sexta-feira, 24 de maio de 2024
Sistema de transplante de cabeça poderá ser disponibilizado em alguns anos, prevê empresa
As forças russas envolveram-se em combates de rua na cidade de Vovchansk, na região nordeste ucraniana de Kharkiv, e sofreram muitas baixas, disse hoje o comandante-chefe do exército da Ucrânia.
© Kostiantyn Liberov/Libkos/Getty Images
Por Lusa 24/05/24
Rússia sofre "perdas muito pesadas" em combates de rua em Khariv
As forças russas envolveram-se em combates de rua na cidade de Vovchansk, na região nordeste ucraniana de Kharkiv, e sofreram muitas baixas, disse hoje o comandante-chefe do exército da Ucrânia.
"O inimigo está completamente atolado em combates de rua em Vovchansk e sofreu perdas muito pesadas", afirmou o general Oleksandre Syrsky numa mensagem nas redes sociais citada pela agência francesa AFP.
Segundo Syrsky, a Rússia foi forçada a enviar reservas para continuar o assalto.
Mais a sul, na mesma região de Kharkiv, os russos também estão a atacar o setor de Kupiansk há quase um ano.
"A situação é complicada em Kyslivka, onde o inimigo está a tentar romper as nossas defesas e chegar ao rio Oskil", disse o general.
As tropas russas têm em curso desde 10 de maio uma ofensiva na região de Kharkiv, que faz fronteira com a Rússia, onde reivindicaram a conquista de várias localidades.
Algumas dessas localidades tinham sido recuperadas pela Ucrânia em 2023, durante uma contraofensiva lançada no verão que teve resultados modestos.
Segundo Kiev, a ofensiva em Kharkiv visa levar à rutura as linhas defensivas ucranianas, enfraquecidas por dois anos de guerra.
O exército ucraniano queixa-se também da falta de novos recrutas e da escassez de armamento devido a meses de hesitação do Ocidente em relação à ajuda militar.
A Rússia afirma ter lançado a ofensiva de maio no nordeste da Ucrânia para criar uma zona tampão que impeça os ataques ucranianos em território russo.
No Donbass (leste), o general Syrsky relatou confrontos ferozes nas zonas de Chassiv Iar, Pokrovsk e Kurakhove, onde os russos têm vindo a ganhar terreno há meses, sem conseguirem, por enquanto, um avanço decisivo.
Em Moscovo, o Ministério da Defesa divulgou hoje imagens do que disse ser o içar da bandeira russa em Klishchiivka, na região de Donetsk (Donbass), noticiou a agência russa TASS.
"Nas imagens são visíveis os corpos dos soldados das Forças Armadas ucranianas, abandonados no campo de batalha durante a retirada do exército ucraniano da zona povoada", disse o ministério.
"O vídeo também captou o momento em que a bandeira nacional russa e uma cópia da bandeira da vitória foram desfraldadas na zona povoada", acrescentou.
As informações divulgadas pela Ucrânia e pela Rússia sobre curso da guerra iniciada em fevereiro de 2022 não podem se confirmadas de imediato de forma independente.
Leia Também: KyivAs Forças Armadas da Ucrânia elevaram hoje para cerca de 500 mil o número de militares russos mortos ou feridos em combate no âmbito da guerra, número muito superior ao reconhecido até agora por Moscovo. pede com urgência envio de Patriot após novo ataque a Kharkiv
Leia Também: "Na manhã de quinta-feira, guardas fronteiriços russos removeram unilateralmente as boias luminosas colocadas pela Estónia no Rio Narva para demarcar a fronteira com a Rússia", disse o Alto-Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Josep Borrell, em comunicado.
A República de Gana, abre esta sexta-feira ( 24.05), Consulado Honorário em Bissau.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação Internacional e das Comunidades foi representado pelo o embaixador Marcelo Canfom.
Guarda Costeira de Taiwan repele incursão de quatro navios chineses
© Taiwan's Military News Agency/Anadolu via Getty Images
Por Lusa 24/05/24
Taiwan repeliu hoje a incursão de quatro navios chineses que entraram em águas próximas das ilhas Wuqiu e Dongyin, no segundo dia de exercícios lançados por Pequim para "punir" quem "promove a independência do território".
Em comunicado, a Administração da Guarda Costeira de Taiwan (CGA) afirmou que quatro navios da Guarda Costeira chinesa entraram em "águas restritas" ao largo das ilhas Wuqiu e Dongyin na manhã de hoje.
No primeiro caso, a CGA detetou a incursão de duas embarcações chinesas a coberto de uma terceira à distância. Em resposta, a Guarda Costeira de Taiwan enviou vários barcos de patrulha para responder e avisar as embarcações para abandonarem o local, o que aconteceu por volta das 08:59 (01:59, em Lisboa).
Uma situação semelhante ocorreu nas proximidades de Dongyin: dois navios da Guarda Costeira chinesa, apoiados por outro à distância, navegaram por estas águas a uma velocidade próxima dos 10 nós (19 quilómetros por hora), tendo a Guarda Costeira de Taiwan conseguido dispersá-los meia hora mais tarde.
As imagens divulgadas pela CGA mostram que, apesar de não se terem registado confrontos graves, os navios chineses e taiwaneses navegaram muito próximos uns dos outros durante estas manobras.
Segundo a parte taiwanesa, esta é a oitava vez este mês que navios da Guarda Costeira chinesa navegam nas "águas restritas" dos arquipélagos periféricos de Taiwan, afetando a "segurança da navegação" e "prejudicando a paz e a estabilidade" da região.
"Apelamos à China para que exerça autocontrolo e ponha imediatamente termo a este comportamento irracional. A Guarda Costeira (de Taiwan) salvaguardará resolutamente a soberania e a segurança nacionais", concluiu o comunicado oficial.
