Por BRUNO DIAS fatosdesconhecidos.com.br
Nós somos criaturas de hábitos. Existem hábitos que aprendemos desde cedo que podem nos prejudicar, seja de forma comportamental ou na nossa saúde. É sabido, quase que por todos, que dormir demais, ou dormir pouco, pode nos causar problemas de saúde, assim como comer coisas não saudáveis. Não resta dúvidas que tais hábitos nos fazem mal.
Hábitos de excesso ou falta são meio que um senso comum de coisas que prejudicam. E como sabemos que os hábitos podem ser comportamentos úteis ou prejudiciais, várias vezes as pessoas se esforçam para moldá-los conforme o necessário.
O que não faltam são aplicativos feitos para ajudar as pessoas a criarem um hábito. E vários deles partem do pressuposto de que, para que um hábito seja criado, é preciso apenas 21 dias.
Tempo
O número vem de um livro bem popular, de 1960, chamado “Psycho-Cybernetics”, de Maxwell Maltz. Ele era um cirurgião plástico que percebeu que seus pacientes pareciam levar aproximadamente 21 dias para se acostumar com os novos hábitos.
Contudo, um estudo de 2009 mostrou que o tempo que se leva para criar um hábito não é tão claro assim. Os pesquisadores da University College London examinaram os novos hábitos de 96 pessoas durante 12 semanas. Com isso, eles descobriram que o tempo médio que leva para um novo hábito se fixar é, na verdade, 66 dias. E os tempos individuais variam de 18 a 254 dias.
Isso quer dizer que se alguém está tentando desenvolver um novo hábito isso levará, pelo menos, dois meses. E as pessoas não devem se desesperar se em três semanas não resolverem. Até porque, para a maioria delas, esse tempo não é o suficiente.
Hábitos
E parar com um hábito indesejado, também pode estar relacionado com o prazo. O psicólogo Timothy Pychyl explicou que as duas coisas, tanto começar, quanto parar com um hábito, são dois lados da mesma moeda.
“Romper um hábito realmente significa estabelecer um novo hábito, uma nova resposta pré-potente. O velho hábito ou padrão de resposta ainda é lá um padrão de respostas neuronais no cérebro, mas é menos dominante, menos potente”, disse.
“É muito mais fácil começar a fazer algo novo do que parar de fazer algo habitual sem um comportamento substituto. Essa é uma razão pela qual a cessação do tabagismo ajuda tais como a goma de nicotina ou inaladores tendem a ser mais eficaz do que o adesivo de nicotina”, explicou o neurocientista, Elliot Berkman.
Os especialistas concordam que não existe um tempo típico para que um hábito seja quebrado. Para que isso aconteça é preciso uma mistura de personalidade, motivação, circunstâncias e o hábito em si.
“As pessoas que querem largar o vício por motivos alinhados com seus valores pessoais mudarão seu comportamento mais rápido do que as pessoas que o fazem por motivos externos, como pressão de terceiros”, ressalta Berkman.
Motivação
A professora de psicologia Susan Krauss Whitbourne diz que, às vezes, um hábito pode ser quebrado rapidamente. “Em casos extremos, o hábito pode ser quebrado instantaneamente. Como se você ficar violentamente doente ao inalar a fumaça do cigarro ou quase for atropelado por um ônibus quando enviar mensagens de texto e caminhar”, pontuou.
No entanto, na maior parte dos casos vai demorar um pouco mais. E as pessoas devem esperar, pelo menos, dois meses. E para quebrar um hábito com sucesso a pessoa vai precisar pensar em sua motivação mais forte. É justamente isso que a levará adiante.
“Os hábitos de longa data estão literalmente arraigados no nível neural, portanto, são determinantes poderosos do comportamento. A boa notícia é que as pessoas quase sempre são capazes de fazer outra coisa quando são informadas sobre o hábito e suficientemente motivadas para mudar”, concluiu Berkman.
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