defesa.

Leia Também: A China está preocupada com o facto de Pyongyang poder ter sido encorajada por Vladimir Putin a tomar medidas "provocatórias" que poderiam levar a uma crise no Nordeste Asiático. 


Discurso do líder do PTG Aladje Botche Candé no ato de posse dos novos responsáveis das estruturas do PARTIDO.

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 Radio Voz Do Povo

Cuma borgonha más morte! ...o corrupto virou Cavalo de Troia de alguém para enfrentar seu Presidente!

Por  O Democrata Osvaldo Osvaldo
Lá está todos eles são compadres.
O mais vazio do cenário político Guineense virou estadista à altura do fanatismo do nosso povo e espera de mais elogios, hoje, o vazio é visto como defensor de valores importantes de famílias, tudo isso, na base de inverdades, mediocridades dos seus interesses subalternos. 

O corrupta sem vergonha faz-me rir muito.
Ele não é sério e muito menos sabe do que estava insinuando! Agora, o corrupto virou Cavalo de Troia de alguém para enfrentar seu Presidente!

O Engenheiro Amílcar Lopes Cabral como mentor categórico da história da independência da Guiné-Bissau e Cabo-Verde, não tem orgulho de homem corrupto igual este sujeito de comportamento nocivo. A polêmica entre os demagogos e analfabetos funcionais não tem nenhuma relevância para o país.

Ele é um autêntico vazio, é um vazio na forma de nascer e ser, vazio no conteúdo cultural, social e político, vazio no posicionamento humano diante do Mundo. 

- De fato, seria um feito extraordinário se, ao mesmo tempo e no mesmo lugar, todos os cidadãos da nossa Pátria estivessem de acordo comigo em relação à personalidade deste homem, sem esse consentimento nacional, o atual cenário político vai cair numa desgraça total, bastaria a manifestação discordante de que ele não é um homem político. 

A vulnerabilidade do seu argumento dias atrás foi uma vergonha sem o juízo racional, sublinhou a existência de mais informações contra o Presidente da República, não sendo destinadas a nenhuma pessoa em particular se não o homem que ele deu posse. Para utilizar uma metáfora que vai melhorar e explicar a tese deste corrupto analfabeto nato, é preciso voltar ao passado recente. Por esse motivo, vou continuar acompanhar desperate. 

Por isso, a existência do acordo para ele é fundamental, sem acordo não é possível ouvir o analfabeto funcional no cenário político. Ele não merece ter segurança. Pouco importa argumento que alguém possa trazer. 

Conclusão
Ação de retirada de segurança foi um ato nobre. Foi numeroso erro crasso prejudicando assim o nosso Estado, e ação autoritário de forma deliberado à memoria colectiva do nosso povo.
 Nuno Gomes Nabiam é, para desgraça do povo guineense, um autêntico vazio existencial.
A argumentação deste corrupto concentrou seus esforços na resolução desse dilema (Guerra civil) Qual foi o motivo? Tenho militares, portanto, é o motivo que levou o tolo a falar sobre Guerra Civil! 

A explicação é de que ele interpretou o que às pessoas desesperadas pelo poder neste momento queriam ouvir. Tentou atribuir à tese em nome do Partido PRS. Como todos são livres e iguais aos animais do passado antiquado e asqueroso, recebeu aplausos dos mesmos frustrados corruptos, daí que todas as coisas, então, se sustentam no argumento de fato. 

Pouco importa, portanto, se ele anda sem segurança alguma. Ele não merece ter segurança. Por isso, a referência que faz àqueles que pensavam ser difícil a justificação argumento do palhaço corrupto e analfabeto funcional, estão cegos e em pânico permanente, a partir dos pressupostos de uma narrativa politica pobre e corruptível, e sua declaração não é incisiva porque essa justificação não é possível sem a necessidade de se precisar recorrer o seu passado recente, a um pacto expresso entre os homens crianças egoístas e corruptíveis de sempre. 

