sábado, 22 de agosto de 2020

Agências da ONU na África ajudam com reabertura segura de escolas após quarentena

Unicef/NahomTesfaye Menina na Etiópia estudando em casa durante pandemia de Covid-19

News.un.org/pt  21 agosto 2020

Unicef e OMS apontam soluções rápidas para o reinício das aulas; medidas destacam instalação de torneiras, balde e sabão nos colégios para promover prevenção e cuidados.

A Organização Mundial da Saúde, OMS e o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, instam os governos africanos a operarem com segurança na reabertura das escolas. O objetivo é  limitar a propagação da Covid-19. 


Para ambas as agências da ONU, o fechamento prolongado e sem precedentes das escolas afetou os alunos de diversas formas. 

Criança em Baigai, nos Camarões. Fechamento prolongado e sem precedentes das escolas afetou os alunos de diversas formas, Unicef/UN0143514/Karel Prinsloo

Impacto  
OMS e Unicef destacam a fraca nutrição, estresse e exposição à violência e exploração como áreas em que a longa interrupção das aulas teve maior impacto. Um outro problema foi a gravidez precoce e os desafios do desenvolvimento mental de crianças e adolescentes com a redução da interação social. 

Um estudo da OMS, realizado em 39 países da África Subsaariana, aponta que as escolas funcionam em pleno em apenas seis países, estão encerradas em 14 e parcialmente abertas em 19 nações. Em cerca de uma dezena de países, as aulas devem reiniciar em setembro, quando se inicia o ano letivo em algumas regiões. 


“Assim como os países estão reabrindo os negócios em segurança, podemos reabrir escolas, disse o Diretor Regional da OMS para África, Matshidiso Moeti. Para ele, a decisão deve ser guiada por uma análise completa de risco para garantir a segurança das crianças, professores e pais.

Riscos para meninas 
Medidas incluem a lavagem das mãos, o uso de máscaras, desencorajar toques desnecessários e que alunos e professores doentes fiquem em casa

Outro inquérito do Unicef na África Oriental e austral constatou uma alta nas taxas de violência contra menores, e uma baixa nas taxas de nutrição com mais de 10 milhões de crianças a perderem refeições escolares. Os riscos podem ser ainda maiores para as meninas desalojadas ou de famílias de baixo rendimento.  

Em 2014, a taxa de gravidez entre as adolescentes duplicou na Serra Leoa e muitas meninas não conseguiram continuar o estudo quando as aulas reabriram depois do surto do ébola. 

A OMS, o Unicef e a Federação Internacional da Cruz Vermelha emitiram orientações sobre a prevenção da Covid-19 nas escolas. O guia recomenda escalonar o início e o fim do dia letivo, cancelar os eventos que geram multidão e garantir o espaçamento entre mesas.  
"Medidas incluem a lavagem das mãos, o uso de máscaras, desencorajar toques desnecessários e que alunos e professores doentes fiquem em casa."
O Diretor Regional do Unicef para a África Oriental e ocidental defende o retorno das crianças as salas de aula. Para Mohamed Malick Fall, o impacto a longo prazo de estender o encerramento das escolas pode provocar danos maiores às crianças, seu futuro e suas comunidades.  


OMS e Unicef recomendam serie de medidas de higiene e desinfeção para que as escolas possam reabrir e operar em segurança, Ocha/Tommaso Ripani

Segurança 
Uma modelagem do Banco Mundial assinala que os fecho das escolas na África Subsaariana podem resultar em perdas de ganhos vitalícios de US$ 4,5 mil por criança. O que poderia ser piorado pelo reduzido ganho dos pais, obrigados a ficar em casa para cuidar delas sobretudo em famílias que não podem suportar os serviços de cuidados infantis. 

OMS e Unicef recomendaram também uma serie de medidas de higiene e desinfeção para que as escolas possam reabrir e operar em segurança. Mas milhões de crianças frequentam escolas que carecem de água, saneamento e serviços de higiene. 

Segundo um relatório das duas agências da ONU, na África Subsaariana, apenas um quarto das escolas dispõem de serviços básicos de higiene, 44% delas têm água potável e 47% têm serviços de saneamento básico. O documento analisou o progresso dos referidos serviços nas escolas entre 2000 e 2019.

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