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POR LUSA 19/08/23
Milhares de mulheres, na sua maioria jovens, manifestaram-se hoje na capital do Níger, Niamey, para exigir a retirada imediata das tropas francesas, cujo destacamento no país foi autorizado pelo Presidente entretanto deposto num golpe de Estado.
O protesto, organizado por várias organizações da sociedade civil, concentrou-se junto à base 101 da Força Aérea Francesa, onde os participantes entoaram palavras de ordem contra a presença militar francesa e a favor da junta militar nigerina, que se autodenomina Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP).
"Viemos aqui para exigir a retirada das forças francesas. O regime do Presidente Bazoum estendeu o tapete vermelho para uma nova era de colonização do nosso país", disse à reportagem da agência espanhola de notícias EFE uma das organizadoras da manifestação, Naomi Binta Stansly.
Entre as palavras de ordem ouvidas durante a manifestação estavam "França fora, sois cúmplices dos terroristas que choram as nossas famílias", "Estamos unidos atrás do exército para a libertação total do nosso país" e "Abaixo a França, abaixo os traidores africanos e nigerianos".
Em 03 de agosto, a junta militar anulou (com prazos de 30 a 90 dias) os cinco acordos de cooperação em matéria de defesa e segurança assinados com a França, que tem 1.500 militares destacados no Níger para ajudar a combater o terrorismo 'jihadista'.
Além da grave crise de segurança, o Níger vive uma situação de instabilidade política desde o golpe militar que pôs fim ao mandato de Mohamed Bazoum, eleito em fevereiro de 2021 num sufrágio contestado pela oposição.
A Comunidade de Estados da África Ocidental (CEDEAO) enviou hoje uma nova missão a Niamey para tentar uma solução diplomática para o conflito, mas também para "transmitir firmeza" na intenção de avançar com uma intervenção militar regional para garantir o regresso à ordem constitucional no país.
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