O todo poderoso agora, não se preocupa com eles! Já percebeu que são todos bandidos e viciados!
- UK- Londres.
Monday 24 June
14:50
Juvenal Cabi Na Una.

 

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As autoridades senegalesas anunciaram hoje a introdução de testes voluntários de despistagem à covid-19 e a reintrodução do uso de máscaras no aeroporto internacional à chegada dos peregrinos vindos de Meca, na Arábia Saudita.

© KARIM SAHIB/AFP via Getty Images
Por Lusa  24/06/24 
Senegal reintroduz medidas sanitárias aos peregrinos chegados de Meca
As autoridades senegalesas anunciaram hoje a introdução de testes voluntários de despistagem à covid-19 e a reintrodução do uso de máscaras no aeroporto internacional à chegada dos peregrinos vindos de Meca, na Arábia Saudita.


As autoridades senegalesas suspeitam que várias mortes de fiéis foram causadas por doenças do foro respiratório, como a covid-19, declarou o ministro da Saúde, Ibrahima Sy, no domingo, durante uma visita ao aeroporto internacional de Diamniadio.

"Inicialmente, pensámos que [o número de mortes] estava relacionado com as ondas de calor, porque a temperatura era excessivamente elevada, mas apercebemo-nos de que havia uma síndrome respiratória [relacionada] com as mortes", explicou o ministro.

"Dissemos a nós próprios que se tratava provavelmente de uma epidemia respiratória, e era nosso dever poder acompanhar os peregrinos no seu regresso, criando um sistema de rastreio de tudo o que estivesse relacionado com a covid-19 em particular", acrescentou.

Num comunicado hoje divulgado, o Ministério da Saúde afirmou ter "reforçado o sistema de vigilância sanitária nas fronteiras aéreas", destacando uma equipa no aeroporto para oferecer testes de rastreio voluntários e identificar os peregrinos com doenças semelhantes à gripe.

Dos 124 testes de diagnóstico rápido, 78 deram positivo para o coronavírus, 36 dos quais foram posteriormente confirmados por testes PCR, a técnica de referência para a deteção da infeção, disse o ministério.

"Não há motivo para alarme, mas também há motivo para prevenção", disse o ministro no domingo.

A Arábia Saudita declarou no domingo que 1.301 pessoas morreram durante o hajj - a peregrinação realizada à cidade de Meca pelos muçulmanos, que é um dos pilares do Islão.

Segundo o diário L'Observateur, cinco peregrinos senegaleses morreram e estavam 12.000 inscritos oficialmente para o hajj.

Desde o final da semana passada, os peregrinos são obrigados a usar máscaras no embarque, durante o voo e após a aterragem, até à recolha das bagagens, disse à agência noticiosa France-Presse (AFP) o responsável pelas relações públicas do aeroporto, Tidiane Tamba.

"Isto aplica-se aos passageiros que viajam vindos do hajj, mas também aos viajantes que chegam da Arábia Saudita em voos regulares", explicou.

O terminal reservado para a peregrinação é desinfetado após as chegadas, acrescentou.

O Ministério da Saúde "apela à população para que esteja vigilante, se contenha e seja mais serena, a fim de evitar uma epidemia".

Outra recomendação do Governo é que os senegaleses se abstenham das celebrações que tradicionalmente ocorrem quando uma pessoa regressa da peregrinação, se esta estiver infetada.

Leia Também: Sobe para 1.301 número de peregrinos que morreram em peregrinação a Meca 


Os EUA estão empenhados em promover a paz e a segurança.

A Força-Tarefa do Exército dos EUA para a Europa Meridional, África (SETAF-AF) conduziu um compromisso militar a militar com a liderança das Forças Armadas Revolucionárias do Povo (FARP) em Bissau, em 11 de junho. 

