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Por LUSA 29/07/22
O secretário de Estado do 'Brexit' sugeriu, esta sexta-feira, que os britânicos devem "ir de férias para Portugal" em vez de França para evitar as filas de espera registadas nas últimas semanas no controlo dos passaportes no porto de Dover.
Jacob Rees-Mogg insistiu que a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) - processo conhecido como 'Brexit' - não é causa responsável pelos engarrafamentos que os turistas que tentam atravessar o Canal da Mancha têm enfrentado desde a semana passada, culpando as autoridades francesas por "não colocarem pessoas suficientes para operar as cabines adicionais" dos serviços de imigração que foram colocadas pelo porto de Dover.
"Vale a pena notar que os portugueses permitiram que os britânicos utilizassem e-Gates [portas eletrónicas] para entrar em Portugal. Portanto, pode ser que as pessoas achem mais fácil ir de férias a Portugal", disse, em declarações à estação Sky News.
O secretário de Estado britânico recordou que Portugal é o "aliado mais antigo" do Reino Unido, invocando o Tratado de Windsor de 1386, "por isso devemos ser sempre muito simpáticos para com os portugueses".
Rees-Mogg referia-se ao facto de Portugal permitir o uso das portas tecnológicas de controlo de fronteiras nos aeroportos a cidadãos de países terceiros à UE como o Reino Unido, bem como os Estados Unidos, Canadá, Nova Zelândia, Austrália, Japão e Singapura.
No entanto, só podem usar esta modalidade os britânicos maiores de 18 anos, e após passarem as portas eletrónicas têm de esperar para que os passaportes sejam carimbados de forma a possibilitar que as autoridades portuguesas controlem o período máximo de estadia de 90 dias.
Os turistas britânicos com destino ao continente europeu têm enfrentado atrasos de várias horas devido ao congestionamento junto ao porto de Dover, de onde partem os barcos em direção a França, e também em Folkestone, no acesso ao Eurotúnel, que transporta automóveis de comboio.
"Se os franceses decidirem não providenciar os oficiais de imigração necessários vai haver filas. Foi uma decisão dos franceses", vincou o político britânico, um conhecido eurocético.
As autoridades francesas rejeitaram a responsabilidade dos problemas, alegando que os problemas se devem ao aumento dos controlos de passaportes necessários devido ao 'Brexit'.
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Por LUSA 29/07/22
O Presidente da República de Cabo Verde, José Maria Neves, disse hoje que o arquipélago "precisará sempre da ajuda de Portugal", destacando que tem sido "um parceiro extraordinário" na ajuda que deu ao país africano.
"Cabo Verde precisará sempre da ajuda de Portugal e Portugal tem sido um parceiro extraordinário de Cabo Verde", disse José Maria Neves, num painel partilhado com o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, que encerra o Fórum Eurafrica, que termina hoje em Carcavelos, nos arredores de Lisboa.
"O nível de relacionamento que existe é excelente e nos períodos de seca temos tido enorme apoio de Portugal, agora durante a pandemia e desde o primeiro momento, primeiro no apoio aos testes, contámos com forte apoio na campanha de vacinação", exemplificou.
O chefe de Estado cabo-verdiano destacou ainda o apoio no programa de recuperação económica. "Conseguimos rapidamente negociar a questão da dívida para reescalonar os pagamentos e aliviar o serviço da dívida, e agora estamos a discutir questões mais elevadas e sensíveis em termos de gestão deste período de transição", disse.
José Maria Neves assumiu que Cabo Verde vive um momento "extremamente difícil", lembrando os sucessivos anos de seca, a pandemia e os condicionalismos regionais que afetam o arquipélago.
"Em termos institucionais, as coisas funcionam, há boas condições de governabilidade e políticas, mas do ponto de vista social e económico a situação é extremamente difícil por causa dos sucessivos anos de seca, por causa da pandemia, e também por causa da instabilidade a nível internacional, particularmente por causa da guerra na Ucrânia", disse o chefe de Estado.
"Estamos num contexto difícil na África Ocidental, onde temos a pirataria marítima, há instabilidade política nalguns países, há terrorismo no corredor do Sahel, o contexto é muito difícil e a seca e a pandemia trouxeram devastação económica ao país, em 2020 perdemos 15% do PIB, o desemprego subiu, as desigualdades também e a pobreza e é neste contexto difícil que muitas vezes procuramos respostas simplistas", alertou.
Cabo Verde precisa de 80 milhões de euros, que procurará "com diferentes parcerias, com o Banco Africano de Desenvolvimento, com o Banco Mundial e do Banco Europeu de Investimentos, para discutir um conjunto de investimentos privados na transição energética e com os diferentes países, designadamente Portugal", acrescentou o chefe de Estado.
José Maria Neves lembrou a ideia de transformar a dívida em investimentos em energias renováveis, na área da transição energética e na economia azul, salientando o objetivo de passar de 25% de energias renováveis para 50% de penetração em 2030.
"A solução agora é acelerar o ritmo de penetração das renováveis e reduzir a dependência fóssil e abrir para aproveitarmos o mar de oportunidade que há no mar cabo-verdiano e podermos assim garantir a diversificação da economia no quadro da estratégia do governo, que é ter um centro internacional de prestação de serviços", salientou o Presidente.
O chefe de Estado reconheceu que "como o país não tem recursos naturais tradicionais, está a ser feito tudo para aumentar substancialmente a penetração de renováveis".
"Felizmente temos vento, sol e mar", concluiu.
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