Por Presidência da República da Guiné-Bissau
terça-feira, 9 de abril de 2024
O Presidente da República do Gana , Nana Akufo-Addo, ofereceu um Jantar Oficial em honra do chefe de Estado, General Umaro Sissoco Embaló, por ocasião da Visita de Estado que realizou em Acra, Gana. 🇬🇼🇬🇭
Presidente da Républica Presta Homenagem a Kwame Nkrumah
No âmbito da Visita de Estado a Gana, o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, visitou o Museu de Kwame Nkrumah em Acra, em homenagem ao pai da nação ganense. Num gesto simbólico de reverência, o chefe de Estado depositou uma coroa de flores no mausoléu do ilustre líder, honrando a sua memória e papel fundamental na luta pela independência e unidade africana. 🇬🇼🇬🇭
segunda-feira, 8 de abril de 2024
Oposição cabo-verdiana diz que conferência sobre democracia é "marketing"
© Lusa
POR LUSA 08/04/24
Os presidentes dos dois partidos da oposição cabo-verdiana acusaram hoje o Governo de não lhes ter permitido participar na conferência internacional sobre democracia na ilha cabo-verdiana, considerando-a como "marketing" para a comunidade exterior.
"Foi feito um convite geral a todos os deputados" e nenhum foi "direto ao líder do partido", afirmou o presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), Rui Semedo, na Praia, em reação à conferência internacional "Liberdade, Democracia e Boa Governança", na ilha do Sal, organizada pelo Governo cabo-verdiano.
Rui Semedo afirmou que o convite só foi feito para "encher a sala com os participantes, como figura de decoração", defendendo que "não foi atribuído nenhum papel a ninguém da oposição para fazer uma comunicação".
O presidente do PAICV apontou que o que falta em Cabo Verde é uma prática de democracia e não conversas sobre o tema que "alimentam os erros dos que atropelam" a vida da população.
"Aqui falta-nos uma cultura democrática e atitudes que permitam aceitar e respeitar a diferença de forma genuína e autêntica. Se analisarmos os custos e os benefícios, a prioridade não era seguramente os investimentos deste montante nesta operação que chamaríamos de marketing sem qualquer retorno para as populações", afirmou.
Para Rui Semedo, em Cabo Verde, onde o "desemprego e a pobreza só não incomodam os desalmados e insensíveis" daqueles que o governam, é "imoral investir 55 milhões de escudos neste evento para convencer a comunidade internacional, mas ignorando por completo o povo sofredor".
Defendeu ainda que se o país quer ser livre e ter uma democracia de qualidade, deve promover a liberdade de expressão e "deixar de condicionar ou perseguir aqueles que não leem pela cartilha do Governo", criar condições para que os cidadãos não tenham medo de criticar os "desmandos da governação que prejudicam o desenvolvimento do país" e fazer uma gestão transparente dos recursos públicos.
Igualmente, o presidente da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID), João Santos Luís, disse que recebeu o convite do próprio primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva e respondeu pedindo para participar como um dos oradores, mas o Governo nunca respondeu.
João Santos Luís criticou o Governo por organizar uma conferência sobre democracia e boa governança, mas que "não permite a participação ativa dos dois presidentes dos partidos".
O dirigente político considerou que a "democracia em Cabo Verde é ainda incipiente e nem os cidadãos são completamente livres de opinião".
A principal ilha turística de Cabo Verde, Sal, acolhe hoje e na terça-feira uma conferência internacional sobre "Liberdade, Democracia e Boa Governança".
O programa inclui mais de 20 oradores e, no final, será apresentada a Declaração do Sal, sobre proteção dos direitos humanos, promoção das liberdades e boa governanção em África e no mundo.
O primeiro-ministro cabo-verdiano defendeu na abertura da conferência que, num mundo digital que gera o "caos", "a melhor resposta aos ataques à democracia é mais democracia".
Leia Também: Cabo Verde promove hoje conferência internacional sobre democracia
GUINÉ-BISSAU: Nova greve geral de três dias nos sectores da saúde e ensino na Guiné-Bissau
Palácio do Governo da Guiné-Bissau AFP
Por: Mussá Baldé Rfi.fr/pt 08/04/2024
Na Guiné-Bissau, os sectores de Saúde e Educação estão novamente em greve geral de três dias. É a sua segunda onda de paralisações, após uma primeira realizada em Março passado. Entre outros pontos, os sindicatos exigem o pagamento de 10 meses de salário aos profissionais dos dois sectores.