Durante o primeiro dia dos exercícios, denominados Joint Sword - 2024A, o Ministério da Defesa Nacional (MND) de Taiwan detetou a presença de 49 aviões de guerra chineses e 26 navios chineses (19 da Marinha e 7 da Guarda Costeira) nas proximidades da ilha e dos arquipélagos periféricos.
O Exército chinês prossegue hoje os seus exercícios, desta vez incluindo "operações integradas dentro e fora do arquipélago e testes de capacidades conjuntas de tomada de poder".
A ação militar da China ocorre na mesma semana em que tomou posse o líder de Taiwan, William Lai, que na quinta-feira apelou à população para manter a calma, mobilizou as forças armadas da ilha e garantiu que o seu governo protegeria a democracia de Taiwan com "determinação".
O território opera como uma entidade política soberana, com diplomacia e exército próprios, apesar de oficialmente não ser independente. Pequim considera a ilha uma província sua, que deve ser reunificada, pela força, caso seja necessário.
"Espero que a China encare a realidade da existência da República da China [nome oficial de Taiwan] e, com boa vontade, escolha o diálogo em vez da confrontação", disse William Lai, durante o seu discurso de tomada de posse.
Leia Também: Pequim acusa novo líder de Taiwan de empurrar o território para "guerra"
Why Africa's Map is Drawn Wrong Relative to it's True Size Revealed.
O Exército israelita anunciou hoje que os corpos de três reféns mortos a 07 de outubro de 2023 foram recuperados durante a noite, na Faixa de Gaza.
© IDF/X
Por Lusa 24/05/24
Exército israelita recuperou os corpos de três reféns em Gaza
O Exército israelita anunciou hoje que os corpos de três reféns mortos a 07 de outubro de 2023 foram recuperados durante a noite, na Faixa de Gaza.
Os corpos de Hanan Yablonka, Michel Nisenbaum e Orion Hernandez foram encontrados e as famílias foram notificadas, indica uma nota oficial citada pela Associated Press.
De acordo com o Exército, as três pessoas foram mortas no dia do ataque em Mefalsim, Israel, tendo os corpos sido levados para Gaza pelos efetivos do Hamas.
O anúncio foi feito menos de uma semana depois de o Exército ter encontrado os corpos de três outros reféns israelitas mortos em 07 de outubro.
Os militantes do Hamas mataram cerca de 1.200 pessoas, principalmente civis, e raptaram cerca de 250 cidadãos no ataque de 07 de outubro.
Cerca de metade desses reféns foram entretanto libertados, a maioria no quadro do processo de troca de prisioneiros palestinianos detidos por Israel durante um cessar-fogo de uma semana em novembro do ano passado.
Israel afirma que cerca de uma centena de reféns ainda estão presos em Gaza, além de se encontrarem no enclave os corpos de cerca de 30 sequestrados.
Na sequência do ataque do Hamas, Israel atacou o enclave.
Leia Também: As Forças de Israel (FDI) confirmaram ter abatido um comandante do Hamas. Hussien Fiad seria um dos responsáveis pelo lançamento de inúmeros mísseis antitanque contra território israelita desde o início do conflito.
Lisboa: Descarrilamento do Metro de Lisboa em Alvalade condiciona circulação... Bombeiros Sapadores de Lisboa, INEM e PSP no local.
© Global Imagens
Por Notícias ao Minuto 24/05/24
O metro de Lisboa descarrilou, esta sexta-feira, na estação de Alvalade (linha verde), confirmou fonte do Regimento de Sapadores de Bombeiros de Lisboa ao Notícias ao Minuto. Bombeiros, PSP e INEM estão no local.
Segundo a Proteção Civil, foram destacados 18 operacionais e 5 veículos.
"Não há feridos. Às 8h00 estavam a ser evacuadas as últimas três carruagens e os passageiros foram todos retirados tranquilamente. Foi acionada uma ambulância por indisposição" adiantou fonte da Polícia de Segurança Pública (PSP) ao Notícias ao Minuto, revelando ainda que a linha amarela sofreu constrangimentos apenas devido ao corte de energia.
O Notícias ao Minuto contactou o Metropolitano de Lisboa, mas não foi possível obter resposta até ao momento.
Na rede social X, a empresa avança apenas que a circulação nas Linhas Verde e Amarela do Metropolitano de Lisboa está interrompida, devido a uma avaria na sinalização.
De acordo com a publicação, divulgada pelas 07h39, a interrupção na circulação pode ser prolongada.
"De momento, não é possível prever a duração da interrupção, que poderá ser prolongada. Agradecemos a sua compreensão", segundo a mensagem na rede social X.
O Metropolitano de Lisboa opera diariamente com quatro linhas: Amarela (Rato-Odivelas), Verde (Telheiras-Cais do Sodré), Azul (Reboleira-Santa Apolónia) e Vermelha (Aeroporto-São Sebastião).
Normalmente, o metro funciona entre as 06h30 e as 01h00.
Taiwan cercada por caças e navios da marinha chinesa pelo segundo dia
© Lusa
Por Lusa 24/05/24
Taiwan localizou hoje dezenas de aviões de guerra e navios militares chineses ao largo da costa, no segundo dia de exercícios militares em torno do território, em resposta à tomada de posse do novo Presidente.
A China continental emitiu detalhes elaborados sobre os exercícios que mostram Taiwan cercada por forças do Exército de Libertação Popular, as forças armadas do país. Um novo vídeo animado divulgado hoje mostra o exército chinês a aproximar-se de todos os lados e Taiwan a ser cercada numa área circular.
Apesar disso, houve poucos sinais de preocupação entre os 23 milhões de habitantes da ilha, que estão sob ameaça de invasão chinesa desde que as duas partes se dividiram durante uma sangrenta guerra civil, em 1949. Os negócios continuaram a operar como de costume na movimentada capital, Taipé.