O Coronel Julio Al N'Daure Naquidanque, Chefe de Operações das FARP, liderou uma reunião entre a equipa do CA do SETAF-AF e o pessoal das FARP para discutir as prioridades civis e militares na Guiné-Bissau.

Obrigado pelo vosso caloroso acolhimento!

 Representação da Embaixada dos Estados Unidos em Bissau 

Condecoração do Embaixador de Espanha em fim de missão

O Presidente da República, Úmaro Sissoco Embaló, condecorou, com a medalha Ordem Nacional de Mérito, Cooperação e Desenvolvimento, o Sr. González Zavala Peña, embaixador de Espanha na Guiné-Bissau, e a Representante do Banco Mundial, Sra. Anne-Lucie Lefebvre, ambos em fim de missão, em reconhecimento pelo cumprimento exemplar das respectivas missões.
O Embaixador do Reino de Espanha foi representado na cerimónia de condecoração pela Encarregada de Negócios da Embaixada, Sra. Lucía Piñon Aneiros.

  Presidência da República da Guiné-Bissau

ANP: NOTA À IMPRENSA

 


Audio de Nhu Alfredo Malu

 Abel Djassi

Movimento para Alternância Democrática - MADEM G15 fez uma transmissão ao vivo.

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Movimento para Alternância Democrática - MADEM G15

domingo, 23 de junho de 2024

Portugal: Marcelo mantém "frente comum perante problemas" com novo Governo

© Lusa
Por Lusa  23/06/24 
O Presidente da República defendeu hoje que deve ter com o novo Governo a mesma predisposição que tinha com o anterior para "uma frente comum perante problemas nacionais", considerando "preferível" se for possível ter o Orçamento do Estado aprovado.

"Eu acho que tenho a obrigação também de, havendo problemas importantes ou decisões importantes, ainda que por menos tempo e de forma menos intensa, ter a mesma predisposição relativamente ao novo primeiro-ministro e ao novo Governo. Por menos tempo porque o mandato está mais próximo do fim", respondeu Marcelo Rebelo de Sousa à margem da inauguração de uma exposição em Vila Franca de Xira quando questionado pelos jornalistas se esta é uma nova fase de coabitação com o Governo de Luís Montenegro.

O Presidente da República recordou como nos últimos anos, e "até às vezes desagradando" a sua área política, entendeu ser fundamental "em momentos cruciais, estar ao lado do primeiro-ministro e do Governo anterior", referindo-se a António Costa e à "crise financeira, crise bancária, fogos ou pandemia".

Para Marcelo Rebelo de Sousa, "em momentos cruciais" solidariedade significa o Presidente da República "estar em conjunto, em muitos momentos com o parlamento, mas noutros com o primeiro-ministro e com o Governo, naquilo que é uma frente comum perante problemas nacionais".

"Não há dúvida que estamos com questões fundamentais para o país. Para mim a mais é importante é, além das que decorrem da guerra da Ucrânia e por isso é que eu convoquei um Conselho de Estado mal foram eleitos os novos membros, mas o problema do PRR porque todos temos a noção que é uma corrida contra o tempo", explicou.

Questionado sobre se a aprovação do Orçamento do Estado para 2025 era uma dessas questões, o Presidente da República afirmou que essa é "outra realidade".

"É evidente que se for possível haver estabilidade política e estabilidade económica e financeira e portanto ser viabilizado o Orçamento do Estado, penso que estamos todos de acordo que se isso for possível é preferível", insistiu.

Marcelo Rebelo de Sousa admitiu que vê essa possibilidade, mas ressalvou que isso "depende dos partidos".

"Sabendo da experiência do passado é bom isso estar presente precisamente porque estamos numa situação internacional pior, porque estamos com o PRR atrasado, porque temos desafios económicos e financeiros pela frente muito urgentes, se for possível haver a viabilização do orçamento, melhor", enfatizou.