O porta-voz da Frente Social, João Yoyo da Silva, pede desculpa aos cidadãos guineenses pela greve.
Diz que não era a intenção dos quatro sindicatos, dois da Saúde e outros tantos do sector da Educação, voltar a fazer greve geral, mas que não lhes restava outra saída.
João Yoyo da Silva afirma que a Frente Social apresentou um caderno reivindicativo e um pré-aviso de greve, mas em vez de se sentar à mesa com os sindicatos, o Governo decidiu apresentar uma contraproposta.
A Frente Social não achou pertinente esta forma de abordagem e decidiu avançar para a greve de três dias.
Nos hospitais e centros de Saúde, a Frente Social deu orientações para que haja o serviço mínimo que passa pelo atendimento de casos urgentes.
Nas escolas públicas, algumas estão com as portas encerradas, embora outras, afectas a outro sindicato, continuem a funcionar.
Recorde-se que no caderno reivindicativo apresentado em Fevereiro pela Frente Social constam, entre outros pontos, o pagamento de 10 meses de salário em atraso aos professores e técnicos de saúde, a efectivação de novos quadros contratados pelo Governo para os dois sectores, a adopção de um novo currículo escolar bem como a melhoria das condições laborais.
Rússia e China acusam EUA de dar "carta branca" a Israel para "matança"
© ANGELA WEISS / AFP) (Photo by ANGELA WEISS/AFP via Getty Images
POR LUSA 08/04/24
A Rússia e a China argumentaram hoje que tentaram travar a "matança" em Gaza vetando uma resolução proposta por Washington no Conselho de Segurança da ONU que dava "carta-branca a Israel para continuar a ação desumana" no enclave.
Numa sessão da Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU) em que tiveram de justificar o veto que aplicaram em 22 de março a uma resolução norte-americana que "determinava" o "imperativo de um cessar-fogo imediato e sustentado" em Gaza, a Rússia e China, ambos membros permanentes do órgão, acusaram Washington de tentar "chantagear" o Conselho de Segurança.
"O documento que os nossos colegas americanos tentaram forçar o Conselho de Segurança da ONU a adotar em 22 de março através de intriga e chantagem não só não continha uma exigência direta a um cessar-fogo, mas na verdade emitia uma espécie de licença para matar ainda mais palestinianos", advogou o vice-representante permanente da Rússia na ONU, Dmitriy Polyansky.
"É significativo que o documento americano também tenha explicitado a possibilidade de Israel realizar operações futuras em Gaza, desde que minimize os danos aos civis. No contexto dos planos abertos de Israel para atacar Rafah e do terrível número de vítimas civis desde o início do conflito, incluindo mulheres e crianças, a proposta americana foi chocante no seu cinismo", acrescentou.
Também o embaixador chinês Dai Bing declarou que, caso fosse aprovada, a resolução norte-americana significaria a continuação da "matança em Gaza" e das "violações do direito internacional e do direito humanitário internacional".
De acordo com o representante de Pequim, a China não hesitará em exercer o seu poder de veto contra projetos de resolução que resultem em graves consequências para os palestinianos.
Ambos os diplomatas recordaram que, depois do veto à resolução norte-americana, o Conselho de Segurança conseguiu aprovar uma outra resolução a exigir um cessar-fogo em Gaza - mas que ainda não foi implementada.
Os embaixadores frisaram que essa resolução, tais como todas as resoluções do Conselho de Segurança, "são vinculativas e devem ser totalmente implementadas".
Estas declarações surgem depois de Washington ter causado polémica ao dizer que a resolução aprovada não era vinculativa.
No domingo, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, reiterou que não haverá trégua sem que os 133 reféns ainda detidos pelo Hamas regressem a casa, acrescentando que Israel não vai ceder a "exigências extremas" dos islamitas.
A 07 de outubro do ano passado, combatentes do Hamas -- desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.163 mortos, na maioria civis, e 250 reféns, cerca de 130 dos quais permanecem em cativeiro e 34 terão entretanto morrido, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas.
Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre ao norte do território, que depois se estendeu ao sul.