O Ministério da Defesa de Taiwan afirmou ter detetado 49 aviões de guerra e 19 navios da marinha, bem como embarcações da guarda costeira chinesa. A mesma fonte informou que 35 dos aviões voaram através do Estreito de Taiwan, a fronteira de facto entre as duas partes, durante um período de 24 horas, entre quinta-feira e hoje.
As embarcações da marinha e da guarda costeira e as unidades de mísseis aéreos e terrestres foram colocadas em alerta, em especial em torno das cadeias de ilhas de Kinmen e Matsu, controladas por Taiwan, situadas ao largo da costa chinesa e longe da ilha principal de Taiwan, a cerca de 160 quilómetros do estreito.
"Perante os desafios e ameaças externas, continuaremos a manter os valores da liberdade e da democracia", disse o novo líder do território, William Lai Ching-te, aos marinheiros e aos principais responsáveis pela segurança, na quinta-feira, ao visitar uma base naval em Taoyuan, a sul de Taipé.
No seu discurso de tomada de posse, na segunda-feira, Lai apelou a Pequim para que pusesse termo à intimidação militar e afirmou que Taiwan era "uma nação soberana e independente, em que a soberania está nas mãos do povo".
Os militares chineses afirmaram que os seus exercícios de dois dias em torno de Taiwan eram uma punição para as forças separatistas que procuram a independência do território.
A China envia quase diariamente navios da marinha e aviões de guerra para o Estreito de Taiwan e outras áreas em redor da ilha para desgastar as defesas de Taiwan e tentar intimidar o seu povo, que apoia firmemente a sua independência de facto.
"Assim que o líder de Taiwan assumiu o cargo, desafiou o princípio de 'Uma só China' e promoveu descaradamente a 'teoria dos dois Estados'", afirmou o porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado (o executivo da China), Chen Binhua, na quinta-feira à noite.
O princípio 'Uma só China' declara que existe apenas uma China e que Taiwan faz parte da China, mas com Pequim e Taipé a manterem interpretações diferentes.
Destino de camponeses e pescadores das províncias chinesas de Fujian e Guangdong ao longo dos séculos, Taiwan esteve sob domínio holandês, espanhol, chinês e japonês. No final da Segunda Guerra Mundial, o território integrou a República da China, sob o governo nacionalista de Chiang Kai-shek.
Após a derrota contra o Partido Comunista, na guerra civil chinesa, em 1949, o Governo nacionalista refugiou-se na ilha, que mantém, até hoje, o nome oficial de República da China, em contraste com a República Popular da China, o regime que passou então a vigorar no continente chinês.
O território opera como uma entidade política soberana, com diplomacia e exército próprios, apesar de oficialmente não ser independente. Pequim considera a ilha uma província sua, que deve ser reunificada, pela força, caso seja necessário.
"Espero que a China encare a realidade da existência da República da China [nome oficial de Taiwan] e, com boa vontade, escolha o diálogo em vez da confrontação", disse William Lai, durante o seu discurso de tomada de posse.
Leia Também: China diz que cercou Taiwan para testar tomada de poder da ilha
quinta-feira, 23 de maio de 2024
Saúde: Resistência antimicrobiana. Cerca de 750 mil mortes podiam ser evitadas
© Shutterstock
Por Lusa 23/05/24
As estimativas são de que 7,7 milhões de mortes a nível mundial todos os anos são causadas por infeções bacterianas, o que representa uma em cada oito do total e torna estas doenças "a segunda maior causa de morte a nível mundial".
A disponibilização de vacinas, a existência de água potável e saneamento básico e o desenvolvimento de métodos para prevenir infeções poderiam evitar anualmente 750 mil mortes ligadas à resistência antimicrobiana (RAM), indica um estudo da revista Lancet divulgado esta quinta-feira.
As estimativas são de que 7,7 milhões de mortes a nível mundial todos os anos são causadas por infeções bacterianas, o que representa uma em cada oito do total e torna estas doenças "a segunda maior causa de morte a nível mundial". Daquele total, 4,95 milhões estão associadas a bactérias que desenvolveram resistência aos antibióticos refere um comunicado da Lancet sobre o estudo.
As conclusões são de cientistas ligados a uma nova Série Lancet, com artigos científicos que incluem duas ou mais revisões, analisando em profundidade um tema. Neste caso o assunto é a RAM e a análise é parte de um conjunto de quatro artigos publicados na revista científica.
Na semana passada, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou uma lista atualizada, incluindo 15 bactérias que considera uma ameaça à saúde humana devido à sua crescente resistência aos antibióticos. A agência de saúde das Nações Unidas alertou mais uma vez para o perigo da crescente resistência de certos patógenos e apelou para o desenvolvimento de novos tratamentos.
"O acesso a antibióticos eficazes é essencial para doentes em todo o mundo. O não-fornecimento destes coloca-nos em risco de não cumprirmos os objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU relativos à sobrevivência infantil e ao envelhecimento saudável", afirma a professora Iruka Okeke, da Universidade de Ibadan (Nigéria) e coautora da série, citada no comunicado.
"Antibióticos eficazes prolongam vidas, reduzem incapacidades, limitam os custos de saúde e permitem outras ações médicas que salvam vidas, como a cirurgia. No entanto, a resistência antimicrobiana está a aumentar - acelerada pelo uso inadequado de antibióticos durante a pandemia de Covid-19 - ameaçando a espinha dorsal da medicina moderna e levando a mortes e doenças que outrora teriam sido evitadas", adianta.
Bebés e crianças, idosos e os que sofrem de doenças crónicas são os mais vulneráveis à RAM, devido ao seu maior risco de contrair infeções bacterianas em geral. Calcula-se que um terço das mortes de recém-nascidos em todo o mundo são causadas por infeções e metade delas por sépsis (uma resposta potencialmente letal do sistema imunitário a uma infeção grave).
