segunda-feira, 30 de setembro de 2019

INVESTIMENTO À CUSTA DA ESCRAVIZAÇÃO DE TODO O POVO GUINEENSE?

Por Jorge Herbert

Como nem todos os guineenses estão a dormir, nem tão pouco inebriados ou encantados pela facilidade verbal do Sr. Domingos Simões Pereira e os seus acólitos, convido aos guineenses mais atentos, a fazermos um exercício de raciocínio em 15 pontos:

1. Estamos de acordo que a Guiné-Bissau hoje é um país apetrechado de quadros bem formados, principalmente na camada jovem. Alguém tem dúvidas que, mesmo entre os mais “velhos”, temos quadros de referência espalhados pelos quatro cantos do mundo, dentro e fora do país?

2. Entre esses nossos quadros de referência, quer os mais velhos como os mais novos, existem dúvidas que há pessoas de elevado sentido patriótico, de cidadania e um elevado conhecimento de modelos de aplicação da democracia num país como a Guiné-Bissau?

3. Concordamos ou não que a denominada Comunidade Internacional tem uma visão deturpada da Guiné-Bissau e dos guineenses, fruto dos permanentes conflitos no seio do PAIGC, que sempre transbordaram e contaminaram a sociedade?

4. É certo que muitos quadros válidos, regressados ao país, não tiveram outra alternativa senão ingressarem-se nas fileiras da máquina criminosa e opressora do país, denominada PAIGC, para conseguir um emprego e um estatuto social equivalente ao seu grau académico. Poucos foram os que ousaram enveredar pelo investimento privado, sem se submeterem à organização criminosa que domina o país. Entre esses, poucos conseguiram singrar e sobreviver de forma independente, sem uma ajuda aqui ou acolá de quem estiver na liderança do PAIGC. Dessa forma, o PAIGC dominou e subverteu o sistema, fazendo com que a maioria dos quadros regressados ficassem “manchados” com a nódoa dos crimes cometidos sob a proteção da capa dessa organização criminosa. E, ainda, têm o desplante de acharem que nenhum dissidente dessa organização criminosa tem a moral de criticá-los, porque também comeram juntos!

5. Também não podemos negar que após o golpe de Estado de abril de 2012, a dita Comunidade Internacional mobilizou esforços para estabilizar a Guiné-Bissau, mas tendo a CEDEAO como o “cão de guarda” e o menino de mandado da ONU e da UA! Só que, hoje a ONU tem um Secretário Geral que obedece à um lobbie de que também faz parte o caboverdeano Pedro Verona Pires e o timorense José Ramos Horta e também uma personalidade angolana a confirmar.

6. A verdade é que, a dita comunidade internacional apostou numa figura que não é, nem de longe nem de perto, o quadro guineense mais bem preparado para criar consensos e conduzir os destinos do país… Pelo contrário, é um indivíduo conflituoso e que, descontextualizado das nomeações políticas, tendo que exercer a sua competência técnica na área em que se formou, arrisco em dizer que morreria de fome!

7. O empenho colocado no apoio e no transformar dessa figura de nome Domingos Simões Pereira, primeiro em Primeiro-Ministro, agora em Presidente da República da Guiné-Bissau, denúncia interesses e agendas ocultos da dita comunidade internacional! Qualquer cidadão guineense deve interrogar sobre as contrapartidas que essa dita comunidade internacional espera ter após colocar o “cavalo” em que apostaram no patamar do poder! Se hoje os guineenses se desinteressarem em fazer essa pergunta, poderão amanhã ter de trabalhar muito para pagar faturas de bens e propriedades de que nunca usufruíram!

8. Sendo apenas um político na Guiné-Bissau, os guineenses não devem ter medo ou vergonha de perguntar, de como se financia Domingos Simões Pereira! Como DSP sobreviveu quatro anos afastado de um cargo público, sem baixar o nível de vida que leva e sem ter declarado qualquer rendimento, fruto do seu trabalho!? Quem financia Domingos Simões Pereira e consequentemente o PAIGC?! Com que objetivos e a espera de que retornos?

