quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

Jair Bolsonaro acusado formalmente de tentativa de golpe de Estado

 SIC Notícias

Segundo a Procuradoria-Geral do Brasil, Jair Bolsonaro sabia do plano para assassinar Lula da Silva e terá até dado luz verde ao mesmo. A acusação vai agora ser apreciada pelo Supremo Tribunal Federal.

Jair Bolsonaro foi esta terça-feira acusado formalmente pela tentativa de golpe de Estado na sequência das eleições de 2022, que perdeu. Segundo a acusação, Bolsonaro sabia e concordou com o plano para assassinar Lula da Silva.

"Os membros da organização criminosa estruturaram, no âmbito do Palácio do Planalto, um plano de ataque às instituições, com vista à derrocada do sistema de funcionamento dos Poderes e da ordem democrática, que recebeu o sinistro nome de “Punhal Verde Amarelo”. O plano foi arquitetado e levado ao conhecimento do Presidente da República, que a ele anuiu", lê-se na acusação do Procurador-Geral da República, Paulo Ganet.

O ex-Presidente brasileiro está também acusado de organização criminosa e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.

A acusação vai agora ser apreciada pelo Supremo Tribunal Federal.

No total, há 34 acusados no processo, incluindo o ex-ministro Braga Netto e o tenente-coronel Mauro Cid.

O plano para matar Lula

Bolsonaro é suspeito de orquestrar, juntamente com assessores e um grupo de militares, um golpe de Estado que incluía o assassínio de autoridades, entre elas, Lula da Silva, o vice-Presidente Geraldo Alckmin e o próprio juiz Alexandre de Moraes que, à época, presidia ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Durante quase dois anos, investigadores da Polícia Federal reuniram num relatório de quase 800 páginas provas que, segundo eles, confirmam a tentativa de um golpe de Estado para impedir a posse de Lula da Silva.

O relatório revela que o plano teria sido impresso dentro do Palácio do Planalto.

A investigação aponta ainda que a estratégia do grupo se dividiu em dois.

Primeiro, pela propagação da versão de fraude nas eleições de 2022 e disseminação de notícias falsas sobre vulnerabilidades do sistema eletrónico de votação.

O segundo eixo de atuação do alegado grupo criminoso consistiu na prática de atos para apoiar a abolição do Estado Democrático de Direito, através de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais num ambiente politicamente sensível.


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