sábado, 25 de fevereiro de 2017

ESTUDANTES GUINEENSES NO BRASIL EM APUROS PARA RENOVAR PASSAPORTES NO VALOR DE 98 EUROS

Um grupo de estudantes guineenses da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), em São Francisco do Conde (Bahia – Brasil), afirma que não está em condições de pagar uma soma estimada em 325 Reais, ou seja, 98 Euros (aproximadamente 59 mil francos CFA) para pagar a renovação dos passaportes.

A posição dos estudantes foi tornada pública através de uma “Nota de Repúdio” que a nossa redação teve acesso, na qual informaram que estão a estudar no Brasil sem nenhum apoio do Governo da Guiné-Bissau.

“A nossa subsistência aqui no Brasil depende do ‘Auxílio de 530 Reais’ que recebemos da universidade para alimentação e moradia. O nosso visto de estudantes nos proíbe de exercer qualquer atividade remunerada, sendo assim não estamos em condições de pagar a renovação dos passaportes no valor de 325 reais”, lê-se na nota dos estudantes, que, no entanto, pedem uma explicação esclarecedora da parte das autoridades guineenses sobre a situação, antes da chegada da delegação da Guiné-Bissau ao Brasil para emissão dos passaportes.

Os estudantes recordam ainda, na nota, que tomaram o conhecimento da ida de uma delegação ao Brasil para emissão dos passaportes para os estudantes e cidadãos guineenses que vivem naquele país da América do Sul, através de fontes diplomáticas guineenses.

Um assunto que dizem mereceu aplausos da comunidade guineense por representar alto grau do sentido do Estado da Guiné-Bissau que, segundo a nota, engajou-se em resolver os problemas dos seus cidadãos.

Contudo, lembram que uma das maiores preocupações dos estudantes prende-se com o alto preço estipulado pela comissão encarregada de renovar os passaportes.

“Queremos com isso recordar que, no ano transato, o governo estipulou 98 reais (30 euros) para cada estudante. Na embaixada da Guiné-Bissau, em Brasília, o valor é de 50 reais (15 euros) para renovação, no qual, os estudantes são isentos. Acontece que, este ano, a comissão estipulou o preço de 325 reais (98 euros). Para tal, questionamos o seguinte: A delegação que vem renovar os nossos passaportes é oficial ou é um grupo de pessoas que querem tirar proveito dos nossos desesperos? Se a delegação for oficial, por que não está a cumprir com o ofício do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Cooperação Internacional e das Comunidades de dezembro de 2015, ainda em vigor, que reduziu o preço dos passaportes para 30 euros por estudante, se governo é continuidade?”, interrogam os estudantes.

“Em virtude dessa injustiça, queremos alertar à comissão que o que nos interessa neste momento é a renovação dos passaportes e não a emissão de um novo passaporte, embora o governo sugira a mudança da caderneta, mas isso não pode justificar triplicação do valor. Assistimos a entrevista publicada na rede social na qual o Secretário de Estado das Comunidades, Embaixador Dino Seidi afirmara que o governo estava preocupado com a nossa situação e que estava engajado em nos ajudar. Se essa declaração  é que se está a traduzir na nossa situação para nos ajudar, dispensamos ajuda do Governo. Pois, só piora nossa situação”, informa a nota.

Por: Assana Sambú
OdemocrataGB

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