quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

Acordo exploração conjunta de hidrocarbonetos: SISSOCO REVELA QUE A GUINÉ-BISSAU SAIU DE 15 PARA 30 % DOS RECURSOS PARTILHADOS COM O SENEGAL

Odemocratagb.com

O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, revelou hoje, 02 de dezembro de 2021, que, apesar da dívida elevada da Guiné-Bissau na cooperação da gestão da zona partilhada com o Senegal, o país conseguiu sair de 15% para 30% de recursos partilhados na zona de exploração comum, ficando o Senegal com 70%.

O Presidente Sissoco deixou perceber que terá assinado com o seu homólogo senegalês, Macky Sall, um novo acordo de partilha de recursos, no âmbito da gestão dos recursos na zona partilhada.

No acordo assinado entre a Guiné-Bissau e o Senegal, sob patrocínio de então presidentes João Bernardo Vieira, da Guiné-Bissau, e Abdou Diouf, do Senegal, a Guiné-Bissau detinha 15% e o Senegal 85% de hidrocarbonetos.

O Presidente da República, Úmaro Sissoco Embalo, falava aos jornalistas após a visita a subestação (de Bissau e Biombo) da Organização para a Valorização do Rio Gâmbia (OMVG) na companhia do Ministro do Estado, dos Recursos Naturais e da Energia, Orlando Viegas, do ministro do ministro da Agricultura, Floresta e Fauna, Marciano Silva Barbeiro, do ministro do Ambiente e da Biodiversidade, Viriato Soares Cassamá, do Alto Comissário da OMVG, Lassana Fofana e dos altos responsáveis das empresas executoras e técnicos do ministério da Energia e da OMVG.

Sissoco lembrou as vozes críticas que a assinatura daquele acordo é da exclusiva competência do chefe de Estado e nega que haja petróleo no país como tem sido especulado.

Garantiu que a Guiné-Bissau, apesar de ser vista como um país de dívidas externas, tem-se esforçado para pagar algumas quotas, explicando que o Banco Mundial já disponibilizou três milhões de dólares para indemnizações, no quadro da instalação de fibra ótica.

Disse também que serão usados todos os métodos para o avanço na execução do projeto, porque a Guiné-Bissau não pode ser vista como o país que bloqueou a execução cabal do projeto.

“Hoje estamos a dever 6 bilhões de francos de contribuição na OMVG. Queremos ter a mesma voz como o Senegal e outros países, mas não pagamos as quotas”, afirmou, exigindo a conclusão dos trabalhos na data prevista para que até dezembro do próximo ano a população possa usufruir da eletricidade, por ser um dos fatores do desenvolvimento.

O ministro do Estado, dos Recursos Naturais e da Energia, Orlando Viegas, disse que o projeto tem dois caráteres (sociais e económicos) importantes e que a visita demonstra o engajamento do Presidente Sissoco para execução rápida do projeto.

Considerou “importantes” as subestações guineenses porque as subestações de outros países afetos ao projeto dependem das da Guiné-Bissau.

Revelou que, de acordo com as informações, já foram executadas 80% por cento da instalação das subestações.

Apesar desta percentagem, diz o governante, há atraso na execução entre a Guiné-Bissau e a Guiné-Conacri em relação ao Senegal e à Gâmbia devido a fatores administrativos e o processo de indemnizações cuja responsabilidade é da OMVG.

Lembrou também que a conclusão do projeto está prevista para agosto do próximo ano.

A OMVG, criada em 1978, à qual a Guiné-Bissau aderiu em 1983, está a desenvolver um projeto de linha de interligação elétrica que cobre uma extensão de 1645,56 Km para transportar a energia (225/30 kV) produzida pelos empreendimentos Sambangalou (Senegal) e Kaleta (Guiné Conacri) aos estados membros, nomeadamente, a Gâmbia, a Guiné Conacri, a Guiné-Bissau e o Senegal.

Por: Epifânia Mendonça

Foto: E.M

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