No caso das pessoas idosas e com doenças crónicas, os hospitais representam um "risco significativo", sendo que a resistência antimicrobiana "compromete a segurança de procedimentos médicos comuns, como transplantes de órgãos, substituições de articulações, quimioterapia contra o cancro e tratamento de doenças não transmissíveis, como diabetes, doenças cardiovasculares e pulmonares crónicas".
Num comentário ao trabalho, Nour Shamas, farmacêutica clínica e membro do grupo de trabalho da OMS sobre sobreviventes da RAM, assinala que a resistência antimicrobiana "pode afetar qualquer pessoa", defendendo que "decisores políticos, profissionais de saúde, doentes e sociedade em geral" deviam apelar para que a redução da "propagação de doenças infecciosas e o desenvolvimento de resistência" e a garantia de "acesso a antimicrobianos", bem como que eles sejam usados criteriosamente, "se torne uma prioridade global, urgentemente".
Para lutar contra a RAM, o mais importante deve ser a prevenção de infeções, defendem os coautores Joseph Lewnard, Professor na Universidade da Califórnia, em Berkeley, e Yewande Alimi, dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças - África.
Das 750 mil mortes ligadas à RAM que poderiam ser evitadas todos os anos, os cientistas estimam que melhorar a prevenção e o controlo de infeções nos estabelecimentos de saúde poderia salvar até 337 mil pessoas, o acesso universal à água potável e ao saneamento eficaz perto de 247.800 e o alargamento da imunização pediátrica e a introdução de novas vacinas poderiam poupar 181.500 vidas.
Reduzir a utilização dos antibióticos quando o benefício para os doentes é limitado e investir em garantir o acesso global a novos antibióticos, vacinas e testes de diagnóstico são outras das medidas defendidas no estudo, no qual se pede igualmente "um maior financiamento para programas de prevenção da RAM", considerando que este "está significativamente aquém" do destinado a "doenças com encargos menores, como o VIH, a malária e a tuberculose".
O coautor Ramanan Laxminarayan, da Universidade de Princeton (EUA) e presidente da organização de investigação em saúde pública One Health Trust, considera que o desenvolvimento de novos antibióticos não reduzirá o impacto da RAM, a não ser que lhes seja garantido um acesso alargado.
"A redução do custo de desenvolvimento de medicamentos ajudaria a manter os antibióticos acessíveis, como demonstram as parcerias público-privadas para remédios destinados ao tratamento da malária e de doenças tropicais negligenciadas", defende.
Para 2030, o estudo propõe "metas globais ambiciosas, mas alcançáveis" como "uma redução de 10% na mortalidade por RAM através da intensificação das intervenções de saúde pública para prevenir infeções (...) de 20% no uso inapropriado de antibióticos em humanos (...) e de 30% na utilização inadequada" destes medicamentos em animais.
O comunicado da Lancet é divulgado nas vésperas da Assembleia Mundial da Saúde (de 27 de maio a 1 de junho, em Genebra), durante a qual os autores desta Série Lancet deverão "apelar para uma ação global urgente sobre a resistência antimicrobiana (RAM) e a garantia do acesso sustentável aos antibióticos", para não haver "um aumento constante no número de mortes" devido às infeções associadas.
Exército israelita confirma ter morto comandante de batalhão do Hamas
Por SIC Notícias 23 maio 2024
As Forças de Israel (FDI) confirmaram ter abatido um comandante do Hamas. Hussien Fiad seria um dos responsáveis pelo lançamento de inúmeros mísseis antitanque contra território israelita desde o início do conflito.
O Exército israelita anunciou, esta quinta-feira, que matou Hussien Fiad, alegado comandante do batalhão Beit Hanoun do grupo islamita palestiniano Hamas, num túnel em Jabalia, no norte da Faixa de Gaza.
Em comunicado, o Exército israelita referiu que Hussien Fiad foi um dos responsáveis pelo "lançamento de um número significativo de mísseis antitanque disparados contra território israelita" desde o início da ofensiva em grande escala de Telavive no enclave palestiniano, em outubro passado.
"A eliminação de Fiad faz parte da atividade operacional subterrânea do nosso Exército para localizar túneis e eliminar os terroristas que operam dentro deles", acrescentou o comunicado.
As tropas israelitas retomaram os seus ataques no norte do enclave em 12 de maio, sob a premissa de que o Hamas se tinha reagrupado novamente naquela área.
Desde então, a ofensiva tem como alvo o campo de refugiados de Jabalia e os dois principais hospitais no norte de Gaza: Al-Awda, ainda sob cerco, e Kamal Adwan, fora de serviço após os ataques israelitas.
O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, controlado pelo Hamas, relatou neste dia a morte de 91 pessoas na sequência dos ataques israelitas nas últimas 24 horas, elevando para 35.800 o número total de mortes, na maioria civis, na Faixa de Gaza desde o início da guerra.
Com Lusa
OMS: Cerca de 37 milhões de jovens entre os 13 e os 15 anos consomem tabaco
© Lusa
Por Lusa 23/05/24
Cerca de 37 milhões de adolescentes entre os 13 e os 15 anos em todo o mundo consomem tabaco e em muitos países a taxa de consumo de cigarros eletrónicos supera a dos adultos, revelou hoje a OMS.
De acordo com um relatório hoje apresentado, na região europeia da OMS, cerca de 20% dos jovens com 15 anos inquiridos declararam ter consumido cigarros eletrónicos nos últimos 30 dias.
"Apesar dos importantes avanços na redução do consumo de tabaco, o surgimento dos cigarros eletrónicos e outros novos produtos de tabaco e nicotina representa uma grave ameaça para os jovens e o controlo do tabaco", advertiu a OMS.
Durante uma conferência de imprensa 'online', os peritos alertaram para a grande variedade de sabores (16.000) e novos produtos, lançados com recurso a campanhas publicitárias que visam os jovens.
Uma investigação realizada nos Estados Unidos revelou que mais de 70% dos jovens consumidores de cigarros eletrónicos deixaria de fumar se os produtos apenas estivessem disponíveis com sabor a tabaco.
