Três factos marcam o último dia do ano no conflito entre Israel e o Hamas. A ONU concluiu que o sistema de saúde de Gaza está à beira do colapso. O primeiro-ministro israelita saiu do hospital para ir a um debate parlamentar e Telavive interceptou um míssil balístico lançado pelos houtis do Iémen.
As sirenes soaram em Telavive. O alerta foi accionado com a aproximação do míssil balístico lançado pelos houtis do Iémen. O sistema de defesa anti-aérea intercetou o míssil que voou dois mil quilómetros até ao espaço aéreo israelita.
Os destroços caíram nos arredores de Jerusalém, sem provocar vítimas. Mas na capital iemenita, o movimento rebelde xiita que levantou as armas contra Israel em solidariedade com os palestinianos, reivindicou mesmo assim o sucesso do ataque.
"As Forças Armadas do Iémen levaram a cabo duas operações militares específicas, a primeira das quais contra o aeroporto Ben Gurion, pertencente ao inimigo israelita, na zona de Yaffa, na Palestina ocupada, com um míssil balístico hipersónico do tipo “Palestina 2”, explicou Yahya Sarea, porta-voz dos Houtis.
Os houtis reagiram também aos bombardeamentos dos Estados Unidos. Caças norte-americanos atacaram esta terça-feira alvos militares no Iémen, em retaliação pelos ataques houtis à navegação no Mar Vermelho.
Em Israel, o dia ficou marcado ainda pela aparição-surpresa do primeiro-ministro no parlamento. Benjamin Netanyahu contrariou os médicos e saiu do hospital um dia depois de ser operado à próstata. Fez questão de ir ao Knesset influenciar a votação do orçamento. Corria o risco de ser chumbada pela ala ortodoxa da coligação governamental.
Na Faixa de Gaza, as tropas israelitas mantêm a ofensiva focada no norte do território,e nos hospitais que dizem ser redutos do Hamas. As Nações Unidas divulgaram um relatório dramático sobre o sistema de saúde de Gaza.
“Um relatório do Gabinete dos Direitos Humanos das Nações Unidas concluiu que o padrão de ataques mortíferos de Israel aos hospitais de Gaza e à sua volta levou o sistema de saúde à beira do colapso total, com efeitos catastróficos. O relatório descreve graficamente o impacto dos ataques de Israel - desde a destruição de edifícios e instalações até à morte de doentes, pessoal e outros civis - levantando sérias preocupações quanto ao cumprimento do direito internacional por parte de Israel”, explicou Jeremy Laurence da ONU.
O frio e as chuvas torrenciais dos últimos dias agravaram ainda mais a situação humanitária nos hospitais e nas milhares de tendas onde está abrigada a maioria da população. A ONU calcula que quase dois milhões de pessoas estejam deslocadas num território em ruínas e devastado por 15 meses de guerra.
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