sexta-feira, 16 de setembro de 2022

RÚSSIA/UCRÂNIA: Putin avisa que guerra pode ficar mais "séria" e recusa "ajustes"

© Reuters

Notícias ao Minuto  16/09/22 

Putin defendeu que o plano da Rússia na Ucrânia "não está sujeito a ajustes", recusando assim os avanços das tropas ucranianas dos últimos dias.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, avisou, esta sexta-feira, que a situação pode piorar na Ucrânia e que não tem pressa em terminar a sua denominada "operação militar especial", rejeitando ainda ajustes na mesma face aos avanços das tropas ucranianas, que pareceu recusar.

"As autoridades de Kyiv anunciaram que lançaram e estão a conduzir uma operação contraofensiva ativa. Bem, vamos ver como ela se desenvolve, como termina", disse Putin, numa conferência de imprensa, no Uzbequistão, fazendo esta declaração com um sorriso no rosto, tal como destaca a Reuters.

Sublinhe-se que esta foi a primeira vez que Putin falou publicamente sobre os recentes avanços da Ucrânia e a derrota das suas tropas, sobretudo na região de Kharkiv.

O chefe de Estado russo abordou depois os ataques que se sucederam a estes avanços, nomeadamente contra estruturas hidráulicas e de eletricidade, e deixou um aviso.

"Recentemente, as forças armadas russas infligiram alguns golpes sensíveis. Vamos supor que sejam um aviso. Se a situação continuar a desenvolver-se assim, a resposta será mais séria", avisou.

Questionado sobre se a chamada "operação militar especial" não precisava de ser corrigida, Putin recusou.

"O plano não está sujeito a ajustes", afirmou.

"O Estado-Maior considera uma coisa importante, outra secundária - mas a tarefa principal permanece inalterada e está a ser implementada", defendeu. "O objetivo principal é a libertação de todo o território do Donbass", acrescentou.

"Este trabalho continua, apesar das tentativas de contra-ataques das forças ucranianas. As nossas operações defensivas no Donbass não param (…). Estão a um ritmo lento, mas continuam. Gradualmente, o exército russo está a ocupar novos territórios", rematou.

Recorde-se que, pouco antes, Putin tinha afirmado que a Rússia faria de "tudo" para acabar com a guerra o mais "rapidamente possível". Esta posição foi transmitida ao primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, depois de este o confrontar diretamente, dizendo que não estamos numa "era de guerra". 


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Notícias ao Minuto 16/09/22 

A mulher contou o que viu e viveu durante os três meses em que esteve detida pelos russos.

Uma médica ucraniana torturada pelas forças russas explicou como ela embalou outros prisioneiros enquanto eles morriam durante os seus três meses em cativeiro. 

O relato foi feito por Yuliia Paievska aos legisladores norte-americanos que pertencem à Comissão de Segurança e Cooperação na Europa – também conhecida como Comissão de Helsinque dos EUA.

A médica foi detida em março, depois de ter sido mandada parar numa operação de verificação dos documentos. . Antes de ser capturada, a médica conseguiu fazer chegar aos jornalistas da AP um micro cartão de memória com 256 gigabytes de imagens filmadas com uma câmara de corpo. Os vídeos mostram o dia-a-dia da sua equipa de salvamento, em Mariupol, quando esteve sob cerco russo. 

A tortura, conta, começava com os ucranianos a tirarem as roupas antes de serem agredidos. Yuliia recordou ainda como os detidos se ouviam durante semanas, “morrendo depois da tortura sem qualquer ajuda médica”, cita a AP.

Da sua experiência, lembrou que durante uma sessão tortura, um russo lhe perguntou “Sabes porque te fazemos isto?”, ao que a médica respondeu “porque podem”. Das vezes que pediu para ligar ao marido, responderam-lhe que andava a ver "muitos filmes americanos", e que não teria direito a chamada alguma. 

Como se o horror não fosse suficiente, a médica conta ainda que os torturadores incentivavam os prisioneiros -. ela incluída - a que se suicidassem. 

A médica referiu ainda um menino de sete anos que morreu no seu colo por não haver equipamento médico para salvá-lo, bem como um amigo a quem fechou os olhos “antes do corpo ter arrefecido”.

Segundo o autarca de Mariupol, pelo menos 10.000 pessoas desapareceram da cidade durante o cerco russo. O governo da Ucrânia diz ter documentado quase 34.000 crimes de guerra russos desde que a guerra começou em fevereiro.

O Tribunal Penal Internacional e 14 países membros da União Europeia também iniciaram investigações.


© Metin Aktas/Anadolu Agency via Getty Images

Notícias ao Minuto  16/09/22 

Cerca de 99% dos corpos exumados, esta sexta-feira, em Izyum, têm sinais de morte violenta, avançou Oleg Synegubov, governador regional, no Telegram.

"A escala dos crimes cometidos pelos ocupantes em Izyum é enorme. Isto é um terror brutal e sangrento. Bucha, Irpin, Mariupol (...) Este é o genocídio do povo ucraniano", começou por escrever.

"Entre os corpos exumados hoje, 99% apresentavam sinais de morte violenta. Há vários corpos com as mãos amarradas nas costas, e uma pessoa está enterrada com uma corda no pescoço. Obviamente, estas pessoas foram torturadas e executadas. Há também crianças entre os enterrados", revelou.

Segundo o responsável ucraniano, "a maioria dos túmulos nem tem nomes", "há apenas uma marca com um número".

Depois de identificados os corpos, "todos eles serão enterrados com o devido respeito", disse.

"Cada morte será investigada e tornear-se-á evidência dos crimes de guerra da Rússia nos tribunais internacionais", concluiu.

Recorde-se que as autoridades ucranianas desenterraram corpos, num cemitério, numa zona recentemente recapturada às forças russas.

Trabalhadores retiraram corpo após corpo do solo arenoso numa floresta de pinheiros, onde as autoridades dizem estar 445 sepulturas.

As forças ucranianas conseguiram acesso ao local depois de terem recapturado Izyum, bem como grande parte da região de Kharkiv, numa contraofensiva contra o Exército russo.

A agência de Direitos Humanos da ONU já disse que vai investigar as mortes.


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