Os estudos demonstram que o consumo de cigarros eletrónicos multiplica quase por três o consumo de cigarros convencionais, especialmente entre jovens não fumadores.
Segundo a OMS, registam-se oito milhões de mortes em todo o mundo associadas ao tabaco.
Leia Também: Tabaco matará mais de oito milhões de pessoas por ano até 2030
Guerra: Astrólogo indiano já fez previsão para III Guerra Mundial (com dia exato)
© Oleksandr Magula/Suspilne Ukraine/JSC "UA:PBC"/Global Images Ukraine via Getty Images
Por Notícias ao Minuto 23/05/24
A previsão do início de outra Grande Guerra foi partilhada na plataforma Medium. Recorde-se que o astrólogo Kushal Kumar não é o único a fazer previsões relacionadas com conflitos. Já desde o início da guerra na Ucrânia que a vidente Baba Vanga se tornou mais conhecida com as suas previsões. Acredita nelas?
Um astrólogo indiano publicou, esta quinta-feira, um artigo na plataforma Medium, onde deitou 'as cartas' sobre a mesa e falou sobre o início da III Guerra Mundial.
Kushal Kumar, que diz já ter previsto anteriormente a escalada de tensão entre alguns países, fala dos acontecimentos mais recentes, como a morte do presidente do Irão, que levaram a que muitas pessoas "especulassem" sobre o futuro.
De acordo com o artigo publicado na plataforma, a III Guerra Mundial está 'marcada' para junho. Kumar não é o único a fazer este tipo de previsões e a partilhá-las. Também Baba Vanga, uma búlgara, se tornou 'famosa' nas 'redes' com as suas previsões - que dão conta, por exemplo, que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, será assassinado por um "compatriota" este ano.
O indiano, por seu lado, prevê que a III Guerra Mundial esteja bem próxima, já para o próximo mês. "Por agora, 18 de junho, terça-feira, tem o estímulo planetário mais forte para iniciar a III Guerra Mundial", escreve o homem.
Mas o astrólogo diz que há também outras possibilidades - igualmente próximas -, já que os dias 10 e 29 do mesmo mês podem "ter algo a dizer".
Nigéria: Sessenta e quatro mulheres e crianças raptadas no início de abril no noroeste da Nigéria foram libertadas, anunciou hoje um porta-voz do governo do estado de Zamfara.
© Reuters
Por Lusa 23/05/24
Mulheres e crianças raptadas no noroeste da Nigéria foram libertadas
Sessenta e quatro mulheres e crianças raptadas no início de abril no noroeste da Nigéria foram libertadas, anunciou hoje um porta-voz do governo do estado de Zamfara.
Os raptos com pedido de resgate são frequentes nos estados do noroeste e centro da Nigéria, onde grupos criminosos armados atuam nas autoestradas, nas escolas e até nas casas das vítimas.
No início do mês de abril, um grupo armado atacou a aldeia remota de Gidan Danzara, no distrito de Zurmi, no estado de Zamfara.
"As 64 mulheres e crianças raptadas na aldeia foram libertadas pelos seus raptores graças às operações militares feitas pelas tropas na região", afirmou o porta-voz do governador do Estado de Zamfara, Suleiman Bala Idris.
Segundo a mesma fonte, o destacamento de tropas na região nos últimos dias "exerceu pressão sobre os terroristas, obrigando-os a fugir para os estados vizinhos e a abandonar os prisioneiros".
No entanto, os habitantes da aldeia de Gidan Danzara afirmaram à agência de notícias France-Presse (AFP) que tiveram de pagar aos raptores para libertarem os familiares, o que foi desmentido pelo porta-voz do governo local.
O pagamento de resgates é ilegal no país, mas os nigerianos afirmam frequentemente ter vendido os seus pertences e contraído empréstimos para angariar os fundos necessários para libertar os familiares, acreditando que não tinham outra alternativa.
Nesta nação africana, os grupos de criminosos são motivados pela atração do lucro, mas os especialistas estão preocupados com uma alegada aliança com os terroristas presentes no norte, que já causaram mais de 40.000 mortos.
Leia Também: Centenas de reféns resgatados dos extremistas do Boko Haram na Nigéria
Espanha reconhece Palestina? Deputada israelita pede igual para Catalunha
© Reuters
Por Notícias ao Minuto 23/05/24
Também o País Basco deverá ser alvo de um reconhecimento de independência por parte do governo israelita, como resposta ao reconhecimento da Palestina como estado que o executivo espanhol protagonizou.
A deputada israelita Sharren Haskel enviou uma carta ao governo de Israel, a exigir "o reconhecimento do País Basco e da Catalunha [entre outras regiões] como nações independentes".
Foi a própria deputada do partido New Hope a partilhar uma cópia da missiva nas redes sociais, como resposta ao anúncio de que o presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, decidiu reconhecer a Palestina como estado, oficialmente, no dia 28 de maio.
"Deve responder-se a Espanha na mesma moeda", disse a deputada na carta, intitulada 'Petição para assinalar e reconhecer a independência da Catalunha, País Basco, Galiza, Andaluzia, Valência, Aragão, Canárias e Baleares'.
"Como pode Espanha trabalhar pela autodeterminação dos outros enquanto a nega às regiões dentro dela?", questionou a deputada, acrescentando que estas comunidades mostraram o seu desejo de independência "através de meios pacíficos e processos democráticos".
Mais, Haskel argumentou que as regiões em questão têm "um rico património cultural", sendo que "há muitos anos" que se "esforçam" por "administrar-se a si mesmas, cultivar a sua identidade e determinar o seu destino".
O anúncio feito por Espanha, Irlanda e Noruega de que vão reconhecer o Estado da Palestina a 28 de maio ocorre em plena guerra entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza, em curso há mais de sete meses.