Leia Também: Marcelo Rebelo de Sousa. "A Democracia portuguesa conhece já há muitos anos o problema e debate sobre o segredo de justiça e as fugas ao segredo de justiça. É uma realidade que existiu e tem existido ao longo da democracia e naturalmente que é um dos pontos importantes numa reforma da justiça a ser ponderado" 


Mami Keita: Nuno Gomes Nabiam 3 anos na puder como PM bu Corta no Mato tudo/// Parte 1...

Por  Mami Keita

França: O Presidente francês prometeu hoje exercer o mandato "até maio de 2027", mesmo que numa posição delicada face à extrema-direita, a uma semana das legislativas antecipadas, admitindo que "a forma de governar deve mudar profundamente" após a eleição.

© Reuters
Por Lusa  23/06/24 
Macron promete "agir até maio de 2027", fim do mandato presidencial
O Presidente francês prometeu hoje exercer o mandato "até maio de 2027", mesmo que numa posição delicada face à extrema-direita, a uma semana das legislativas antecipadas, admitindo que "a forma de governar deve mudar profundamente" após a eleição.


"O próximo Governo, que refletirá necessariamente o seu voto, reunirá, espero, os republicanos de diversas sensibilidades que, pela sua coragem, saberão opor-se aos extremos", apelou Emmanuel Macron, numa carta aos franceses na imprensa.

Enquanto alguns dos seus adversários, como Marine Le Pen, da União Nacional (RN, na sigla em francês), sugerem que será forçado a demitir-se em caso de derrota nas eleições legislativas de 30 de junho e 07 de julho, Macron respondeu: "Pode confiar em mim para atuar até maio de 2027 como seu Presidente, protetor em todos os momentos da nossa República, dos nossos valores, respeitador do pluralismo e das suas escolhas, ao seu serviço e da Nação".

Voltando nesta missiva às razões que o levaram, na noite das eleições europeias, a dissolver a Assembleia, o Presidente reconheceu que a sua decisão por vezes despertou raiva dirigida contra si.

Acima de tudo, detalhou as questões que estão em jogo nas próximas eleições, que "não são uma eleição presidencial, nem um voto de confiança no Presidente da República", mas a resposta a "uma única questão: quem governará a França?".

Perante a extrema-direita e a aliança de esquerda da Nova Frente Popular, o chefe de Estado defende a sua "terceira via".

"O objetivo não pode ser apenas continuar o que foi feito. Ouvi dizer que querem que isso mude", avançou Macron, apelando em particular a "respostas muito mais fortes e firmes" sobre "a insegurança, a impunidade".

"O próximo Governo terá de rever a política da infância, proteger melhor os nossos jovens e lutar mais fortemente contra toda a discriminação", defendeu ainda, notando a "forte exigência de justiça social".

Acima de tudo, ao dizer que mede "o mal-estar democrático", nomeadamente "esta divisão entre o povo e aqueles que governam o país que não" conseguiu resolver, Macron admitiu que "a forma de governar deve mudar profundamente", enquanto o seu campo político multiplica as mãos estendidas para a direita e para a esquerda na esperança de frustrar as previsões.

O Presidente apelou também aos abstencionistas, pedindo-lhes que não tenham "medo". "Não desista", vincou.

Uma sondagem divulgada na sexta-feira atribui à União Nacional - atualmente liderada por Jordan Bardella mas que mantém presente a figura de Marine Le Pen, considerada a líder da extrema-direita francesa - 250 a 300 deputados na futura Assembleia Nacional (câmara baixa do parlamento francês), o que representaria um cenário entre a maioria relativa e a maioria absoluta (289 mandatos).

A decisão de Macron de convocar eleições legislativas antecipadas após o fracasso do seu partido, Renascimento, nas eleições europeias em 09 de junho contra a União Nacional, que obteve o dobro dos votos, foi criticada até dentro do seu campo político.

