Por DW.COM
O coronel Mamady Doumboya, que liderou o golpe de Estado que depôs Alpha Condé, tomou posse como líder do período de transição, ainda sem duração definida, e prometeu honrar os compromissos internacionais do país.
O coronel Mamady Doumbouya, que liderou o golpe de Estado de 5 de setembro, na Guiné-Conacri, foi empossado esta sexta-feira (01.10) Presidente interino, pelo presidente do Supremo Tribunal, Mamadou Sylla, prometendo respeitar todos os compromissos internacionais do país. A cerimónia teve lugar no palácio Mohammed-V, em Conacri, na véspera de um feriado nacional que assinala a declaração da independência de França, em 1958.
De uniforme bege, boina vermelha e óculos escuros, o líder do golpe militar que depôs Alpha Condé também prometeu que nem ele nem qualquer membro da Junta Militar se vão candidatar às futuras eleições que prometem realizar após um período de transição. Doumbouya não avançou detalhes, durante o seu juramento, sobre a duração desta transição.
"Reafirmo aqui o compromisso do Comité Nacional de União e Desenvolvimento (CNRD), em nome do povo da Guiné, de respeitar todos os compromissos nacionais e internacionais que o país subscreveu", afirmou. "Gostaria de reiterar o meu compromisso de que nem eu nem qualquer membro do CNRD e dos órgãos de transição seremos candidatos nas próximas eleições", garantiu.
Doumbouya posa com magistrados durante a cerimónia.
Um plano sem datas
O Presidente interino atribuiu às autoridades de transição a missão de "refundar o Estado", redigir uma nova Constituição, combater a corrupção, reformar o sistema eleitoral, reformar os cadernos eleitorais, organizar eleições "livres, credíveis e transparentes" e "reconciliação nacional". Doumbouya prometeu ainda "preservar a soberania nacional" e "consolidar os ganhos democráticos, garantir a independência da pátria e a integridade do território nacional".
O coronel Mamady Doumbouya assumirá o cargo de Presidente de transição até ao regresso de um regime civil ao país, segundo um comunicado da Junta Militar divulgado na segunda-feira, que não menciona datas para o efeito. O documento diz que o Presidente de transição será "chefe de Estado e chefe supremo das Forças Armadas" e "determina as políticas da Nação", com o poder de nomear e demitir um primeiro-ministro interino.
O coronel e o comité militar, criado após o golpe para dirigir o país, afirmaram o seu desejo de organizar eleições livres e democráticas no final de um período de transição, cuja duração não especificaram, apesar da pressão da Comunidade dos Estados da África Ocidental (CEDEAO). Esta organização, preocupada com a instabilidade na região e o efeito de contágio após dois golpes de Estado num ano no Mali, apelou à realização de eleições presidenciais e legislativas no prazo de seis meses e impôs sanções individuais aos membros da junta.
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