segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

"A cabeça de peixe está completamente podre", veterano de guerra russo critica Putin e Shoigu

PAVEL GOLOVKIN


A evolução da guerra na Ucrânia foi analisada por Igor Girkin, um homem procurado pelas autoridades ucranianas e neerlandesas pela queda do avião da Malaysia Airlines, em 2014.

O ex-veterano e influente do exército russo, Igor Girkin, indicou que as tropas russas na Ucrânia estão descontentes com o Ministério da Defesa e com o Presidente Vladimir Putin pela forma como estão a conduzir a guerra em território ucraniano.

Girkin é um blogger influente e um nacionalista russo que, após uma visita à zona de conflito, disse que alguns oficiais estão descontentes com os altos escalões militares, assim como com o Presidente Putin.

De acordo com a Reuters, o também ex-oficial do Serviço Federal de Segurança (FSB) ajudou a Rússia a anexar a Crimeia em 2014 e a organizar milícias pró-russas na Ucrânia oriental.

Num vídeo de 90 minutos, Girkin disse que a "cabeça de peixe está completamente podre" e que as forças de Moscovo precisam de uma reforma e de recrutar pessoas competentes, que pudessem liderar uma campanha militar bem-sucedida.

Os militares de nível médio dizem estar insatisfeitos com o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, e com Putin.
"Não sou só eu...as pessoas não são cegas nem surdas de todo. As pessoas ao nível médio já nem sequer escondem as suas opiniões - o que não são totalmente elogiosos ao Presidente ou ao ministro da Defesa", dissse Girkin.
O Ministério da Defesa russo ainda não se pronunciou sobre as declarações de Igor Girkin, apesar do ex-oficial do FSB ter sido uma voz crítica de Sergei Shoigu.

Na Rússia, sob o regime de Vladimir Putin, a crítica pública é rara, embora os bloggers nacionalistas tenham sido críticos da condução da guerra, abordando especialmente as dispendiosas guerras na região de Kharkiv.

Igor Girkin, também conhecido como Strelkov, é procurado pelas autoridades ucranianas e neerlandesas pela queda do avião MH17 da Malaysia Airlines, em 2014. Na última semana regressou à Rússia depois de quase dois meses ao lado das forças pró-russas, na região do Donbass.

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