A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 185.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza mais de 33.200 mortos, quase 76.000 feridos e cerca de 7.000 desaparecidos presumivelmente soterrados nos escombros, na maioria civis, de acordo com o último balanço das autoridades locais.
O conflito fez também quase dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que já está a fazer vítimas - "o número mais elevado alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.
Leia Também: Israel considerou hoje que a possibilidade de a Palestina se tornar um Estado-membro da ONU e não um mero observador, como acontece atualmente, é "uma violação flagrante da Carta das Nações Unidas" e que "perpetua o conflito".
GUINÉ-BISSAU: Presidente guineense em visita de Estado ao Gana para debater cooperação
Leia Também: Ex-diretora dos Impostos da Guiné-Bissau detida por suspeita de corrupção
No âmbito da Visita de Estado a Gana, o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, foi recebido pelo homólogo Nana Dankwa Akufo-Addo, na Jubilee House, em Accra, numa cerimónia oficial de boas-vindas. Foram prestadas Honras Militares, com a execução dos Hinos Nacionais dos dois países e desfile da Guarda de Honra.
O chefe de Estado manteve ainda um encontro restrito com o Presidente Nana Akufo-Addo, seguido do encontro bilateral entre as duas delegações técnicas no quadro do reforço das relações de cooperação mentre Bissau e Accra, particularmente, nas áreas das pescas, agricultura, educação, defesa e segurança 🇬🇼🇬🇭
África precisa "fazer as coisas de forma diferente" na área agroalimentar
© Lusa
POR LUSA 08/04/24
O diretor-geral da FAO, Qu Dongyu, alerta para a necessidade de o continente africano "fazer as coisas de forma diferente" e explorar o "potencial da ciência, da tecnologia digital e inovação" para "transformar os seus sistemas agroalimentares".
Num artigo de opinião divulgado hoje pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês), em Roma, o diplomata chinês chamou a atenção para o "momento crucial para a ação coletiva" em que se realiza a 33.ª Sessão da Conferência Ministerial Regional da FAO para África (ARC33), de 18 a 20 de abril em Marrocos.
"Trata-se de um momento crucial para a ação coletiva", escreveu Qu Dongyu, exortando nações africanas, representadas pelos seus ministros da Agricultura, "a aproveitarem a dinâmica da transformação dos sistemas agroalimentares para obterem benefícios a nível da segurança alimentar e da nutrição, da economia e da igualdade, do ambiente e da resiliência".
"Se quisermos corrigir o rumo em África, é necessário fazer as coisas de forma diferente. As soluções da ciência, da tecnologia digital e da inovação oferecem um potencial estimulante. O sucesso requer um esforço coletivo dos governos, das organizações da sociedade civil, do setor privado, dos parceiros da ONU e das comunidades locais", resumiu.
A conferência irá debater as recomendações recolhidas pela FAO em consultas com a sociedade civil, incluindo organizações de agricultores, e com o setor privado, ao longo de fevereiro e março últimos, que "ajudarão a moldar os debates" no evento, segundo o diplomata.
"África é um continente de enormes oportunidades", domina a lista das 20 economias de crescimento mais rápido do mundo e "a Zona de Comércio Livre Continental Africana (AfCFTA, na sigla em inglês) promete impulsionar o comércio intra-africano e estimular ainda mais o crescimento económico", sublinha Qu Dongyu.
A Conferência Ministerial Regional da FAO para África constitui uma das principais plataformas continentais para partilha de perspetivas e experiências no domínio dos sistemas agroalimentares, assim como uma rede para o estabelecimento de parcerias estratégicas e maiores investimentos no setor no continente africano.
"Através da Iniciativa Mão-na-Mão da FAO, estamos a promover parcerias estratégicas entre países e investidores para desbloquear os estrangulamentos na produção e no comércio agrícolas", aponta Qu Dongyu.
"No último biénio, a FAO mobilizou mais de 900 milhões de dólares para os sistemas agroalimentares em África, mais de 60% acima do nosso objetivo. Neste biénio, o nosso objetivo é ainda maior", exaltou.
Leia Também: Aventureiro britânico completa ligação sul-norte de África a correr
PAIGC CONDENA “SISTEMÁTICAS” INTERVENÇÕES DE CHEFIAS MILITARES NA POLÍTICA
Por radiosolmansi.net 08/04/2024
O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) condena "com veemência", “sistemáticas” intervenções das chefias Militares na Política, o que viola flagrantemente o seu papel republicano estabelecido na Constituição da República.