Significa, também, que a Palestina passará a ser reconhecida por 11 Estados-membros da União Europeia, dado que Espanha e Irlanda se juntarão a Bulgária, Chipre, República Checa, Hungria, Malta, Polónia, Roménia, Suécia e Eslováquia.
Nas Nações Unidas, já reconheceram unilateralmente o Estado da Palestina 137 dos 193 membros da organização, de acordo com a Autoridade Nacional Palestiniana.
Leia Também: "Haverá consequências graves para as relações com estes países na sequência da sua decisão", declarou o porta-voz Oren Marmorstein, num comunicado divulgado após um encontro com os embaixadores dos três países europeus, que foram convocados para serem "repreendidos" um dia depois de terem anunciado a sua decisão de reconhecer o Estado da Palestina a partir de 28 de maio.
Rússia quer África mais soberana e vai abrir novas missões diplomáticas
© Russian Fed. Council Press Service/Anadolu via Getty Images
Por Lusa 23/05/24
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo afirmou hoje que Moscovo quer que o continente africano tenha mais soberania, enquanto o Ocidente o prefere dependente, e que vão ser abertas missões diplomáticas em mais três países africanos.
"Estamos prontos, nas condições atuais, para apoiar os países africanos no reforço da sua soberania, na resolução de problemas socioeconómicos prementes e na defesa do lugar legítimo e digno de África no mundo moderno, incluindo o processo de reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas", afirmou Sergey Lavrov na receção aos diplomatas estrangeiros em Moscovo por ocasião do Dia de África, que se assinala a 25 de maio, sábado.
O ministro russo anunciou também que estão "a preparar a abertura de missões diplomáticas completas na Serra Leoa, no Níger e na República do Sudão do Sul".
"Os métodos do Ocidente mudaram, mas a essência da sua política em relação aos países africanos permaneceu a mesma - subjugar todos à sua vontade, viver à custa dos outros, utilizando formas mais sofisticadas de exploração no âmbito da chamada ordem baseada em regras", salientou Lavrov, criticando o Ocidente, acusando-o de "novas práticas coloniais e neocoloniais".
Lavrov salientou que a Rússia está a trabalhar ativamente para expandir a sua presença diplomática em África e que as relações russo-africanas continuam a desenvolver-se.
"Assistimos a um crescimento do comércio russo-africano que no ano passado aumentou 20% e ascendeu a 23 mil milhões de euros", afirmou.
Em abril, o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo anunciou que Moscovo estava a estudar e a trabalhar nas possibilidades de abrir missões diplomáticas na Serra Leoa, no Níger e no Sudão do Sul no futuro.
Nessa altura, o ministério acordou com as autoridades dos países anfitriões a abertura de embaixadas no Burkina Faso e na Guiné Equatorial e de consulados gerais numa série de países asiáticos e africanos.
Nos últimos anos, a Rússia aumentou a sua presença em África, onde os mercenários do Grupo Wagner operam em vários dos seus países.
Além disso, no contexto da crise alimentar causada pela guerra na Ucrânia, o Presidente russo, Vladimir Putin, ordenou o envio gratuito de cereais e fertilizantes para os países africanos mais necessitados e propôs a cooperação russa para desenvolver a agricultura no continente.
Leia Também: Putin assina decreto para compensar bens russos congelados nos EUA
Sunak admite deportações para o Ruanda só depois das eleições
© Leon Neal/Pool via REUTERS
Por Lusa 23/05/24
Os voos para o Ruanda com migrantes em situação irregular só vão partir depois das eleições legislativas britânicas de 04 de julho, admitiu hoje o primeiro-ministro do Reino Unido, o conservador Rishi Sunak.
"O primeiro voo partirá em julho e depois haverá uma série de voos durante o verão para reforçar a capacidade de dissuasão", afirmou, em declarações à rádio LBC.
Pressionado a esclarecer se teriam lugar antes de 04 de julho, Sunak admitiu que seriam "depois das eleições".
"O trabalho de preparação já começou", vincou.
O líder do Partido Conservador afirmou que a escolha é entre ele e o rival Keir Starmer, líder do Partido Trabalhista, o qual alegou que "cancelará o plano e oferecerá aos imigrantes ilegais uma amnistia".
O Governo britânico aprovou em abril uma lei polémica que abre caminho ao envio de migrantes que chegam ao Reino Unido em embarcações através do Canal da Mancha, que separa Inglaterra e França, para o Ruanda, na sequência de um acordo com este país.
Sunak argumentou na rádio que "15 outros países europeus concordam" com a abordagem de Londres sobre a deportação de migrantes ilegais para países terceiros.
Na semana passada, 15 Estados-membros da União Europeia propuseram a transferência de requerentes de asilo para países terceiros seguros e parcerias "mutuamente benéficas e duradouras" com os principais países ao longo das rotas migratórias, de forma a "reduzir a pressão" migratória.
Numa missiva enviada à Comissão Europeia, os ministros do Interior e da Migração de Itália, República Checa, Bulgária, Dinamarca, Estónia, Grécia, Chipre, Letónia, Lituânia, Malta, Países Baixos, Áustria, Polónia, Roménia e Finlândia propuseram medidas para responder aos "desafios relativos ao sistema de asilo e migração da União Europeia (UE), com um aumento acentuado das chegadas irregulares, [que] são insustentáveis".
O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, convocou na quarta-feira eleições legislativas para 04 de julho, após receber do rei Carlos III autorização para dissolver o parlamento.
O Partido Trabalhista, maior força política da oposição, é o favorito para ganhar as eleições, tendo em conta a vantagem de cerca de 20 pontos percentuais à frente do Partido Partido Conservador, no poder desde 2010.
Leia Também: Rishi Sunak surpreende com eleições a 4 de julho e arrisca derrota
Taiwan vai "defender liberdade e democracia" contra intimidação militar
© YASUYOSHI CHIBA/AFP via Getty Images
Por Lusa 23/05/24
O novo líder de Taiwan, William Lai, garantiu hoje que o território vai "defender os valores da liberdade e da democracia", numa altura em que a China está a realizar exercícios militares em torno da ilha.
