sexta-feira, 16 de setembro de 2022

Berlim assume controlo das subsidiárias alemãs de petrolífera russa

 FILE - The facilities of the oil refinery on the industrial site of PCK-Raffinerie GmbH, jointly owned by Rosneft, are illuminated in the evening in Schwedt, Germany, on May 4, 2022. The German government says it is taking control of Russian oil giant Rosneft’s subsidiary in Germany, citing the need to ensure continued operations at three oil refineries in the country. The Economy Ministry said in a statement Friday, Sept. 16, that Rosneft Deutschland GmbH and RN Refining & Marketing GmbH will be put under the control of Germany’s Federal Network Agency. (Patrick Pleul/dpa via AP, File) (ASSOCIATED PRESS)☝

Por LUSA  16/09/22 

O governo de Berlim anunciou hoje que assumiu o controlo das atividades no país da petrolífera estatal russa Rosneft, que administra várias refinarias alemãs, a fim de "garantir" o abastecimento de energia à Alemanha.

As subsidiárias da Rosneft na Alemanha são colocadas sob "administração fiduciária" pela agência nacional que administra as redes de energia, informou o Ministério da Economia alemão.

Num comunicado, o ministério justifica a decisão com a necessidade de proteger três refinarias detidas pela Rosneft, que representam 12% da capacidade de refinação de petróleo da Alemanha.

"A administração fiduciária neutraliza a ameaça iminente à segurança do fornecimento de energia e estabelece uma base essencial para a proteção e o futuro" da refinaria PCK em Schwedt, referiu o comunicado.

Esta refinaria, no Estado oriental de Brandeburgo, propriedade da Rosneft, poderia ser afetada porque fornece cerca de 90% do petróleo consumido em Berlim e na região circundante, incluindo o aeroporto de Berlim Brandenburg, disse em maio o ministro da Economia alemão.

Na altura, Robert Habeck avisou que o país poderia enfrentar "perturbações" no abastecimento de petróleo, na sequência da iniciativa da União Europeia de proibir gradualmente as importações de petróleo russo.

O ministério prometeu divulgar, hoje à tarde, "um pacote abrangente" de medidas para garantir o abastecimento de petróleo "através de rotas alternativas".

A refinaria PCK em Schwedt recebe atualmente apenas petróleo vindo da Rússia, através de um oleoduto também detido pela Rosneft.

O ministério sublinhou que "fornecedores de serviços críticos essenciais, como seguradoras, empresas de TI [tecnologias de informação] e bancos, mas também clientes, não estavam mais dispostos a trabalhar com a Rosneft".

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de quase 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e quase sete milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções em todos os setores, da banca à energia e ao desporto.

A ONU apresentou como confirmados 5.587 civis mortos e 7.890 feridos, sublinhando que os números reais são muito superiores e só serão conhecidos no final do conflito.


Leia Também: Portugal e EUA reforçam apoio a Kyiv e combate à narrativa russa

Sem comentários:

Enviar um comentário