A condenação do PAIGC consta num comunicado à imprensa, assinado, hoje, pela vice-presidente, Dan Ialá, onde alerta que, nos últimos 10 anos, tem-se assistido intromissões sistemáticas de alguma liderança das Forças Armadas na política, com discursos tendenciosos em defesa de um órgão de soberania, caucionado todas as decisões tomadas mesmo com colisão frontal com a Constituição e as leis da República.
No comunicado, o PAIGC exige o distanciamento das Forças Armadas da Presidência da República exortando-lhes a cumprir, escrupulosamente, o seu papel de guardiãs na defesa das instituições da soberania, sem prejuízo e observância do princípio de separação de poderes.
Igualmente, o partido vencedor das últimas legislativas no país, condena “vementemente” aquilo que apelida de triste retórica de alguma liderança das Forças Armadas nas recentes visitas aos aquartelamentos militares, durante as quais colocando-se no papel de políticos e advogados da Presidência da República.
O PAIGC responsabiliza ainda as chefias do Estado-maior General das Forças Armadas pelas eventuais consequências que possam advir desta postura que o partido considera de antidemocrática e anti republicana, colocando em causa a integridade física dos dirigentes do PAIGC, alguns deles visados nas intervenções públicas ocorridas nas aludidas visitas aos quartéis.
Diante desta situação, o PAIGC exige que as forças armadas se distanciam do jogo político, reservando o mesmo tratamento aos titulares dos órgãos de soberania, sujeitando-se ao Princípio de Separação dos poderes.
Ainda na mesma nota, consultada pela nossa redação, pode-se ler que o partido liderado por Domingos Simões Pereira diz estar disponível em manter um bom e são relacionamento institucional com as Forças Armadas, exigindo que esta instituição assuma o seu comprometimento com os valores e princípios que nortearam a sua criação e adequação ao contexto do multipartidarismo.
O partido sustenta a sua nota diante da recente visita do Vice Chefe de Estado-maior General das Forças Armadas a algumas unidades militares que foi “bastante elucidativa e reveladora desta atitude deliberada das Forças Armadas em defender, unicamente, a alegada legitimidade do presidente da República, invocando o veredito das urnas, ignorando propositada e explicitamente os eleitos do povo junto a Assembleia Nacional Popular e o governo, orgãos cuja constituição decorrem do mesmo veredito popular, exprimindo-se publicamente sobre mais uma proposta tentativa de Golpe de Estado em preparação”.
O PAIGC sustenta na sua nota que nos últimos anos a instrumentalização das forças armadas têm acentuado com alimentadas denúncias de tentativas de Golpe de Estado, não sendo capaz de apresentar evidências, “como aconteceu no caso de 01 de fevereiro de 2022 e 01 de dezembro de 2023, até hoje com contornos por esclarecer e provas por apresentar”.
Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos Camará
Missão da UE no Mar Vermelho escoltou 68 navios e repeliu 11 ataques
© Israel Defense Forces/Anadolu via Getty Images
POR LUSA 08/04/24
A missão da União Europeia (UE) para acompanhar embarcações no Mar Vermelho escoltou, em dois meses, 68 navios e repeliu 11 tentativas de ataque de milicianos huthi, anunciou hoje o Alto Representante para os Negócios Estrangeiros.
Em conferência de imprensa, em Bruxelas, Josep Borrell revelou que, desde o início, a missão "Aspides" ("escudo" em grego) "conseguiu escoltar 68 embarcações e repeliu 11 tentativas de ataque" de elementos das milícias iemenitas houthi.
A Alto Representante para a Política de Segurança do bloco comunitário acrescentou que 19 dos 27 países da UE contribuíram com militares e pessoal especializado para construir a missão.
O aumento das tensões no Médio Oriente, desencadeado pela guerra de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza levou os huthis a atacarem embarcações de transporte de carga no Mar Vermelho, como maneira de exercer pressão para o fim da intervenção militar israelita.
Israel retaliou contra o Hamas depois dos ataques do grupo islamita Hamas no dia 07 de outubro de 2023, em que cerca de 1.200 pessoas foram mortas e mais de duas centenas sequestriadas.