A Rússia acusou hoje os EUA de serem "responsáveis" pelo ataque ucraniano que matou cinco pessoas e feriu mais de uma centena de outras na península anexada da Crimeia, alegadamente utilizando mísseis americanos ATACMS fornecidos a Kiev.

© Lusa
Por Lusa  23/06/24
 Moscovo responsabiliza Washington por ataque na Crimeia ocupada
A Rússia acusou hoje os EUA de serem "responsáveis" pelo ataque ucraniano que matou cinco pessoas e feriu mais de uma centena de outras na península anexada da Crimeia, alegadamente utilizando mísseis americanos ATACMS fornecidos a Kiev.


"A responsabilidade pelo ataque deliberado com mísseis contra civis em Sebastopol (cidade da Crimeia) cabe, em primeiro lugar, a Washington, que forneceu estas armas à Ucrânia", bem como às autoridades de Kiev, afirmou o Ministério da Defesa russo em comunicado.

"Tais ações não ficarão sem resposta", garantem as autoridades russas.

Segundo o exército russo, cinco mísseis ATACMS foram lançados pelas forças ucranianas, quatro dos quais foram "intercetados".

As missões de voo destes mísseis foram "captadas por especialistas norte-americanos com base em dados dos serviços de informação por satélite dos Estados Unidos", afirmou o ministério russo em apoio das suas acusações.

Em abril, Washington anunciou o envio de mísseis ATACMS de longo alcance à Ucrânia, que há muito os solicitava para poder atacar mais atrás da linha da frente.

Nem a Ucrânia nem os Estados Unidos comentaram ainda o ataque de Sebastopol.

Depois de num primeiro momento as autoridades russas terem denunciado que o ataque com os mísseis balísticos provocou pelo menos três mortos, o governador Mikhail Razvojaev, precisou que o ataque fez cinco mortos, incluindo três crianças, e uma centena de feridos.

Cinco outras crianças estão a receber cuidados intensivos no hospital, disse Razvojaev num vídeo publicado na rede social Telegram.

O dirigente acrescentou que o Presidente Vladimir Putin tinha telefonado para "apresentar as suas condolências" às famílias.

Vídeos publicados pelos meios de comunicação russos mostram os habitantes de uma praia a fugir quando ouvem as explosões, noticia a AFP, que diz não poder verificar a sua autenticidade.

Sebastopol, uma importante cidade portuária, é frequentemente visada, nomeadamente por ser o quartel-general da frota russa do mar Negro.

A Crimeia é um importante centro logístico para o exército russo.

A Ucrânia, que enfrenta a ofensiva russa há dois anos, retalia regularmente atacando as regiões russas ou as zonas ocupadas.

Em particular, as suas tropas tentam regularmente destruir navios de guerra russos.

Leia Também: 'Drones' e misseis ucranianos matam quatro e ferem 127 na Crimeia 


'Drones' e misseis ucranianos matam quatro e ferem 127 na Crimeia

© Lusa
Por Lusa  23/06/24 

Um ataque aéreo ucraniano contra Sebastopol, controlada pela Rússia, na península da Crimeia, provocou pelo menos três mortos e 124 feridos, que as autoridades denunciaram como um "ataque terrorista" por ter ocorrido durante um feriado ortodoxo.

"De acordo com os dados operacionais, como resultado do bombardeamento (...) de Sebastopol, 124 pessoas, incluindo 27 crianças, ficaram feridas e sofreram lesões de gravidade variável", disse o vice-ministro da Saúde Alexei Kuznetsov.

O Ministério da Defesa russo afirmou que o ataque foi levado a cabo com pelo menos quatro mísseis ATACMS, de fabrico norte-americano e armados com ogivas de fragmentação, quatro dos quais foram diretamente intercetados pelo escudo de defesa aérea da cidade.

Um quinto míssil, no entanto, foi apenas desviado da sua rota original e acabou por atingir a cidade.

Além disso, fragmentos dos mísseis intercetados acabaram por cair na zona costeira do bairro de Uchkuevka, na parte norte de Sebastopol, onde se situa uma das maiores praias da cidade.