"Estarei na linha da frente com os nossos irmãos e irmãs do Exército para defendermos juntos a segurança nacional", afirmou Lai, que tomou posse na segunda-feira, durante um evento realizado numa base militar.
"Face aos desafios e ameaças externas, continuaremos a defender os valores da liberdade e da democracia e a preservar a paz e a estabilidade na região", acrescentou.
Pequim defendeu que os exercícios militares lançados em torno de Taiwan constituem um "aviso sério" aos "separatistas" da ilha, advertindo-os de que acabarão em "sangue".
"Todas as forças separatistas a favor da independência de Taiwan vão acabar em sangue, com as cabeças partidas perante o acontecimento histórico da reunificação completa da China", afirmou Wang Wenbin, porta-voz da diplomacia chinesa.
A China cercou Taiwan com navios e aviões militares no âmbito dos exercícios, que ocorrem três dias após o discurso de tomada de posse de Lai, no qual ele defendeu que Pequim tem de "enfrentar a realidade da existência da República da China", o nome oficial de Taiwan.
O território de 23 milhões de habitantes opera como uma entidade política soberana, com diplomacia e exército próprios, apesar de oficialmente não ser independente. Pequim considera a ilha uma província sua, que deve ser reunificada, pela força, caso seja necessário.
O continente chinês considerou que o discurso de Lai promoveu "falácias separatistas" e "incitou ao confronto e à hostilidade" entre os dois lados do Estreito de Taiwan.
As manobras tiveram início às 07:45 de hoje (00:45, em Lisboa) e devem prolongar-se até sexta-feira, declarou Li Xi, porta-voz do teatro de operações oriental do Exército chinês, em comunicado.
As operações estão a decorrer "no Estreito de Taiwan, a norte, sul e leste da ilha de Taiwan, bem como nas zonas em torno das ilhas de Kinmen, Matsu, Wuqiu e Dongyin", lê-se na mesma nota.
Estas últimas ilhas situam-se na proximidade imediata da costa oriental chinesa.
Em declarações à televisão estatal chinesa CCTV, Zhang Chi, professor da Universidade de Defesa Nacional em Pequim, afirmou que as manobras visam "impor um bloqueio económico à ilha", estrangulando o porto de Kaohsiung, no sul de Taiwan, que é de importância estratégica .
Esse bloqueio permitiria cortar "as importações de energia que são vitais para Taiwan" e "bloquear o apoio que alguns aliados dos EUA estão a dar às forças 'independentistas' de Taiwan", afirmou Zhang.
Leia Também: Taiwan lamenta comportamento militar provocador da China
1 de Junho de 2024 - Lançamento do livro “Guiné-Bissau - Pelas Flores de Quitafine: Um diálogo sobre perspetivas de democracia” de Domingos Simões Pereira e Ricci Shryock
A UCCLA vai acolher, dia 1 de junho, às 17 horas, o lançamento do livro “Guiné-Bissau - Pelas Flores de Quitafine: Um diálogo sobre perspetivas de democracia” de Domingos Simões Pereira e Ricci Shryock.
Com a chancela da Rosa de Porcelana Editora, a apresentação do livro será conduzida por Pierre Winicki, com participação de Filomeno Lopes.
O lançamento do livro será transmitido, em direto, através da página do Facebook da UCCLA em https://www.facebook.com/UniaodasCidadesCapitaisLinguaPortuguesa.
Sinopse:
“Guiné-Bissau - Pelas Flores de Quitafine: Um diálogo sobre perspetivas de democracia”, de Domingos Simões Pereira (Presidente da Assembleia Nacional da Guiné-Bissau) e da jornalista americana Ricci Shryock (correspondente do The New York Times em Dakar), apresenta reflexões e pontos de vista relacionados a conceitos como o da política, do Estado, da nação, da religião, da democracia, da diáspora, da justiça e do desenvolvimento.
Biografia de Domingos Simões Pereira:
Natural de Farim, Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira desempenhou no seu país várias funções, técnicas e políticas - desde consultor a diretor do laboratório de Engenharia Civil, até a de Ministro em várias pastas. Exerceu em Lisboa o cargo de Secretário Executivo da CPLP (2008-2012). Preside, desde 2014, ao PAIGC, partido de Amílcar Cabral. Foi Primeiro-Ministro e Presidente da Assembleia Nacional Popular.
Biografia de Ricci Shryock:
Ricci Shryock é escritora e fotógrafa freelancer. Reside em Dakar, Senegal, desde 2008. Tem trabalhos publicados em jornais como The New Yorker, The New York Times, Foreign Policy e outros. Deu aulas de fotojornalismo na Universidade de Dakar durante três anos e está agora a trabalhar num romance de não-ficção sobre o papel das mulheres na guerra de libertação da Guiné-Bissau.
Com os melhores cumprimentos,
Anabela Carvalho
Assessora de Comunicação | anabela.carvalho@uccla.pt
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25 de Maio - Dia de África - Saudação
A Organização de Unidade Africana, OUA, hoje denominada União Africana, foi criada em 25 de maio de 1963, em Adis Abeba, capital da Etiópia. Esse dia foi adotado pela Organização de Unidade Africana como o Dia de África.
A UCCLA não pode, por isso, deixar de evocar o dia, saudando com ele o continente africano, todos os povos e países que dele fazem parte e, naturalmente, os munícipes das cidades africanas de língua portuguesa associadas da UCCLA.
Quando o Dia de África foi instituído pela OUA, o mundo era então bipolar, com influência hegemónica de duas superpotências, os EUA e a ex-URSS, mundo esse que não existe mais, mas que marcou profundamente o continente africano, como, aliás, ainda hoje se vê.
Apesar das profundas alterações verificadas à escala planetária, o Dia de África - e ainda bem - continua a ser evocado com inúmeras iniciativas.