Na conferência de imprensa de hoje, Josep Borrell insistiu que a UE não está em conflito com os huthi, apenas está a escoltar embarcações, para que haja, tanto quanto possível, menos disrupções ao comércio mundial.
Leia Também: EUA abateram cinco 'drones' Houthi após ataque a petroleiro chinês
Porque é que a “biologia da ressurreição” está a ganhar tração em todo o mundo
Vírus antigo do pergelissolo isolado por cientistas
Por Cnnportugal.iol.pt, Katie Hunt 08/04/2024
A biologia da ressurreição – que tenta trazer de volta à vida cadeias de moléculas e organismos mais complexos – está a ganhar tração em laboratórios de todo o mundo.
O trabalho está muito longe dos dinossauros geneticamente modificados que conseguem escapar no blockbuster “Jurassic Park”, ainda que para alguns cientistas o objetivo final seja reverter a extinção e ressuscitar animais e plantas que já foram perdidos.
Outros investigadores estão a olhar para o passado em busca de novas fontes de medicamentos ou para soar alarmes quanto à possibilidade de patógenos há muito inativos. Este campo de estudo também pretende recriar elementos da história humana na tentativa de melhor entender como é que os nossos antepassados poderão ter vivido e morrido.
Aqui estão quatro projetos de investigação fascinantes deste campo emergente que foi lançado ou que conquistou progressos significativos em 2023.
Reavivar vírus “zombies”
As temperaturas a aquecer no Ártico estão a descongelar o pergilissolo da região – uma camada gélida do solo sob a superfície – e potencialmente a pôr a mexer vírus que, após terem estado adormecidos durante dezenas de milhares de anos, podem pôr em risco a saúde animal e humana.
Jean-Michel Claverie, um professor emérito de medicina e genómica na Escola de Medicina da Universidade Aix-Marseille, em França, está a tentar compreender melhor os riscos representados pelo que descreve como “vírus zombies” ao ressuscitar vírus de amostras terrestres da Sibéria.
Núcleos da terra perfurados no pergelissolo da Sibéria foram analisados para detetar vírus congelados (Jean-Michel Claverie/IGS/CNRS-AM)
Claveria encontrou uma forma de reavivar um vírus em 2014 que ele e a sua equipa isolaram do pergelissolo, tornando-o infeccioso pela primeira vez em 30 mil anos ao inseri-lo em células de cultura. Na sua mais recente investigação, publicada em fevereiro, Claverie e a sua equipa isolaram várias estirpes do vírus antigo a partir de múltiplas amostras da terra que representavam cinco novas famílias de vírus. Por questões de segurança, optou por estudar um vírus que apenas tem a capacidade de afetar amebas de célula única, mas não animais nem humanos.
O mais antigo tinha quase 48.500 anos, com base na datação do solo por radiocarbono, e veio de uma antiga amostra terrestre retirada de um lago do subsolo 16 metros abaixo da superfície. As amostras mais jovens, encontradas nos conteúdos estomacais e na parede do estômago dos restos mortais de um mamute-lanoso, tinham 27 mil anos.
O facto de aqueles vírus que afetam amebas continuarem infecciosos tanto tempo depois é um sinal de uma séria potencial ameaça à saúde pública, diz Claverie.
“Vemos estes vírus que infetam amebas como substitutos de todos os outros possíveis vírus que podem estar no pergilissolo”, disse Claverie à CNN no início do ano.
“O nosso raciocínio é o de que, se vírus que infetam amebas ainda estão vivos, então não há qualquer motivo para outros vírus não estarem também vivos, e com capacidade de infetar os seus próprios hospedeiros.”
Caça por novos antibióticos remonta à idade do gelo
Para o pioneiro de bioengenharia César de la Fuente, professor assistente presidencial na Universidade da Pensilvânia (UPenn), o passado é uma fonte de oportunidades que abriu uma nova frente na luta contra superbactérias resistentes a medicamentos.
Os avanços na recuperação de ADN antigo de fósseis significam que livrarias detalhadas de informação genética sobre parentes dos humanos já extintos e animais há muito perdidos estão agora disponíveis publicamente.
