O Conselho Superior de Defesa da Guiné-Bissau reuniu-se hoje na presença de responsáveis políticos e militares. O encontro decorreu num altura em que a Guiné-Bissau vive momentos de alguma tensão na sequência dos resultados da segunda volta das eleições presidenciais.
Segundo a imprensa guineense, a reunião de hoje estará relacionada com as audiências do Tribunal militar e que envolvem o major Uié Camará, director-geral adjunto da inteligência militar.
O major Uié Camará está detido desde finais do mês de Janeiro no quartel do Estado Maior do exército em Bissau. Em causa está uma alegada lista codificada que o major teria recebido do secretário de Estado da Segurança e Ordem Pública, Mário Saegh, e que identificava nomes de alguns militares fiéis a Umaro Sissoco Embaló. ??? Estes teriam mostrado disponibilidade, a qualquer momento, em provocar tumultos em Bissau, caso do Supremo Tribunal de Justiça anulasse a segunda volta das eleições presidenciais de 29 de Dezembro.
JULIANO FERNANDES NEGA DETENÇÃO DO DIRETOR ADJUNTO DO SIS
A Lista que o major Uié Camará entregou ao Chefe de Estado-maior da Força Aérea da Guiné-Bissau, Braima Camará, mais conhecido "Papa Camará", terá sido entregue ao chefe de Estado Maior-general das Forças Armadas, Biagué Na N'Tan, que terá ordenado a detenção de Uié Camará.
Presente na reunião esteve o ministro do Interior guinneense que lembrou a utilidade do Conselho de Defesa Nacional, "é um órgão de consulta do primeiro-ministro sobre assuntos relacionados com segurança do país. É um órgão que está previsto na lei do nosso país", descreveu o ministro do Interior. Juliano Fernandes lembrou ainda que se tratar de "uma reunião normal de análise à segurança interna".
"É uma reunião de consulta, nesta fase que o país está a atravessar, criou-se esta oportunidade para que todos os integrantes reflictam sobre o estado da segurança do país", afirmou Juliano Fernandes, adiantando que, entre outras questões, a reunião discutiu a necessidade de ser criado um regimento de funcionamento do conselho.
Questionado sobre o facto de a reunião decorrer numa altura em que há rumores que indicam detenções de militares, o ministro do Interior desmente as informações, ressalvando que "o país está seguro".
Na reunião do Conselho Superior de Defesa Nacional estiveram presentes; o primeiro-ministro Aristides Gomes, os ministros Juliano Fernandes, do Interior, Luís de Melo, da Defesa, Fatumata Baldé, da administração Pública, Ruth Monteiro, da Justiça, Odete Semedo, da Administração Territorial, e Geraldo Martins, das Finanças.
Estiveram ainda na reunião, o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, Biaguê Nan Tan, Procurador-Geral da República, Ladislau Embassa, os comandantes da Polícia de Ordem Pública, Armando Nhaga, e da Guarda Nacional, Agostinho Cordeiro, o diretor dos Serviços de Informação e Segurança (a ‘secreta' guineense) Alfredo Vaz e a directora-geral da Polícia Judiciária, Filomena Lopes.
A reunião ocorreu num altura em que a Guiné-Bissau vive momentos de alguma tensão na sequência das eleições presidenciais, contestadas pelo PAIGC e numa altura em que há rumores que indicam que alguns militares estariam detidos, acusados de interferência no processo eleitoral.
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