Por cnnportugal.iol.pt, 12/06/2024
Além do cancelamento dos passaportes, Hong Kong também proibiu os seis ativistas de acederem a fundos no território, vender ou comprar bens imóveis na cidade e criarem ‘joint ventures’ ou parcerias
O Governo de Hong Kong anunciou hoje o cancelamento dos passaportes da região semiautónoma chinesa de seis ativistas pró-democracia residentes no Reino Unido, acusados de crimes contra a segurança nacional.
Num comunicado, o Secretário para a Segurança de Hong Kong disse que “todos eles continuam a praticar atos e atividades que põem em perigo a segurança nacional depois de terem fugido para o Reino Unido”.
Os ativistas são Nathan Law Kwun-chung, fundador do partido político Demosisto e antigo deputado, Simon Cheng Man-kit, cofundador do grupo “Hong Kongers in Britain” (Cidadãos de Hong Kong na Grã-Bretanha), o sindicalista Christopher Mung Siu-tat, o advogado Johnny Fok Ka-chi, Tony Choi Ming-da e Finn Lau Cho-dik.
Além do cancelamento dos passaportes, Hong Kong também proibiu os seis ativistas de acederem a fundos no território, vender ou comprar bens imóveis na cidade e criarem ‘joint ventures’ ou parcerias.
A polícia de Hong Kong alertou no comunicado que qualquer pessoa que ajude algum dos ativistas a contornar estas medidas “comete um crime e arrisca uma pena de prisão por sete anos, em caso de condenação”.
Um porta-voz do Governo de Hong Kong descreveu as medidas como “um forte golpe” contra "estes criminosos fora-da-lei procurados”.
As autoridades acusaram os ativistas de “fazerem comentários alarmistas para difamar e caluniar a Região Administrativa Especial de Hong Kong” e de continuarem “a conspirar com forças externas”.
Em dezembro, a polícia de Hong Kong tinha oferecido recompensas no valor de um milhão de dólares de Hong Kong (menos de 120 mil euros) por informações que conduzam à captura de cinco ativistas residentes no estrangeiro, acusados de crimes contra a segurança nacional.
Os ativistas procurados vivem no exterior desde que Pequim impôs uma lei de segurança nacional a Hong Kong, em 2020, reprimindo a dissidência política após uma vaga de protestos pró-democracia em 2019.
No início de maio, o Ministério Público britânico acusou o diretor do escritório comercial de Hong Kong em Londres e dois outros homens de terem ajudado as autoridades da região chinesa a recolher informações no Reino Unido.
Em 03 de junho, o Ministério da Segurança do Estado da China disse ter detido dois chineses por alegadamente fazerem parte de um plano de espionagem lançado pelos serviços secretos do Reino Unido MI6
Em julho de 2023, o ativista Finn Lau, um dos alvos das medidas anunciadas hoje, disse à Lusa que Portugal deve suspender o acordo de extradição com Hong Kong, após a entrada em vigor da nova lei de segurança nacional.
Portugal e a República Checa são os únicos dois países da UE que ainda têm acordos de extradição em vigor com a região chinesa.
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