O grupo de biologia mecânica que lidera na UPenn usa soluções computacionais baseadas em inteligência para extrair esta informação genética e identificar pequenas proteínas, ou péptidos, moléculas que ele acredita que contêm poderes de combate a bactérias. Ele descobriu compostos promissores de criaturas da idade do gelo e dos Neandertais, como o mamute-lanoso e a preguiça gigante.
Moléculas antigas, incluindo de parentes extintos dos humanos como os Neandertais, podem oferecer uma esperança no combate a superbactérias (Mike Kemp/In Pictures/Getty Images)
“Permitiu-nos descobrir novas sequências, novos tipos de moléculas que não tínhamos descoberto anteriormente em organismos vivos, expandindo a forma como pensamos sobre a diversidade molecular”, disse De la Fuente. “As bactérias de hoje nunca se confrontaram com aquelas moléculas, pelo que isto pode representar uma oportunidade melhor de atacar os patógenos que são problemáticos atualmente.”
A maioria dos antibióticos vem de bactérias e fungos e foi descoberta através de uma seleção de microrganismos que vivem no solo. Mas em décadas recentes, os patógenos tornaram-se resistentes a muitos medicamentos face ao seu uso excessivo de forma generalizada.
Apesar de a abordagem de De La Fuente ser pouco ortodoxa, a urgência em identificar possíveis candidatos nunca foi tão grande à medida que a população global enfrenta quase 5 milhões de mortes a cada ano associadas à resistência microbial, como indica a Organização Mundial da Saúde.
Rastreando a ressurreição do dodo, do mamute-lanoso e do tigre da Tasmânia
As extinções estão a acontecer a um ritmo cada vez mais rápido. Para alguns cientistas, o caminho para estancar esta perda pode estar em tentar ressuscitar criaturas perdidas do passado.
A startup de biotecnologia e engenharia genética Colossal Biosciences anunciou em janeiro que quer trazer de volta o dodo – um pássaro de aspeto estranho que não voa e que viveu nas Ilhas Maurícias, no Oceano Índia, até ao final do século XVII – e reintroduzi-lo no seu, em tempos, habitat nativo.
O dodo é uma de várias criaturas extintas que a Colossal Biosciences está a tentar ressuscitar (Ranjith Jayasena)
A empresa está a trabalhar noutros projetos igualmente ambiciosos que vão incorporar avanços na sequenciação de ADN antigo, na tecnologia de edição genética e na biologia sintética para trazer de volta o mamute-lanoso e o tilacino, ou tigre da Tasmânia.
Os geneticistas da Colossal Biosciences descobriram células que atuam como precursoras de ovários ou testículos no pombo-de-nicobar, o parente vivo mais próximo do dodo, que conseguem desenvolver-se com sucesso num embrião de galinha. Os cientistas estão agora a investigar se estas células – chamadas células primordiais, ou PGCs – podem ser transformadas em esperma e óvulos.
A empresa planeia comparar os genomas do dodo e do solitário-de-rodrigues, um pássaro extinto muito próximo do dodo, para identificar de que forma diferem um do outro. Depois vão editar as PGCs do pombo-de-nicobar para que expresse as características físicas de um dodo.
As células editadas serão posteriormente inseridas em embriões de uma galinha e de um galo estéreis. Com a introdução das PGCs editadas, a galinha e o galo serão capazes de se reproduzir e, em teoria, a sua descendência irá assemelhar-se ao dodo graças ao ADN hibridizado de pombo nos seus sistemas reprodutores.
“Fisicamente, o dodo restaurado será indiscernível do que sabemos que era a aparência dos dodos”, disse Matt James, que chefia a investigação animal na Colossal Biosciences, à CNN num email enviado em novembro.
Mesmo que os investigadores tenham sucesso neste empreendimento de alto risco, não vão estar a produzir uma cópia de carbono do dodo que viveu há quatro séculos mas, em vez disso, uma forma híbrida alterada.
A Colossal Biosciences fez uma parceria com a Fundação de Vida Selvagem das Maurícias para conduzir um estudo de viabilidade que permita avaliar a melhor localização para as aves caso a experiência tenha sucesso. Contudo, encontrar-lhes um lar poderá provar-se desafiante.
A República das Ilhas Maurícias é relativamente pequena e mudou significativamente desde que o dodo foi extinto.
“Apesar de ser um dos mais famosos pássaros do mundo, continuamos a não saber praticamente nada sobre o dodo, portanto é impossível saber como interagia com o seu ambiente”, diz Julian Hume, paleontólogo de aves e investigador associado do Museu de História Natural de Londres, que estudou o pássaro.