Porque “todo o mundo é feito de mudança”, como escreveu Luís de Camões, não podemos deixar de ter presente, no ano da passagem do 500.º aniversário do seu nascimento que este ano se comemora, que hoje são outros, mas não menos relevantes, os desafios que também África tem pela frente.
Desde logo há o facto de o mundo ter sido confrontado, no primeiro trimestre de 2020, com a primeira pandemia da era da globalização, dando causa a graves restrições de mobilidade dos cidadãos, com impactos imprevisíveis.
A ausência de vacinas para prevenção e combate ao vírus exigiu uma grande concentração de meios, incluindo financeiros, para a descoberta do antidoto.
Este objetivo, alcançado em tempo record, não evitou que o continente africano fosse o que maior vulnerabilidade apresentasse na obtenção atempada e em quantidade necessária de vacinas para a vacinação generalizada da população e isto, também por inexistência de laboratórios em África, que as produzissem em larga escala.
Este facto, de par com as consequências resultantes da própria pandemia, agravou de forma significativa o desemprego massivo na população mais vulnerável, acentuou as questões sociais e as desigualdades de forma gritante, de par com a subida dos preços dos bens alimentares essenciais.
Quando menos se esperava, a tensão da Rússia com a Ucrânia conduziu ao início da guerra de agressão à Ucrânia, no início de 2023, fazendo-se repercutir ainda mais na subida do preço desses bens, nalguns casos com efeitos devastadores.
A fome foi sempre má conselheira e, como é sabido, este quadro foi acompanhado em África por vários golpes de Estado no Sahel, que mereceram firme condenação da comunidade internacional, desde logo da União Africana.
A União Africana condenou essa prática, como não poderia deixar de suceder, de favorecimento do poder autocrático, em muitos casos levado a efeito contra governos legitimados pelo voto popular.
Em maior ou menor grau, a afetação dos direitos humanos é, nos dias de hoje, uma realidade transversal, que não deve conduzir à descrença na democracia em geral e em particular no continente africano.
A democracia não pode nem deve ser encarada como um sistema que se limita ao princípio de que a cada cidadão corresponde um voto, porque sendo este princípio sistema a base do sistema, ele não o esgota e não tem de ser encarado de forma mecanicista, sem atender à especificidade de cada país.
Esta avaliação impõe-se pela observação da realidade, porque a democracia tem, em cada caso concreto, de se articular com a realidade de cada país, com especificidades próprias, culturais, sociológicas e económicas, entre outras.
Neste domínio é muito útil revisitarmos o que Mandela também deixou como herança a África, concebendo uma fase de transição do apartheid para um governo de maioria na África do Sul, salvaguardando os equilíbrios necessários com prévia consensualização do rumo de marcha a seguir.
A transição pacífica para um governo de maioria, operada logo nas primeiras eleições livres, teve em atenção a especificidade própria da África do Sul e a ponderação prévia das medidas que deviam ser adotadas para as respostas.
Admitir que o futuro do continente africano está na resignada aceitação de conceções políticas autocráticas, não legitimadas pelo voto popular, é uma mistificação.
Além do mais, há que ter presente que, por os países africanos serem Estados à procura de serem nações, parece que devem os líderes destes países assumirem responsabilidades que atendam a esta realidade de forma consensualmente participativa.
Os novos desafios, sempre em mudança, respeitam também hoje à preservação do planeta em que vivemos e com ele o ambiente, de forma a combater as alterações climáticas e a luta contra a pobreza, devendo conduzir à priorização no continente africano da autossustentabilidade dos países, com redobrada atenção ao setor primário da economia.
A preocupação da priorização da autossustentabilidade é tanto maior quanto é facto que as independências alcançadas em África, em pleno mundo bipolar, geraram dependências que não conduziram à diminuição do ciclo vicioso da pobreza e ao aumento do desenvolvimento humano.
O desaparecimento do mundo bipolar, por implosão da ex-URSS, e as mudanças desde então operadas, para uma lógica crescentemente multipolar, não obnubila a permanência de interesses potencialmente hegemónicos por parte dos países mais poderosos.
Não se duvida que África e os africanos saberão aproveitar os ensinamentos da experiência, como se está já a verificar, respondendo ao radicalismo, nomeadamente de correntes religiosas, ponderando ainda o desejável equilíbrio do crescimento democrático com o económico.
O facto de estarmos perante um continente jovem, também o sendo na maioria da população com menos de vinte anos de idade, faz-nos confrontar com o verso e o reverso da medalha - a juventude é o futuro, mas para o alcançar tem se ser preparada.
Há - repito - que equacionar o equilíbrio do crescimento económico com o demográfico.
Esse equilíbrio é tanto mais necessário ao desenvolvimento humano quanto é certo ser também a causa do processo migratório de massas, quando não é cuidado, gerando o desespero com as gravíssimas consequências que vemos no Mediterrâneo.
O quadro que precede deve ser objeto - e sê-lo-á seguramente - de políticas públicas articuladas, com os olhos postos no futuro, como já se está a verificar por parte de investigadores e estudiosos do continente africano.
A crescente interdependência e articulação dos países na era da globalização que vivemos e a consciência que África evidencia quanto à necessidade do reforço da autossustentabilidade dos países que a integram, são, entre outros, fatores que conduzirão ao reforço de sinergias valorativas de uma estratégia que atenda aos desafios com que o continente se confronta.
Esses desafios devem ser encarados tendo presente que “Roma e Pavia não se fizeram num dia”, pelo que essas respostas não são possíveis de alcançar à bolina, ou seja, a curto prazo.
É um objetivo estratégico e comum.
Seja como for, África é um continente de futuro e com futuro, e é com os olhos postos nele que terminamos como iniciámos, saudando-o com esperança no dia 25 de maio, Dia de África.
Vítor Ramalho
(Secretário-geral da UCCLA)
21-05-2024