A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, anunciou a abertura de uma investigação sobre terrorismo, depois de condenar um ataque que ocorreu durante a festa ortodoxa da Santíssima Trindade, uma data "especificamente escolhida por Kiev" para cometer um "crime ritual" contra a população.

"Procuraremos obter a condenação internacional. Faremos tudo o que for possível para que a comunidade internacional seja informada dos últimos crimes do regime de Kiev", acrescentou.

A iniciativa ucraniana foi ainda marcada pelo ataque com três 'drones' [aparelhos aéreos não tripulados] que provocou um morto e três feridos na região russa de Belgorod, junto à fronteira com a Ucrânia.

O ataque teve como alvo a cidade de Grayvoron, disse o governador regional Vyacheslav Gladkov.

A Ucrânia, que enfrenta uma ofensiva russa há dois anos, retalia regularmente atacando regiões russas ou zonas ocupadas.

Em particular, as suas tropas tentam destruir os navios de guerra russos e conseguem-no regularmente.

Entre as suas proezas armadas desde o início do conflito, as forças ucranianas bombardearam o quartel-general da frota do mar Negro em setembro de 2023, mais de um ano depois de terem conseguido afundar o Moskva, o navio-almirante da frota russa, na primavera de 2022.

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Os cientistas podem ter encontrado uma resposta para o mistério da matéria negra. E envolve um subproduto inesperado

Matéria negra buracos negros big bang astrofísica (NASA/CXC/CfA/M.Markevitch et al.)

Por  Cnnportugal.iol.pt, 23/06/2024
Durante cerca de 50 anos, a comunidade científica tem-se debatido com um problema substancial: não existe matéria visível suficiente no universo.

Toda a matéria que conseguimos ver – estrelas, planetas, poeira cósmica e tudo o que existe entre eles – não serve para explicar a razão pela qual o universo se comporta como comporta, e deveria haver cinco vezes mais matéria disponível para dar sentido às observações dos investigadores, de acordo com a NASA. Os cientistas chamam a isso matéria negra, porque não interage com a luz e é invisível.

Nos anos 1970, os astrónomos norte-americanos Vera Rubin e W. Kent Ford confirmaram a existência da matéria negra ao observarem as estrelas que orbitavam nos limites das galáxias em espiral. Repararam que estas estrelas se moviam demasiado depressa para se manterem unidas pela matéria visível da galáxia e a sua gravidade – em vez disso, deveriam estar a afastar-se. A única explicação era uma quantidade grande de matéria não-visível, que mantinha a galáxia unida.

“O que se vê numa galáxia em espiral”, disse Rubin na altura, “não é o que se obtém”. O seu trabalho baseou-se numa hipótese formulada nos anos 1930 pelo astrónomo suíço Fritz Zwicky e deu início à busca pela substância fugidia.

Desde então, os cientistas têm estado a tentar observar diretamente a matéria negra e até construíram enormes aparelhos para a detetar – até agora sem sorte.

Nos primórdios da sua investigação, o renomado físico britânico Stephen Hawking postulou que a matéria negra poderia esconder-se nos buracos negros – o principal objeto do seu trabalho – que se formaram durante o big bang.

O falecido físico Stephen Hawking lançou a hipótese de a matéria negra poder esconder-se nos buracos negros que se formaram durante o big bang. (Bettmann Archive/Getty Images)
Agora, um novo estudo por investigadores do Massachusetts Institute of Technology fez ressurgir a teoria, revelando do que são compostos estes buracos negros primordiais e potencialmente descobrindo no processo um tipo inteiramente novo de buraco negro exótico.

“Foi realmente uma agradável surpresa desse ponto de vista”, diz David Kaiser, um dos autores do estudo.