“Dada a complexidade de recriar uma espécie a partir de ADN, mesmo que seja possível só pode resultar numa criatura semelhante ao dodo. Serão depois necessários anos de reprodução seletiva para melhorar o pequeno pombo e transformá-lo num grande pássaro que não voa. Note-se que a natureza levou milhões de anos para que isto acontecesse com o dodo”, acrescenta.
A que cheiravam as múmias egípcias
Um dos dois frascos canópicos que integram a coleção do Museu August Kestner em Hanover, na Alemanha, em tempos contiveram resquícios da antiga nobre egípcia Senetnay (Christian Tepper/Museu August Kestner)
Quem visita o Museu Moersgaard da Dinamarca pode cheirar o aroma de um bálsamo de mumificação egípcio usado pela última vez há 3.500 anos.
O cheiro evocativo foi recriado a partir de ingredientes identificados num estudo de resíduos de dois frascos canópicos encontrados no Vale dos Reis, no Egito, em 1900. Os dois frascos contiveram em tempos os resquícios de uma antiga mulher egípcia da nobreza conhecida como Senetnay.
As receitas exatas usadas no processo de mumificação são alvo de debate há muito, porque os textos antigos do Egito não identificam os ingredientes precisos.
A investigação, liderada por Barbara Huber, uma investigadora e doutoranda em química arqueológica no Instituto Max Planck de Geoantropologia na Alemanha, identificou os ingredientes do bálsamo através de uma série de técnicas analíticas altamente avançadas.
Ela descobriu que os bálsamos continham cera de abelha, óleos de plantas, gorduras de animais, resinas e betume, um produto petrolífero ocorrido naturalmente. Compostos como a cumarina e o ácido benzóico também foram detetados. A cumarina, que tem um aroma a baunilha, é encontrado em plantas de ervilha e na canela, ao passo que o ácido benzóico ocorre em resinas e gomas de árvores e arbustos.
Os bálsamos dos dois frascos diferem ligeiramente, o que significa que diferentes ingredientes poderão ter sido usados consoante o órgão que estava a ser preservado.
No frasco usado para armazenar os pulmões de Senetnay, os investigadores detectaram resinas fragrantes de lariços e algo que tanto pode ser dammar de árvores encontradas na Índia e no Sudeste Asiático ou resina de árvores Pistacia que pertencem à família dos cajus.
“A presença de uma gama tão vasta de ingredientes, incluindo substâncias exóticas como o dammar ou a resina da árvore Pistacia, indica que materiais extremamente raros e caros foram usados para a embalsamar”, disse Hubber à CNN quando a investigação foi publicada em agosto. “Isto aponta para o estatuto excecional de Senetnay na sociedade.”
O aroma foi depois recriado com a ajuda da perfumista francesa Carole Calvez e da museóloga sensorial Sofia Collette Ehrich.
“Da primeira vez que me deparei com o aroma, foi uma experiência profunda e quase surreal”, disse Huber.
“Após ter passado tanto tempo imersa em investigações e análises, finalmente ter uma conexão aromática tangível ao mundo antigo foi comovente. Foi como segurar um eco leve eco do passado.”
Ashley Strickland e Tom Page da CNN contribuíram para este artigo
Coreia do Sul lança segundo satélite espião militar
© iStock
POR LUSA 08/04/24
A Coreia do Sul lançou, dos Estados Unidos, o segundo satélite espião militar para o espaço, anunciou o governo sul-coreano.
O lançamento de domingo ocorre dias depois de a Coreia do Norte ter reafirmado a intenção de lançar vários satélites de reconhecimento este ano.
Seul e Pyongyang lançaram, no ano passado, os primeiros satélites espiões, para aumentar a capacidade de vigilância mútua e de ataque com mísseis. A Coreia do Norte concretizou o lançamento em novembro e a Coreia do Sul no mês seguinte.
O segundo satélite espião de Seul foi lançado do Centro Espacial Kennedy, no estado norte-americano da Flórida.
O Ministério da Defesa da Coreia do Sul afirmou que o satélite se separou com sucesso do foguetão, de acordo com um comunicado.
