sábado, 25 de março de 2023

YEVGENY PRIGOZHIN: Rússia perdoa 5 mil prisioneiros que combateram no grupo Wagner

© Getty Images

 POR LUSA  25/03/23 

Mais de 5.000 prisioneiros russos foram perdoados pelos tribunais, depois de terem lutado como mercenários na Ucrânia, admitiu hoje Yevgeny Prigozhin, fundador do grupo Wagner.

Os presos foram perdoados, assim que os seus contratos de seis meses terminaram, afirmou Yevgeny Prigozhin, numa mensagem colocada no Telegram.

O responsável indicou que apenas 0,31%, daqueles que foram libertados após cumprirem o seu contrato, cometeram crimes ao regressar à Rússia.

"Posso dizer com segurança que reduzimos dez vezes as taxas de criminalidade na Rússia", sublinhou.

Ao justificar o recrutamento nas prisões russas, Prigozhin respondeu aos críticos que é melhor para mercenários ou condenados lutar na Ucrânia, "do que os seus filhos".

No início de fevereiro, Yevgeny Prigozhin anunciou que a sua companhia militar tinha parado de recrutar condenados, que, segundo outras fontes, foram perdoados pelo Kremlin antes de chegarem à frente.

O grupo Wagner teria recrutado cerca de 50.000 prisioneiros russos desde o início da guerra na Ucrânia, de acordo com a organização que zela pelos direitos dos prisioneiros, Rus Siadiaschi.

Segundo a ativista Olga Románova, no início do ano, restavam apenas cerca de 10.000 antigos prisioneiros na Ucrânia, já que os demais morreram, desapareceram, desertaram ou foram presos.

Recentemente, especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU) alertaram que o recrutamento de prisioneiros, que ocorreria também em prisões localizadas nos territórios ocupados por tropas russas na Ucrânia, poderia constituir um crime de guerra.

Os especialistas da ONU asseguraram que estes recrutas das prisões sofreram frequentes ameaças e maus-tratos, por parte dos seus superiores, alguns deles publicamente como advertência aos seus colegas, enquanto outros que tentaram desertar foram executados.

O Estado-Maior ucraniano denunciou, em meados deste mês, que a Rússia enviou um comboio cheio de prisioneiros comuns aos territórios que controla na região de Donetsk para compensar as numerosas baixas sofridas no assalto à "fortaleza de Bakhmut".


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Francisco Pereira Coutinho, da Nova School of Law, esteve este sábado em direto na CNN Portugal. Em análise, estiveram os últimos acontecimentos na guerra da Ucrânia, sobretudo, a iminente queda de Bakhmut que se tem vindo a prolongar no tempo e como parece estar a haver cada vez mais fricções entre as forças russas.


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