9. Sabendo do enfraquecimento progressivo do PAIGC, inclusive com perda de 20 deputados nas últimas eleições legislativas, mesmo com o duvidoso recenseamento efetuado, forçando à criação de um governo de coligação instável, aliás, como temos estado a assistir, a pergunta que se faz é porque é que a dita Comunidade Internacional continua a insistir em amparar cegamente o mesmo homem, para o mais alto cargo da magistratura nacional? Que dividendos o lobbie que o apoia espera colher na e da Guiné-Bissau?! Será que os guineenses estão tão obscurantizados que não conseguem ver o que é óbvio?!

10. Porque esse lobbie que influencia a dita Comunidade Internacional não suporta José Mário Vaz? Porque a União Europeia e os países a que pertencem esses “lobistas” asfixiaram economicamente o país, enquanto Domingos Simões Pereira esteve arredado do poder? Porquê do bloqueio da assinatura do acordo de pescas entre a Guiné-Bissau e a União Europeia, enquanto DSP esteve fora do poder? Porquê da sua apressada assinatura, logo após a mudança para um governo sustentado pelo PAIGC?

11. Quanto ao Acordo de Pescas com a União europeia, também existem interrogações importantes a fazer! Qual foi o paradeiro dos quatro milhões de Euros a que a Guiné-Bissau tem direito, logo após a assinatura desse mesmo acordo? Onde foi parar a percentagem da quota pesqueira para consumo interno, a que a Guiné-Bissau tem direito, constante desse mesmo acordo? Porque do que se vê no dia a dia do cidadão guineense, não se notou maior aporte de pescado no mercado interno da Guiné-Bissau, desde a assinatura apressada desse acordo!

12. Sabendo que é demasiado óbvio que o PAIGC perdeu a maioria parlamentar, com a cisão com o APU-PDGB, porque é que essa dita Comunidade Internacional insiste em manter o status quo aparente, numa solução que sabe que será a curto prazo, mesmo que venham a lograr o seu objetivo principal, que é colocar o “cavalo” em que apostaram na Presidência da República?

13. Que interesse tem a CEDEAO em sancionar políticos e civis de forma ilegal, sem ouvir o contraditório?! Oprimir a oposição para abrir caminho ao “cavalo” em que apostaram?

14. A pergunta que encerra esse ensaio é: O que espera receber em retorno, essa dita Comunidade Internacional, para um tão elevado investimento, num único homem, contra a maioria de um país? Que contrapartidas aporta a Guiné-Bissau, que mobiliza tanto interesse do lobbie luso, a CEDEAO, a UA e ao Honório Barreto dos novos tempos?

15. Que a CEDEAO a UA e o lobbista luso da ONU tomem a consciência que a Guiné-Bissau não é Gâmbia! A Guiné-Bissau é terra de séculos de resistências à invasões estrangeiras, mesmo com a ajuda dos Honórios Barretos! Vão ter resistência em todas as frentes. Pessoalmente, estarei aqui para continuar a denunciar as vossas manobras e ridicularizar os vossos desmandos e dos Honórios Barretos que apoiam.

MAMÃ GUINÉ, BU KA NA SEDU MÁS SOMBRA DI CUCO…

Jorge Herbert

1 comentário:

  1. Uh, está a publicar, publicar e publicar aqui sempre o mesmo artigo. No dia 29 e agora, no dia 30 do Corrente. Para quê? Ou para convencer quem? Os menos cautos? Não. Porque para muitos bissau-guineenses e além, dos nossos tempos, é como se diz, parafraseando tal como o fiz noutro dia, num outro caso semelhante, o grande Douto da Humanidade, S. Exa. Sr. Gandhi, 'Um erro [ou inverdade; na nô bom kriol, mesmo um bom rassa di mintida] não se converte em verdade pelo fato de ser contado e repetido mil-e-umas vezes'. Não. Mas se se quiser continuar com isso assim, OK… Interesse pouco.

    Obrigado.
    Que reine o bom senso.
    Amizade.
    A. Keita

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