O departamento governamental sul-coreano vai agora verificar se o satélite funciona corretamente através das comunicações com uma estação terrestre no estrangeiro.
Ao abrigo de um contrato com a fabricante norte-americana SpaceX, a Coreia do Sul devia lançar cinco satélites espiões até 2025. O primeiro lançamento, a 01 de dezembro, foi executado a partir da Base da Força Espacial de Vandenberg, na Califórnia.
Em 2022, a Coreia do Sul tornou-se a décima nação do mundo a lançar um satélite recorrendo a tecnologia própria e através de um foguetão desenvolvido internamente para colocar em órbita um aparelho denominado "satélite de observação de desempenho".
Especialistas citados pela agência de notícias norte-americana Associated Press (AP) disseram ser "económico utilizar um foguetão SpaceX para lançar um satélite espião e que a Coreia do Sul precisa de mais lançamentos para garantir a fiabilidade de um foguetão".
A Coreia do Norte também quer adquirir uma rede própria de vigilância espacial para responder ao que identifica como ameaças militares colocadas pelos Estados Unidos e pela Coreia do Sul.
Depois de dois lançamentos falhados no início de 2023, a Coreia do Norte colocou o satélite espião Malligyong-1 em órbita, a 21 de novembro.
Desde então, o país afirmou que o satélite transmitiu imagens de locais importantes nos EUA, incluindo a Casa Branca e o Pentágono, e na Coreia do Sul. No entanto, não divulgou nenhuma dessas fotografias de satélite.
Peritos estrangeiros disseram duvidar que o satélite norte-coreano possa transmitir imagens de relevância militar, referiu a AP.
No final de março, o vice-diretor geral da Administração de Tecnologia Aeroespacial da Coreia do Norte, Pak Kyong-su, afirmou que Pyongyang deverá lançar este ano vários outros satélites de reconhecimento.
Durante uma conferência política no final de dezembro, o líder norte-coreano, Kim Jong-un, prometeu lançar mais três satélites espiões militares em 2024.
A ONU proibiu a Coreia do Norte de efetuar lançamentos de satélites, considerando serem testes disfarçados de tecnologia de mísseis de longo alcance.
O lançamento de novembro agravou as tensões na península coreana, com Pyongyang e Seul a tomarem medidas que violam o acordo de 2018 para reduzir as tensões militares.
Nos últimos anos, a Coreia do Norte tem estado envolvida numa série de testes de mísseis para modernizar e expandir o arsenal de armas do país, levando os Estados Unidos e a Coreia do Sul a reforçar os exercícios militares conjuntos.
Cabo Verde promove hoje conferência internacional sobre democracia
© Lusa
POR LUSA 08/04/24
A principal ilha turística de Cabo Verde, Sal, acolhe hoje e terça-feira uma conferência internacional sobre "Liberdade, Democracia e Boa Governança" com um conjunto de convidados.
O primeiro painel inclui uma mensagem em vídeo pelo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, uma intervenção 'online' do ex-primeiro-ministro português, António Costa, e a presença do primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, Patrice Trovoada.
Os três intervêm no primeiro painel sobre o tema "Comunicações: Fazendo a Democracia Funcionar".
Antes, os discursos de abertura serão feitos pelos representantes da União Europeia (UE), do secretário-geral das Nações Unidas e da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e pelo primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva.
O programa inclui mais de 20 oradores, sendo que "Democracia e Estado de Direito" e "Democracia e Liberdades Religiosa" serão os outros temas do primeiro dia.
O segundo dia será dedicado ao debate sobre promoção da integridade de informação e promoção da boa governança e a transparência na gestão da divida pública.
No final, será apresentada a Declaração do Sal, "sobre como proteger os direitos humanos, promover as liberdades, fortalecer as democracias e a boa governança em África e no mundo".
O Governo perspetiva receber entre 200 a 250 pessoas para o evento,
Rui Figueiredo Soares, ministro dos Negócios Estrangeiros cabo-verdiano, classificou, na sexta-feira, a democracia como o "grande ativo" do arquipélago, ao justificar a organização do evento.
"A nossa democracia tem sido, ao longo dos tempos, um fator de grande estabilidade e tem criado as condições" para o desenvolvimento do arquipélago: "não tendo riquezas minerais naturais, uma das principais riquezas é a sua estabilidade, uma zona de paz onde a democracia funciona", referiu.