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POR LUSA 29/04/23
A diretora regional da Amnistia Internacional para a Europa de Leste e Ásia Central, Marie Struthers, alertou hoje para o "sofrimento indescritível" causado pelos bombardeamentos russos na Ucrânia, após os ataques de sexta-feira que mataram mais de 20 pessoas."As mísseis russos continuam a causar um sofrimento indescritível à população civil na Ucrânia. Segundo as notícias, às primeiras horas de 28 de abril um míssil russo atingiu um edifício de apartamentos civis de nove andares em Uman, causando uma devastação total e várias mortes, incluindo as de duas crianças", afirmou Marie Struthers.
E acrescentou a responsável: "Embora a extensão total dos crimes cometidos durante a invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia permaneça desconhecida, os ataques devastadores a edifícios de apartamentos são uma parte frequente da agressão russa. As forças russas têm demonstrado repetidamente o seu desprezo pela vida civil e pelas normas internacionais dos direitos humanos".
Moscovo informou que o ataque visava unidades de reserva do exército ucraniano com armas de longo alcance de "alta precisão". No entanto, os próprios habitantes de Uman afirmaram à imprensa que não existiam alvos militares nas proximidades.
"Embora dezenas de milhares de casos de crimes de guerra tenham já sido apresentados pelos procuradores ucranianos, o verdadeiro número de vítimas desta invasão é provavelmente muito superior", alertou Marie Struthers.
A responsável advertiu que "os danos causados pela Rússia vão além dos físicos", uma vez que a população civil "está a suportar um sofrimento psicológico e económico inimaginável" como "resultado direto da agressão russa". E sublinhou por isso que a "ajuda económica e humanitária é crucial para combater o seu terrível impacto".
"Apelamos à comunidade internacional para que se mobilize, coordene e atue de forma a garantir que Vladimir Putin e todos os suspeitos de serem responsáveis por crimes de guerra na Ucrânia sejam levados à justiça e responsabilizados, para garantir a verdade, a justiça e a reparação de todas as vítimas de crimes de direito internacional", afirmou.
A ofensiva militar russa lançada em 24 de fevereiro de 2022 na Ucrânia foi justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que hoje entrou no seu 430.º dia, 8.574 civis mortos e 14.441 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
Na sexta-feira o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu aos aliados melhores defesas aéreas contra a Rússia, que voltou a bombardear zonas residenciais da Ucrânia na madrugada de sexta-feira, os piores ataques dos últimos dois meses.
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