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POR LUSA 14/09/23
O número de mortos nas cheias ocorridas na cidade costeira líbia de Derna, no leste do país, subiu para 11.300 pessoas e as operações de busca e resgate prosseguem, indicou hoje o Crescente Vermelho líbio.
Segundo a secretária-geral da organização não-governamental, Marie el-Drese, há mais 10.100 pessoas dadas como desaparecidas naquela cidade.
Milhares de pessoas foram enterradas em valas comuns em Derna, indicaram hoje as autoridades, enquanto as equipas de busca continuavam a vasculhar as ruínas deixadas pelas devastadoras inundações e o presidente da câmara afirmava que o balanço das vítimas poderá triplicar.
As cheias, causadas por um ciclone e alimentadas por duas barragens em rutura, arrastaram famílias inteiras no domingo à noite e expuseram as vulnerabilidades do país rico em petróleo que tem estado mergulhado em conflito desde que, em 2011, uma revolta derrubou o ditador de longa data, Muammar Kadhafi.
O anterior balanço apontava a existência de 6.872 mortes em Derna, a cidade mais afetada pelas cheias na Líbia.
De acordo com dados do Fundo de Respostas de Emergência das Nações Unidas, há, no total, 884.000 pessoas que necessitam de assistência por causa das cheias, sendo que dessas, 250.000 precisam de ajuda urgente e imediata para sobreviver, indicou a ONU na sua conferência de imprensa diária.
A organização desbloqueou já dez milhões de dólares do seu fundo de emergência para fazer chegar às vítimas das inundações na Líbia bens de primeira necessidade e tentar impedir uma crise sanitária que poderá ser causada pelo elevado número de mortos que jazem a céu aberto, a falta de água potável ou outros fatores, explicou o secretário-geral adjunto das Nações Unidas para os Assuntos Humanitários, Martin Griffiths.
Prevenir o surgimento de alguma epidemia e "restaurar rapidamente algum tipo de normalidade deve ter precedência sobre qualquer outra preocupação nestes momentos difíceis para a Líbia", declarou.
"Bairros inteiros foram varridos do mapa. Famílias inteiras, apanhadas de surpresa, foram arrastadas pelo dilúvio de água. Milhares de pessoas morreram, dezenas de milhares ficaram desalojadas e muitas mais continuam em paradeiro desconhecido", recordou o responsável humanitário.
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