“Estávamos a usar os famosos cálculos de Stephen Hawking sobre buracos negros, especialmente o seu importante resultado sobre a radiação que os buracos negros emitem”, explica Kaiser. “Estes buracos negros exóticos emergem da tentativa de resolver o problema da matéria negra – são um subproduto da explicação da matéria negra.”

O primeiro quintilionésimo de segundo

Os cientistas têm feito muitas suposições sobre o que a matéria negra poderá ser, desde partículas desconhecidas a dimensões extra. Mas a teoria dos buracos negros de Hawking só recentemente entrou em ação.

“As pessoas não a levaram realmente a sério até há cerca de uns 10 anos”, diz a coautora do estudo Elba Alonso-Monsalve, estudante do MIT. “E isso deve-se ao facto de os buracos negros terem em tempos parecido evasivos – no início do século XX, as pessoas achavam que eram apenas um facto divertido da matemática, nada que envolvesse a física.”

Hoje sabemos que quase todas as galáxias têm no seu centro um buraco negro e a descoberta de investigadores em 2015 sobre as ondas gravitacionais de Einstein criadas por buracos negros que colidem – uma descoberta histórica – torna claro que eles estão por todo o lado.

“Na verdade, o universo está repleto de buracos negros”, diz Alonso-Monsalve. “Mas a partícula de matéria negra não foi descoberta, apesar de as pessoas terem procurado em todos os locais onde achavam que podiam encontrá-la. Isto não quer dizer que a matéria negra não é uma partícula, ou que corresponda de certeza a buracos negros. Mas agora, os buracos negros como candidatos a matéria negra são levados muito mais a sério.”

Outros estudos recentes já confirmaram a validade da hipótese de Hawking, mas o trabalho de Alonso-Monsalve e de Kaiser, respetivamente uma professora de Física e o professor Germeshausen de História da Ciência no MIT, vai mais longe e analisa exatamente o que aconteceu quando os buracos negros primordiais se formaram.

O estudo, publicado a 6 de junho na revista especializada Physical Review Letters, revela que estes buracos negros têm de ter aparecido no primeiro quintilionésimo de segundo do big bang: “Isto é mesmo muito cedo e muito antes do momento em que se formaram os protões e os neutrões, as partículas de que tudo é composto”, diz Alonso-Monsalve.

No nosso mundo quotidiano, não podemos encontrar protões nem neutrões separados, adianta, e eles agem como partículas elementares. Contudo, sabemos que não o são, porque são compostos por partículas ainda mais pequenas chamadas quarks, que estão unidas por outras partículas chamadas gluões.

“Não é possível encontrar quarks e gluões sozinhos e à solta no universo neste momento, porque ainda é demasiado frio”, acrescenta Alonso-Monsalve. “Mas no início do big bang, quando tudo estava muito quente, podiam encontrar-se sozinhos e livres. Portanto os buracos negros primordiais formaram-se ao absorverem quarks e gluões livres.”

Tal formação torná-los-ia fundamentalmente diferentes dos buracos negros astrofísicos que os cientistas normalmente observam no universo, que resultam diretamente de estrelas que colapsam entre si. Para além disso, um buraco negro primordial seria muito mais pequeno – apenas a massa de um asteróide, em média, condensada no volume de um átomo apenas. Mas se um número suficiente destes buracos negros primordiais não se evaporarou no início do big bang e sobreviveu até aos dias de hoje, isso poderia explicar toda ou a maior parte da matéria negra.

Uma assinatura duradoura

De acordo com o estudo, durante a formação dos buracos negros primordiais, outro tipo de buraco negro nunca antes visto deverá ter-se formado como uma espécie de subproduto. Estes seriam ainda mais pequenos – correspondendo apenas à massa de um rinoceronte condensada em menos do que o volume de um único protão.

Devido ao seu diminuto tamanho, estes buracos negros minúsculos teriam sido capazes de captar uma propriedade rara e exótica da sopa de quarks-gluões em que se formaram, chamada “carga de cor”. Trata-se de um estado de carga que é exclusivo dos quarks e dos gluões, nunca encontrados em objetos comuns, diz Kaiser.

Esta carga de cor torná-los-ia únicos entre os buracos negros, que normalmente não têm qualquer tipo de carga. “É inevitável que estes pequenos buracos negros se tenham formado também, como um subproduto [da formação dos buracos negros primordiais]”, diz Alonso-Monsalve, “mas já não existiriam hoje, pois já se teriam evaporado.”

Ainda assim, se ainda existissem apenas dez milionésimos de segundos após o big bang, quando os protões e os neutrões se formaram, poderiam ter deixado assinaturas observáveis ao alterarem o equilíbrio entre os dois tipos de partículas.

"O equilíbrio entre o número de protões e o número de neutrões produzidos é muito delicado e depende das outras coisas que existiam no Universo nessa altura”, acrescenta Alonso-Monsalve. “Se estes buracos negros com carga colorida ainda existissem, poderiam ter alterado o equilíbrio entre protões e neutrões [a favor de uns ou de outros], o suficiente para que, nos anos seguintes, o pudéssemos medir."

A medição poderia ser feita com recurso a telescópios terrestres ou por instrumentos sensíveis em satélites em órbita, diz Kaiser. Mas pode haver outra forma de confirmar a existência destes buracos negros exóticos, acrescenta.

"A formação de uma população de buracos negros é um processo muito violento que provocaria enormes ondulações no espaço-tempo circundante. Estas seriam atenuadas ao longo da história cósmica, mas não até zero", explica Kaiser. "A próxima geração de detectores gravitacionais poderá vislumbrar os buracos negros de pequena massa – um estado exótico da matéria que foi um subproduto inesperado dos buracos negros mais mundanos que poderiam explicar a atual matéria negra."

Muitas formas de matéria negra

O que significa isto para as experiências em curso que estão a tentar detetar a matéria negra, como a Experiência LZ Dark Matter no Dakota do Sul?

"A ideia de que existem novas partículas exóticas continua a ser uma hipótese interessante", diz Kaiser. "Há outros tipos de grandes experiências, algumas das quais estão em construção, que procuram formas sofisticadas de detetar ondas gravitacionais. E essas experiências podem, de facto, captar alguns dos sinais dispersos do processo de formação muito violento dos buracos negros primordiais."

Há também a possibilidade de os buracos negros primordiais serem apenas uma fração da matéria negra, acrescenta Alonso-Monsalve. "Não tem de ser tudo a mesma coisa", diz. "Há cinco vezes mais matéria negra do que matéria normal, e a matéria normal é formada por uma série de partículas diferentes. Então, porque é que a matéria negra tem de ser um único tipo de objeto?"

Os buracos negros primordiais voltaram a ganhar popularidade com a descoberta das ondas gravitacionais, mas não se sabe muito sobre a sua formação, indica Nico Cappelluti, professor assistente do Departamento de Física da Universidade de Miami, que não esteve envolvido no estudo.

"Este trabalho é uma opção interessante e viável para explicar a elusiva matéria negra", diz Cappelluti.

O estudo é empolgante e propõe um novo mecanismo de formação para a primeira geração de buracos negros, adianta Priyamvada Natarajan, professora Joseph S. e Sophia S. Fruton de Astronomia e Física na Universidade de Yale, que também não esteve envolvida no estudo.

"Todo o hidrogénio e hélio que temos hoje no nosso universo foram criados nos primeiros três minutos [do big bang] e, se um número suficiente destes buracos negros primordiais estivesse presente até então, teriam tido impacto nesse processo e esses efeitos poderiam ser detetáveis", indica Natarajan.

"O facto de se tratar de uma hipótese observacionalmente testável é o que considero realmente emocionante, para além do facto de isto sugerir que a natureza provavelmente cria buracos negros desde os tempos mais remotos através de múltiplas vias."